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Prova de Virologia - Microbiologia Veterinária – ERE II Semestre de 2020 Departamento de
Microbiologia - ICB - UFMG. Profa Edel F. Barbosa Stancioli
Amanda Henriques do Nascimento (2019118690), Débora de Oliveira Santos (2019096441),
Leticia Bandeira (2019046746), Luana Ferreira Marques (2019112943), Mayra Menezes de
Souza (2019116256)
1) Relativo à PATOGENIA VIRAL, observe as figuras A e B e responda: AB
1.1 - Que fenômeno relativo à interação vírus-hospedeiro está representado nas figuras A
e B?
Está relacionada ao fenômeno de Latência.
- Qual a diferença deste fenômeno A e B representam?
Em A está representada a latência real, quando não há produção de progênie entre
recorrências. Ocorre da seguinte forma: ao infectar o hospedeiro, o vírus produz altas cargas
virais e depois pode ficar um longo tempo sem produzir progênie, podendo haver retorno na
produção progênica no sítio primário, em situações de baixa imunológica.
Já em B, está representada a infecção latente com recorrência, significando que a patogênese
é crônica ou persistente.
1.2. Qual a família viral é capaz de induzir este tipo de fenômeno e por que?
A família viral capaz de induzir este tipo de fenômeno é a Herpesviridae, os Herpesvírus.
Porque esses vírus possuem o gene LAT - transcrito associado à latência, que dá a
possibilidade de induzir à latência viral ao sítio primário de infecção ocorrente nas células
epiteliais muito produtivas, que por transporte retrógrado, parte desses vírus vão para o sítio
secundário de infecção e sítio de latência: neurônios sensoriais. Dessa forma, os genes LAT
fazem com que esse vírus de DNA fita dupla linear se circularize para manter-se estável no
citoplasma desses neurônios. Quando há disposição ou estresse no animal, há a reativação da
expressão do gene LAT pelo transporte anterógrado, promovendo altas produções virais
novamente.
2) Em relação à interação dos vírus com seus hospedeiros marque com V (verdadeiro) ou
F (falso) as frases abaixo. Aponte e corrija a(s) que indicar como premissa falsa.
(F) Os vetores mecânicos possuem maior capacidade de transmissão viral que os
vetores biológicos
Os vetores biológicos possuem maior capacidade de transmissão viral, pois o vírus ao se
multiplicar no interior do inseto terá maior quantidade de inóculo viral. No caso da Anemia
Infecciosa Equina (AIE) tem-se a transmissão apenas via mecânica, ou seja, a mosca precisa
estar em repasto e com o movimento do cavalo, para que o vírus seja inoculado. Porém,
vetores biológicos, como é o caso do vírus da língua azul, multiplicam-se no interior do inseto, e
portanto, a quantidade de inóculo viral será maior e irá facilitar a transmissão da virose em um
rebanho, por exemplo.
(V) São barreiras naturais do organismo animal: Pele íntegra, camada epidérmica
queratinizada, Muco e Movimentos ciliares
(V) A virulência é um fator do organismo hospedeiro de grande importância na indução
das doenças clínicas
(V)Mutações podem alterar tropismo e especificidade de hospedeiro
3.1) Em relação à família Parvoviridae observe a figura e responda: Qual a principal
diferença na biologia do ciclo de multiplicação das partículas virais ARP e AAV?
O ciclo de multiplicação das partículas virais ARP, é um ciclo autônomo, pois esse
parvovírus consegue conduzir toda a replicação, entretanto necessitam que a célula esteja na
fase S da duplicação do DNA para que a multiplicação seja eficiente. Os ARPs são vírus
dependentes de polimerases celulares para replicarem seu genoma e transcreverem seus
genes. Já o ciclo de multiplicação das partículas virais AAV, não é um ciclo autônomo, pois
precisam que um vírus “helper” ou auxiliar induza a fase S celular, ou seja, para que AAV
infecte uma célula, ele vai depender de uma coinfecção com adenovírus ou herpesvírus para
que ele produza uma progênie. Uma vez que não tenha um vírus “helper” para induzir a fase S,
o DNA do AAV vai se integrar no genoma do hospedeiro e só será ativado quando a célula for
infectada pelo vírus “helper”.
3.2) Qual a importância do vírus 1b na figura B?
O vírus 1b (Helper vírus) na figura B tem uma importância com relação a produção de
progênese, ou seja, quando um AAV (adenovírus) infecta uma célula (adsorção), o vírus 1b
(que pode ser um adenovírus ou herpesvírus) poderá também infectar a célula, e com a
translocação do genoma do vírus para a célula hospedeira, a célula produzirá a progênese
tanto do AAV quanto do Helper vírus. Outra importância é quando o genoma do parvo, por
exemplo, é acoplado ao genoma da célula hospedeira e quando acontecer uma infecção pelo
helper vírus, o genoma será ativado e, assim, voltará ao ciclo normal com a célula produzindo
as duas progêneses.
