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A4 - Teoria Literária

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Prévia do material em texto

· Pergunta 1
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o trecho a seguir, extraído do artigo Psicologia da literatura e psicologia na literatura, de Rosemary Conceição dos Santos et al. A seguir, responda ao que se pede.
 
Considerando que o comportamento resulta dessa interação organismo-ambiente, Leite entende que a psicologia atual deve ter, portanto, recursos para explicar duas formas de comportamento que interessam diretamente à literatura, que são, o pensamento criador e a leitura de obra literária. Examinar a adequação da psicologia para explicar esses dois comportamentos é lançar luz sobre como se realiza, e concretiza, a tentativa de tanto o psicólogo quanto o ficcionista apresentar a descrição convincente de uma pessoa e de um personagem.
SANTOS, Rosemary Conceição dos; SANTOS, João Camilo dos; SILVA, José Aparecido da. Psicologia da literatura e psicologia na literatura. Temas psicol., Ribeirão Preto , v. 26, n. 2, p. 767-780, jun. 2018 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2018000200009&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 24 ago. 2019. http://dx.doi.org/10.9788/TP2018.2-09Pt>.
 
Levando em consideração os seus conhecimentos a respeito das diversas teorias de psicologia aplicáveis à crítica literária, assinale a alternativa que corresponde ao ramo da psicologia elaborado no texto.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Psicologia Social.
	Resposta Correta:
	 
Psicologia Social.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. As palavras-chave neste excerto são “ambiente”, “interação” e “comportamento”. Como sabemos, a Psicologia Social, que tem seu maior expoente em Lev Vygotsky, preconiza as interações entre sujeito e ambiente para a formação de personalidade. Deste modo, estará presente na análise literária embasada na Psicologia Social a consideração dos fatores sócio-culturais que moldam, em relação dialética, a personalidade do autor, das personagens, dos leitores, bem como a recepção de uma obra.
	
	
	
· Pergunta 2
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o excerto apresentado a seguir e, depois, responda ao que se pede.
 
Husserl afirma que, ao nível da consciência, podemos ter a certeza sobre a forma como apreendemos os fenómenos em si mesmos, ilusórios ou reais, mesmo que não exista evidência sobre a existência independente das coisas. Toda a consciência é consciência de alguma coisa, isto é, não há consciência sem um objecto de referência, porque um pensamento está sempre ‘voltado para algum objecto. O mundo exterior fica assim reduzido àquilo que se forma na nossa consciência, às realidades que constituem os puros fenômenos (...). Se não pode existir um acto de pensamento consciente sem um objecto de referência, também não pode existir um objecto sem existir também um sujeito capaz de o interpretar e apreender.
E-Dicionário de Termos Literários (EDTL), coord. de Carlos Ceia, ISBN: 989-20-0088-9, <http://www.edtl.com.pt>, consultado em 20 ago. 2019. Grifo nosso.
 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente crítica que mais se aproxima dos postulados no excerto.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Fenomenologia.
 
	Resposta Correta:
	 
Fenomenologia.
 
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. A palavra-chave neste trecho é “fenômeno”. Mais uma vez, a associação do nome dos principais teóricos à terminologia nos auxilia nesta questão, visto que temos a citação de Husserl e de suas ideias. A crítica fenomenológica caracteriza-se por ser um modelo focado na apreensão de objetos concretos: um objeto só pode ser percebido se há quem o perceba; da mesma forma, só pode perceber algo quem tem um objeto a ser percebido. A crítica fenomenológica distancia-se de qualquer tentativa de explicação metafísica dos fenômenos, pautando-se exclusivamente naquilo que é real. Também se afasta completamente do psicologismo.
	
	
	
· Pergunta 3
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o trecho a seguir.
 
