Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS – FMU CURSO: DIREITO CAMPUS LIBERDADE Nome: Natasha Monteiro da Silva R.A.: 8930119 Resenha Crítica: “A Anulação ou Invalidação dos atos administrativos” do autor Almir de Oliveira Morgado. São Paulo – SP 2020 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS – FMU CURSO: DIREITO CAMPUS LIBERDADE Avaliação Prática Supervisionada (APS) apresentada ao Curso de Graduação de Direito Administrativo, os princípios que norteiam a Administração Pública e ato Administrativo considerando o texto abaixo, do qual deve ser apresentada resenha crítica do “A Anulação ou Invalidação dos atos administrativos” do autor Almir de Oliveira Morgado. Orientador: Professor Roberto Correia da Silva Gomes Caldas São Paulo – SP 2020 O Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que engloba, sobretudo, a regulação jurídica do poder administrativo ou executivo do Estado. Portanto, é a área do Direito que dá forma e função a essa ponta da tripartição dos poderes e tem por objeto ad Administração Pública. Conforme o texto supramencionado do autor Almir Morgado, a anulação ou invalidação dos atos administrativos é a invalidade dos mesmos pelas suas ilegalidades e ilegitimidades feitos pelo Poder Judiciário e a própria Administração Pública. É importante pontuar, de início, que anulação dos atos administrativos pode ser feitas tanto pelo Poder Judiciário quanto pela Administração Pública, com base no poder de autotutela sobre os próprios atos, seguindo as Súmulas 3461 e 4732 STF (Supremo Tribunal Federal). Para que os atos administrativos sejam anulados pelo Poder Judiciário, há a dependência da provocação do interessado, ao contrário, da Administração Pública a sua atuação é pautada pelo Princípio da Demanda, da qual utiliza-se os remédios constitucionais de controle da administração. A Administração Pública é aquela atividade desenvolvida pelo Estado ou seus delegados, sob o regime de Direito Público, destinada a atender de modo direto e imediato, necessidades concretas da coletividade. É todo o aparelhamento do Estado para a prestação dos serviços públicos, para a gestão dos bens públicos e dos interesses da comunidade. É importante pontuar, ainda, que os conceitos de ilegalidade e ilegitimidade não se restringe somente à violação frontal da lei e sim também pelo abuso, excesso, ou desvio de poder, ou por negações dos princípios gerais do direito. Os atos administrativos viciados serão anulados quando atingidos os requisitos de validade dos atos administrativos que são: a competência ou sujeito, a finalidade, a forma, o motivo ou causa e o objeto ou conteúdo. Portanto, violando-se um desses requisitos serão anulados os atos administrativos. Vale lembrar, ainda, que as partes não serão vinculadas ao ato administrativo nulo, sendo possível a produção dos efeitos válidos em relação a terceiros de boa-fé, exceto aqueles efeitos que atingem os terceiros terão 1 Súmula 346 do STF: “A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.” 2 Súmula 473 do STF: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá -los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.” que ser respeitados pela administração, seguindo e garantido os princípios da ampla defesa e do contraditório. Vale salientar, ainda, que para identificar que os requisitos de validade dos atos administrativos foram violados, deve-se observar o artigo 2ª da Lei da Ação Popular (Lei 4.717 de 29/06/65), da qual são enumeradas algumas hipóteses conforme expostas abaixo: “Art. 2º - São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: a) incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistência dos motivos; e) desvio de finalidade. Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas: a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou; b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato; c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo; d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido; e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.” De acordo com o doutrinador e autor Hely L. Meirellles, o “ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigação aos administrados ou a si própria”. Porém, há circunstâncias e controvérsias que levam a Administração Pública a questionar seus próprios atos, seja por provocação do interessado através do Poder Judiciário ou de ofício. Dessa forma, é alvo dessa reavaliação atos que são ilegais, inoportunos, imorais, inconvenientes, desviados da finalidade pública. A Teoria das Nulidades são muito questionadas pelos juristas e doutrinadores, da qual no Direito Civil apresenta-se duas diferenças entre a nulidade e a anulabilidade. A primeira diferença é que a nulidade não admite convalidação3, ao passo que anulabilidade é possível. A segunda, é que a nulidade pode ser decretada pelo juiz (sem a provocação da parte interessada), podendo também ser pelo Ministério Público ou pela parte. Já anulabilidade pode ser apreciada mediante a provocação das partes interessadas. Houve uma “explosão” na doutrina ao adaptar a teoria das nulidades civilistas para o Direito Administrativo, dividindo-as em dois polos antagônicos: os monistas e os dualistas. Os doutrinadores monistas acreditam que é inaplicável ao Direito Administrativo a teoria das nulidades civilistas, por serem definidas como nulas ou válidas, pois há uma impossibilidade de preponderar o interesse privado sobre os atos ilegais, ainda que assim o desejem as partes, porque a isto se opõe a exigência da legalidade administrativa. Já para os doutrinadores dualistas, os atos administrativos podem ser nulos e anuláveis, de acordo com a maior ou menor gravidade do vício. Nesse caso, a convalidação ocorre través de um segundo ato administrativo, editado com o objetivo de corrigir o primeiro ato (praticado com vício). Para ser possível a convalidação, é necessário que o vício não ofereça impedimento à reprodução válida do ato. Em outras palavras, o ato não é passível de convalidação quando sua repetição acarretar a reprodução do vício anterior. Com o advento da lei federal nº 9.784/99 foi aceita a teoria dualista, da qual é admitido expressamente na lei que os atos administrativos tenham a convalidação para que os defeitos sejam de forma anuláveis. Vale ressaltar, por fim, que o prazo para anulação dos atos administrativos sejam em 5 (cinco) anos, conforme exposto no artigo 544, “caput” da lei nº 9784/99, não podendo seguir outro prazo por se tratar de um princípio constitucional, o princípio 3 Art. 55 da lei nº 9.784 /1999 - Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. 4 Artigo 54, “caput” da lei nº 9784/99: “Odireito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”. da segurança jurídica. Alguns doutrinadores vão contra o artigo 54 da lei federal, pois caso passe do prazo estipulado (cinco anos), o ato administrativo vicioso não poderá mais ser anulado. Eles também ressaltam, que para os atos administrativos que sejam nulos expressamente pela lei poderá ser anulado a qualquer tempo. Conclui-se, portanto, que a anulação dos atos administrativos é muito importante para o Estado Brasileiro, de tal forma que é regido pelo princípio da Segurança Jurídica que tem a finalidade de proporcionar estabilidade nas relações jurídicas, e, assim reflete fortemente em todo âmbito jurídico onde será possível verificar sua influência no campo dos atos administrativos que nada mais são do que o meio utilizado pela Administração Pública para realizar as suas atividades visando o bem da coletividade, e sua importância nas relações administrador-administrado, fazendo com que este não perca a credibilidade no Estado. Bibliografia: • MORGADO, Almir de Oliveira. A Anulação ou Invalidação dos atos administrativos. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, X, n. 41, maio 2007. • Artigo 2ª da Lei da Ação Popular (Lei 4.717 de 29/06/65). • Supremo Tribunal Federal, Súmulas 346 e 473. • MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro/ Délcio Balestero Aleixo, José Emanuel Burle Filho. – 41ª. Ed. – São Paulo: Editora Malheiros Editores, 2015. • Lei federal nº 9.784 de 1999, artigos 54, “caput” e 55.
Compartilhar