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CENTRO UNIVERSITÁRIO - UNIESP 
 BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 CAIO CÉSAR FONSECA RODRIGUES 
 
 
 
 
 
MOTIVAÇÃO DOS IDOSOS NA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS: UMA 
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CABEDELO-PB 
 2020 
 CAIO CÉSAR FONSECA RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOTIVAÇÃO DOS IDOSOS NA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS: UMA 
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao 
UNIESP – Curso de Bacharelado em Educação 
Física, como requisito para obtenção da nota da 
disciplina TCC, Ministrada Pela Profa. Josemary 
Freire Rocha. 
 
 
ORIENTADOR: PROF° ESP. DIEGO TRINDADE LOPES 
 
 
 
 
 
 CABEDELO-PB 
 2020 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 5 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................................6 
3. METODOLOGIA.............................................................................................................12 
4. RESULTADO....................................................................................................................14 
5. DISCUSSÃO......................................................................................................................16 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................18 
7. REFERÊNCIAS................................................................................................................19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOTIVATION OF ELDERLY PEOPLE IN THE PRACTICE OF PHYSICAL 
EXERCISES: A BIBLIOGRAPHIC REVIEW 
 
RESUMO 
 
Esse trabalho consiste em discutir, através de pesquisas baseadas em estudos epistemológicos 
sobre a prática de exercícios físicos como forma de melhorar a qualidade de vida dos idosos 
(pessoas entre 60 a 74 anos), como os estudos nesse setor têm sido importantes para as novas 
descobertos nos estudos de Educação Física. O objetivo geral foi identificar a motivação dos 
idosos na prática de exercícios físicos. A metodologia da pesquisa abordada foi de cunho 
bibliográfico com revisão de conceitos. Quanto a abordagens e objetivos, foi realizado através 
do método qualitativo e o levantamento de dados por artigos científicos livres como base de 
dados Scielo, Lilacs, Google Acadêmico além de livros. Os resultados alcançados constataram 
que as motivações para que esses idosos se insiram em projetos dessa natureza são várias, indo 
desde a necessidade de melhoramento da saúde, passando pela sociabilidade, aumento da 
autoestima, até o favorecimento do bem-estar emocional. Por fim, esse trabalho chega à 
conclusão acerca da necessidade de construção de políticas públicas de saúde por parte do 
Estado, que possam favorecer o enfrentamento em torno dessa qualidade de vida para a 
população idosa, diante desse novo quadro em que a expectativa de vida tem aumentado a 
longevidade na sociedade contemporânea. 
 
Palavras-chave: Motivação; Exercícios Físicos; Idosos. 
 
ABSTRACT 
 
This work consists of discussing, through research based on epistemological studies on the 
practice of physical exercises as a way to improve the quality of life of the elderly (people 
between 60 and 74 years old), how studies in this sector have been important for the new 
discoveries in Physical Education studies. The general objective was to identify the motivation 
of the elderly in the practice of physical exercises. The research methodology used was 
bibliographic with a review of concepts. As for approaches and objectives, it was carried out 
using the qualitative method and data collection by free scientific articles such as Scielo, Lilacs, 
Google Scholar database and books. The results achieved found that the motivations for these 
elderly people to take part in projects of this nature are various, ranging from the need to 
improve health, through sociability, increased self-esteem, to the promotion of emotional well-
being. Finally, this work comes to the conclusion about the need for the construction of public 
health policies by the State, which can favor the confrontation around this quality of life for the 
elderly population, given this new scenario in which life expectancy has increased longevity in 
contemporary society. 
 
Key Words: Motivation; Physical Exercises; Elderley 
 
 
5 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Nas últimas décadas, um fenômeno vem chamando a atenção de estudiosos e 
profissionais de Educação Física, diante do crescimento da expectativa de vida da população 
no mundo inteiro: o aumento da população idosa. Nesse sentido, a velhice emerge como um 
aspecto positivo que favorece à sociedade, uma vez que a longevidade passou a desafiar o fator 
tempo. Diante dessa questão, torna-se fundamental e de grande relevância nos estudos teóricos 
sobre atividades físicas (que não significa, efetivamente, exercícios físicos), a busca das razões 
pelas quais os idosos adquirem motivação para exercerem, a partir da necessidade, a prática do 
exercício físico e, assim, obterem uma melhor qualidade de vida, levando em consideração que 
o último Censo aponta um acelerado crescimento dessa faixa etária, em diversos países do 
mundo, inclusive no Brasil, que chega a atingir um significativo percentual de 8,6% da 
população geral. Não é à toa que diversos estudiosos nessa área, já no início deste século, 
apontavam que, até o ano de 2020, pessoas com mais de 60 anos de idade chegariam a quase 
40 milhões (BELTRÃO; CAMARANO; KANSO, 2004). Vale salientar que, de acordo com a 
Organização Mundial da Saúde (OMS), são classificados como idosos pessoas entre 60 a 74 
anos. 
Por outro lado, surgem desafios para enfrentamento dessa nova realidade, posto que a 
longevidade está mundialmente constatada como fato real e, por essa razão, o século XXI tem 
trazido um crescimento da esperança de vida ao nascer, fazendo com que a população alcance 
idades mais avançadas. Um desses desafios é a construção de uma sociedade mais humana, 
diante do crescimento dessa expectativa de vida e consequente envelhecimento da população, 
fazendo com que projetos governamentais passem a ser pensados como forma de enfrentamento 
desse novo cenário mundial, já que os idosos, cada vez mais, têm se preocupado em conviver 
de forma saudável e, com isso, emergindo como novos atores sociais. Muito embora se saiba 
que a longevidade se constitui como uma importante vitória da ciência, não podemos deixar de 
atentar para o fato de que a mesma passa a exigir que novas políticas públicas façam parte de 
medidas estatais, que irão contribuir com esse novo fenômeno, para que com isso o 
envelhecimento chegue acompanhado de uma maior qualidade de vida. 
Ademais, essa pesquisa também busca trazer benefícios para os profissionais da área, 
propiciando um maior conhecimento prático para desenvolver atividades e projetos 
direcionados à população idosa. 
6 
 
