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Segurança 1 Safety (Segurança) 1.1 O que é O pilar técnico Segurança tem como propósito o melhoramento constante do ambiente de trabalho e a eliminação das condições que poderiam causar acidentes e infortúnios; estes se verifi cam em situações de alto risco ou tomando atitudes perigosas. Estes objetivos podem ser alcançados promovendo a cultura da segurança em todos os níveis da organização. Todos os membros da organização deverão ser progressivamente envolvidos em um processo de sensibilização crescente através de um percurso entre os aspectos normativos, econômicos e éticos. Aspectos normativos Cada país dispõe de normas específi cas a respeito da segurança no ambiente de trabalho, que prevêem sanções pecuniárias e até penais em caso de desrespeito às mesmas; o conhecimento divulgado e a rigorosa observância destas normas são então o ponto de partida para enfrentar a questão de prevenção em qualquer estabelecimento. Aspectos econômicos Todo acidente no local de trabalho gera custos diretos (legais, de seguro, etc.) e indiretos (danos ao produto, perdas na produção, danos das máquinas, moral das pessoas, imagem da empresa, etc.). A soma dos custos derivados dos infortúnios acaba sempre superando aqueles necessários para a eliminação do risco e para a divulgação de uma correta cultura da prevenção. Aspectos éticos O Grupo FIAT dedicou um capítulo do próprio Código de Conduta à “Saúde, segurança e ambiente”. Nele está escrito: “O Grupo persegue o objetivo de garantir uma gestão efi caz de saúde, segurança e do ambiente. Todos aqueles que trabalham para o grupo são responsáveis pelo bom gerenciamento da saúde, da segurança e do ambiente”. 1.2 Os acidentes e os erros humanos Os gerentes possuem um papel fundamental na sensibilização dos funcionários e na construção e divulgação de uma cultura da segurança. A sensibilização passa por três fases: 1. a percepção correta do estado de risco; 2. a decisão de tomar a decisão certa com base nas percepções; 3. a atuação em ações coerentes com a decisão tomada. Nesta fase podem ser cometidos erros cuja causa tem de ser procurada em: ¢ Conhecimentos ou experiências não sufi cientes; ¢ Uma comunicação errada ou incorreta; ¢ Uma capacidade de previsão insufi ciente; ¢ A tomada de atitudes não adequadas. 1. Pilares Técnicos 2 Na seguinte tabela estão descritas as possíveis medidas a serem tomadas em caso de erro acontecido em cada uma das três fases precedentes individualizadas. 1.3 A avaliação do risco A avaliação do risco deve ser feita em todas as áreas de trabalho das Unidades da Organização, levando em conta: ¢ Todas as atividades de trabalho de rotina ou esporádicas; ¢ Todo os lugares de trabalho, máquinas e equipamentos; ¢ Todo o pessoal subordinado e eventualmente terceirizados; ¢ Todos os riscos razoavelmente previsíveis além daqueles provenientes da rotina diária (risco genérico). Pela avaliação do risco é necessário agir gradualmente através da: ¢ coleta das normas legais existentes aplicáveis aos contextos em análise e as normas de boas técnicas; ¢ coleta e o exame de informações e documentações relativas à atividade e ao local a ser avaliado; ¢ observação das máquinas, equipamentos e ambiente de trabalho; ¢ identifi cação das diferentes atividades desenvolvidas nos locais de trabalho e a observação da execução destas; ¢ analise dos aspectos organizacionais e dos procedimentos; ¢ comparação das situações ressaltadas com as normas legais e de boa técnica; ¢ identifi cação dos perigos e dos riscos que podem resultar além das medidas posteriores a serem aplicadas para eliminar ou minimizar os riscos. O processo de avaliação do riscoFigura 1.1 FASE CONTRAMEDIDA Percepção correta do estado de risco – formação adequada – melhores layouts da ofi cina e do lugar de trabalho- uso de códigos de