Foi decepcionante não ter trazido para casa, à noite, alguma afirmação importante, algum fato autêntico. As mulheres são mais pobres do que os homens por causa. . . disto ou daquilo. (...) Melhor seria cerrar as cortinas, deixar as distrações do lado de fora, acender o abajur, abreviar a pesquisa e pedir ao historiador, que registra não opiniões, mas fatos, para descrever sob que condições viviam as mulheres, não em todas as épocas mas, na Inglaterra, digamos, na época de Elizabeth.
Pois é um enigma perene a razão por que nenhuma mulher escreveu uma só palavra daquela extraordinária literatura, quando um em cada dois homens, parece, era dotado para a canção ou o soneto. Quais eram as condições em que viviam as mulheres? (...)
WOOLF, Virginia. Um teto todo seu. São Paulo: Círculo do Livro S.a, 1928. 141 p. Disponível em: <https://iedamagri.files.wordpress.com/2014/07/uma-hipotc3a9tica-irmc3a3-de-shakespeare-um-teto-todo-seu.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2019. Grifo nosso.
 
Considerada uma das primeiras autoras feministas de importância, Virginia Woolf, no ensaio Um teto todo seu, palestra a respeito da relação entre “mulher” e “ficção”. Seus procedimentos para tal envolvem a quebra do gênero ensaio neste texto de auto-ficção das experiências - mas que, como todo ensaio, é pautado em dados empíricos e científicos. O livro é um marco na crítica literária feminista e está na ementa de cursos de literatura mundialmente reconhecidos.
 
Pensando a respeito das correntes críticas já estudadas até aqui e no trecho em destaque acima, assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Enquanto corrente teórica que baseia suas observações no comportamento do gênero feminino na literatura - tanto da perspectiva da representação, quanto da perspectiva da autoria - interessa à crítica feminista manter intersecções com o pós-estruturalismo, fenomenologia e materialismo.
	Resposta Correta:
	 
Enquanto corrente teórica que baseia suas observações no comportamento do gênero feminino na literatura - tanto da perspectiva da representação, quanto da perspectiva da autoria - interessa à crítica feminista manter intersecções com o pós-estruturalismo, fenomenologia e materialismo.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. Pós-estruturalismo, fenomenologia e materialismo serão fontes de conhecimento importantes para a Crítica Feminista, que procurará na análise de regularidades e irregularidades das estruturas de discurso da obra literária (propostas pelo Estruturalismo e Pós-estruturalismo), na relação do sujeito com os objetos artísticas e nas correlações entre literatura e sociedade a base de seu argumento.
	
	
	
· Pergunta 4
1 em 1 pontos
	
	
	
	O trecho a seguir foi retirado do livro A hora da estrela, de Clarice Lispector. Leia-o e, depois, responda ao que se pede.
 
Se a moça soubesse que minha alegria também vem de minha mais profunda tristeza e que tristeza era uma alegria falhada. Sim, ela era alegrezinha dentro de sua neurose. Neurose de guerra. E tinha um luxo, além de uma vez por mês ir ao cinema: pintava de vermelho grosseiramente escarlate as unhas das mãos. Mas como as roia quase até o sabugo, o vermelho berrante era logo desgastado e via-se o sujo preto por baixo.
E quando acordava? Quando acordava não sabia mais quem era. Só depois é que pensava com satisfação: sou datilógrafa e virgem, e gosto de coca-cola. Só então vestia-se de si mesma, passava o resto do dia representando com obediência o papel de ser. Será que eu enriqueceria este relato se usasse alguns difíceis termos técnicos? Mas aí que está: esta história não tem nenhuma técnica, nem estilo, ela é ao deus-dará. Eu que também não marcharia por nada deste mundo com palavras brilhantes e falsas uma vida parca como a da datilógrafa. Durante o dia eu faço, como todos, gestos despercebidos por mim mesmo. Pois um dos gestos mais despercebidos é esta história de que não tenho culpa e que sai como sair. A datilógrafa vivia numa espécie de atordoado nimbo, entre céu e inferno. Nunca pensara em ‘eu sou eu’. Acho que julgava não ter direito, ela era um acaso. Um feto jogado na lata de lixo embrulhado em um jornal.Há milhares como ela? Sim, e que são apenas um acaso. Pensando bem: quem não é um acaso na vida?
Quanto a mim, só me livro de ser apenas um acaso porque escrevo, o que é um ato que é um fato. É quando entro em contato forças interiores minhas, encontro através de mim o vosso Deus. Para que escrevo? E eu sei? Sei não. Sim, é verdade, às vezes também penso que eu não sou eu, pareço pertencer a uma galáxia longínqua de tão estranho que sou de mim. Sou eu? Espanto-me com o meu encontro.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. São Paulo: Rocco, 1998. Disponível em: <http://colegioplante.com.br/wp-content/uploads/2016/06/A-Hora-da-Estrela-Clarice-Lispector.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2019.
 
