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Tumores do Sistema Nervoso

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Estudos para a residência, por Letícia Moreira Batista. Instagram @leticia.mbatista 
 
Tumores do 
Sistema Nervoso 
- Representam 2% de todos os cânceres 
Primários: Benignos, malignos ou intersecção entre eles 
Secundários: São as metástases 
 
IMPORTANTE: O que acontece no cérebro quando temos um tumor 
Sintomas podem ser FOCAIS (pela localização ou massas compressivas) 
ou GENERALIZADOS, por haver PIC aumentada, que cresce de forma 
exponencial, com risco de herniação. 
Clínica: 
 Cefaleia é o sintoma mais comum em > 48%: 
Constante, latejante, geralmente de baixa intensidade. 
 Náusea e vômitos (ppt em jato), tanto pelo local, quanto pela PIC 
 Piora dos sintomas qndo feita Manobra de Valsalva 
 Exame neurológico alterado – devido ao local, ex: afasia de 
expressão 
 Crise convulsiva, ppt os GLIOMAS. Se nunca teve crise: fazer 
exame de IMG 
 Rebaixamento do nível de consciência 
 
Tumores Primários Benignos: 
I. Meningioma: É o TP mais frequente: 1/3 deles 
Vem de células aracnoides, originário das meninges 
As mais comuns são as áreas supratentoriais, e em ordem decrescentes, 
parassagitais, na convexidade. 
Tumores infratentoriais, afetando nervo óptico, pode acontecer mas é 
menos comum. 
Associação importante a história prévia de RADIAÇÃO. 
Mais comum no sexo feminino. 
Na criança é mais raro, mas pode estar associada a neurofibromatose 
do tipo II. 
Na MAIORIA DAS VEZES é classificado com grau I, (histologia - 
meningoteliomatoso) mas pode ser do tipo II, com atipia e III, maligno. 
Quadro Clínico: Pode ser assisntomatico e um achado. Sintomas quando 
cresce e empurra as estruturas. Cursa com cefaleia, vomito, convulsões e 
paresias de membros – dependendo da região. 
Tratamento: Pode ser expectante, com acompanhamento radiológico. 
Pode ser cirúrgico, dependendo da clínica. 
II. Neurinoma do Acústico: Schwannoma vestibular. 
Relacionado ao nervo Vestíbulococlear. São derivados das células de 
Schwann da porção vestibular do VIII nervo. Cerca de 80-90% dos 
tumores do ângulo pontocerebelar. Mais comum no sexo fem, >40a, 
geralmente unilateral, podendo ser bilateral na neurofibromatose II 
(manchas café com leite....). Quadro Clínico: Redução da acuidade 
auditiva, zumbido, desequilíbrio, parestesia, hipoestesia, dor fascial, 
paresia facial, ataxia. Tratamento: Cirúrgico, radioterápico ou expectante 
(se for um achado), sendo que pode haver uma sequela, como paralisia 
facial. 
III. Adenoma de Hipófise: 10% de todas as neoplasias 
intracranianas. Geralmente na H. anterior 
Divididos pelo tamanho (micro < 10mm, ou macro) e pela função 
endócrina. Prolactinoma é o mais comum, produtores de hormônio 
adrenocorticotrófico, produtores de hormônio do crescimento e os não 
funcionais. Diagnóstico se faz com dosagem hormonal e RNM. Quadro 
clínico: Depende do tipo de tumor, se é hiper ou hiposecretor 
 Hemianopsia bitemporal, quando comprime o quiasma óptico – 
Sintoma mais comum 80% 
 Diplopia por acometimento do III nervo 
 Cefaleia por compressão tumoral (cela tursica é pequena – risco 
de apoplexia hipofisária, uma emergência médica) 
Tratamento: Restaurar a produção hormonal e diminuir a massa rumoral, 
com agonistas dopaminérgicos: cabergolina e bromocriptina: 
 