cores ou de outros sistemas de gestão a vista Escolha da atitude a ser to- mada corretamente com base nas percepções – controles visuais – check list das atitudes – atividades de prevenção de acidente Atuação em ações coerentes com a decisão tomada – simplifi cação das atividades a serem realizadas- controle mais rigoroso- checagem dos erros reincidentes PERIGOS Situação objetiva RICOS POTENCIAIS Situação subjetiva INTERVENÇÕES TÉCNICAS E.P. Coletiva, barreiras físicas, divisórias móveis, comandos bimanual, cancelas, ... RISCO REDUZIDO INTERVEÇÕES DO HOMEM PERIGOS CONTROLADOS Informações Formação E.P.I,... Segurança 3 A classifi cação do risco prevê uma subdivisão dos riscos em 16 grupos de referência, aqui descritas: 1. agentes biológicos; 2. agentes químicos; 3. equipamentos de trabalho; 4. eletricidade; 5. iluminação; 6. incêndio e explosão; 7. lugares, locais de trabalho; 8. máquinas; 9. microclima; 10. movimentação manual de cargas; 11. locais de trabalho; 12. Radiações ionizantes e não ionizantes; 13. Barulho; 14. Vibrações; 15. Videoterminais; 16. Outros perigos. 1.4 O procedimento do sistema para zerar os acidentes A atividade que tem como fi nalidade zerar os acidentes, passa pela análise e melhoramento do sistema pessoa / máquina e da organização empresarial. O elemento chave comum aos três sis- temas é a medição consistente no que diz respeito: ¢ As pessoas, em fazer medições para prever comportamentos que possam gerar os erros (operar corretamente a máquina); ¢ As máquinas, em tomar medidas preventivas para evitar acidentes causados pelas máquinas (prevenir o desgaste devido ao funcionamento); ¢ Ao gerenciamento organizacional, em efetuar medidas para garantir o compromisso. Um exemplo de medida e de representação padrão dos eventos anormais com implicações na segurança é aquela que vem dos estudos de H.W. Heinrich, um pioneiro da pesquisa sobre a segurança dos sistemas industriais (1). A pirâmide chamada de Heinrich e o instrumento para quantifi car os eventos anormais para a segurança, que aconteceram em um estabelecimento, conforme a gravidade, permitindo monitorá- los por gravidade e compará-los ao longo do tempo. A pirâmide de Heinrich une os eventos anormais em seis níveis de gravidade crescente. Convencionalmente, o sexto nível inclui também as condições de insegurança (unsafe conditions) O seis níveis abrangem: ¢ Infortúnios letais; ¢ Infortúnios com lesões permanentes (na legislação italiana com primeira licença >30 dias, LTA - Lost Time Accident); (1) (H. W. Heinrich, Industrial accident prevention, McGraw-Hill, 1959. O autor, após coletar dados relativos a milhares de acontecimentos, mostra como por cada acidente grave aconteçam em média 30 acidentes de menor gravidade em termos de danos ou lesões e cerca de 300 eventos de perigo nos quais não aconteceram danos ou lesões (Near Misses), mas que possuíram as mesmas dinâmicas de causalidade dos eventos mais graves. A cada acidente verifi ca-se não menos que 600 perigos. Além dos valores específi cos que dependem de cada contexto industrial, a condição estatística de Heinrich, representada grafi camente, corresponde a um tipo de pirâmide. Pilares Técnicos 4 ¢ Infortúnios leves (que comportam o abandono da atividade de trabalho MTC - Medical Treat ment Case, em português Caso de Tratamento Médico); ¢ medicações (FAI - First Aid Intervention, em português Intervenção dos Primeiros Socorros); ¢ acidentes menores (Near Misses) (acidentes que não geraram lesão alguma); ¢ condições de insegurança (Unsafe Conditions, situações de risco) e ações potencialmente peri- gosas (Unsafe Acts, comportamentos perigosos). Figura 1.2 Ao enfrentar os problemas de segurança na organização do estabelecimento é necessário operar parale lamente, na parte de cima e na parte de baixo da pirâmide, agindo progressivamente para reduzir os eventos