4) Os Rotavirus, pertencentes à família Reoviridae, induzem quadros de
gastroenterites em uma variedade de animais, sendo bastante ubíquos e
considerados uma zooantroponose e uma antropozoonose. Esta relativa facilidade
de cruzar barreira entre espécies é proveniente da característica de seu genoma e de
seus mecanismos de evolução. Responda:
4.1) Que tipo de ácido nucléico possuem os Rotavírus?
Os Rotavírus possuem RNA dupla fita segmentado.
4.2) Qual o mais importante mecanismo de evolução ocorre neste gênero viral? Discuta
sobre o mesmo.
O Rotavírus possui três tipos de mecanismos de evolução: a mutação pontual, o
rearranjo genômico e a reestruturação. Porém, o mais importante deles é o rearranjo genômico,
onde ocorrem alterações na sequência do segmento genômico, sendo essas alterações muitas
vezes duplicações e algumas vezes deleções, que são rearranjos que tem um impacto muito
grande em pequenas modificações expressadas nos vírus. Esse vírus, portanto, é considerado
uma zooantroponoze e também uma antropozoonose, ou seja, os vírus de animais infectam
seres humanos e vice-versa.
5) Para os membros da família Retroviridae, é considerada uma infecção produtiva não a
produção inicial de partículas virais, mas, a inserção do genoma viral (provírus) no
genoma da célula hospedeira. Baseado nesta premissa, responda:
5.1) Quais as conseqüências de uma inserção de um DNA proviral no DNA da célula
hospedeira?
Ocasionam doenças agudas, cânceres, doenças com longa latência clínica e síndromes
de emaciação, devido a inserção do DNA proviral em determinadas partes do genoma da célula
hospedeira levando a ativação ou bloqueio de genes importantes
5.2) Considerando que os retrovírus possuem como ácido nucléico RNA de fita simples
de polaridade positiva (diplóide), como podem se inserir no genoma da célula
hospedeira?
Esse vírus tem a capacidade de encapsitar durante sua montagem um pequeno RNA
transportador da célula hospedeira, funcionando como primer, onde a Transcriptase reversa
(carreada pelo vírus) se assenta, formando uma pequena dupla fita e transcreve o RNA em
cDNA. O cDNA é inserido como DNA proviral no genoma da célula hospedeira em
determinadas regiões.
6) Para favorecer o entendimento da patogenia viral, modos de transmissão e circulação,
bem como desenvolvimento de medidas de controle, os vírus são classificados e
anotados taxonomicamente com base em suas propriedades biológicas. Cite 04 destas
propriedades inerentes aos vírus que nos permitem classificá-los.
Os vírus podem ser classificados mediante suas características morfológicas, tendo em
vista à presença de capsídeo, com cerne formado por DNA ou RNA, possui espículas, também
conhecidas como receptor viral e o envelope, que pode ou não estar presente. Outrossim, os
vírus são altamente ubíquos, são espécie-específicos, bem como parasitas moleculares e
intracelulares obrigatórios.
7) Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios e de grande importância na Medicina
Veterinária. Utilizando o vírus da Febre Aftosa como exemplo, explique como pode ser
realizado o diagnóstico laboratorial com:
A Febre Aftosa é uma doença epidemiológica, portanto as formas de diagnóstico são:
Abordagem molecular: ou chamado de detecção de ácidos nucléicos viral, por meio de
reação de cadeia da polimerase ou hibridizações. O PCRé um método que detecta regiões
específicas da espécie viral da Febre Aftosa (Picornaviridae - Aphthovirus, foot and mouth
disease virus) que codifica uma proteína longa que é clivada, dessa forma, na técnica, se
produz primers que vão detectar o vírus especificamente. São testes simples e tem um
diagnóstico rápido. Os componentes desse teste são: sangue, leite ou sêmen (ou extração do
próprio ácido nucléico), é utilizado a enzima Taq DNA polimerase para a produção da fita e os
sequenciados são ancoradas em locais bem específicos, e utiliza-se também nucleotídeos.
Outros materiais usados são: microtubos, termociclador (que cria ciclos que se repetem 35
vezes, ocorrendo nessa ordem: a desnaturação, anelamento e extensão). Utiliza-se, no caso do
vírus da Febre Aftosa (RNA vírus) a enzima de transcriptase reversa. E por fim, visualiza-se o
resultado por meio da análise em gel agarose.
