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Da pessoa natural - término (1)

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DAS PESSOAS NATURAIS
CONTINUAÇÃO
Suprimento da incapacidade (representação e assistência)
O suprimento da incapacidade absoluta dá-­se através da representação, que ocorre quando são representados por seus pais ou tutores (representação legal).
No caso dos relativamente incapazes (art. 4º), temos uma forma mais branda de representação, pois o denominado “assistente” não pra­tica o ato “em nome” do representado, mas juntamente consigo.
Se o absoluta ou relativamente incapaz atua sem o seu representante ou assis­tente, o ato praticado padece de invalidade jurídica (nulidade absoluta ou relativa).
Se o ato for praticado por relativamente capaz, sem assistência, pode o assistente convalidar o ato.
Emancipação
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Ou seja, início da capacidade civil plena se dá aos dezoito anos, quando cessa a “menoridade” (incapacidade).
Entretanto é possível a antecipação da capacidade plena, em virtude da autorização dos representantes legais do menor ou do juiz, ou pela superveniência de fato a que a lei atribui força para tanto.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Cuida­-se da emancipação, figura equivalente à declaração de maioridade do direito alemão e do direito suíço. 
A emancipação poderá ser: a) voluntária; b) judicial; c) legal. 
A emancipação voluntária ocorre pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de ho­mologação judicial, desde que o menor haja completado dezesseis anos (art. 5.o, parágrafo único, i, primeira parte, do CC/2002).
A emancipação é ato irrevogável, mas os pais podem ser responsabilizados solidariamente pelos danos causados pelo filho que emanciparam.
A emancipação judicial é aquela concedida pelo juiz, ouvido o tutor, se o menor contar com dezesseis anos completos (art. 5º, parágrafo único, I, se­gunda parte, do CC/2002).
Se dará emancipação por via judicial quando na falta dos pais (se pressupõe), por isso a qualidade de oitiva do tutor.
Hipóteses de emancipação legal:
A primeira hipótese é o casamento (art. 5º, parágrafo único, II, do CC). Podem casar a partir dos dezesseis anos desde que tenham a autorização de ambos os pais ou de seus representantes legais (art. 1.517 do CC). Recebendo­ em matrimônio, portanto, antecipam a plena capacidade jurídi­ca, estando implícita a manifestação de vontade dos pais ou representantes legais de emancipar os nubentes.
*Autorização judicial para o casamento: emancipação judicial.
Em seguida, prevê a lei como causa de emancipação legal o exercício de emprego público efetivo (art. 5º, parágrafo único, III, do CC) : O objetivo da regra legal – e é assim que deve ser interpretada – é que essa causa especial de emancipação diz respeito às hipóteses de provimento efetivo em cargo ou emprego público. Desde que haja nomeação em caráter efetivo – afastadas as designações para cargos comissionados ou temporários –, o agente adquire plena capacidade civil, emancipando­se.
Outra forma de emancipação judicial é a colação de grau em curso de ensino superior (art. 5º, parágrafo único, IV, do CC). Sobre esse item, cumpre transcrever a arguta preleção de Washington de Barros Monteiro: “dificilmente alguém se emancipará presentemente por essa forma, dada a considerável extensão dos cursos. Quando vier a receber o grau, o estudante terá certamente atingido a maioridade”. 
Tal dificuldade se tornou ainda maior quando ao CC/2002 prever a maioridade aos dezoito anos*.
Por fim, no inciso V, do Artigo 5º, CC, estatui a emancipação pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria, ou seja, consiga por meios próprios sustentar-se e gerir sua vida.
Ressalvas importantes na doutrina:
Capacidade para atividade empresarial;
Capacidade para o labor ao menor com dezesseis anos completos;
Assistência dos seus pais e tutores transformaria em emancipação voluntária;
Elementos probatórios.
Individualização da pessoa natural: 
Nome civil
O nome da pessoa natural é o sinal exterior mais visível de sua individualidade, sendo através dele que a identificamos no seu âmbito familiar e no meio social. O direito ao nome tem natureza evidentemente extrapatrimonial, haja vista que ninguém pode dispor do próprio nome, alienando­-o ou abandonando à mer­cê de terceiros.
Conforme consta do art. 16 do CC: “Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome”. Ou seja, direito de personalidade.
