Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MED FASA Bruna Brigth Coagulação Sanguínea Introdução Coagulação Sanguínea: Ao cortar o dedo, há a liberação de sangue (pois rompe um vaso, ocorrendo a lesão do endotélio vascular). Com essa abertura, as células de revestimento são destruídas e o que está dentro da corrente sanguínea tende a extravasar para fora. No fim, há o processo de reparo. Conceito Hemostasia é o processo pelo qual o corpo espontaneamente deixa de sangrar e mantém o sangue no estado fluido dentro do compartimento vascular. Um exemplo de resposta fisiológica desse equilíbrio é a coagulação sanguínea. Portanto, hemostasia é o equilíbrio. ➡ Nosso organismo tem a função de promover coagulação sanguínea (pró- coagulantes), para que não ocorra um sangramento grave, como em quadros de hemorragias. Também produzimos anti-coagulantes, para não ocorrer facilmente um AVC hemorrágico e isquêmico, trombose profunda, embolia pulmonar etc. Portanto, o sangue tem que estar fluído (nem tão ralo e nem viscoso, formando trombos) para estar em equilíbrio, e o que o mantém em equilíbrio são os fatores anti- coagulantes e fatores pró-coagulantes. Quando a balança desses dois fatores está em equilíbrio, o sangue flui de forma adequada. Logo, o corpo espontaneamente para de sangrar, e mantém o sangue fluído no sistema vascular e não forma trombos. Para estar em equilíbrio (de forma endógena; fisiológica), os fatores anti-coagulantes são ativados pelas anti-trombina 6, proteína C, proteína S (bloqueia a cascata de coagulação); e os pró-coagulantes plaqueta, colágeno (facilita a coagulação). ➡ Hemofilia: É uma doença em que o paciente tem risco de sangrar até a morte (p. ex em uma cirurgia incisiva). Isso ocorre por uma deficiência nos fatores da cascata de coagulação (tendo mais eventos anti-coagulante, que pró- coagulante), logo, tem risco de sofrer hemorragias. Fases da Hem$tasia Hemostasia Primária: Tem a principal função de estancar o sangramento, formando o trombo ou tampão plaquetário. As células (plaquetas) aderem no local onde o sangue está saindo (devido uma lesão endotelial com exposição de colágeno), para formar o tampão plaquetário ou formar um trombo. O tampão no entanto não é estável, e sozinho não consegue bloquear o sangue que está saindo pelo local da lesão, juntamente com os elementos sanguíneos. Assim, por ser uma “parede" frágil, precisa ter um suporte maior. Prof. Mauro Fernandes Teles MED FASA Bruna Brigth ➡ Adesão: Liga-se as plaquetas ao colágeno. ➡ Ativação: Plaquetas que estão no local da lesão mudam usa conformação e “chamam” outras plaquetas para ajudar no processo. ➡ Agregação: Plaquetas que chegam prendem-se as plaquetas que já estão ligadas ao colágeno, formando a “cascata”. ➡ Ter plaquetas em número suficiente e com qualidade é importante (150/450 mil). No entanto, plaquetas em quantidade não significa plaquetas com qualidade, pois podem estar com suas funções prejudicadas. ➡ Proteínas como ADP, Tromboxano (TSP), Fator de von-Willebrand atraem plaquetas para o local do sangramento (cascata). Hemostasia Secundária: Aquela que evita o ressangramento, formando uma rede adesiva de fibrina, estabilizando. Há a transformação de fibrinogênio em fibrina, formando uma rede de fibrina e estabilizando o sangramento (dando resistência à pressão para o sangue não voltar a sair do organismo). Cascata de coagulação: Forma que o organismo apresenta, depois da hemostasia primária, de disparar a hemostasia secundária, com o objetivo de formar a rede de fibrina para estabilização do tampão plaquetário (pois está precisando de fatores da cascata ativos e funcionantes). Leva um certo tempo para realizar esse processo (p. ex quando tiramos sangue, temos que por pressão com algodão no local do furo, para que o sangue não volte). 48 horas é o tempo para todo o processo se completar. ➡ Proteínas sintetizadas no fígado são liberadas como pró-fatores de forma inativa (precisando ser ativadas para que consigam efetuar a cascata). ➡ Cascata = Uma fator ativa outro e assim por diante. Prof. Mauro Fernandes Teles MED FASA Bruna Brigth Cascata de Coagulação Clássica ➡ Via Intrínseca: Via maior com todos os fatores da cascata (XII, XIIa, XI, XIa, IX, VIII, VIIIa). ➡ Via Extrínseca: Via mais curta (fator VII), sendo mais rápida para ser ativada. ➡ Via Comum: Ambas anteriores chegam na via comum, e ao estimular essa via comum, transforma-se o fibrinogênio em fibrina. Hemostasia Terciária: Reparo