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Iasmyn Paixão 2021 Referência Aula Jessica Guido FARMACODERMIAS DEFINIÇÃO Qualquer efeito indesejável na estrutura ou função da pele, anexos, ou mucosa, causada por medicamentos. Erupções examatosas e urticariformes são as mais comuns Nem sempre a farmacodermia vai implicar na suspensão do remédio, a conduta depende do impacto. PATOGÊNESE Tem dois componentes principais 1. Remédio 2. Indivíduo A conversão das drogas em produtos quimicamente reativos é um pré-requisito para muitas RAD idiossincrásicas O processo de detoxificação da droga é realizado por duas fases: 1. Oxidação, redução ou hidrólise (citocromo P450) 2. Conjugação Fígado e o rim tem papeis importantes no processo de metabolização/detoxificação O metabolismo pode levar a formação de metabólitos reativos instáveis, e se houver desequilíbrio na taxa de formação e detoxificação, tais substâncias provocarão: 1. Morte celular 2. Mutações por interações com ácidos nucleicos 3. Agir como haptenos ANES, ATB B LACTÂMICOS, ANTI-CONVULSIVANTES E SULFAS SÃO OS QUE MAIS PROVOCAM REAÇÃO ADVERSA MECANISMOS DE REAÇÃO CUTÂNEAS INDUZIDAS POR MEDICAMENTOS 1. Mecanismos imunológicos imprevisível a) Tipo I: IgE mediada, ligada a receptor de mastócitos degranulação e liberação de aminas vasoativas. URTICÁRIA b) Tipo II: citotoxicidade: IgM ou IgG dirigidos contra a antígenos (droga) na superfície na célula. ANEMIA HEMOLÍTICA c) Tipo III: Imunocomplexos deposição nos pequenos vasos VASCULITES d) Tipo IV; imunidade mediada por células ou hipersensibilidade tardia. ECZEMAS 2. Não imunológicos às vezes previsíveis 3. Idiossincrasia imprevisíveis CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Sempre pensar em farmacodermia Cronologia: maioria das erupções imunomediadas ocorre em 7-21 dias após início do tratamento, na re-exposição esse intervalo é menor e nas idiossincráticas pode acontecer até meia hora após. 1. Exantema induzido por drogas 2. Urticária/angioedema 3. Eritema pigmentar fixo 4. Eritema multiforme (polimorfo) 5. Outras erupções ERUPÇÕES EXEMATOSAS A MEDICAMENTOS São as mais comuns Principal mecanismo provavelmente imunológico (reação de hipersensibilidade IV ou I) Classicamente a erupção começa em 7-14 dias do início da droga (mais cedo – reexposição) Maior incidência: penicilinas, sulfas, cefalosporinas, anticonvulsivantes · Máculas eritematosas, simétricas em tronco e MMSS, tornando-se confluentes · Tende a poupar mucosas, palmas e plantas · Placas irregulares e polimorfas · Prurido e febre em baixa podem estar presentes Desaparecem espontaneamente em 1-2 semanas DD Exantemas virais (epstein-barr, enterovírus, adenovírus, HIV agudo, HSV, parvovírus B19), mas normalmente terão sintomas com características virais associados. Eosinofilia favorecem hipótese medicamentosa (adultos – drogas; criança – viral) TRATAMENTO Interrupção da droga *pondera Suporte CE tópico/anti-histamínico (prurido) QUANDO NÃO ACOMETE MUCOSAS É UM SINAL DE MENOR GRAVIDADE RASH MORBILIFORME URTICÁRIA, ANGIOEDEMA E ANAFILAXIA Placas inchadas, eritematosas, que mudam de lugar, coça muito (IgE mediada) Quando é na derme superficial: urtica. Aqui só suspende o remédio. Tem formatos diversos. Aspecto de casca de laranja. O processo de clareamento começa pelo centro. Quando vai pra derme mais profunda: angioedema. Comum na boca e língua. Mas pode acometer outros locais. Na garganta, faz o edema de glote. Precisa estar na emergência, adrenalina subcutânea e IM, terapia com CC Pode ser causada por medicamento, alimentos, vermes. O anti-histamínico pode ser indicado para aliviar a coceira. FOTOTOXICIDADE Reação comuns e previsíveis Interação de RUV e