Nome é composto por:
a) Prenome: trata­-se do primeiro nome, que corresponde ao chamado “nome de batismo”. Pode ser simples ou composto, sendo imutável, salvo exceções legais. 
b) Patronímico: trata-se do nome de família, que, coloquialmente, é chamado de sobrenome. A expressão coloquial, porém, mostra­-se mais politicamente correta, uma vez que já não é concebível a ideia de família patriarcal em face da igualdade entre os cônjuges. Deve ser sempre registrado entretanto não há a obrigatoriedade legal de registro do nome dos dois pais. 
A expressão “apelido”, por sua vez, é utilizada seja como sinônimo de patronímico, seja de cognome, que é a designação dada a alguém devido a alguma particularidade pessoal (ex.: Tiradentes, gar­rincha, Xuxa, Pelé, Didi Mocó, etc.). 
Como um terceiro elemento do nome, de frequência bastante comum, mas sem previsão no CC, tem-se o agnome, que é um sinal dis­tintivo que se acrescenta ao nome completo para diferenciá-­lo de parentes próximos (ex.: Filho, Neto, Terceiro etc.).
A título de curiosidade, vale lembrar, como outras espécies de nome, elementos secundários não tratados pela legislação civil. Como observa Silvio de Salvo Venosa: “É o caso dos títulos nobiliárquicos ou honoríficos, como, por exemplo: conde e comendador, apostos antes do prenome, denominados ‘axiôni­mos’. Também devem ser lembrados os títulos eclesiásticos que juridicamente são irrelevantes, como padre, monsenhor, cardeal. Há ainda os qualificativos de identidade oficial, como as denominações Senador Olímpio; Juiz Almeida; Prefeito Faria Lima etc., assim como os títulos acadêmicos e científicos, como Doutor e Mestre”.
Por fim, destaque-­se a existência do pseudônimo ou codinome, que é o nome escolhido pelo próprio indivíduo para o exercício de uma atividade específica, como é muito comum no meio artístico e literário. O CC/2002 outorga expressamente a tal denominação a mesma proteção ao nome real da pessoa.
Possibilidade de alteração do nome: A ideia que rege a disciplina legal do nome é que este é marca in­delével do indivíduo, como um atributo de sua personalidade, pelo que suas alterações somente podem se justificar­ por um motivo realmente relevante.
As possibilidades de alteração do nome classificam-­se, tomando como parâmetro a motivação da iniciativa, em causas necessárias e voluntárias. 
As causas necessárias são aquelas decorrentes da modificação do estado de filiação (reconhecimento/contestação de paternidade ou realização da adoção) ou alteração do próprio nome dos pais. Em todos esses casos, o que se preserva é o nome de família, que deve ser uniforme para a preservação da linhagem e tradição do patronímico, evitando constrangimentos sociais*.
 Há, porém, algumas causas voluntárias para a modificação do nome das pessoas. 
A primeira, que independe de autorização judicial, é ocasamento. A inclusão do patronímico (ou não) do (a) cônjuge.
As outras hipóteses legais voluntárias de alteração de nome são dependen­tes, necessariamente, da autorização judicial.
Alteração imotivada: limitadíssimo. Mais comum na incorporação de sobrenomes maternos ou de avós, traduções de nomes estrangeiros ou transformações de prenomes simples em compostos ou vice­-versa.
Para o ajuizamento desta ação constitutiva negativa (retificação voluntária de registro de nome), além do prazo decadencial de um ano após a maioridade, há a necessidade de que o autor comprove, por intermédio de certidões nega­tivas extraídas de órgãos públicos, que não há qualquer intuito fraudulento a direito de terceiros na sua pretensão de modificação de nome.
Alterações motivadas: não possuem prazo para serem requeridas. 
 “Art. 58. O prenome será definitivo, admitindo­-se, todavia, a sua substituição por apelidos públicos notórios.