Sob o ponto de vista da crítica literária de viés psicológico, assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
A psicanálise aplicada neste trecho apontaria as pulsões que estão por trás da construção do “eu” dada pela frase “sou datilógrafa e virgem”.
	Resposta Correta:
	 
A psicanálise aplicada neste trecho apontaria as pulsões que estão por trás da construção do “eu” dada pela frase “sou datilógrafa e virgem”.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. Em todo o romance aparecem marcas da subjetividade - ou nulidade da subjetividade - da personagem Macabéa. A frase “sou datilógrafa e virgem” é apenas uma delas, voltada, segundo a psicanálise, a uma pulsão sexual.
	
	
	
· Pergunta 5
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o excerto apresentado a seguir e, depois, responda ao que se pede.
 
Definida como ciência geral dos signos, (...) tem por objeto os processos de significação que constituem a linguagem, não se ocupando, a princípio, com a obra de arte literária, de modo específico. Decorre então que essa teoria não oferece aos que se dedicam ao estudo do texto poético ou de ficção, um modelo de análise voltado para suas características particulares.
REVISTA DIÁLOGOS. Pernambuco: Editora da Universidade de Pernambuco, 2018. D.o.i. 10.13115/2236-1499v2n19p473. Grifo nosso.
 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente crítica que mais se aproxima dos postulados no excerto.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Semiótica.
	Resposta Correta:
	 
Semiótica.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. Apesar de não haver consenso entre os linguistas, pode-se tratar como Semiótica o estudo do universo dos signos (PEIRCE, 1977). A ciência dos signos e significantes, sendo uma teoria particularmente linguística que pode ser aplicada ao estudo de literatura, bem como ao estudo de todas as linguagens artísticas, possui diversas subcategorias teóricas de atuação. O trecho em destaque fala mais especificamente da Semiótica francesa, pautada na análise de discurso e interdisciplinaridade entre significantes de diversos gêneros.
	
	
	
· Pergunta 6
1 em 1 pontos
	
	
	
	Eu havia finalmente chegado, no correr dessa perambulação, às prateleiras que contêm livros de autores vivos — de homens e mulheres, pois há agora quase tantos livros escritos por mulheres quanto por homens. Ou, se isso ainda não é exatamente verdade, se o masculino é ainda o sexo volúvel, é certamente verdade que as mulheres já não escrevem apenas romances. Há os livros de Jane Harrison sobre arqueologia grega; os livros de Vernon Lee sobre estética; os livros de Gertrude Bell sobre a Pérsia. Há livros sobre todo tipo de assuntos, que, há uma geração, nenhuma mulher teria tocado. Há poemas e peças e crítica; há histórias e biografias, livros de viagens e livros de erudição e pesquisa; há até algumas filosofias e livros sobre ciência e economia. E, embora os romances predominem, é bem possível que os próprios romances tenham mudado a partir da associação com livros de outra natureza. A simplicidade natural, a era épica da produção literária das mulheres, talvez tenha passado. A leitura e a crítica talvez lhe tenham ampliado o alcance, aumentado a sutileza. O impulso para a autobiografia terá se esgotado. Talvez a mulher esteja começando a usar a literatura como uma arte, não como um método de expressão pessoal. Entre esses novos romances se poderia encontrar a resposta para diversas dessas indagações.
Tomei um deles ao acaso. Estava bem no canto da prateleira; chamava-se ‘A aventura da vida’, ou um título semelhante, de Mary Carmichael, e foi publicado neste exato mês de outubro. Parece ser seu primeiro livro, disse a mim mesma, mas é preciso lê-lo como se fosse o último volume de uma série bastante longa, em prosseguimento a todos os outros que andei olhando: os poemas de Lady Winchilsea e as peças de Aphra Behn e os romances das quatro grandes romancistas. Pois os livros vêm sempre numa seqüência, apesar de nosso hábito de julgá-los separadamente. E devo também considerá-la — essa mulher desconhecida — como a descendente de todas aquelas outras mulheres cujas condições de vida estive examinando e ver o que ela herdou de suas características e restrições. Assim, com um suspiro — pois os romances freqüentemente proporcionam um paliativo, e não um antídoto, fazendo-nos deslizar para cochilos letárgicos, em vez de despertar-nos com um ferro em brasa —, acomodei-me com um caderno de anotações e um lápis para extrair o melhor que pudesse do primeiro romance de Mary Carmichael, ‘A aventura da vida’.”
WOOLF, Virginia. Um teto todo seu. São Paulo: Círculo do Livro S.a, 1928. 141 p. Disponível em: <https://iedamagri.files.wordpress.com/2014/07/uma-hipotc3a9tica-irmc3a3-de-shakespeare-um-teto-todo-seu.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2019. Grifo nosso.
 