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TRATAMENTO DE ELEIÇÃO. Em alguns casos cirúrgico, com 
possibilidade de retirar por via nasal. 
Tumores Primários Malignos: 
 Glioma: Provenientes das células das glia (astrócito 
oligodendrócitos), podem ser de baixo (menos comuns) e alto 
grau (define a agressividade). Gliomas são os que mais 
produzem crises convulsivas e tem calcificações nos exames 
de imagem. 
a. Xantoastrocitoma pleomórfico: Raro, pacientes jovens com 
epilepsia refratrária, pega uma extensão longa da meninge. 
b. Astrocitoma Pilocítico: Crescimento lento, cístico, geralmente 
curável. Mais comum em crianças e adultos jovens. Localização mais 
comum é hemisfério cerebelar e em volta do III ventrículo, por isso, 
pode causar hidrocefalia obstrutiva, desequilbrio e ataxia.Causa 
compressão a estruturas do tronco cerebral, como diplopia, paresia 
facial. Ou hipotálamo: Disfunção endócrina, hipernatremia. Nervo 
óptico: Déficit visual. Transformação para alto grau <5%, podendo 
apresentar calcificação e hemorragia. Prognóstico costuma ser bom. 
c. Astrocitoma de Baixo grau: Crescimento lento, tratamento 
neurocirúrgico com ou se terapia adjuvante, pode ser 
epileptogenico, pode afetar tanto o cérebro, quanto a medula 
espinhal, acomente adultos e crianças. 
d. Astrocitoma Anaplásico: Alta taxa de mitose, atipia nuclear sem 
proliferação ou necrose, mas a evolução é agressiva e com 
prognóstico reservado. Tratamento: Máxima ressecção cirúrgica, 
combinada com radio e quimio adjuvante. 
e. Gliobastoma – GBM: Mais agressivo do SNC e segundo tipo 
mais comum de tumor primário e o mais comum entre os gliomas, 
pleomorfico, sobrevida de 2 anos, 35-70 anos, na substância 
branca dos hemisférios cerebrais, ppt frontotemporal em criança 
pode acontecer, mas mais frequente no tronco cerebral. 
Tratamento: Pode se fazer a ressecção cirúrgica se compatível, 
combinado de temozolamida e radioterapia, em estudos: terapia 
genica, imunoterapia, antiproliferativa e antioangiogênica. 
Classificado como astrocitoma grau IV. Pico em homens > 60 
anos. Clínica: Sinais e sintomas apresentados resultam, de um 
modo geral, da infiltração ou compressão pelo tumor e edema 
peritumoral (corticoterapicos podem ajudar) 
f. Oligodendroglioma: Crescimento infiltrativo e lento, graus II e III 
(anaplásico), crises convulsivas e calcificações. Na histologia: 
Citoplasma em “ovo frito”, vascularização em “tela de arame” 
I. Tumores da região pineal: 
a. Tumores de células germinativas: 
 Germinomas 
 Não germinomas (teratomas, coriocarcinomas e carcionomas 
embrionários) 
 Tumores do parênquima da pineal 
 Tumores neuroectodermicos 
b. Originados dos pinealócitos: 
 Pineocitoma: benigno 
 Pineoblastoma: maligno (PNET) 
Germinomas: 50% dos tumores da região pineal, homens, jovens <20 
anos, cresc. Rápido e infiltrativo: Se disseminam pelo LCR. Quadro 
clínico: Hidrocefalia e compressão do tronco cerebral, com SHIC e 
rebaixamento do nível de consciência. Compressão do tronco: 
SÍNDROME DE PARINAULD. Níveis liquoricos e séricos de Bhcg e 
alfafetoproteina estarão elevados e presença de 1 deles é 
patognomonico de tumores de células germinativas. Tratamento: biópsia 
aberta, ressecção e radioterapia. Se em crianças: Quimioterapia. 
PEGADINHA: Comportamento em meninas é diferente do comportamento 
em meninos. Nos meninos levam a puberdade precoce (bhcg), já nas 
meninas NÃO desencadeia (necessita de outros mecanismos). 
Hemangioblastoma: Tumor intra-axial, mais comum da fossa posterior 
em adultos. Pode ocorrer em associação a doença de Von Hippel Lindau 
e a eritrocitose (policitemia). É o mais comum da infância e ocorre 
exclusivamente no cerebelo, nesses casos. Sinais de SHIC secundária a 
hidrocefalia obstrutiva. 
Meduloblastoma: Trata-se do tumor maligno mais comum na infância e 
ocorre exclusivamente no cerebelo. Geralmente se apresenta com sinais 
de PIC elevada, decorrente de hidrocefalia obstrutiva. Ttmto com radio e 
quimio com neuroimagem programada para acompanhamento. Fatores de 
agravamento: metástase, natureza infiltrativa, diferenciação gliação e 
mutação TP53. Recidiva: Idade no momento do diagnóstico + 9 meses (lei 
de Collins) 
 