metabólitos do fármaco na pele – formação de espécies reativas do O2 Aparência de queimadura solar exagerada Limitada as áreas expostas, seguida de hiperpigmentação Tetraciclinas, AINEs e fluoroquinolonas, ainda amiodarona, psoralenos e fenotiazinas Descontinuar ou reduzir dose do agente. Reduzir exposição solar FOTOALERGIA Hipersensibilidade de base celular a um alérgeno ativado ou produzido pelo efeito dos RUV sobre um medicamento ou metabólito São de natureza mais crônica que as fototóxicas Pode aparecer em qualquer parte do corpo Bastente pruriginosa Suspenção da droga, CC tópico e protetor solar. VASCULITE Tem várias causas Púrpura palpável Vasculite leucocitoclástica: pequenos vasos Deflagrada pelo depósito de imunocomplexos em vênulas pós-capilares Geralmente sem acometimentos sitêmico, quando é por medicamento Normalmente começam em MMII Afastar droga CC sistêmico se tiver envolvimento sistmento, normlamente não precisa. PUSTOSEEXANTEMÁTICA GENERALIZADA AGUDA (PEGA) Erupção medicamentosa febril aguda Numerosas pequenas pústulas estéreis, pústulas não foliculares, que surgem em grandes áreas de eritema edematoso Início rápido 3-7 dias Mais de 90% induzido por medicação Pus significa neutrófilo em algum líquido ATB são os principais implicados (beta-lactâmicos, macrolídeos), bloqueadores dos canais de Ca, antimaláticos, paracetamol TRATAMENTO Remoção da droga, antipiréticos (se febre), CCt sistemico (grave, muita febre, astenico, muita lesão) Ou troca o medicamento, deve ser feita por outro de outra classe ERUPÇÕES ACNEIFORMES Reações acneiformes Uma das medicações que mais dá é o CC tópico ou sistêmicos Casos graves: ciclosporina Lesões são normalmente monomórficas O mais importante é retirar a medicação, caso não seja possível, faz tratamento tópico, ou acalma e aguarda regressão ERUPÇÃO FIXA POR MEDICAMENTOS Início em 1-2 semanas, 24h nas subsequentes Muito comum por dipirona, antiinflamatórios Eritema pigmentar fixo Uma ou mais placas eritematosas e edematosas arredondadas, nitidamente demarcadas, às vezes com tonalidade acinzentada no centro ou violácea, bolha central ou epiderme destacada Qualquer parte do corpo, principalmente lábios, face, mãos, pés e genitálias As lesões desaparecem deixando pigmentação pós-inflamatória (mancha residual). Quando volta a tormar o medicamento, reacende e aparecem mais. Não necessita de tratamento, exceso suspensão da droga. Não consegue fazer nada pra clarear, espera que a depuração seja feita. A lesão é melanófica. Orienta protetor solar, importante cobrir, não deixar o sol bater. REAÇÃO A DROGAS COM EOSINOFILIA E SINTOMAS SISTÊMICOS (DRESS) 2-6 semanas após medicação. Muito comum que seja com 4 semanas Febre (85%) e erupção cutânea (75%) Erupção morbiliforme, torna-se edematosa, com acenturação folicular (vesiculas, bolhas, pústulas) Face, parte superior do tronco e membros (“DRESS síndrome ta na cara”) os rash benignos normalmente poupam a face É muito causado pelas sulfas, síndrome sulfonas (medicamento da hanse: adapsona) Normalmente interna. É mais grave. Sintomas sitêmicos: linfonodomegalaia generalizada, artralgia, hepatite, nefrite, miocardite, pneumonite Eosinifilia + linfocitose atípica + elevação de enzimas hepática (aumento de TGO TGP) Os eosinófilos vão chegando nos outros órgãos e prejudicando o fundionamento Pede US p/ analisar tamanho do fígado. Rx de tórax, eletrocadio. Suspende o remédio e faz CC terapia sistêmica pra desinflamar. No hanse, quando não pode mais tomar rifampicina, já há medicamentos de substituição ESPECTRO NET – ERITEMA MULTIFORME – SJJ ERITEMA MULTIFORME Eritema polimorfo Mais comum em adulto jovem, H>M É causada principalmente por remédios e herpes simples É uma reação de hipersensibilidade, a droga ou o vírus As vezes não consegue diagnosticar na hora Manifestação mucocutânea de uma reação imunológica direcionada à pele que ocorre normalmente no estabelecimento de uma infecção Sinequanon: todo paciente com rash deve perdir pra ver mucosas. