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CERÂMICA NA CONSTRUÇÃO CIVIL Definição. Cerâmica compreende todos os materiais inorgânicos, não metálicos, obtidos geralmente após tratamento térmico em temperaturas elevadas. Cerâmica vem da palavra grega keramus que significa coisa queimada. Numa definição simplificada, materiais cerâmicos são compostos de elementos metálicos e não metálicos, com exceção do carbono. Podem ser simples ou complexos. Exemplos: SiO2(sílica), Al2O3 (alumina), Mg3Si4O10(OH)2 (talco). 2. Classificação 2.1. Cerâmica Vermelha: tijolos, blocos, telhas, elementos vazados, lajes, tubos cerâmicos, argilas expandidas e utensílios de uso doméstico e de adorno. 2.2. Materiais de Revestimento: azulejos, pastilhas, porcelanato, grês, lajota, pisos, tozetos etc. 2.3. Cerâmica Branca: Materiais constituídos por um corpo branco e em geral recobertos por uma camada vítrea. • Louça sanitária • Louça de mesa • Isoladores elétricos para alta e baixa tensão • Cerâmica artística (decorativa e utilitária). • Cerâmica técnica para fins diversos, tais como: químico, elétrico, térmico e mecânico. 2.4. Materiais Refratários: Têm como finalidade suportar temperaturas elevadas, que em geral envolvem esforços mecânicos, ataques químicos, variações bruscas de temperatura e outras solicitações. Exemplo: sílica, sílico-aluminoso, aluminoso, mulita, carbeto de silício, grafita, carbono, zircônia, zirconita e outros. 2.5. Isolantes Térmicos: • Isolantes térmicos não refratários: vermiculita expandida, sílica diatomácea, diatomito, silicato de cálcio, lã de vidro e lã de rocha (até 1100ºC). • Fibras ou lãs cerâmicas que apresentam composições tais como sílica, sílicaalumina, alumina e zircônia (até 2000º C ou mais). 2.6. Corantes: Corantes constituem-se de óxidos puros ou pigmentos inorgânicos sintéticos obtidos a partir da mistura de óxidos ou de seus compostos. 2.7. Abrasivos: Parte da indústria de abrasivos, por utilizarem matérias-primas e processos semelhantes aos da cerâmica, constituem-se num segmento cerâmico. Entre os produtos mais conhecidos podemos citar o óxido de alumínio eletrofundido e o carbeto de silício. 2.8. Vidro, Cimento e Cal: São três importantes segmentos cerâmicos e que, por suas particularidades, são muitas vezes considerados à parte da cerâmica. 2.9. Cerâmica de Alta Tecnologia/Cerâmica Avançada: São classificados, de acordo com suas funções, em: eletroeletrônicos, magnéticos, ópticos, químicos, térmicos, mecânicos, biológicos e nucleares. 3. Características das cerâmicas. • Maior dureza e rigidez quando comparadas aos aços. • Maior resistência ao calor e à corrosão que metais e polímeros. • São menos densas que a maioria dos metais e suas ligas. • Os materiais usados na produção das cerâmicas são abundantes e mais baratos. 4. Processo de fabricação. 5. Produtos Cerâmicos para Construção Civil. 5.1 - Blocos cerâmicos: São unidades para edificações que compõem a alvenaria e podem ser constituídos de diferentes materiais, sendo mais utilizados os cerâmicos ou de concreto. • Maciços (tijolos moldados ou extrudados). • Vazados (vedação ou estruturais). Qualquer que seja o material utilizado as propriedades desejáveis são: • Ter resistência à compressão adequada. • Ter capacidade de aderir à argamassa tornando homogênea a parede. • Possuir durabilidade frente aos agentes agressivos (umidade, variação de temperatura e ataque por agentes químicos). • Possuir dimensões uniformes. a) Tijolos Maciço Cerâmicos: São blocos de argila comum, moldados, extrudados ou prensados com arestas vivas e retilíneas e queimados em temperaturas em torno de 1000ºC. • Devem possuir a forma de um paralelepípedo retângulo. • Devem possuir todas as faces planas. • Ausência de eflorescências e queima uniforme • Podem apresentar rebaixos de fabricação em uma das faces de maior área. Os tijolos comuns são classificados em A, B ou C de acordo com as suas propriedades mecânicas prescritas pela NBR 7170 “ Tijolo maciço cerâmico para alvenaria”. Sua resistência à compressão deve ser testada segundo encaminhamento prescrito pela NBR 6460 “ Tijolo maciço cerâmico para alvenaria – Verificação da resistência à compressão” e atender aos valores