medidos pela pirâmide, em faixas progressivas, como representado pela imagem a seguir. Pirâmide de Heinrich Operário sobre todos os níveis da pirâmide de Heinrich Figura 1.3 Segurança5 Este processo passa através da análise cuidadosa não somente dos acidentes mais graves, colocados na parte de cima da pirâmide, mas também daqueles da parte de abaixo. A prevenção deve ser re-aplicada para todos os acidentes, pois não há relação entre a causa e a gravidade do acidente, pois as conseqüências dos acidentes são casuais e podem ser de diferentes gravidades. Em particular, por incidir sobre os conteúdos da parte mais baixa da pirâmide, o pré-requisito fundamental para manter sob controle a parte de cima, é necessário passar de uma atitude reativa para uma pro ativa. E nesse sentido é preciso estimular as pessoas que além de observar as normas e uso adequado dos equipamentos de proteção previstos, devem participar da identifi cação dos problemas e dos potenciais riscos, da proposta de soluções e à participação das atividades de remoção das causas, tudo através do desenvolvimento de uma cultura de segurança nas pessoas e o desenvolvimento de todas as atividades para deixar os equipamentos mais seguras. 1.5 Objetivos O objetivo da segurança é zerar os infortúnios: este objetivo pode ser alcançado através de um procedimento sistêmico (como apresentado antes), que visa uma prevenção dos acidentes feita através da observação, da análise e da eliminação de todas as causas que geraram ou que poderiam ter gerado um acidente dentro do estabelecimento (mesmo aqueles de pequena gravidade e das condições de risco). O alcance de tal objetivo requer o desenvolvimento de uma cultura de prevenção, o melhoramento contínuo da ergonomia do local de trabalho e o desenvolvimento de competências adequadas para eliminar os acidentes potenciais e infortúnios. Em um estabelecimento World Class, o melhoramento constante aplica-se também no âmbito da Segurança através um procedimento de solucionar os problemas em lógica PDCA – Plan (Planejar), Do (Fazer), Check (Checar), Act (Agir) – Planifi car, Intervir, Conferir os resultados, Estender as atividades em áreas similares) estendido para as pessoas que participam da organização. Pilares Técnicos 6 1.6 O percurso da implementação Figura 1.4 1.7 Os steps 1.7.1 Step 1 Análise dos acidentes e procura das causas e das origens ¢ Construção dos instrumentos de observação da documentação para mapear os acidentes (LTA, MTC, FAI), dos acidentes menores (near misses) e das áreas e condições pouco seguras (unsafe acts and conditions). ¢ Ressaltar os acidentes acontecidos no estabelecimento por natureza do acidente, data do aconteci- mento, lugar da lesão nas partes do corpo, lugar em que aconteceu, dinâmica. ¢ Pesquisar a causa do acidente através da aplicação das análises 5 Whys. ¢ Resumir os dados coletados nos níveis da pirâmide de Heinrich, monitorando a evolução no tempo. ¢ Resumir os dados coletados através do mapa geral dos acidentes no estabelecimento. Os 7 Steps em Segurança Atividade STEP 0 STEP 1 STEP 2 STEP 3 STEP 4 STEP 5 STEP 6 STEP 7 Analise dos acidentes (Análise das causas) Contramedidas e expansão horizontal (contramedidas nas áreas similares) Política e Missão do Pilar de Segurança Avaliação do Posto de trabalho Defi nir padrões iniciais de segurança (Lista de todos os problemas) Inspeção geral para segurança (Treinar e formar as pessoas de tal forma que cuidem da sua segurança) Inspeção autônoma (contramedidas preditivas em relação a problemas de segurança) Padrões Autônomos de segurança (*Inspeção geral dos níveis de segurança *Reavaliação do controle de segurança) Sistema de segurança plenamente implementado ATITUDE REATIVA Intervenção dos especialistas ATITUDE PREVETIVA Intervenção Individual ATITUDE PROATIVA Intervenção dos times Segurança 7 ¢ Pirâmide de