 
 
Não obstante seja comum o uso das expressões “atividades físicas” e “exercícios 
físicos” como se ambas tivessem o mesmo sentido, faz-se necessário diferenciar a dimensão 
semântica dos dois termos, visto que, muito embora estejam relacionados à perda de calorias e, 
portanto, ligados aos benefícios que proporcionam ao ser humano, existe uma diferença de 
significado, do ponto de vista do resultado alcançado pela prática dessas duas ações. Assim, 
podemos definir a atividade física como todo e qualquer ação que se faz como corpo, a partir 
de movimentos gerados pelos músculos, resultando em gasto calórico, de energia, superior ao 
que geralmente perdemos quando estamos em repouso. Nesse sentido, são classificadas como 
atividades físicas, a caminhada que fazemos quando vamos ao supermercado, passeamos com 
o cachorro ou executamos quaisquer outras atividades diárias, como o simples ato de lavarmos 
louças ou arrumarmos a casa. Já o exercício físico, por sua vez, não se configura como uma 
ação em que certos movimentos são feitos, mas sim, trata-se de atividades que objetivam certos 
movimentos programados em que o corpo, reiteradamente, se incorpora a um método 
sistemático, com o intuito de alcançar um melhor condicionamento físico. Assim, podemos 
definir como exercícios físicos a dança, a musculação, a prática da caminhada diária, enfim, 
todo movimento organizado, executado de forma planejada, com o fim de atingir certos 
objetivos específicos para cada pessoa. 
O presente trabalho tem como objetivo geral identificar a motivação dos idosos na 
prática de exercícios físicos. Além disso, como objetivos específicos vamos apontar os 
benefícios da atividade física na terceira idade e identificar os malefícios que a falta ou a 
insuficiência de atividade física pode trazer para o idoso. 
É de extrema importância compreender o desenvolvimento de programas de 
treinamento para idosos, onde estratégias para motivar os clientes podem ser utilizadas de 
formas variadas para a permanência na prática de atividade física, com o intuito de fugir do 
sedentarismo, buscando uma melhor qualidade de vida e longevidade na terceira idade. 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Desde as últimas décadas, no Brasil, tem havido um envelhecimento da população idosa, 
o que significa um aumento de 4,8 milhões, de acordo a Pesquisa Nacional por Amostras de 
Domicílio Contínua. Esse dado, que consta desde 2012, com uma população em cerca de 25,4 
milhões, corresponde a quase 20% da faixa etária dessa população. Nesse sentido, os idosos 
têm apresentado grande relevância no cenário populacional brasileiro, uma vez que 
7 
 
 
 