 
No trecho em destaque, Virginia Woolf disserta sobre o processo de criação literária das mulheres de seu tempo. A partir dele, analise as afirmações a seguir.
 
1. Virginia Woolf insere o conceito de “bagagem literária” em “E devo também considerá-la — essa mulher desconhecida — como a descendente de todas aquelas outras mulheres cujas condições de vida estive examinando e ver o que ela herdou de suas características e restrições”, trecho em que a autora disserta a respeito da influência das autoras predecessoras da literatura produzida em seu tempo sobre o estilo desta mesma literatura.
2. No trecho, estão elaboradas questões centrais a respeito do contexto sociocultural e o processo de criação literária, uma vez que a autora localiza historicamente e socialmente o caráter das publicações que vieram antes da literatura de sua contemporaneidade.
3. Apesar de dissertar a respeito da produção escrita de mulheres de seu tempo, Virginia Woolf não se detém sobre os aspectos psicológicos que circundam esta produção, focando apenas no argumento sociocultural para embasar sua teoria de opressão sistemática.
 
É correto o que se afirma em:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
I e II, apenas.
	Resposta Correta:
	 
I e II, apenas.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. A percepção do texto literário enquanto fruto de um acúmulo de diversos outros textos literários, produzidos anteriormente e que compõem uma espécie de hereditariedade na literatura - os chamados “clássicos” ou “canônicos” - é própria do momento histórico em que Virginia Woolf escreve Um teto todo seu. Autores como Fernando Pessoa já demonstravam esta percepção e não poderia ser diferente em Virginia Woolf. No trecho em destaque de sua obra, a contextualização da mulher escritora em um local sociocultural ganha destaque, principalmente no contraste que a autora faz entre o que foi produzido anteriormente por mulheres - romances e poesia, primordialmente - e o que estaria sendo produzido no momento de contemporaneidade do ensaio - ciência, predominantemente. Todos estes aspectos estão envoltos no texto pela análise psicológica e psicanalítica da mulher enquanto escritora, ambicionando sua colocação no mundo da arte enquanto sujeito dotado de personalidade, não mais apenas simples representação, mas sim, sujeito atuante.
	
	
	
· Pergunta 7
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o excerto apresentado a seguir e, depois, responda ao que se pede.
 
O movimento deliberou, a partir de sua visão inovadora, que os críticos fizessem uma leitura minuciosado poema (close reading), ou seja, para entender o poema deve-se apreciá-lo emocionalmente, buscando resolver as tensões entre as diversas unidades semânticas do texto que independem das emoções do autor, ainda que essas emoções possam ter ocorrido durante a produção.
Houve também outras deliberações essenciais para a formação da estrutura teórica da crítica analisada nesse ensaio. A maioria dos críticos adeptos a essa corrente dirigiam seu olhar ao desprezo da intenção do autor e da história social em que o poema estaria inserido.
 