Parágrafo único. A substituição do prenome será ainda admitida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o Ministério Público”. (Lei de Registros Públicos)
“STJ permite que dona de casa troque o nome Raimunda por Isabela. incomodada com o nome de batismo, a maranhense Maria Raimunda Ferreira Ribeiro, moradora de São Gonçalo (RJ), levou seu problema à instância máxima da Justiça comum, o Superior Tribunal de Justiça, onde conseguiu trocar ‘Raimunda’ por ‘Isabe­la’. Depois de ter seu pedido rejeitado na primeira e na segunda instâncias da Justiça do Rio, a dona de casa recorreu ao STJ, onde conseguiu sensibilizar todos os ministros da Terceira Turma. Com base em voto da ministra Nancy Andrighi, a maranhense garantiu o direito de passar a se chamar Maria Isabela Ferreira Ribeiro. A dona de casa entrou com o pedido na Vara de Família de São Gonçalo alegando que o nome ‘Raimunda’ trouxe­ ­lhe toda sorte de constrangimentos e lhe provocou dissabores e transtornos. 
Disse que passou a ser alvo de troças e brincadeiras na vizinhança e no local de trabalho, o que a levou a adotar o nome de Maria Isabela, o qual serviu para identifica-­la na vizinhança e em seu local de trabalho e terminou assimilado por ela como se fosse seu definitivamente. O juiz de primeira instância rejeitou seu pedido, argumentando que a substituição só se justifica quando o nome for capaz de sujeitar a pessoa a situação ridícula ou humi­lhante, o que entendeu não ocorrer no caso, julgando perfeitamente normal e comum o nome ‘Raimunda’. Essa decisão foi mantida, por unanimidade, pelo Tribunal de Justiça do Rio, que entendeu ser a regra geral a imutabilidade do prenome, não se enquadrando o pedido em nenhuma das exceções previstas na lei. No entanto, a relatora do processo no STJ entendeu haver motivo suficiente para a troca. Para a ministra Nancy, o pedido não decorre de mero capricho pessoal, mas de necessidade psicológica profunda. A relatora reconheceu que os motivos apresentados por Raimunda são suficientes para fazer a mudança porque, além do constrangimento de natureza íntima, ela já é conhecida como Maria Isabela. Citando precedentes do STJ, a ministra acolheu o recurso, determinando a alteração do nome.”
No caso de a alteração de nome ter sido concedida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente de colaboração com a apuração de crime “o juiz competente determinará que haja averbação no registro de origem de menção da existência de sentença concessiva da alte­ração, sem a averbação do nome alterado, que somente poderá ser procedida mediante determinação posterior, que levará em consideração a cessação da coação ou ameaça que deu causa à alteração” (art. 57, §7º).
A facilitação da identidade no setor comercial ou profissional também foi considerada um motivo justificador de alteração de nome, consoante deflui da interpretação do § 1º do art. 57: Poderá, também, ser averbado, nos mesmos termos, o nome abreviado, usado como firma comercial registrada ou em qualquer atividade profissional. 
Por fim, o art. 63 determina alteração compulsória de prenome no caso de gêmeos ou irmãos de igual prenome, que deverão ser inscritos com prenome duplo ou nome completo diverso para que possam ser distinguidos entre si. 
Parágrafo único, do artigo 55: Os oficiais do registro civil não registrarão prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores. Quando os pais não se conformarem com a recusa do oficial, este submeterá por escrito o caso, independente da cobrança de quaisquer emolumentos, à decisão do Juiz competente.
Tutela jurídica do nome
A designação do nome civil da pessoa natural é de livre escolha do decla­rante, ressalvado o registro obrigatório do patronímico, inexistindo exclusivi­dade para sua concessão.
Mesmo os que não têm conhecidos os pais (e, portanto, sem possibilidade concreta de ter um patronímico) têm direito ao nome, do ponto de vista mais amplo, como se verifica, em relação ao exposto e ao menor abandonado, em disposições próprias da Lei de Registros Públicos.
Nos direitos a personalidade veremos a proteção do nome quanto a publicidade, etc.
O Código Penal prevê crimes com animus difamandi, e usurpação de nome (direitos do autor).
Motivos encontrados na jurisprudência (referente aos artigos 56 a 58, da LRP): quando expuser seu portador ao ridículo; quando houver erro na grafia e mudança de sexo; quando causar embaraço comercial ou profissional; quando houver apelido público notório; quando houver necessidade de proteção a vítimas ou testemunhas de crimes.
Pelo estado de pessoa natural
Estado (status), em direito privado, é noção técnica destinada a caracterizar a posição jurídica da pessoa no meio social (Orlando Gomes).