demonstram certa representatividade, tendo no grupo feminino um domínio estatístico (56% 
dos idosos), percentagem maior que os homens (que corresponde a 44% do grupo). 
Existe uma tendência de crescimento do envelhecimento da população em termos 
mundiais, e não apenas no Brasil, nos últimos anos. Esse fenômeno se explica devido ao 
crescimento significativo da expectativa de vida, em consequência, sobretudo, da melhoria da 
saúde da população, além da taxa de fecundidade, uma vez que existe uma tendência à queda, 
cada vez maior, do número de filhos pelas mulheres. 
O embasamento teórico escolhido nesse trabalho se deu em virtude da necessidade de 
se discutir a questão do envelhecimento e suas consequências para a saúde do idoso, caso não 
haja, por parte dessa população, uma preocupação com a qualidade de vida, pois é sabido que 
o processo de envelhecimento é inegavelmente uma realidade na vida do ser humano. De acordo 
com o estudioso Corazza (2009 p. 19) “o envelhecimento não é um estado, mas sim um processo 
de degradação progressiva e diferencial. Ele afeta todos os seres vivos e seu fim natural é a 
morte do organismo”. Diante disso, é fundamental que, desde cedo, torne-se uma das 
preocupações a busca de uma forma de envelhecimento que seja capaz de gerar uma estratégia 
de vida salutar e confortante para a terceira idade. Assim, incentivar e fomentar a prática de 
exercícios físicos nessa população funda-se como elemento premente e por isso tem sido uma 
das principais preocupações dos profissionais de Educação Física. 
Segundo Freitas et al., existem várias razões que levam os idosos a permanecerem num 
programa de Atividade Física, entre eles pode-se citar a melhoria da postura (75%), a promoção 
do bem-estar (74,2%), a manutenção da forma (70,8%), o prazer propiciado por essa prática 
(66,7%); ficar mais forte e receber incentivos do professor (62,5%); sentir bem no ambiente em 
que ocorre essa prática (60%), realização pessoal. Nos estudos desse autor aparecem algumas 
variáveis diferentes das mostradas anteriormente: a relação com o professor. 
Sabe-se que a longevidade tem se afirmado cada vez mais como uma tendência no 
mundo inteiro, sobretudo nos países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da 
Saúde (OMS), de 2000 a 2015, ou seja, em um período de apenas 5 anos, tem aumentado a 
expectativa de vida no mundo, fazendo com que esse fato passe a chamar a atenção dos 
especialistas e estudiosos, no tocante à necessidade de se estruturar maneiras e criar estratégias 
que possibilitem uma velhice saudável. Nesse sentido, faz-se necessário desenvolver 
mecanismos e projetos que levem os idosos à prática desses exercícios, com o fito de 
proporcionar iniciativas que sejam mais eficientes. 
8 
 
 
 
O final da fase produtiva de todo ser humano é marcado por transformações de células 
e moléculas que acabam por gerar a perda de funções importantes dos órgãos de um modo geral. 
Mesmo que essas mudanças funcionais sejam perceptíveis ainda numa fase anterior à velhice 
(como é o caso do tecido molecular e o sistema respiratório que já apresentam seus primeiros 
sinais de mudanças, logo aos 30 anos), é nesse momento que elas se tornam mais preocupantes. 
Por essa razão, cada vez mais tem surgido estudos preocupados com a prática de atividades 
físicas nessa idade, como forma de amenizar os problemas que surgem na terceira idade. De 
acordo com Cancela. 
As células nervosas são um dos alvos dos radicais livres. Como as células 
nervosas não se reproduzem, o número de neurónios tende a diminuir cada vez 
mais, havendo assim menos conexões sinápticas, conduzindo a perdas da 
capacidade funcional. Com o passar do tempo, mais e mais lesões são 
causadas, até muitas células não funcionarem normalmente ou morrerem. 
Quando isso acontece, o organismo também morre (CANCELA, 2007, p.06) 
 
 
Portanto, o envelhecimento aponta para transformações fisiológicas, que afetam a 
funcionalidade orgânica e mental, e assim proporcionando uma maior diminuição da 
capacidade homeostática em que as funções fisiológicas entram em um processo de declínio e 
arrefecimento de suas capacidades. 
Assim, pode-se afirmar que o envelhecimento biológico é o principal responsável pelo 
surgimento de doenças que apontam na velhice, muito embora não se possa generalizar, 
afirmando que todas as pessoas, que chegam a essa idade, necessariamente adquirem 
enfermidades, uma vez que cada ser humano apresenta suas particularidades em termos de 
funcionamento do organismo, reagindo, portanto, diferente em cada situação. Algumas dessas 
mudanças ocorridas no organismo da população idosa é resultado do aparecimento de doenças, 
como por exemplo, a diminuição da resistência física, força muscular e capacidade funcional, 
o que faz com que haja um comprometimento das atividades cotidianas. 
Nesse sentido, o hábito da prática de exercícios físicos, seja de que natureza for, 
configura-se como uma opção eficiente no processo de diminuição dos efeitos das alterações 
fisiológicas consequentes do processo de envelhecimento, fazendo com que melhore a 
capacidade funcional, a autonomia e, consequentemente, a saúde, já que a regularidade no 
hábito dessas atividades evita que doenças crônicas e degenerativas, tais como doenças 
cardíacas, diabetes, hipertensão e até mesmo câncer, venham afetar a vida do idoso. Seguindo 
o pensamento de Oliveira, (2010) 
 
“A prática de exercício físico, além de combater o sedentarismo, contribui de 
maneira significativa para a manutenção da aptidão física do idoso, seja na sua 
9 
 
 
 
vertente da saúde, como nas capacidades funcionais. Outro benefício 
promovido pela prática de exercícios é a melhora das funções orgânicas e 
cognitivas, garantindo maior independência pessoal e prevenindo doenças.” 
(OLIVEIRAET AL, 2010, p. 303). 
 
Vários estudos feitos por especialistas no assunto indicam, portanto, que houve um 
significativo crescimento na qualidade de vida e na longevidade em idosos que cultivam uma 
vida social ativa e que incorporam o hábito de exercícios físicos no seu dia a dia. 
 
