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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSO DE QUÍMICA LICENCIATURA FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL I RELATÓRIO 3: DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO DE FASES DE UM SISTEMA BINÁRIO SÓLIDO-LIQUÍDO ALUNA: JAINE BEATRIZ DA SILVA DOURADOS, MARÇO 2021. INTRODUÇÃO O equilíbrio de fases representa uma situação em que o fluxo líquido de espécies para fase 1 é igual aquele para a fase 2. Supondo uma situação entre um sólido (fase 1) e um líquido (fase 2), a situação de equilíbrio pode ser escrita em termos de potencial químico (μ) para uma espécie A (μA) por: μ*A(s,T,p) = μ*A (l,T,p) Caso a fase liquida for miscível nos compostos A e B, formando apenas uma fase líquida temos: μ*A(s,T,p) = μ*A (l,T,p) = μ*A(s,T,p) + RT lnaA.I Considerando uma mistura de dois sólidos, um sistema binário, é possível analisar as interferências e relações entre vários estados do sistema a partir das variações de pressão, volume ou temperatura. No equilíbrio sólido-líquido é comum a existência de sistemas eutéticos, definido como uma mistura homogênea e sólida de duas ou mais substâncias que formam uma super rede; a mistura derrete ou solidifica a uma temperatura mais baixa do que o ponto de fusão de qualquer uma das substâncias individuais. A temperatura eutética é a temperatura mais baixa à qual pode existir líquido. Para construir diagramas de equilíbrio de fases de uma mistura de dois componentes de concentrações ou proporções conhecidas utiliza -se a curva de resfriamento da mistura. Essa curva é construída quando funde -se a mistura inicial e em seguida faz -se leituras das temperaturas em intervalos de tempo regulares. Essas curvas são construídas em gráficos de temperatura em função do tempo. Espera-se para substâncias puras um a curva de resfriamento semelhante à representada em A na figura 1: Figura 1. Fonte: Google imagens. No momento em que o composto está na fase líquida ele deve sofrer um resfriamento em taxa praticamente constante. Quando ele atinge a temperatura de fusão, a temperatura mantem-se constante até que todo o líquido mude de fase, só então a temperatura volta a cair, tendendo à temperatura ambiente. Quando o processo de solidificação finda, a temperatura tende à temperatura ambiente. A cristalização de um dos componentes libera calor, o que provoca o ponto de inflexão e a diminuição da velocidade de resfriamento. A partir das curvas de resfriamento, da composição do eutético e do s pontos de solidificação é possível traçar as curvas que compõem o diagrama de fases. Considerando um diagrama de fases , constituído por temperatura em função da fração molar – existem duas curvas: a “líquidus” – curva de completa fusão – e “solidus” – curva de completa solidificação. Essas linhas representam as condições nas quais o sistema divide-se em fases. Qualquer ponto acima das curvas de fusão representa um sistema homogêneo composto apenas pela fase líquida (L). Todos os pontos abaixo da curva de solidificação representam um sistema de fase única, sólida (S1 e S 2). Em contrapartida, os pontos localizados nas regiões delimitadas pelas curvas “solidus e líquidus” representam um sistema bifásico, onde coexistem a fase líquida (L) e a sólida (S1 ou S2).O ponto eutético é um estado atípico e único da mistura, onde, nas condições específicas, coexistem três fases: líquida (L), sólido 1 puro (S 1) e sólido 2 puro (S2). Regra da Alavanca A Regra da Alavanca permite a determinação da proporção entre as fases constituintes de uma região bifásica. Considerando o ponto “z” e a sua linha de amarração, a linha de amarração com a linha do liquido (ponto W) e do sólido fornece a composição do líquido e do sólido. Com base no balanço de massa entre essas fases e de suas composições é possível a determinação de nnf e de nab, conforme descrito abaixo: XZ = nab = nab nab,s + nab,l +nnf,s + nnf,l ns + nl Rearranjando temos: ns = ( x l pn – xZ) = ZW nl ( xZ – x l pn) VZ Ou: Quantidade de sólido = rS Quantidade de liquido rA OBJETIVO Construir o diagrama de equilíbrio de fases, sólido-líquido, de um sistema binário a partir dos dados obtidos pela análise térmica de misturas de dois componentes em várias proporções. MATERIAIS E MÉTODOS MATERIAIS Para realização da aula experimental, foram utilizados os determinados materiais e equipamentos: Aparelho para determinação de ponto de fusão Balança Analitíca Almofariz pequeno com pistilo Tubos de Vidro Tubos Capilares com uma das extremidades fechada Ácido Benzoico MÉTODOS Inicialmente ligou-se o aparelho utilizado para a determinação do ponto de fusão, com o auxílio do seu manual e do técnico responsável, em seguida, numerou-se 11 tubos limpos e secos. Posteriormente, calculou-se as massas de naftaleno e ácido benzoico necessários para formar