Três são as espécies de estado: 
a) estado político – categoria que interessa ao Direito Constitucional, e que classifica as pessoas em nacionais e estrangeiros. Para tanto, leva­-se em conta a posição do indivíduo em face do Estado.
b) estado familiar – categoria que interessa ao Direito de Família, considerando as situações do cônjuge e do parente. A pessoa poderá ser casada, solteira, viúva, divorciada ou judicialmente separada, sob o prisma do direito matrimonial. Quanto ao parentesco, vinculam­-se umas às outras, por con­sanguinidade* ou afinidade*, nas linhas reta* ou colateral*.
c) estado individual – essa categoria baseia-­se na condição física do indivíduo influente em seu poder de agir. Considera­-se, portanto, a idade, o sexo e a saúde. Partindo-­se de tal estado, fala­-se em menor ou maior, capaz ou incapaz, homem ou mulher.
Os atributos da pessoa, componentes de seu estado, caracterizam­-se pela irrenunciabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade. Ninguém pode pretender vender ou renunciar ao seu estado de filho ou brasileiro, por exemplo.
REGISTRO CIVIL
Segundo Francisco Amaral: “o registro civil é a instituição administrativa que tem por objetivo imediato a publicidade dos fatos jurídicos de interesse das pessoas e da sociedade. Sua função é dar autenticidade, segurança e eficácia aos fatos jurídicos de maior relevância para a vida e os interesses dos sujeitos de direito”.
REGISTRO = PUBLICIDADE
LEI DE REGISTROS PÚBLICOS:
Art. 29. Serão registrados no registro civil de pessoas naturais:
I - os nascimentos;       
II - os casamentos;       
III - os óbitos;       
IV - as emancipações;
V - as interdições;
VI - as sentenças declaratórias de ausência;
VII - as opções de nacionalidade;
VIII - as sentenças que deferirem a legitimação adotiva.
§ 1º Serão averbados:
a) as sentenças que decidirem a nulidade ou anulação do casamento, o desquite e o restabelecimento da sociedade conjugal;
b) as sentenças que julgarem ilegítimos os filhos concebidos na constância do casamento e as que declararem a filiação legítima;
c) os casamentos de que resultar a legitimação de filhos havidos ou concebidos anteriormente;
d) os atos judiciais ou extrajudiciais de reconhecimento de filhos ilegítimos;
e) as escrituras de adoção e osatos que a dissolverem;
f) as alterações ou abreviaturas de nomes.
CÓDIGO CIVIL:
Art. 9 o Serão registrados em registro público:
I - os nascimentos, casamentos e óbitos;
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação;
Note-se que todos os fatos constitutivos, modificativos ou extintivos do estado das pessoas exigem reconhecimento oficial pelo sistema de registros públicos, à luz dos princípios da legalidade, veracidade e publicidade. 
Registro civil de nascimento: força declaratória. 
Na forma da LRP, o prazo para registro de nascimento é de quinze dias, ampliável para 45 dias (no caso de impedimento do pai) ou até três meses (em lugares distantes mais de 30 km da sede do cartório), conforme se vislumbra dos seus arts. 50 a 52.
Se a criança tiver nascido morta também se exige o registro do óbito. O Provimento n. 13/2010 do CNJ permite que a emissão de certidão de nascimento seja feita nos estabelecimentos de saúde que realizam partos, por meio da utilização de sistema informatizado que os interligue às serventias de registro civil.
 A Lei n. 11.790/2008 (que alterou a LRP) permite que a declaração de nascimento possa ser feita após o decurso do prazo legal, desde que registrada no lugar da residência do interessado, com assinaturas de duas testemunhas, podendo o oficial exigir prova suficiente se suspeitar da falsidade da declaração; essa providência contempla a facilitação do registro de brasileiros que não o têm, às vezes até mesmo em idade adulta. 
Os procedimentos para o registro tardio foram regulamentados pelo Provimento n. 28/2013 do CNJ, que dispensou as duas testemunhas quando o registrando for menor de doze anos de idade, com a devida apresentação da Declaração de Nascido Vivo (DNV).
Declaração de Nascido Vivo (DNV) com validade em todo o território nacional até que seja lavrado o assento do registro do nascimento, emitida por profissional de saúde responsável pelo acompanhamento da gestação, do parto ou do recém-nascido. 