"...uma boa qualidade de vida na velhice não é um atributo do indivíduo 
biológico, psicológico ou social, nem uma responsabilidade individual, mas 
sim, um produto da interação entre pessoas em mudança, vivendo em uma 
sociedade em mudança." (NERI, 2001, p.02) 
 
O que motivou o problema dessa pesquisa foi o fato de que, diante dessa constatação, a 
população idosa passa a ser alvo de preocupação e cuidado, visto que se faz necessária a 
exigência de soluções urgentes por parte de todos os profissionais das mais diversas áreas, posto 
que esse crescimento populacional da terceira idade vem ocorrendo de maneira vertiginosa. 
Assim, aquelas pessoas que conseguem envelhecer com melhores condições econômicas estão 
buscando dar um maior sentido as suas vidas, através da procura por centros de atividades 
físicas e, sobretudo, de academias. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), órgão responsável pelo Censo Demográfico do país, em 1970 o Brasil contava com 4,7 
milhões de pessoas com mais de 60 anos (o que representava 5,05% da população total); em 
1980 já eram 7,2 milhões (6,06%); em 1991, a população de idosos cresceu para 10,7 milhões 
(7,30%). Assim, o tema “motivação” vem crescendo entre essa parte da população, fazendo 
com que esses indivíduos busquem se inserir em projetos que sejam motivacionais e daí começa 
a entrar em cena o papel das academias que oferecem esse tipo de atividade, como estratégia 
de ação para inibir os mais variados fatores de riscos a uma infinidade de doenças comuns às 
pessoas dessa idade. 
Diante dessa realidade que emerge no cenário mundial, essa pesquisa tem como 
proposta principal investigar as razões que levam os idosos, sejam do sexo masculino ou do 
feminino, a aderirem a projetos que atendem a programas de atividade física em academias ou 
outros espaços especializados nessa questão, já que nunca se deu tanta importância a essa 
prática como se tem percebido nas últimas décadas. Os benefícios e efeitos positivos, sobretudo 
com relação ao bem-estar e à competência comportamental são inquestionáveis. 
Segundo Simone de Beauvoir (1990), o grau de civilização de uma determinada 
sociedade pode ser medido pelo tipo de tratamento dispensado a seus velhos. Nesse sentido, 
10 
 
 
 
nossa pesquisa apresenta alguns objetivos importantes que justificam o ponto de partida do 
trabalho. 
Diante dessa constatação, tornou-se relevante o estudo voltado para os benefícios 
decorrentes da prática regular de atividade física para este grupo etário e social, tais como o 
controle do peso corporal, da força muscular e da pressão arterial (ARAÚJO, 2000). Todavia, 
é importante destacar que fatores motivacionais vários são responsáveis por levarem, não só 
esse grupo de pessoas, mas outros tantos, a buscarem, na prática de atividades físicas, uma 
estratégia de alçar uma melhor qualidade de vida. Muito embora os benefícios fisiológicos, bem 
como o fato de evitar muitas doenças, sejam as razões primeiras para que os idosos se motivem 
à prática de exercícios físicos, relações sociais e a busca por uma maior autonomia também se 
configuram como fatores relevantes para tal comportamento social. Nesse sentido, o presente 
trabalho almeja fomentar uma discussão acerca das principais razões que incentivam o idoso a 
ingressar em programas que tenham na prática da atividade física seu vetor mais importante e, 
para isso, parte-se do pensamento voltado para defesa de uma atividade justificada, a partir da 
observação do grau de satisfação e realização plena do aluno idoso, assim como a melhoria da 
saúde daqueles que se inserem no programa, o qual, metodologicamente planejado, parte do 
pressuposto de que a motivação torna-se primordial na vida da população idosa. 
As transformações comportamentais ocorridas a partir do momento em que o idoso se 
insere em um programa de exercícios físicos são extremamente positivas, todavia torna-se 
importante uma atenção especial para que não haja uma desistência/abandono do projeto, 
sobretudo nos primeiros 5 (cinco) meses, por parte dessa população. Nesse sentido, é necessário 
que o profissional da área, gestores e professores do programa, de forma multidisciplinar, 
empregue esforços para que esse fato não ocorra. 
Partindo dessa constatação, mesmo que o processo biológico de envelhecimento não 
seja minimizado, por outro lado, porém, sabe-se que a prática de exercícios físicos é capaz de 
desacelerar as consequências e os efeitos negativos de degeneração de funções fisiológicas que 
contribuem para o aceleramento de enfermidades crônicas que são muito comuns nessa faixa 
de idade. Outrossim, a prática dessas atividades colabora com a otimização psicológica e 
cognitiva dessa população, refletindo em mudanças que apontam para os benefícios 
psicossociais, além de transformações comportamentais dos indivíduos que participam dessas 
atividades, desde que, é claro, sejam executadas de maneira contínua e correta. Por essa razão, 
compreender os processos que fortalecem o compromisso dos idosos, levando-os a uma maior 
motivação para a continuidade do processo, no engajamento dos propósitos desafiadores, dando 
11 
 