indicados pela tabela abaixo: b) Blocos Cerâmicos Vazados: São blocos vazados produzidos por extrusão e queima da argila vermelha com arestas vivas retilíneas, sendo os furos cilíndricos ou prismáticos. Os blocos vazados são classificados num primeiro momento como blocos de: b.1) Vedação: • suportam somente o peso próprio; • furos na vertical ou na horizontal. • podem possuir quatro, seis, oito ou nove furos. b.2) Estruturais (portantes): • suportam cargas previstas em alvenaria estrutural; • furos na vertical; • três tipos: blocos com paredes maciças; blocos com paredes vazadas; blocos perfurados Propriedades mecânicas: A resistência à compressão mínima dos blocos na área bruta deve atender aos valores indicados na tabela 3 da NBR 7171 “Bloco Cerâmico para Alvenaria” que classifica os blocos em tipo A, B, C, D e F. c) Blocos de Concretos: Quanto às dimensões classificam-se em M20 e M15, conforme tabela abaixo: 5.2 - Telhas Cerâmicas: 5.2.1 Classificação a) Plana de encaixe: se encaixam por meio de sulcos e saliências, apresentam furos e pinos para fixação. Ex.: francesa. b) Composta de encaixe: capa e canal no mesmo componente, apresentam furos e pinos para fixação. Ex.: romana. c) Simples de sobreposição: capa e canal independentes (o canal possui furos e pinos para fixação). Ex.: paulista. d) Planas de sobreposição: somente se sobrepõem (podem apresentar furos e pinos para fixação). Ex.: alemã ou germânica. 5.2.2. Exigências para telhas: a) Impermeabilidade: não apresentar vazamentos ou formação de gotas em sua face inferior. b) Retilinearidade e planacidade: para evitar problemas de encaixe. c) Tolerância dimensional: ± 2% em relação à especificação; d) Absorção de água: • Clima temperado ou tropical: ˂ 20% • Clima frio e temperado : ˂ 12% • Clima muito frio ou úmido: ˂ 7% e) Características: visuais (pequenos defeitos) e sonoridade (som metálico). f) Resistência à flexão: transporte e montagem do telhado e trânsito eventual de pessoas: • Plana de encaixe: 1000 N; • Composta de encaixe: 1300 N; • Simples de sobreposição: 1000 N; • Plana de sobreposição: 1000 N. 5.2.3. Tipos: a) Telha Paulista • Classificada como telha simples de sobreposição. • A telha paulista é derivada da telha colonial. • Caracteriza-se por apresentar a capa com largura ligeiramente inferior ao canal. b) Telha Tipo Plan • Classificada como telha simples de sobreposição. • É uma variação entre a telha colonial e a paulista, com o diferencial de possuir arestas retas. c) Telha Francesa • Classificada como telha plana de encaixe. Também chamada de telha Marselha. • Possui encaixes laterais nas extremidades e agarradeiras para fixação às ripas da estrutura do telhado. • Resistência mínima de 70 kgf. • Boa estética. • Possui bom rendimento. O número de peças utilizadas por metro quadrado de telhado é reduzido em relação a outros tipos de telha. d) Telha Colonial • Classificada como telha simples de sobreposição. • Lisa. • São compostas por duas peças: o canal, cujo papel é conduzir água e a capa que faz a cobertura entre dois canais. • Esse tipo de telha pode ser com encaixe, sem encaixe ou de cumeeira. • A particularidade da telha colonial é que as duas peças que a compõem possuem a mesma largura. e) Telha Portuguesa • Classificada como telha composta de encaixe. • A telha portuguesa deriva das telhas coloniais. • Possui os segmentos correspondentes à capa e canal em uma única peça. f) Telha Romana • Classificada como telha composta de encaixe. • A telha romana é composta de peça única e surgiu a partir datelha plan. • Devido a seus encaixes no sentido longitudinal e transversal, possui boa vedação e estabilidade sobre o ripamento. g) Telha Americana • Classificada como telha composta de encaixe. • Foi criada a partir da telha portuguesa. • Tem a vantagem de ter um rendimento maior por m² de telhado quando comparada com a telha que lhe deu origem. h) Telha Germânica ou Alemã • Classificada como telha planas de sobreposição. • São muito utilizadas em países onde o inverno é rigoroso. • Os telhados são bastante inclinados para que a neve escorra. • No Brasil são usadas para compor coberturas de estilos coloniais alemãs ou suíças. Características técnicas de algumas telhas cerâmicas, como a quantidade de telhas e peso por metro quadrado e a inclinação mínima do telhado. 