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Lesão elementar é a típica lesão em alvo, <3 cm, forma arredondada, regular, com pelo menos 3 zonas distintas (em íris) Distribuição preferencial em extremiadade, face e palmo platantares Inicio abrupto 24-72h Prurido e ardência Se tem recorrente, pensar em HSV Em caso de alvo atípico, ou queimor/desconforto generalizado, como na foto 3, pensar que estámigrando para SJJ, tendem a coalescer Começam a fazer crostas com necrose na boca, paciente normalmente incomodado, não tem mais 3 zonas típicas TRATAMENTO Fase aguda Antissépticos, anti-histamínicos, anestésicos Quando for por HSV – terapia específica deve ser realizada Casos brandos: anti-histamínicos 3-4 dias Casos graves: CC sistêmico Retirar medicamento SÍNDROME DE SJ E NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA Necrólise é mais grave, leva a maior mortalidade. (25-35%) SJJ é muito desconfortável, menor mortalidade (1-5%) NET, UTI. SJ ainda consegue conduzir na enfermaria. Reação rara, potencialmente fatal, sensibilidade mucocutãnea, eritema e esfoliação (descamação) intensa. O queimor é sentido pela destruição da pele. Rash é normalmente escarlatiniforme Prodromos de sintomas das VAS, febre e pele dolorosa. SSJ: desprendimento epidérmico <10%. NET: descolou >30% Sobreposição: descolamento 10-30% Essa divisão é feita pra estratificar a mortalidade e o acometimento da pele. AINEs, ATB, antieplépticos todos capazes de causar o rash comum Pacientes com HIV, quando tomam coctails, é mais comum de apresentarem SJJ. Prognóstico relacionado a velocidade de identificação do medicamento culpado e sua suspensão Iniciais: febre, ardor ocular, odinofagia (1-3 dias antes) Iniciam-se no tronco, espalhando-se para pescoço, face e parte proxima de MMSS 2 ou mais mucosas acometidas >90% MÁCULAS ERITEMATO-ACINZENTADAS, AVERMELHADAS OU PURPÚRICAS DE FORMA IRREGULARES, COM TENDÊNCIA A COLALESCER. Nikolsky +, quando toca, descola Pode haver bolhas (flácidas, rompem facilmente) o descolamento são bolhas flácidas Para classificar: 1. Avalaiar a extensão da necrólise – fator prognóstico principal 2. As medições devem incluir a epiderme destacada e destavel, mas não puramente as vermelhas (eritematosas) 3. A cicatrização das áreas destacadas pela reepitelização começa em alguns dias e completa-se em 3 meses TRATAMENTO Remoção do medicamento causador Cuidado das feridas Hidratação (considerar “grande queimado”) tem que urinar 1-2ml/kg/hora Suporte nutricional (nutrição parenteral se lesões extensas e dolorosas em cav. Oral ou esofágica) Evitar manipulação Prevenção da úlcera de estresse como IBP e prevenção de eventos trombóticos Gase vaselinada (inerte) em áreas de desnudamento, curativos de silicone, curativos não aderente *não deve colocar sulfadiazina de prata, pode piorar o quadro. Pomada ATB oftálmica, colírio ATB ATB tópico em orifícios Se maceração anogenital ou interdigital – sal nitrato de prata 0,5% Evita dar remédio ao paciente, ATB só caso tiver com infecção declarada, mas ainda assim presta atenção para escolher. Não usar ATB profilático Ainda não existe tratamento consensual para interromper o processo de evolução da doença A principal medida é melhorar o suporte ao paciente. EM NENHUM MOMENTO UM RASH É SIMPLES, DEVE SER ACOMPANHADO PARA PODER INTERVIR EM TEMPO HÁBIL CASO PROGRIDA
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