 
 
sequência a essas ações voltadas para a prática de exercícios físicos, torna-se tão importante 
quanto a constatação dos benefícios trazidos por essas práticas. 
Assim, fatores como recomendação médica e satisfação das necessidades psicológicas 
primordiais dessa população se configuram como fatores motivacionais que justificam a 
permanência desses indivíduos nessas atividades programadas pelo profissional de Educação 
Física. São esses fatores ditos associativos que corroboram com a adesão aos projetos voltados 
para os idosos, no que se refere às atividades físicas que, como se pode constatar, define-se 
como um fenômeno de bastante complexidade, e por esse motivo relaciona-se diretamente com 
a interferência de determinadas variáveis. De acordo com os estudos de Mazo, Meurer e 
Benedetti (2009), existem vários fatores motivacionais e que os mesmos podem ser 
classificados como de motivação intrínseca ou extrínseca, sendo que cada uma dessas 
motivações apresenta comportamentos autônomos com relação à prática de exercícios físicos. 
Já para Freitas et al. (2007), o conhecimento e contato com as mais variadas formas de 
atividades concebem certa relevância para que os idosos possam aderir a um certo programa de 
exercício físico, contando ainda com o fato de haver o favorecimento do contato social e 
aumento da autoestima. 
Por isso, é importante observar que, não apenas fatores extrínsecos (como no caso de 
recomendação médica), mas também intrínsecos (autoestima, performance corporal, etc.) 
colaboram com o elemento motivação, para que essa população busque um novo estilo de vida, 
por intermédio da inserção em programas de prática de exercícios físicos. No caso específico 
da saúde, que foi apontada em várias pesquisas como sendo o principal fator de adesão dos 
idosos ao programa, conclui-se que a manutenção desta e bom nível de aptidão física é elemento 
relevante (KIRKBY et al., 1999; KOLT et al., 2004; FREITAS et al., 2007; STIGGELBOUT 
et al., 2008). 
Segundo Mota, outro ponto a ser destacado é o trabalho dos meios de comunicação que 
também recebeu pontuação importante no processo de contribuição para o êxito motivacional, 
no tocante ao hábito das atividades físicas para a saúde. (MOTA, 2004). Nesse sentido, é 
perceptível que existe uma integração entre elementos motivacionais extrínsecos e intrínsecos 
que devem ser considerados como relevantes no despertar para o hábito da prática de exercícios 
físicose assim gerando o prazer e a possibilidade de um maior bem-estar e vontade própria de 
conhecer outras e outras atividades, com o passar do tempo. 
Sociabilidade e possibilidade de construção de novas amizades também aparecem na 
lista dos fatores que agem, positivamente, quando se trata de inserção dos idosos em programas 
12 
 
 
 
dessa natureza. De acordo com alguns estudos, a sociabilidade é um caminho de grande 
importância para que muitos idosos busquem as academias e centros de ginásticas, por exemplo, 
devido à falta de um maior contato social (CERRI & SIMÕES, 2007). Muito embora seja 
inerente a todo ser humano o processo de motivação, em se tratando da relação entre o indivíduo 
e a prática de exercícios físicos, esse processo se dá por diferentes razões, dependendo de cada 
situação. Assim, a escolha de certa atividade (como natação, musculação, treinamento 
funcional) está diretamente relacionada a situações particulares, que vai desde o interesse 
pessoal de cada indivíduo, até o prazer que essa ou aquela atividade pode proporcionar. 
Portanto, ao se levar em conta essa relação de fatores motivacionais (saúde, prazer, 
sociabilidade), na construção do bem-estar do idoso através de atividades físicas, conclui-se 
que cada indivíduo se sente motivado por situações bem particulares e, por essa razão, faz-se 
necessário, ao profissional de Educação Física, conhecer cada uma delas (anamnese), para 
melhor êxito do trabalho que será aplicado. Nesse sentido, o ambiente, o prazer, a saúde, a 
qualidade de vida, recomendação médica e o processo de sociabilização se configuram como 
fatores importantes que levam e mantêm o idoso em programas dessa natureza. Embora não 
seja tão importante como os demais fatores, a estética também aparece como elemento 
relevante, além da melhora da capacidade de locomoção e na força muscular que, ao lado da 
saúde física e mental, contribuem para que o idoso alcance uma boa qualidade de vida. 
 
3 METODOLOGIA 
 
3.1 TIPO DE PESQUISA 
 
A pesquisa caracteriza-se por ser qualitativa e de cunho bibliográfico. Para esclarecer a 
importância da metodologia, alguns conceitos serão expostos. 
Conforme Gil (2018), a pesquisa qualitativa é essencialmente descritiva, tendo como 
características fundamentais: a importância dada ao ambiente e ao papel desempenhado pelo 
pesquisador. Segundo o referido autor, o estudo de natureza descritiva é muito utilizado para 
que se obtenham informações quanto à prevalência, distribuição e inter-relações de variáveis 
de uma população, com base nos fatos observados e descritos. Ele também aponta que há uma 
possibilidade grandiosa que permite ao pesquisador navegar por fenômenos bem mais amplos 
que aqueles que seriam percebidos em outro formato de pesquisa. 
13 
 
 
 
Pizanni (2012) conceitua a revisão bibliográfica como uma revisão da literatura sobre 
os principais conceitos que alinham a pesquisa científica. É realizado através de periódicos, 
livros, artigos impressos, da internet, entre outros. 
Boccato (2006, p. 266) afirma que: 
A pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de 
referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições científicas. 
Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e 
sob que enfoque e/ou perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura científica. 
 