5.3 - Tubos Cerâmicos 5.3.1 Características: • Também conhecidos por “manilhas”. • Canalização de águas pluviais e esgoto. • Ponta e ponta / ponta e bolsa. • Fabricados por extrusão. 5.3.3 Exigências: • Podem ser vidrados (cloreto de sódio). • Diâmetros nominais: 75, 100, 150, 200, 250, 300, 375, 400, 450, 500 e 600 mm. • Comprimentos: 600, 800, 1000, 1250, 1500 e 2000 mm. 5.4 Revestimentos Cerâmicos A descrição completa da classificação e dos requisitos que os revestimentos cerâmicos devem obedecer encontra-se na NBR 13817 e na NBR 13818. Os revestimentos cerâmicos possuem algumas características principais que auxiliam na escolha do material mais adequado a cada caso: • Método de fabricação. • Absorção de água. • Resistência à abrasão. • Facilidade de limpeza. • Resistência a agentes químicos. 5.4.1 Resistência à abrasão A resistência à abrasão é definida como a resistência ao desgaste superficial do revestimento causado por: • Tráfego de pessoas e objetos sobre o material. • Pneus de veículos. • Objeto de pequeno porte como grãos de areia. A peça cerâmica é submetida à ação de um dispositivo denominado abrasímetro, que provoca o desgaste por meio de esferas de aço e material abrasivo. 5.4.2. Facilidade de limpeza Os revestimentos cerâmicos são classificados da seguinte maneira em relação a sua facilidade de limpeza: 5.4.3. Resistência a agentes químicos De acordo com a resistência a agentes químicos os produtos cerâmicos são classificados em três classes: • CLASSE A: elevada resistência a produtos químicos. • CLASSE B: média resistência a produtos químicos. • CLASSE C: baixa resistência a produtos químicos. 5.5 Louças Sanitárias: Aparelhos sanitários Também chamados de louças sanitárias. São constituídos de: • Lavatórios, • Bacias sanitárias, • Mictórios. Em função da diversidade de materiais disponíveis e das inovações no setor, principalmente no que se refere a equipamentos com menor consumo de água, as normas relacionadas às louças sanitárias têm sido constantemente revistas, sendo que atualmente estão em vigor (NBR 15097: Aparelhos sanitários de material cerâmico) : • Parte 1: Requisitos e métodos de ensaios (2011) • Parte 2: Procedimento para instalação (2011) Absorção para qualquer louça sanitária em 0,5% e a espessura mínima das paredes de qualquer aparelho em 6 mm. Quanto à resistência mecânica, os valores mínimos são apresentados na tabela abaixo, de acordo com o tipo de peça: 5.5.1. Método de fabricação a) Formação da massa cerâmica A barbotina, massa cerâmica que será moldada e transformada nas louças, é composta por caulim, argila, feldspato e quartzo: • Argila e o caulim são dispersos em água e peneirados. • Adicionam-se o feldspato e o quartzo, que passaram por um processo de moagem a seco. b) Moldagem da peça São dois os tipos de molde: gesso e resina acrílica: • No gesso, a água da massa é puxada por capilaridade. • Com molde de resina, a massa é aplicada com bastante pressão (até 7 kgf/cm²), o que força a passagem da água. As peças ficam na área de produção por dois dias, em média, até seguirem para os secadores. c) Secagem • A peça ainda contém cerca de 12% de umidade e vai para uma estufa que a seca totalmente. • Elas ficam por oito horas nesse tipo de secador, à temperatura de 100oC. d) Esmaltação • A aplicação do esmalte cerâmico é feita manualmente ou por máquinas. O esmalte é à base de água, com calcário, quartzo, feldspato, caulim, opacificante e corante na cor das peças. • A esmaltação é feita individualmente em quase todos os produtos. Só a esmaltação das caixas acopladas de bacias sanitárias é feita de duas em duas peças. e) Forno • O forno, de 100 m de comprimento, é contínuo, ou seja, as peças passam por ele sem parar, no tempo total de 15 horas. No início e no final do forno a temperatura é ambiente, e, no meio, chega a 1.220oC. f) Inspeção e Expedição • Todas as bacias fazem teste de sifonagem: as esferas de plástico simulam resíduos e devem ser eliminadas. Também é feita inspeção visual. Se aprovadas, as peças vão para a expedição.
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