tecidual. Células jogam "bombas" para o endotélio voltar ao quadro inicial, para fazer o reparo: pode ser em forma de cicatrização ou regeneração. Repara-se por regeneração, onde a rede de fibrina é quebrada para que as células formadas em baixo da rede volte a ter sua funcionalidade (células substituídas por idênticas). Assim, quebra-se a rede de fibrina para reestabelecer as células que ali eram presentes. O fator fibrinolítico principal é a plasmina, e a fibrinólise visa destruir a rede de fibrina já formada, que explode e quebra a rede de fibrina, reparando o tecido. ➡ A trombina da via comum da coagulação. ➡ Liga tanto o fibrinogênio quanto ao fator de ativação do plasminogênio (tPA). ➡ Transforma o plasminogênio que estiver ligado a rede de fibrina em plasmina. ➡ A plasmina é que quebra a rede de fibrina. Avaliação do Paciente com Distúrbio da Hem$tasia Se ha distúrbio na cascata, há eventos de duas naturezas: sangramento ou trombo. É preciso investigar a história clinica e fazer exame físico. ➡ Hemostasia Primária: Verifica-se a qualidade e quantidade de plaquetas. É feito dois exames: tempo de sangramento, que avalia a função; e contagem de plaquetas. Prof. Mauro Fernandes Teles MED FASA Bruna Brigth Tempo de Sangramento: É o tempo necessário para que um pequeno corte superficial na pele pare de sangrar (lanceta padronizada - Teste de Duke). O tempo normal é de 1 á 3 minutos. Contagem de Plaquetas: Pode se dar de forma qualitativa e quantitativa. A medula óssea produz as plaquetas em um padrão, e dependendo da necessidade, ela aumenta ou diminui a produção. Sabe-se então, que se a plaqueta tem uma grande variação de tamanho, o paciente está com algum problema medular. ➡ PTI (plaquetas em nível 10 mil): muito grave, correndo sérios riscos de hemorragias, pois a todo momento temos lesão de endotélio, logo é necessário ter muitas plaquetas. (Podem ocorrer erros pré-analíticos, p. ex pacientes de acesso difícil como crianças). ➡ VPM - Volume plaquetário médio; ➡ PDW - Razão de distribuição das plaquetas; ➡ Valor de referência - 150.000 - 450.000/mm3 Prof. Mauro Fernandes Teles MED FASA Bruna Brigth Modelo Atual da Cascata Exames Lab(at(iais ➡ Hemostasia Secundária: Se o paciente esta com problema hepático, ele não produz fibrinogênio, sendo um problema. ➡ TAP, TP ou INR: Avalia a via extrínseca; ➡ TTPa: Avalia a via intrínseca. ➡ Dosagem de fibrinogênio. Via Extrínseca ➡ TAP ou TP: Normal de 12,7 á 15,4 segundos. ➡ Atividade: Normal acima de 70%. ➡ INR: 0,8 á 1,2 (corresponde ao TP corrigido). Via Intrínseca ➡ TTPa: Tempo de tromboplastina parcial ativado. ➡ Valor normal: 26 á 40 segundos. Fibrinogênio ➡ Normal: acima de 100mg/dL. ➡ Hemostasia Terciária: Ocorre pela dosagem do D-dímero. Por exemplo, um paciente com dor na panturrilha por ficar muito tempo sentado, pode ocasionar trombose. O organismo (plasmina) tenta quebrar o trombo, liberando o D-dímero no sangue. Assim, analisa-se se há D-dímero no sangue, sendo portanto um quadro de trombose venosa profunda. Prof. Mauro Fernandes Teles MED FASA Bruna Brigth ➡ PDF - Produtos de degradação da fibrila. São as “bombas" que explodem a fibrila e os macrófagos posteriormente limpam os resíduos no local. ➡ INR/RNI - Razão de normatização internacional. Monitora o anti-coagulante (o paciente pode usar de forma errada o medicamento), podendo desenvolver sangramento. ➡ TP - Tempo de protrombina. ➡ Se não tem cálcio(cofator) a coagulação não acontece (para permitir a coagulação, precisa que algo se ligue ao cálcio). É importante ressaltar que nenhum ensaio é capaz de fornecer um perfil completo e fidedigno da função hemostática, considerando que o modelo proposto para a hemostasia incorpora participação ativa de estruturas celulares no direcionamento e controle do processo e nenhum dos testes disponíveis inclui componentes celulares. Porém, há necessidade de enfatizar que a interpretação de seus resultados deve ser considerada à luz do conjunto clínico. Caso Clínico Paciente em uso de anticoagulante oral (Marcoumar), com queixa de hematúria (urina com sangue) há 24 horas, apresenta os seguintes resultados laboratoriais, no estudo da hemostasia. ➡ Plaquetas = 300.000/mm3 ➡ Tempo de Sangramento = 2 minutos ➡ Tempo de Protrombina = Atividade protrombínica 30% INR (3,3) ELEVADO ➡ Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado = 42 segundos (1,3) ➡ Fibrinogênio = 350mg% Bibliografia: Imunologia e Patologia (HENRI). Prof. Mauro Fernandes Teles
Compartilhar