REVISTA ANAGRAMAS: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação. São Paulo: Edusp, v. 5, n. 3, maio 2012. Grifo nosso.
 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente crítica que mais se aproxima dos postulados no excerto.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Neo-crítica.
	Resposta Correta:
	 
Neo-crítica.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. Como vimos, um dos marcos do New Criticism, ou Neo-crítica é o antibiografismo e o anti-historicismo que, apesar de muito se assemelharem aos postulados do Formalismo Russo, diferem deste diacronicamente, uma vez que a Neo-crítica foi um movimento muito mais ligado aos Estados Unidos e a década de 40.
	
	
	
· Pergunta 8
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o excerto apresentado a seguir e, depois, responda ao que se pede.
 
Essa universalidade do teor lírico, contudo, é essencialmente social. Só entende aquilo que o poema diz quem escuta, em sua solidão, a voz da humanidade; mais ainda, a própria solidão da palavra lírica é pré-traçada pela sociedade individualista e, em última análise, atomística, assim como, inversamente, sua capacidade de criar vínculos universais (allgemeine Verbindlichkcit) vive da densidade de sua individuação. Por isso mesmo, o pensar sobre a obra de arte está autorizado e comprometido a perguntar concretamente pelo teor social, a não se satisfazer com o vago sentimento de algo universal e abrangente.
ADORNO, Theodor W.. Notas de Literatura I. São Paulo: Editora 34, 2003. Grifo nosso.
 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente crítica que mais se aproxima dos postulados no excerto.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Materialismo.
 
	Resposta Correta:
	 
Materialismo.
 
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. O materialismo é a corrente crítica por excelência a estudar as relações entre a obra literária e o contexto social. Dividido entre materialismo histórico e materialismo dialético, ambas as vertentes apontam para a questão essencial da indissociabilidade entre arte e meio, sendo que tanto a arte pode tomar influências do meio, quanto o meio pode tomar influências da arte. No caso do trecho apresentado, mais especificamente, estamos falando do materialismo dialético, pois o que prevalece é justamente o diálogo intrínseco entre os mecanismos formais (a singularidade de um poema) e o teor social.
	
	
	
· Pergunta 9
0 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o trecho a seguir, retirado do romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis e, em seguida, leia o trecho do artigo A alma exterior em Machado de Assis: um olhar psicanalítico de Lívia Mesquita de Sousa e Terezinha Camargo Viana.
 
“— Vem cá, Eugênia, disse ela, cumprimenta o Dr. Brás Cubas, filho do Sr. Cubas; veio da Europa.
E voltando-se para mim: — Minha filha Eugênia.
Eugênia, a flor da moita, mal respondeu ao gesto de cortesia que lhe fiz; olhou-me admirada e acanhada, e lentamente se aproximou da cadeira da mãe. A mãe arranjou-lhe uma das tranças do cabelo, cuja ponta se desmanchara. — Ah! travessa! dizia. Não imagina, doutor, o que isto é... E beijou-a com tão expansiva ternura que me comoveu um pouco; lembrou-me minha mãe, e, — direi tudo, — tive umas cócegas de ser pai.
— Travessa? disse eu. Pois já não está em idade própria, ao que parece.
— Quantos lhe dá?
— Dezessete.
— Menos um.
— Dezesseis. Pois então! é uma moça.
Não pôde Eugênia encobrir a satisfação que sentia com esta minha palavra, mas emendou-se logo, e ficou como dantes, ereta, fria e muda. Em verdade, parecia ainda mais mulher do que era; seria criança nos seus folgares de moça; mas assim quieta, impassível, tinha a compostura da mulher casada. Talvez essa circunstância lhe diminuía um pouco da graça virginal. Depressa nos familiarizamos; a mãe fazia-lhe grandes elogios, eu escutava-os de boa sombra, e ela sorria com os olhos fúlgidos, como se lá dentro do cérebro lhe estivesse a voar uma borboletinha de asas de ouro e olhos de diamante…
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
 