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Linfomas do SNC: Primários ou secundários – mesmo comportamento. 
Variante incomum do linfoma não Hodgkin. Lesões com contraste 
homogêneo na porção central da massa cinzenta ou corpo caloso. Pode 
ocasionar paralisias múltiplas dos nervos cranianos. Associação 
importante com HIV e Epstein barr – nesse caso, lesão com realce ao 
constraste e história positiva para EBV sem alteração liquórica,faz DD 
com neurotoxoplasmose. Tratamento: radio e corticoterapia. Alta taxa de 
recidiva (78%) 
Metástases do SNC – Tumores secundários: Mais frequente que seja 
secundário (>50%): 1. PULMÃO E 2. MAMA são os principais sítios (em 
questão de números), a metástase para o SNC não é o primeiro local que 
esses tumores mandam metástase. Sendo o tumor que mais 
frequentemente apresenta cerebrais é o melanoma, com lesões 
secundárias em 75% dos casos: Tumor que mais manda metástase para 
o cérebro, mas não é a primeira metástase, é para a própria pele. 
PEGADINHA!!! Metastases ósseas também são frequentes, em especial 
o carcinoma de pequenas células (do pulmão), sendo os corpos 
vertebrais os locais mais comumente envolvidos. Pode ocorrer ainda 
meningite carcinomatosa. Obs: Hiponatremia pode ser uma clínica pela 
produção ectópica de hormônio antidiurético pelo câncer de pulmão, 
sendo refratários ao tratamento, exceto se eliminar a causa (o tumor). 
Tumores Medulares: 
20-40% benignos 
>21 anos: 70% malignos 
Mais comum na região anterior da medula: ppt parte motora, como dor, 
parestesia, disestesia, espasmos, flacidez por compressão medular, 
incontinência urinária. Tratamento: Cirúrgico e radioterápico. Quimio não é 
bom. 
Ependinoma: Corresponde a 6% dos tumores cerebrais, que se 
desenvolvem a partir das células ependimárias do IV ventrículo. São mais 
raros e acometem crianças em maior núm, originando-se das células 
ependimárias que revestem a cavidade ventricular e do canal medular, 
por isso, podem ser encontrados em todo o neuroeixo e ocasionalmente 
causa mestástase na medula, devido ao contato com o LCR. 
DD com tumores do SNC: 
1) Neurotoxoplasmose: mais comum 
Achados no LCR – pleocitose, com < 200 leucócitos/mm3, com aumento 
de proteínas e glicose normal. IgG mais elevado, mas no paciente com 
HIV não há essa alteração, nem na fase aguda. Na imagem: calcificação 
em volta da massa. 
2) Encefalite viral: LCR pode ser normal, habitualmente 
apresenta celularidade entre 50-200 células, com predomínio 
de linfócitos com proteína normal ou elevada e glicose 
normal. 
3) Criptococose: Confirmada por exame do LCR com nigrosina 
(teste da China), demonstra, por contraste negativo, as 
leveduras encapsuladas, principalmente em pacientes HIV +. 
CAI NA PROVA: 
 Astrocitoma grau IV (glioblastoma multiforme) é altamente 
maligno, o mais agressivo dos gliomas 
 Astrocitoma grau III e glioblastomas multiformes - GBM 
são os tumores cerebrais mais frequentes no adulto, 
representando a maior causa de morbimortalidade na prática 
neurológica, ou seja, os que mais matam. 
 Astrocitoma grau I (pilocítico) se apresenta no hemisfério 
cerebral, no encéfalo, no nervo óptico, tronco cerebral 
(crianças) e cerebelo. A cirurgia é o ttmto de escolha e 
curativa na maioria dos casos. Bom prognóstico 
 A sobrevida média daqueles com glioblastoma pós cirurgia 
convencional e radio é cerca de 37s e significantemente 
inferior se >60 anos: piora o prognóstico 
 Crianças com gliomas de alto grau, a sobrevida é de 5 anos é 
>25%, 10% podem ter 10 ou mais anos de sobrevida. 
 Gliomas são os que mais produzem crises convulsivas e tem 
calcificações nos exames de imagem