3.2 LEVANTAMENTOS DE DADOS 
 
Para tanto, foi realizado um levantamento de artigos científicos livres para download 
que estiverem em português na base de dados Google Acadêmico, Scielo e Lilacs que 
possibilitou conhecer novas bases que atendam o objetivo da presente pesquisa. 
Foram utilizados os seguintes descritores: Motivação, exercícios físicos e idosos. A 
realização da pesquisa desta forma contemplou o objetivo no tocante a seleção dos os estudos. 
 
3.3 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DO MATERIAL 
 
Para seleção do material, a análise foi feita da seguinte maneira: pesquisa do material 
que abrangeu os meses de janeiro de 2020 a fevereiro de 2020; Em março de 2020 foi realizada 
a leitura dos títulos e resumos dos trabalhos, visando uma maior aproximação e conhecimento, 
sendo excluídos os que não tivessem relação e relevância com o tema. Ainda em março de 2020 
foram selecionados e incluídos na pesquisa estudos onde retratassem conceitos e dados 
referente a motivação de idosos na prática de exercício físico. 
O critério de elegibilidade foi baseado no período da publicação, não sendo utilizadas 
publicações anteriores a 2002, bem como em textos publicados em outro idioma e apenas 
resumos. Por fim, foram selecionadas um total de 23 (vinte e três) publicações. Após leitura, 
apenas 5 (cinco) estudos atenderam aos critérios de inclusão pré-definidos, estando aptos para 
compor a análise dos resultados. Os 5 (cinco) estudos selecionados foram artigos científicos. 
Estas publicações se constituem em pesquisas de campo realizadas junto a idosos praticantes 
de atividade física. 
 
14 
 
 
 
4. RESULTADOS 
 
Quadro 01: Resumo sintético dos estudos selecionados 
 
Autor 
 
Ano 
 
Título 
 
 
Resultados 
 
 
 
 
 
 
MEURER, Simone 
Teresinha, et al. 
 
 
 
 
 
 
2012 
 
 
 
 
Fatores motivacionais de 
idosos praticantes de 
exercícios físicos: um 
estudo baseado na teoria da 
autodeterminação 
 
 
 
No estudo em questão, entre os 140 idosos que 
afirmaram terem a prática de exercícios 
físicos, 116 são do sexo feminino e 24 do 
masculino, e os principais motivos que os 
levaram a essa prática foram a recomendação 
médica para manutenção de uma saúde regular, 
além do próprio prazer que os mesmos 
passaram a sentir após a inserção nesse tipo de 
atividade. Há aqueles cuja motivação é bastante 
alta e ainda os que apresentam uma motivação 
menor, mas que não foi o suficiente para que 
abandonassem o programa. A sociabilidade 
também aparece como outro elemento 
determinante. 
 
 
 
 
MAZO Giovana 
Zarpellon, et al 
 
 
 
 
2008 
 
 
 
Motivação de idosos para a 
adesão a um programa de 
exercícios físicos 
 
 
O autor embasou sua pesquisa com 42 idosos, 
todos iniciantes em programas de exercícios 
físicos, em 4 Centros Sociais, na cidade de 
Florianópolis. Apresentando uma média de 
idade em torno de 65 anos, sendo 33 mulheres 
e 9 homens. Saúde, prazer e sociabilidade 
foram os fatores mais bem indicados por eles, 
para justificar a inserção no projeto, enquanto 
que a competitividade e a estética 
e estética foram os fatores menos pontuados. 
 
 
 
PEREIRA, João 
Raimundo Peixoto 
 
 
2002 
 
 
O perfil dos ingressantes de um 
programa de educação 
física para idosos e os motivos 
da adesão inicial 
 
 
 
Os estudos de Pereira apresentam uma 
população, cuja média de idade está entre 60 a 
65 anos. Os fatores motivacionais foram vários, 
indo do melhoramento da condição física e 
funcional à prevenção de doenças. 
Sociabilidade e aumento do bem estar 
emocional também aparecem em sua pesquisa 
como fatores determinantes, além da 
necessidade de ocupar o tempo livre para não 
se sentir solitário. 
 