A declaração não dispensa o registro civil, que é obrigatório e gratuito.
Presunção de maternidade: A maternidade é presumida pela gestação e parto, assim figurando no registro. 
Presunção de paternidade: o nome do pai constante da DNV, salvo se casado com a mãe, não constitui prova ou presunção da paternidade, somente podendo ser lançado no registro de nascimento quando verificado nos termos da legislação civil vigente, isto é, voluntariamente, após ser notificado, ou mediante decisão judicial em processo de investigação de paternidade.
São obrigados a fazer a declaração de nascimento: o pai, a mãe; o parente mais próximo, na falta ou impedimento dos pais, se estiver presente no nascimento; os diretores do hospital ou maternidade, na falta do parente; a parteira, se o nascimento se der fora de instituição de saúde; por fim, a pessoa que ficar encarregada da guarda da criança. 
Se os pais viverem em união estável, devem fazer a declaração em conjunto. Tratando-se de criança abandonada após o nascimento (infante exposto), sem conhecimento de quem seja a mãe, faz-se o registro de acordo com as declarações dos estabelecimentos de caridade ou de saúde que a acolher, ou da autoridade policial. Não pode o oficial de registro atribuir nome ao exposto.
Se os pais não forem casados ou companheiros de união estável, cabe à mãe a declaração, devendo o oficial do registro encaminhar certidão ao juiz competente, com os dados do suposto pai biológico indicado pela mãe, para ser averiguada oficiosamente a procedência da alegação (Lei n. 8.560/1992); o suposto pai será notificado para dizer se confirma ou não a alegação. Se confirmar, será lavrado termo de reconhecimento em juízo e encaminhado para o cartório para proceder ao registro; se o suposto pai negar ou não atender à notificação judicial, o juiz remeterá os autos ao Ministério Público, que poderá ingressar com ação de investigação de paternidade.
Exceto: Se o pai for registrar, juntamente a mãe!!!
Se apenas a mãe fizer a declaração, não sendo casada, o registro conterá exclusivamente seu nome, deixando-se em branco o nome do pai. 
Informações no registro de nascimento: O registro do nascimento conterá o prenome e o sobrenome da criança; o dia, mês, ano e lugar do nascimento e a hora precisa; o sexo; os prenomes e sobrenomes dos pais; os prenomes e sobrenomes dos avós paternos e maternos; o número da declaração de nascido vivo; a data do registro. 
O oficial não registrará prenome que possa levar a pessoa ao ridículo, segundo os valores e costumes da sociedade; se os pais não se conformarem, o oficial suscitará a dúvida ao juiz competente.
O registro civil da pessoa adotada depende de sentença judicial, pois o direito brasileiro atual não mais admite a adoção convencional. A certidão do registro do adotado não consignará a origem biológica, pois a adoção faz cessar o vínculo com a família anterior, exceto para fins de impedimento matrimonial.
Pode haver retificações no registro civil do nascimento, sem necessidade de decisão judicial, diretamente pelo oficial do registro ou a requerimento do interessado, nas hipóteses de erros evidentes ou omissões de dados que a lei considera necessários (art. 110 – LRP).
I - erros que não exijam qualquer indagação para a constatação imediata de necessidade de sua correção;       
II - erro na transposição dos elementos constantes em ordens e mandados judiciais, termos ou requerimentos, bem como outros títulos a serem registrados, averbados ou anotados, e o documento utilizado para a referida averbação e/ou retificação ficará arquivado no registro no cartório;       
III - inexatidão da ordem cronológica e sucessiva referente à numeração do livro, da folha, da página, do termo, bem como da data do registro;      
IV - ausência de indicação do Município relativo ao nascimento ou naturalidade do registrado, nas hipóteses em que existir descrição precisa do endereço do local do nascimento;       
V - elevação de Distrito a Município ou alteração de suas nomenclaturas por força de lei. 
Multiparentalidade:
Multiparentalidade, consolidado seu entendimento, como Tema 622 de repercussão geral, em decisão plenária tomada em 22-9-2016, tendo como caso paradigma o RE 898.060, com a seguinte tese geral: a paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios.