Heinrich. ¢ Mapa dos acidentes. ¢ Mapa das lesões nas partes do corpo. ¢ 5 Whys ¢ PDCA. ¢ Observação Near Misses. ¢ Observação Acts and Conditions. ¢ Ficha de descrição dos acidentes. ¢ Lista das condições de falha de segurança no trabalho. Figura 1.5 ¢ Relato dos infortúnios. ¢ Local das lesões. ¢ Pirâmide de Heinrich. ¢ Mapa dos acidentes no estabelecimento. ¢ Laudo das causas dos acidentes. Ferramentas Input Um exemplo de documentação para a análise dos incidentes - Estabelecimento de Melfi, auditoria abril 2007 Output Pilares Técnicos 8 Figura 1.6 KPI ¢ Índice de freqüência dos infortúnios com licença de pelo menos um dia (além daquele do evento): n° infortúnios / horas de trabalho x 100.000. ¢ Índice de freqüência de infortúnios com licença de até três dias (após aquele do evento) calculado como o precedente. ¢ Índice de gravidade: n° dias perdidos / horas trabalhadas x 1000. ¢ Duração média: n° dias de falta / n° infortúnios denunciados (com licença de no mínimo quatro dias, após aquele do evento). Figura 1.7 Mapa das lesões nas varias partes do corpo – Confronto período 2004/2006 e os primeiros quatro meses de 2007 - Estabelecimento abril 2007 Mapeamento das áreas de risco – Estabelecimento de Mirafiori Carroceria, auditoria setembro 2007 Segurança 9 Figura 1.8 1.7.2 Step 2 Identificação e aplicação das contramedidas e expansão horizontal (em áreas similares) ¢ Defi nição das intervenções necessárias para remover as causas dos acidentes e das condições de insegurança. ¢ Realização das intervenções técnicas, organizacionais e processuais para remover as causas dos acidentes. ¢ Realização das atividades de prevenção para remover as condições de insegurança: FI (Quick Kaizen, Standard Kaizen, etc.), 5S, AM (integração com as atividades preparatórias: step 0), aumentar a segurança das estruturas. ¢ Realização de OPL (One Point Lesson, em português Lição de um ponto) e ações de formação, atualização das SOP (Standard Operating Procedures, em português Procedimento Operacional Padrão) evidenciando os aspectos relevantes para a segurança na execução das operações. ¢ Expansão horizontal: extensão às áreas similares das intervenções corretivas e preventivas. ¢ Expansão horizontal: extensão até outros estabelecimentos com problemas comuns, através de um sistema coordenado de coleta e divulgação das contramedidas adotadas. ¢ Gestão a Vista. ¢ Quick Kaizen. ¢ Standard Kaizen. ¢ 5S: o restabelecimento e manutenção das condições de limpeza constituem o pré-requisito da segurança. ¢ Coligação dos pilares WO / AM: as atividades previstas nos steps de 1 a 3 de AM e WO contribuem também para o melhoramento das atitudes dos operadores em relação à segurança e a salubridade da máquina ou do local de trabalho através de um percurso sistemático que permite elevar os padrões. Índice de freqüência de acidentes (estatísticas de acidentes dos operários Fiat Grupo Automóveis – Agosto 2007) Atividade Ferramentas Pilares Técnicos 10 Figura 1.9 Figura 1.10 Melhoramento antes/depois para acrescentar proteção no carrinho para movimentação de material - Estabelecimento de Tychy, auditoria fevereiro de 2007 Quick Kaizen para substituição do heptano para um plano sem solvente – Estabelecimento de Mirafiori, auditoria setembro 2007 Segurança 11 Input ¢ Dados sobre os acidentes e as relativas causas (coletados no step precedente). Output ¢ OPL. (One Point Lesson, em português Lição de um ponto) ¢ Lista das intervenções para remover as causas originais. Figura 1.11 KPI ¢ Número de intervenções corretivas estendidas às áreas limítrofes. ¢ Número de pessoas envolvidas na formação. ¢ Número de OPL (One Point Lesson, em português Lição de um ponto) geradas. ¢ Número de iniciativas Kaizen efetuadas sobre a segurança. Ficha de fechamento das causas dos acidentes – Estabelecimento de Melfi, auditoria abril de 2007 Pilares