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Brenda Amengol 1 QUESTIONÁRIO DE DIREITO PROCESSUAL 1. Flávio responde a ação penal por crime contra patrimônio na comarca de São Paulo. Como ele não foi encontrado para ser citado pessoalmente, o juiz nomeou um defensor dativo e deu seguimento ao processo. Por fim, Flávio foi condenado, apesar de a defesa ter alegado nulidade da citação. Com relação a essa situação hipotética, analise se a tese defensiva de nulidade da citação deverá prosperar ou não, justificando sua resposta e apresentando o procedimento que você entende que deveria ter sido aplicado no caso concreto. A tese defensiva de nulidade de citação deverá prosperar, tendo em vista que a citação por edital (realizada somente após terem sido esgotadas todas as diligências para localização do acusado) é considerada uma citação inválida, e, portanto o que deveria ter sido aplicado era o impedimento do prosseguimento do processo, impondo a suspensão do processo e do curso do prazo prescricional, segundo o art. 366, CPP, o que não ocorreu no caso supracitado, violando ainda os princípios do contraditório e da ampla defesa. 2. Paula está respondendo, em liberdade, processo por crime de roubo em uma das varas estaduais da comarca de Fortaleza. Durante o Inquérito, Paula apresentou seu endereço. Ao término do Inquérito Policial, o Ministério Público denunciou Paula. A denúncia foi recebida e a ré devidamente citada para responder à ação penal, apresentando sua defesa preliminar. Após manter o recebimento da denúncia, o magistrado competente designou Audiência de Instrução, debates e julgamento. Expedido mandado de intimação para a audiência, Paula não é encontrada no endereço que forneceu, tendo mudado de domicílio sem comunicar o juízo. Diante do caso apresentado, responda de forma justificada: A) O procedimento adotado pelo juiz está correto? Sim, o procedimento comum ordinário adotado pelo juiz seguiu corretamente e respeitosamente a ordem dos atos processuais, sendo definido o rito pela pena máxima do crime, art. 394, §1º, CPP. B) Tendo em vista a não localização da ré, para a AIJ, qual medida deverá adotar o juiz da causa? O juiz da causa deverá determinar o regular prosseguimento do processo até o julgamento sem a presença da acusada Paula, declarando a sua revelia, como determina o art. 367, CPP, que aduz que o processo seguirá sem a presença da acusada que, citada ou intimada pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo. 3. Fernando foi denunciado pelo MPE, sendo lhe imputada a prática do crime de receptação (Pena: reclusão, de 01 a 04 anos, e multa). Em que pese a pena mínima de um ano, não foi oferecida proposta de suspensão condicional do processo, sob o fundamento de que deveriam ser observados os requisitos da suspensão condicional da pena e que Fernando responderia a três outras ações penais pela suposta prática de crimes contra o patrimônio. No momento de avaliar o recebimento da denúncia, o magistrado competente não concordou com o não oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo. Brenda Amengol 2 Tendo em vista esse impasse entre o Ministério Público e o Juiz da causa, qual procedimento deverá ser adotado? Justifique a sua resposta. Na situação supracitada, o procedimento a ser adotado deve assistir razão ao Ministério Público, tendo em vista que o art. 89 da Lei 9.099/95 aduz que, o Ministério Público poderá propor a suspensão do processo, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime. Dessa forma, o MPE adotou o procedimento correto não oferecendo a proposta de suspensão condicional do processo, uma vez que o acusado responde a três outras ações penais. 4. Manoel foi denunciado pela prática de homicídio doloso; o processo seguirá as regras do rito do tribunal do júri. Considerando a situação hipotética precedente e acerca dos procedimentos relativos a processos da competência do tribunal do júri, julgue os itens seguintes como VERDADEIRO ou FALSO, justificando sua resposta: A) Se os jurados reconhecerem que Manoel praticou crime de homicídio culposo, então, nesse caso, haverá o que se denomina desclassificação: o juiz presidente passa a ser competente para o julgamento. VERDADEIRO. Isso porque, conforme a doutrina, a desclassificação imprópria ocorre quando os jurados reconhecem sua incompetência para julgar o crime indicando qual teria sido o delito praticado (homicídio culposo ao invés de doloso). Logo, há a desclassificação de um delito, mas ainda assim continua sendo de competência do Tribunal do Júri. Nessa hipótese, será competente o juiz presidente para o julgamento da causa, sendo este obrigado a acolher a decisão dos jurados, condenando o acusado pelo delito por eles indicado e vinculando o juiz, cujo não poderá decidir de forma distinta. B) Na sessão de julgamento pelo plenário do júri, Manoel, estando presente, tem direito de permanecer calado em seu interrogatório; no entanto, nos debates orais, o acusador poderá fazer uso do argumento de que "Quem cala, consente!". FALSO. Conforme o art. 478, CPP, durante os debates as partes não poderão sob pena de nulidade do julgamento, fazer referências, ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo. Logo, é vedado ao acusador fazer uso do argumento de que “Quem cala, consente!”
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