Na constituição do eu está presente de modo fundamental o outro. Antes mesmo do nascimento de uma criança, esse outro já fornece elementos para a construção de sua subjetividade. E ao longo da vida, manterão uma constante e permanente relação. É nesse sentido que Freud (1921/1981c, p. 2563) diz que toda psicologia é social, pois ‘na vida anímica individual aparece integrado sempre, efetivamente, ‘o outro’, como modelo, objeto, auxiliar ou adversário’.
(...)
A grande capacidade de observação e crítica é que possibilita uma produção literária capaz de ver que, em se tratando de ser humano, a sociedade e o indivíduo se formam em uma relação permanente e dialética. A noção de alma exterior tem o potencial de trazer à discussão a articulação entre as relações sociais e a subjetividade.
SOUSA, Lívia Mesquita de; VIANA, Terezinha Camargo. A Alma Exterior em Machado de Assis: um olhar psicanalítico. Revista Mal-estar e Subjetividade, Fortaleza, v. 11, n. 3, p.1083-1111, set. 2011.
 
No artigo, elabora-se uma questão central em toda a obra da maturidade de Machado de Assis: o lugar do sujeito na sociedade. Com base em seus conhecimentos e na leitura destes trechos, assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
O trecho “Era isso no corpo; não era outra coisa no espírito. Idéias claras, maneiras chãs, certa graça natural, um ar de senhora, e não sei se alguma outra coisa;” revela uma das principais características da obra de Machado de Assis expostas no artigo, que é a qualidade de compreender a alma das pessoas de uma vista externa.
	Resposta Correta:
	 
O conhecido episódio da Flor da Moita, exposto no trecho em grifo, pode ser considerado como uma representação da questão do peso dos entraves sociais e da ascensão social para a formação da subjetividade, uma vez que Brás, enquanto personagem e narrador “eu” como testemunha, dá mais valor à deficiência de Eugênia do que às suas qualidades.
	Comentário da resposta:
	Resposta incorreta. Observamos neste episódio uma preocupação narcisista da personagem Brás Cubas com as aparências e o julgamento da esfera social sobre sua pessoa. Optar por deixar a moça por quem se encantara para trás pelo único motivo de esta ser deficiente física marca e critica o pensamento vigente da época, de que estas minorias eram indignas ao casamento. Ao final do episódio, vemos que a ascensão social proporcionada pelo ingresso à carreira política já lhe agradava e preocupava muito mais que os sentimentos de/por Eugênia. De fato, Machado de Assis é reconhecido por ser um autor que compreendia a personalidade das pessoas e isto fica claro, mais do que nunca, na exposição nua dos preconceitos da elite brasileira no discurso de Brás Cubas. É um olhar que revela profundo conhecimento a respeito dos mecanismos que regiam aquela sociedade. 
	
	
	
· Pergunta 10
1 em 1 pontos
	
	
	
	O poema a seguir é de autoria de Fernando Pessoa, poeta português conhecido por sua vasta produção heteronímica. Leia-o e, depois, responda ao que se pede.
 
AUTOPSICOGRAFIA
 
O poeta é um fingidor,
Finge tão completamente,
Que chega a fingir que é dor,
A dor que deveras sente.
 
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só as que eles não têm.
 
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
PESSOA, Fernando. Autopsicografia. In: PESSOA, Fernando. Cancioneiro. Lisboa: Ática, 1981.
 
A partir da leitura do poema,assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
O poema anuncia o processo de despersonalização do sujeito poeta enquanto um fingidor, capaz de fingir sentimentos que não existiram.
	Resposta Correta:
	 
O poema anuncia o processo de despersonalização do sujeito poeta enquanto um fingidor, capaz de fingir sentimentos que não existiram.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. Este poema é um marco para os críticos literários que se ocupam da obra de Fernando Pessoa porque antecipa algumas questões centrais da heteronímia. O sistema heteronímico constrói-se primordialmente a partir da despersonalização do poeta, através do fingimento de emoções, sensações e experiências, em uma espécie de empatia levada ao seu grau mais extremo - culminando em um processo de outrar-se. Nisto, a poética pessoana evidencia bem o trabalho linguístico que se dá no poema para que o leitor seja capaz de experienciar e sentir alguma emoção em uma primeira leitura.

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