Técnicos 12 1.7.3 Step 3 Execução / verificação de padrões iniciais (lista de problemas de segurança) ¢ Defi nição dos padrões de segurança e dos comportamentos a serem adotados em um estabelecimento. (constituição dos primeiros elementos do Sistema de Segurança Comportamental (Behavioural SafetySystem). ¢ Confecção de manuais ou material ilustrativo sobre a segurança no lugar de trabalho. ¢ Confecção da avaliação de riscos de cada ambiente de trabalho. ¢ A avaliação dos riscos deve ser efetuada: – em todos os postos de trabalho, levando em consideração também às atividades esporádicas que podem ser executadas, as estruturas, as máquinas e os equipamentos; – para todos os funcionários dependentes e eventualmente para terceiros trabalhadores; – para todos os riscos razoavelmente previsíveis alem daqueles existentes no dia a dia (risco general). ¢ É necessário aplicar contramedidas especifi cas em função dos riscos individuados. Per exemplo: – escrever o diário de prevenção da UTE; – implementar o Sistema de Vigilância de Base (Occupational Health System). Atividade Figura 1.12 Mapa de EPI’s para a utilização nos postos de trabalho - Estabelecimento de Melfi, auditoria abril 2007 Segurança 13 ¢ Gestão a Vista (ex. Safety Activity Board, etc.). ¢ Fichas de lock off/lock out. ¢ Check lists. ¢ Auditorias de conformidade. ¢ SOP (Standard Operating Procedures, em português Procedimento Operacional Padrão) ¢ OPL. (One Point Lesson, em português Lição de um ponto) ¢ Sistema de Segurança Comportamental Inicial. ¢ Sistema de Monitoramento de Base (Occupational Health System). ¢ Padrão e Procedimento de Segurança. ¢ Mapa do risco da área de trabalho (UTE, etc.). ¢ Gestão a vista para a segurança em cada UTE. ¢ Diário de prevenção da UTE. ¢ Plano de reuniões sobre a segurança em nível do estabelecimento. ¢ Plano de auditoria da segurança sobre a utilização dos padrões de segurança (auditoria de con- formidade). ¢ Número de padrões e procedimentos emitidos ¢ Número de auditorias efetuadas para a verifi cação dos padrões introduzidos. ¢ Resultado da auditoria de conformidade - Índice de conformidade: IC=100-(TP/TVx100 onde TP: peso total das vozes não conformes; TV: total de vozes consideradas). 1.7.4 Step 4 Condução de um controle geral para a segurança (formação das pessoas na cultura de segurança) ¢ Realização de um sistema de auditoria geral sobre a segurança, feito por especialistas. ¢ Ressalto das não-conformidades / anomalias resolvidas e daquelas em fase de resolução com indicação das medidas provisórias adotadas com mesma efi cácia. ¢ Individualização das ações corretivas e defi nição do Plano de melhoramento. ¢ Começo da atividade constante de formação preventiva de segurança. ¢ Ressalto dos aspectos comportamentais para o desenvolvimento de iniciativas específi cas. Figura 1.13 Ferramentas Output KPI Atividade Pilares Técnicos 14 ¢ Auditoria Geral. ¢ Questionário sobre os comportamentos relativos à segurança. ¢ Plano de melhoramento da segurança. ¢ Plano de formação continuo sobre a segurança. ¢ Mapa extensão da aplicação dos padrões em estabelecimentos. ¢ Número de auditorias efetuadas pelos especialistas e índices de conformidades. ¢ Número de áreas padronizadas. ¢ Número de pessoas formadas; situação de infortúnios/ sinalizações devidas à falta de conheci- mentos, etc. ¢ Resultado da auditoria geral de conformidades (índice de conformidade:IC=100-(TP/TVx100) onde TP: peso total das vozes não conformes; TV: total de vozes consideradas). Figura 1.13 Resultados das auditorias no sistema de segurança – Exemplo Ferramentas Output KPI Segurança 15 Figura 1.14 1.7.5 Step 5 Condução autônoma de inspeções para a segurança (contramedidas preventivas para os potencias problemas de segurança) ¢ Execução de auditoria da segurança por parte da direção (SMAT – Safety Management Audit Training, em