misturas de massa total 0,40g com as seguintes frações em mol de naftaleno: Tubo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 0 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 Tabela 1: frações em mol de naftaleno. Com base nos cálculos feitos, pesou-se com precisão as massas dos dois sólidos, misturando-os muito bem. Preencheu-se com exatidão um capilar de cada amostra até a 1 a 2 mm, pressionando a extremidade aberta do capilar de vidro contra a mistura. Em seguida inseriu-se o primeiro capilar no aparelho de aquecimento para determinação do seu ponto de fusão, programou-se o aparelho para velocidade de 3º min-1. Anotou-se os dados obtidos, e repetiu-se o mesmo procedimento para os 10 tubos restantes. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com base no procedimento realizado obtivemos o ponto de degelo e de fusão de cada tubo: Tubo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 T degelo 104,4 94,3 87,5 76,9 66,8 61,9 62,1 70,0 61,0 60,2 60,2 T fusão 134,2 122,8 199,3 108,8 102,4 101,0 91,8 82,3 85,5 85,8 91,2 Tabela 2: Temperatura de degelo x Temperatura de fusão Gráfico 1. Fonte: Autor Analisando os dados obtidos com a literatura definimos como o ponto eutético o tubo 8 onde há um aumento na temperatura de degelo e logo em seguida sua diminuição. Considerando a temperatura de fusão observamos a sua diminuição e logo em seguida seu aumento, também considerado nosso ponto eutético. No tubo 1 onde há somente ácido benzoico observamos a temperatura de fusão igual a 134,2 ºC, divergindo da literatura que trás o valor de 122ºc, assim como no Tubo 11, que contem apenas naftaleno e apresenta a temperatura de fusão de 91,2ºC, onde literatura afirma o valor de 81ºC. É comum que alguns erros como esses aconteçam devido aos reagentes utilizados que podem estar contaminados ou com prazo de validade comprometido, ou mal manuseio dos equipamentos disponíveis. 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 2 4 6 8 10 12 Temperatura (°C) T degelo T fusão Considerando os dados obtidos anteriormente, e número de mols da mistura disponibilizadopara os alunos de 1,226 mol, obtivemos os seguintes dados: TUBO Ácido Benzoico (g) Naftaleno (g) nAB nNF 1 0,40 0 1,226 0 2 0,36 0,04 1,098 0,128 3 0,32 0,08 0,976 0,256 4 0,28 0,12 0,854 0,384 5 0,24 0,16 0,732 0,512 6 0,20 0,2 0,610 0,640 7 0,16 0,24 0,488 0,768 8 0,12 0,28 0,366 0,896 9 0,08 0,32 0,244 1,024 10 0,04 0,36 0,122 1,152 11 0 0,40 0 1,226 Utilizando a equação da fração molar, descrita abaixo, obtivemos os seguintes resultados: Figura 2. Fonte: Google imagens. Tubo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 X NAFTALENO 0 0,10 0,21 0,31 0,41 0,52 0,61 0,72 0,83 0,93 1 X AC. BENZOICO 1 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0 Tabela 3: X naftaleno x X Ác. Benzoico Gráfico 2. Fonte: Autor Analisando o diagrama de fases construídos com os dados é possível observar várias regiões, no primeiro ponto com temperatura de aproximadamente 410 K, temos a presença da mistura em estado sólido, com início do aquecimento da temperatura de 380 K já obtemos uma mistura de L + Ácido Benzóico (uma fase liquida e ácido benzóico em fase sólida). No ponto onde cessa o decaimento da temperatura entre 360 K e 350 K temos ponto estético, caracterizada pela menor temperatura de fusão de todo o diagrama, logo em seguida, temos o aumento da temperatura, e mudança na composição do sistema entre 350 K e 370 K onde temos uma mistura de L + Naftaleno (uma fase liquida e Naftaleno em fase sólida). Calculamos com base na Regra da Alavanca as quantidades relativas das fases presentes no sistema representado pelo gráfico: ns = ( x l pn – xZ) = ZW nl ( xZ – x l pn) VZ Utilizando como base nosso ponto E, temos: L : (0,32 – 0,20) = 37,5 ou 37,5% (0,32-0) S: (0,20-0) = 62,5 ou 62,5% (0,32-0) CONCLUSÃO Nesta prática foi possível construir o diagrama de equilíbrio de fases, sólido -líquido, de um sistema a partir dos dados obtidos pela análise térmica de misturas de dois componentes naftaleno e ácido benzoico em várias proporções. Apesar de alguns erros experimentais comparados com a literatura, ao final foi possível construir uma aprendizagem mais consolidada na prática com os conteúdos estudados teoricamente. REFERÊNCIAS ATKINS, P. W. - Físico-Química – 6ª edição, vol. 1. Editora LTC. Rio de Janeiro, 2001. ATKINS, P. W.; DE PAULA, J. Físico-Química. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC/GEN, 2012. v. 1. Determinação de solubilidade sólido líquido. Propriedades termofísicas 1999 - 2000; Conceitos Fundamentais. Tema 13. Universidade de Coimbra. Disponível em <http://www.eq.uc.pt/~ines/pt 2.html>. Acesso em 25 de março de 2021. LEVINE, 1. N. Físico-Química. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC/GEN, 2012. v. 1.
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