O CNJ regulamentou, mediante o Provimento n. 63/2017, o reconhecimento voluntário da paternidade ou da maternidade socioafetiva de pessoa de qualquer idade – exceto por irmãos entre si ou por ascendente – perante o oficial de registro civil, ainda que diverso do que lavrou o assento anterior. O reconhecimento somente poderá ser desconstituído pela via judicial, se houver vício de vontade, fraude ou simulação.
Reprodução assistida: O Provimento n. 63/2017 do CNJ autoriza o registro de nascimento da criança gerada mediante técnicas de reprodução assistida, independentemente de prévia autorização judicial. 
São necessárias, além da documentação habitual dos pais, a declaração de nascido vivo (DNV) e a declaração do diretor técnico da entidade que procedeu à técnica de reprodução assistida, indicando a modalidade de técnica e o nome do dador ou dadora dos gametas, exceto se anônimos. O Provimento também admite o registro na hipótese de gestação por substituição (popularmente conhecida como “barriga de aluguel”), no qual não constará o nome da parturiente, além da hipótese de reprodução assistida post mortem, quando o falecido houver deixado documento público ouparticular de autorização para uso do material genético que deixar.
Indígenas: As únicas pessoas nacionais que estão dispensadas do registro civil são os indígenas ainda não integrados. A lei previu o Registro Administrativo de Nascimento do Indígena (RANI) pela FUNAI, em razão de a Constituição garantir os usos e costumes dos povos indígenas. A Resolução Conjunta CNJ/CNMP n. 3, de 2012, regulamenta os procedimentos de registro civil facultativo da pessoa indígena não integrada; a seu pedido, podem ser lançadas sua etnia, sua aldeia de origem e a de seus pais.
Brasileiro nascido no estrangeiro: O filho de brasileiro, nascido no estrangeiro, terá o assento de seu nascimento lançado no consulado brasileiro (art. 32 da Lei n. 6.015/1973). O traslado do assento será registrado no Livro “E” do 1o Ofício de Registro Civil de Pessoas Naturais da Comarca do domicílio do interessado ou do 1o Ofício de Registro Civil de Pessoas Naturais do Distrito Federal, sem a necessidade de autorização judicial.
EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL
MORTE NATURAL:
Segundo o art. 6º do CC, termina a existência da pessoa natural com a morte
Em geral, a parada do sistema cardiorrespiratório com a cessação das funções vitais indica o falecimento do indivíduo. Tal aferição, permeada de dificuldades técnicas, deverá ser feita por médico, com base em seus conhecimentos clínicos e de tanatologia, sendo mais utilizada, nos dias de hoje, dado o seu caráter irreversível, como critério científico para a constatação do perecimento, a morte encefálica.
Morte civil: Não mais existente em nosso ordenamento. Na morte civil o herdeiro é afastado da herança e se possuir filhos, estes herdam como se aquele falecido fosse. É forma de excluir o herdeiro do recebimento de seu quinhão hereditário, passando esse direito aos seus herdeiros, inclusive o impedimento da administração desse patrimônio. 
O Código Civil prevê a exclusão da sucessão de herdeiro, por indignidade (art. 1.814), e a deserdação de descendente em determinadas hipóteses (art. 1.962), o que ainda pode significar resíduo da pena de morte civil, pois o herdeiro indigno ou deserdado é substituído por seus herdeiros “como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão” (art. 1.816).
Morte simultânea: A comoriência é a simultaneidade das mortes de duas ou mais pessoas. As mortes acontecem no mesmo evento, por exemplo, em acidente de automóvel, ficando difícil apurar quem morreu antes ou depois. O interesse do direito nesse fato fica patenteado quando as pessoas falecidas têm relação de parentesco entre si, por exemplo, pai e filho, tendo em vista as consequências da sucessão hereditária, principalmente. O direito vale-se de presunção legal relativa, entendendo que ambos morreram simultaneamente. Por ser uma presunção relativa, a prova médico-legal pode indicar a ordem real dos falecimentos.
Morte presumida: pode ser decretada com ou sem a declaração de ausência. De acordo com o Código Civil poderá ser declarada a morte presumida, sem decretação da ausência, se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida ou se alguém desaparecida em campanha ou feito prisioneiro não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
A morte presumida não constitui uma certeza, cabendo ao magistrado fixar a data provável da morte, não havendo prova de tal fato, fixar-se-á no dia de sua última notícia.

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