português Auditoria da Formação e Gestão da segurança) (2). ¢ Realização de auditorias autônomas por parte dos operadores. ¢ Sinalização de condições de risco por parte dos operadores. ¢ Cartões de segurança. ¢ Check list. ¢ Auditoria SMAT (Safety Management Audit Training). Este tipo de auditoria acontece nos postos de trabalho; o time de gestão da auditoria observa, entrevista e avalia utilizando um guia rápido relatado no formato padrão de SMAT. Os resultados da auditoria permitem defi nir as prioridades, redefi nir os objetivos e melhorar os padrões de segurança. A auditoria feita pelo gestor estimula o trabalhador a trabalhar em constante segurança, e o incentiva a participar ativamente da análise dos riscos. O padrão SMAT sugere algumas perguntas a se fazer aos entrevistados e direciona as observações focalizando a atenção em algumas diferentes categorias: – postura das pessoas, – uso dos EPI (Equipamento de Proteção Individual), – observância dos procedimentos e manutenção, – estruturas e equipamentos, – reação das pessoas. (2) A auditoria sobre a segurança feita pela direção é um instrumento que pode ser utilizado, conforme as característi- cas e as dimensões da organização, também a partir dos step iniciais do pilar. Isso é de fato útil para individualizar as condições de insegurança e para a conseqüente defi nição dos padrões. Resultado das auditorias sobre as condições de risco – Estabelecimento de Melfi, auditoria abril de 2007 Atividade Ferramentas Pilares Técnicos 16 Figura 1.15 ¢ Número de auditorias feitas pelo gestor, envolvendo os operadores de linha. ¢ Número de sinalizações feitas pelos operadores e os tempos de resolução. Figura 1.16 Formulário padrão para SMART – Exemplo KPI Segurança 17 Figura 1.16 Check List para a realização da auditoria por parte dos operadores na Unidade da Montagem – Estabelecimento de Termini Imerese, auditoria junho de 2007 Pilares Técnicos 18 1.7.6 Step 6 Definição autônoma de padrões para a segurança Do step 1 até o step 5 foram desenvolvidas todas as atividades que permitem a autogestão deste sistema em relação à segurança. O step 6 tem como objetivo a evolução do sistema a fi m de melhorar constantemente os padrões de segurança alcançados. Por isso, este step diz respeito aos círculos de segurança. Estes círculos de segurança operam de forma autônoma em áreas e Unidades Operativas, analisando os resultados das intervenções de melhoramento e redefi nindo novos objetivos. A atividade dos círculos da segurança é monitorada pelo pilar líder e pela direção do estabelecimento, tratando-se de times interfuncionais dedicados ao melhoramento dos padrões de segurança. Figura 1.18 Figura 1.17 Resultado da auditoria da direção – Estabelecimento de Termini Imerese, auditoria junho 2007 Ação corretiva proposta por um operador após a realização de auditoria autônoma – Estabelecimento de Termini Imerese, auditoria junho 2007 Segurança 19 ¢ Introdução dos círculos de segurança. ¢ Participação do operador para a avaliação dos riscos nos locais de trabalho. ¢ Individualização das intervenções corretivas por parte dos operadores (pro atividade) sobre segurança, ergonomia e organização dos locais de trabalho. ¢ Implementação autônoma de atividades de melhoramento. ¢ Número de círculos da segurança ativados. ¢ Número de checagens efetuadas. ¢ Número de melhoramentos implementados autonomamente. 1.7.7 Step 7 Implementação completa do sistema de gestão da segurança. ¢ Aperfeiçoamento do Sistema de Segurança Comportamental (Behavioural Safety System). ¢ Aperfeiçoamento do Sistema de Monitoramento Sanitário (Occupational Health System) ¢ Realização de um Programa de Higiene (ex. dieta, peso, fumo, stress, etc.), de proteção da audição, da pele, etc. ¢ Atividades para a certifi cação dos padrões de segurança com normas de referências nacionais, comunitárias, internacionais.