Reflexão sobre Visibilidade (Italo Calvino)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO – METODOLOGIA DO ENSINO DAS ARTES
VISUAIS EDCJ026
PROFESSORA: SAMIRA DA COSTA STEN
ALUNO: CATARINA PINHEIRO DA SILVA SOUZA
Atividade 4 – Reflexão sobre Visibilidade
	Ítalo Calvino no capítulo Visibilidade de Seis propostas para o novo milênio denota a importância da imagem visual nos dias atuais e nos apresenta a fantasia, a habilidade de criar e conceber imagens, o que se conceitua como imaginação, como o princípio fundamental da visibilidade. Posto isto, ele faz questão de incluí-la em sua lista de valores para advertir que “estamos correndo o perigo de perder uma faculdade humana fundamental: a capacidade de pôr em foco visões de olhos fechados, [...] de pensar por imagens". Tal temor se dá devido ao bombardeamento de imagens pré-fabricadas que geram no indivíduo uma dificuldade em distinguir visões interiores e exteriores. De acordo com Calvino o objetivo da visiblidade é preservar a capacidade do leitor-observador de fantasiar e desenvolver uma faculdade mental imaginativa. 
	Trazendo para o âmbito escolar atual, a modernidade robotiza cada vez mais as relações humanas, isso advém-se dos avanços tecnológicos cada vez mais abruptos na sociedade. A automatização das relações vêm retirando das novas gerações de crianças e adolescentes (principalmente a geração z e Alpha) a sensibilidade emocional e tornando tudo cada vez mais técnico e condicionado. Aplicando aos ideais platônicos, a nova geração está bem mais preocupada no que se passa no Mundo do Sentidos, do que trabalhar e desenvolver criativamente no Mundo das Ideias, porém, de acordo com Calvino “[...] o mundo em que exercemos nossa experiência de vida é um outro mundo que corresponde à outras formas de ordem e de desordem [...]”. Por isso, o fenômeno visual deve ser trabalhado visando a quebra da alienação proveniente do sistema capitalista, usando das diversas manifestações visual-artísticas (fixas ou não) como ponte para despertar no aluno um senso crítico-analítico, estimulando uma sensibilidade perdida na atualidade com a massificação da imagem. Tornando, assim, real a seguinte frase de Ítalo Calvino: “A fantasia do artista é um mundo de potencialidades que nenhuma obra conseguirá transformar em ato”.