 
 
 
 
MEURER, Simone 
Teresinha, et al. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teoria da autodeterminação: 
compreensão dos 
fatores motivacionais e 
 
 
Os estudos de MEURER foram realizados com 
um grupo de 111 idosos, sendo 21 do sexo 
masculino, o que corresponde a 19%, e 90 do 
sexo feminino, que equivale a 81%. Todos com 
15 
 
 
 
 
2010 
autoestima de idosos 
praticantes de exercícios 
físicos 
média de idade de 67,04. Dentre as motivações 
que levaram esses idosos à prática de exercícios 
físicos, podem ser citadas a autoestima, a 
sociabilidade e a saúde, sendo essa última 
classificada como categoria “motivação alta” 
 
 
 
 
 
FREITAS, Clara Maria 
Silvestre Monteiro de 
 
 
 
 
2007 
 
 
 
Aspectos motivacionais queinfluenciam a adesão e 
manutenção de idosos a 
programas de exercícios 
físicos 
 
 
Os estudos de Freitas foram baseados em um 
material discursivo, mais voltado para os 
quesitos relacionados à natureza tanto 
qualitativa quanto quantitativa. Nesse aspecto, 
importante apontar que as razões para a 
inserção dos idosos, bem como suas 
permanências nos programas de exercícios 
físicos foram avaliados a partir de duas 
perspectivas: importante e sem importância. 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
 
Como se pode observar, na pesquisa por Meurer, 2012, o autor buscou apontar os fatores 
responsáveis pelo processo de motivação no que se refere à prática de exercícios físicos, entre 
140 idosos. Entre eles, 116 pertencem ao sexo feminino (que corresponde a 83%), e 24 do sexo 
masculino (que corresponde a 17%). Os principais motivos foram questões relacionadas à 
saúde, o prazer e a sociabilidade. 
O autor constata, portanto, uma predominância do sexo feminino e média de idade de 
65 anos, na grande maioria dos entrevistados. Os mesmos apontaram o conceito de qualidade 
de vida como elemento relacionado à prática de exercícios físicos, além da sociabilidade, 
alimentação e lazer. Por essa razão, para a grande maioria desses idosos, o aumento da 
disposição e relações afetivas em grupos, devido à formação de novos círculos de amizade, 
além da qualidade de vida, foram fundamentais para a aquisição da independência no que tange 
à mobilidade na vida diária e, no caso das mulheres, acrescentam-se, ainda, os benefícios nas 
relações interpessoais, bem como nas atividades domésticas e de lazer. 
Segundo Mazo (2008), as razões que levaram os idosos à inserção em programas de 
exercícios físicos foram saúde, sociabilidade e prazer. A pesquisa foi realizada em 4 CS, 
localizadas no Sul do Brasil, Florianópolis, com 42 idosos. Outros fatores também foram 
citados por essa população, como a competitividade e a questão estética, todavia sem tanta 
importância como os motivos anteriormente relacionados. 
Nesse sentido, o autor chega à conclusão de que os fatores motivacionais se tornam 
representados pelo controle de estresse, além do alívio das angústias e da melhoria da saúde. 
16 
 
 
 
Por outro lado, a competitividade aparece como elemento importante naquilo que se pode 
chamar aumento da autoestima, sendo a estética o fator motivacional ligado ao desejo de ficar 
com um corpo bonito. Por fim, a sociabilidade surge como oportunidade para fazer amizades e 
criar novas relações. 
Pereira (2002), por sua vez, apresenta em seus estudos as razões que levaram os idosos, 
a partir de seus perfis, à adesão inicial a programas de exercícios físicos. Assim, partindo de 
uma população com média de idade de 65 anos, o autor conclui que o melhoramento da 
condição física e funcional é fator decisivo para diminuir o risco de aquisição de doenças. 
 Assim, o autor percebe que a possibilidade de fazer novas amizades para fugir da 
solidão potencializa o bem estar social dos idosos, motivando-os a se inserissem no programa 
voltado para a prática de exercícios físicos, levando o autor à percepção de que a melhora a 
saúde dessa população gera o bem estar, assim como também leva a um aumento na eficácia da 
prática das atividades cotidianas. 
Por outro lado, Meurer, em seu trabalho de 2010, também constata que as principais 
motivações que levaram 111 idosos, com média de idade 67 anos, à prática de exercícios físicos, 
foram a autoestima, a sociabilidade e a saúde. 
Portanto, os resultados observados por ele, o levam a perceber que a população 
investigada apresenta uma elevada autoestima, sobretudo no que se refere aos aspectos saúde e 
sociabilidade, quesitos em que obtiveram uma pontuação bem elevada, em relação aos demais 
itens. 
Freitas, por sua vez, levou em consideração os aspectos quantiqualitativos, observando, 
minuciosamente, o que motiva a população idosa estudada em seu trabalho, a aderir a um 
programa de exercícios físicos. Para isso, o autor considerou as perspectivas importante e sem 
importância para avaliar as preferências de cada um. 
Pode-se concluir, então que, a partir dessa constatação, os indicadores confirmam que 
esses idosos apresentam certas razões que os motivam à prática de atividades físicas. A busca 
de um estilo de vida saudável predomina entre a maioria deles, visto que 80% dos homens e 
mulheres presentes no programa classificaram como importante o fator saúde. 
 
