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Opióides Vitória Arujo T7 Introdução -São analgésicos “derivados” (estruturalmente) de alcaloides presentes na resina do ópio. -São potentes analgésicos de ação central que atuam sobre receptores de endorfina e encefalina (mi, kappa, delta, sigma, etc). -O opioide tem ação bem específica para as fibras da dor. Contudo, ainda pode exibir certa depressão do SNC, com sonolência (é por isso que também são chamados de analgésicos entorpecentes). -Possuem efeito eufórico (ou seja, de bem estar, de eutimia, de redução da ansiedade). No entanto, em alguns indivíduos, pode haver um efeito disfórico (como uma “bad trip”). -Existem receptores para opioides fora do SNC. Alguns deles estão associados ao aparelho respiratório. Assim, ao serem ativados, podem promover três efeitos importantes: ® Depressão respiratória: esse efeito é desprezível nas doses terapêuticas em pacientes sadios do ponto de vista respiratório; ® Depressão da tosse: o opioide pode aliviar tosse seca. Atualmente, a codeína é comercializada também para esse fim; ® Redução da dispneia: pacientes com desconforto respiratório podem se beneficiar desse medicamento. Ex: pacientes com edema agudo de pulmão (e que se sentem sendo “afogados vivos”, com muita dispneia). -No aparelho cardiovascular, os opioides têm baixo efeito. ® Podem ser usados no infarto agudo do miocárdio; ® Não podem ser usados em paciente em choque porque o opioide tem ainda algum efeito vasodilatador. -No aparelho gastrointestinal, há receptores para opioide no cólon (exercendo efeito de redução da motilidade colônica) e no trato biliar (podendo aumentar o tônus do esfíncter de Oddi; por isso, podem dar pancreatite e piorar quadros de colecistite). -Esses medicamentos exibem tolerância, principalmente entre os medicamentos mais potentes. Por isso, os pacientes referem que precisam de doses cada vez maiores para a analgesia. -Os opioides têm um efeito maior quando são usados juntamente com outros analgésicos (como paracetamol). A associação é muito recomendada em casos de dor moderada ou intensa. Por isso que existe o Tylex (codeína + paracetamol). -Antidepressivos e anticonvulsivantes também podem ser associados ao uso do opioide. Opióides para o uso em quadros de dor grave -Morfina: ® É o mais potente do grupo. -Meperidina: ® É 10 vezes menos potente que a morfina. ® É utilizada por via IM e tem absorção muito imprevisível (podendo levar a toxicidade ou fazer o paciente sofrer muita dor até o início do efeito analgésico). -Fentanil: ® É importante em anestesia, principalmente nas fases de indução e manutenção. ® É também empregado no controle da dor, podendo ser utilizado como patch. Contudo, é muito indutor de dependência. Por isso, para esse fim, é usado somente em casos graves e em pacientes terminais. ® Não tem sabor e pode ser facilmente utilizado em pediatria (até mesmo na forma farmacêutica de “pirulito”) e oncologia pediátrica. Opióides para o uso em quadros de dor moderada -Pode-se preferir fármacos com menor risco de dependência. -Eles são frequentemente empregados para tratamento de dor crônica. ® Codeína ® Tramadol ® Oxicodona: dentre os três, é o analgésico mais associado à dependência. Opióides para efeito periférico -Loperamida: inibe a motilidade colônica. É seguro se usado em doses baixas e por curtos períodos. -Opioides para tosse (como a codeína em xarope; ou tintura de ópio). Efeitos adversos -Depressão do SNC: especialmente se houver superdoses acidentais; -Disforia: ® É raro, mas alguns indivíduos podem experimentar sensação desagradável, como angústia; -Náuseas e vômitos: ® Podem ocorrer devido à ação direta dos opioides sobre a zona do gatilho no bulbo. -Prurido: ® Podem ter ação direta sobre o mastócito de desencadear liberação dos grânulos de histamina. Esse paciente pode ser tratado com antihistamínico, sem precisar suspender o uso do opioide. -Dependência: ® Causam dependência física e química. Isso varia de acordo com características do próprio indivíduo e do medicamento.