Abordagem sorológica: ou chamado de detecção de anticorpos, pode ser utilizado o
ELISA indireto, Western-Blot (teste de confirmação) ou a imunofluorescência indireta (que
significa a detecção da resposta do hospedeiro frente a uma infecção viral). A abordagem
sorológica é minimamente invasiva e fornece o histórico do animal ou rebanho, o teste positivo
pode indicar uma imunidade materna, o indício de uma vacinação ou também a resposta ao
vírus da Febre Aftosa. Inicialmente, é coletado material do animal na fase aguda e após duas
semanas, coletado da fase crônica. Se o animal apresentar, na fase crônica, um título de
anticorpos de pelo menos quatro vezes que da primeira coleta, pode-se afirmar que o animal
está infectado pelo vírus da Febre Aftosa. Com relação a imunofluorescência indireta, são
detectados os anticorpos anti-vírus induzidos pela resposta imune por inoculação viral de
amostra controle, ou seja, o vírus da Febre Aftosa é colocado na lâmina e depois é colocado o
anticorpo do animal com um conjugado com o fluoróforo e se visualiza a fluorescência em caso
positivo. Já no teste indireto de ELISA, detecta-se anticorpos séricos contra a proteína do vírus,
utilizando placas de proteínas isoladas.
8) Em relação às famílias virais destacadas de 1 a 8, enumere-as abaixo, de acordo com
suas características biológicas: (1)Herpesviridae, (2)Polymoviridae, (3)Orthomyxoviridae,
(4)Adenoviridae, (5)Parvoviridae (6)Picornaviridae, (7)Reoviridae , (8) Papillomaviridae.
(5) Possuem um genoma pequeno e para aumentar sua variabilidade promovem o
"splicing" ou processamento alternativo
(8 e 2) Possuem DNA de fita dupla circular
(7) Possuem de 10 a 12 fragmentos de RNA de fita dupla, abrigando os gêneros Rotavirus
e Orbivirus
(4) Induzem a hepatite viral canina
(1) Possuem um ciclo de multiplicação complexo, com transcrição de genes
imediatamente precoces [alfa], precoces [beta] e tardios [gama]
(8 e 2) Durante a multiplicação em células permissivas o DNA viral é replicado e
partículas são produzidas; em células não permissivas, o DNA viral integra-se ao
genoma do hospedeiro, induzindo neoplasias
(3) Possuem 8 fragmentos de RNA monocistrônico e um de seus mecanismos evolutivos
é o rearranjo genético
(6) Possuem RNA de fita simples, polaridade positiva e são monocistrônicos
(8 e 2) Codificam o antígeno "T grande" e induzem lesões tumorais malignas e benignas
(1) Codificam precocemente antagonistas do Interferon, como escape da resposta imune
do hospedeiro
9) Denomine os 06 passos da Multiplicação Viral, indicando um ponto importante, da
biologia do vírus ou da relação vírus-hospedeiro, em cada um dos mesmos.
1. Adsorção: Reconhecimento do receptor celular e o receptor viral
2. Penetração: Pode ocorrer por fusão de membrana, quando os vírus são envelopados ou por
endocitose mediada por receptor, a qual pode ser usada tanto por vírus envelopados quanto
vírus não envelopados;
3. Desnudamento: O capsídeo é desmontado;
4. Biossíntese: São produzidas proteínas virais em alta quantidade e há a duplicação dos
ácidos nucleicos. A multiplicação da maioria dos vírus DNA acontecem no núcleo e a dos vírus
RNA no citoplasma;
5. Morfogênese: Montagem de subunidades proteicas e empacotamento do ácido nucleico viral,
com formação de novas partículas virais completas em um determinado sítio da célula (fábrica
viral);
6. Liberação viral: A liberação está intimamente relacionada com as características biológicas
do vírus, tais como, se o vírus é envelopado ou não, bem como onde fica o sítio de replicação
(núcleo ou citoplasma).
10) No tocante à multiplicação viral, marque com V (verdadeiro) ou F (falso) as frases
abaixo. Aponte e corrija a(s) que indicar como premissa falsa.
(V) Alguns vírus são capazes de entrar em estados latentes, onde não há,
temporariamente, produção de progênie viral
(V) Mutações virais podem alterar tropismo e especificidade de hospedeiro
(V) Na etapa de Biossíntese, os vírus montam as partículas antes da liberação
(V) Receptores virais estão diretamente relacionados com Tropismo celular/tecidual e a
especificidade de hospedeiro
11) Em relação à interação dos vírus com seus hospedeiros marque com V (verdadeiro)
ou F (falso) as frases abaixo. Aponte e corrija a(s) que indicar como premissa falsa.
(F) Os vetores mecânicos possuem boa capacidade de transmissão viral, porque o
inóculo viral é maior que nos vetores biológicos
Os vetores mecânicos possuem capacidade de transmissão viral (como é o caso da AIE)
mas, com relação aos vetores biológicos, eles possuem maior inoculação viral, pois o vírus se
multiplica no interior do inseto, e assim, isso facilita a transmissão da virose.
(V) São barreiras naturais do organismo animal: Pele íntegra, camada epidérmica
queratinizada, Muco e Movimentos ciliares
(V) A virulência é um fator do organismo hospedeiro de grande importância na indução
das doenças clínicas
(V) Nem todo vírus possui envelope ou capsídeo proteico .

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