5. DISCUSSÃO 
 
Os diferentes estudos realizados por esses autores selecionados no quadro de resultados 
apontam para diversas questões referentes às várias razões motivadoras, que levara idosos a 
17 
 
 
 
aderirem a programas que envolvam a prática de atividades físicas como sendo fundamental 
para a qualidade de vida dessa população. 
Diante desse entendimento, constata-se que a sociedade contemporânea apresenta uma 
forte preferência pela qualidade de vida que, por sua vez, adquire um significado particular no 
estilo de vida da população idosa. Nesse sentido, a prática de exercícios físicos torna-se uma 
variável interligada a uma dimensão social, e não apenas a fatores relacionados ao 
funcionamento fisiológico do organismo, muito embora a busca por um estilo de vida saudável 
e bem-estar tenha sido um elemento presente em quase todos os estudos elaborados por diversos 
autores. 
Muitos estudiosos têm se debruçado nos estudos sobre os fatores que se associam à 
prática da atividade física. Sales e Owen (1994), por exemplo, realizaram pesquisas utilizando 
uma metanálise, e assim selecionaram cerca de 300 estudos, chegando à conclusão de que existe 
uma infinidade de fatores que podem ser relacionados à prática de atividade física em idosos. 
Em boa parte de suas pesquisas, perceberam que as várias razões que serviam de motivação 
estavam situadas em diferentes dimensões, entre elas aspectos demográficos, biológicos, 
psicológicos, cognitivos, emocionais, culturais, sociais e, até mesmo, ambientais, e por esse 
motivo esse tipo de atividade apresenta grande complexidade, devido aos diversos fatores 
responsáveis pela sua realização. 
De acordo com Souza (2003), para que um idoso inicie um programa relacionado a 
atividades físicas, é necessário um organizado planejamento que leve em conta o processo de 
adaptação, partindo, sobretudo, das vivências e experiências passadas desses indivíduos e não 
somente a partir de uma simples mudança de comportamento. Isso porque é importante levar 
em conta essa fase da vida humana que, segundo os estudos mais recentes de Dalvino (2016), 
leva os idosos a uma maior dependência e com isso ocorre, consequentemente, uma série de 
perdas e assim surgindo certo sentimento de impotência que se configura como elemento 
responsável em desencadear o desinteresse pela prática de exercícios físico. Nesse sentido, 
corrobora essa ideia de que um planejamento bem estruturado pode reverter a situação. Para 
Ferreira (2015), a prática da atividade física executada em grupo constitui como um elemento 
importante para a aceitação da população idosa a projetos dessa natureza, contribuindo, dessa 
forma, com a saúde em todos os aspectos possíveis. 
Esses estudos constataram que os programas de caráter mais desafiador e com 
estratégias variadas de execução foram de fundamental relevância para a manutenção dos 
idosos no programa, pois os mesmos conseguiram se adequar, tornando-se, assim, mais 
18 
 
 
 
motivados. Essas estratégias de execução serão alvo de nossas explanações, mais a frente desse 
trabalho. 
Os diversos fatores relacionados ao despertar dos idosos para a prática de exercícios 
físicos apresentam condições análogas, uma vez que saúde, bem estar e sociabilidade se 
encaixam de forma decisiva como sendo de grande importância nesse processo. Isso porque em 
boa parte das pesquisas desses autores existe a reincidência de relatos feitos pelos idosos que 
apontam paraa mesma razão que os levou a fazer a atividade física, ou seja, saúde, prazer, 
autoestima, indicação médica, socialização, convite, a prevenção e a estética, dentre outros 
motivos, citados em menor grau. 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Várias pesquisas estão voltadas para a temática do envelhecimento da população 
mundial, fase essa que se configura como uma etapa da vida humana em que se faz necessário 
encontrar estratégias que atenuem os efeitos que a mesma traz para a vida. Assim, são inúmeras 
as preocupações e as buscas através da ciência de soluções que possam trazer autonomia e 
qualidade de vida, no momento em que atingimos essa fase da nossa vida. 
Nesse sentido, a prática de exercícios físicos tem sido um dos elementos responsáveis 
pela contribuição da preservação da massa óssea, melhorando a força e a massa muscular, 
configurando-se assim como um eficiente instrumento de melhoria da saúde, em especial do 
idoso, trazendo inúmeras vantagens no campo fisiológico e psicológico. 
Portanto, o mergulho na pesquisa diante do tema proposto nesse trabalho faz com que 
se possa pensar a possibilidade de manter uma qualidade de vida dos idosos, uma vez que o 
sedentarismo causa fortes impactos na vida dessa população. O crescimento demográfico da 
terceira idade tem se tornado realidade que precisa ser pensada de forma mais frequente pelos 
profissionais da área, o que faz com que esse aumento da expectativa de vida seja observado 
com um olhar ético e profissional, em consequência da grande demanda por serviços de saúde 
pública. Nota-se que os estudos aqui avaliados apontaram o conceito de qualidade de vida como 
elemento relacionado à prática de exercícios físicos, além da sociabilidade, alimentação e lazer. 
Todos esses benefícios fazem com que os idosos se sintam cada vez mais motivados pela vida 
saudável. A adesão dos idosos à prática de atividades físicas traz certos benefícios, e é de suma 
importância estabelecer políticas públicas de saúde eficientes, que possam garantir um 
19 
 
 
 
envelhecimento saudável, proporcionando cada vez mais para a terceira idade o acesso e 
participação efetiva em programas de exercícios físicos. 
 
7. REFÊRENCIAS 
 
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