(3) ¢ Auditoria da Administração do estabelecimento. ¢ Campanhas de comunicação e envolvimento (dentro e fora da atividade de trabalho). ¢ Sistema de Gestão da Segurança. ¢ Sistema de Segurança Comportamental (Behavioural Safety System). ¢ Sistema de Monitoramento Sanitário (Occupational Health System). ¢ Programa de higiene, de proteção da audição, da pele. ¢ Numero de participações nos círculos de segurança. ¢ Obtenção de certifi caçãodo sistema de gestão da segurança. ¢ Zero infortúnios nos últimos três anos. ¢ Zero medicações nos últimos doze meses. (3) Como exemplo cita-se a norma internacional OHSAS ISO18001. A certifi cação OHSAS (Occupational Health and Safety Assessment Series) defi ne um padrão internacional que fi xa os requisitos a serem possuídos por um sistema de gestão da preservação da segurança e da saúde dos trabalhadores. Esta verifi ca também a aplicação voluntária dentro de uma organização de um sistema que permita garantir um controle adequado da segurança e da saúde dos trabalhadores, além do respeito às normas vigentes. Atividade KPI Atividade Ferramentas Output KPI Segurança Melhores práticas 20 1.8 Melhores Práticas – Aplicação dos 7 step de Segurança no estabelecimento de Verrone, 2001-2007 No estabelecimento FTP de Verrone o pilar técnico Segurança desenvolveu-se através de um programa que teve seu início em 2001 e que, no momento que se escreve este manual, alcançou o step 6. Step 0 O step 0 previu a defi nição: ¢ Política empresarial; Figura 1.19 ¢ Plano de desenvolvimento no tempo de todas as atividades previstas pela metodologia; Figura 1.20 Diretrizes para a saúde e segurança do trabalhador – Estabelecimento de Verrone Plano de desenvolvimento da atividade de segurança Segurança Melhores práticas 21 ¢ programa anual de formação em tema de segurança com base no papel desenvolvido dentro da empresa; Figura 1.21 ¢ Divulgação do Diário de Prevenção como instrumento de suporte à formação; Figura 1.22 Plano de formação sobre segurança Diário de prevenção – Estabelecimento de Verrone Segurança Melhores práticas 22 ¢ avaliação dos riscos profi ssionais em cada UTE (com coleta dos relatórios em um Banco de Dados) para criar o mapa dos riscos. Figura 1.23 Step 1 e 2 No step 1 e 2 foram introduzidos os instrumentos para garantir o sistema de gestão a vista (cruz verde, a evolução dos infortúnios e body chart) e de coleta de dados (pirâmide de Heinrich). Através da análise de todos os eventos acontecidos nos 6 níveis da pirâmide de Heinrich foram individualizadas as causas originais, graças à análise feita por meio do método dos 5 “Por quê?” e foram introduzidas as contramedidas adequadas, que sucessivamente foram estendidas a outras áreas do estabelecimento que apresentavam os mesmos problemas. Análise dos riscos profissionais – Estabelecimento de Verrone Segurança Melhores práticas 23 Figura 1.24 Figura 1.25 Identificação das causas dos eventos classificados na pirâmide de Heinrich – Estabelecimento de Verrone Análise dos acidentes efetuada nos anos de 2001/2007 – Estabelecimento de Verrone Segurança Melhores práticas 24 Figura 1.26 Step 3 Durante a implementação do step 3 foram defi nidos os padrões de segurança para cada posto de trabalho; através do check list específi co para cada posto, o operador faz diariamente (ao começar cada turno de trabalho) auditorias de verifi cação das condições dos padrões de segurança. Figura 1.27 No caso de surgir condições de insegurança, o próprio operador preenche o action plan (plano de ação) para retornar aos padrões. Contramedidas adotadas nos anos 2001/2007 – Estabelecimento de Verrone Ficha para auditoria das condições de segurança – Estabelecimento de Verrone Segurança Melhores práticas 25 Figura 1.28 Ao terminar a auditoria de verifi cação, o operador assina um cartão que relata os EPI's do estabelecimento e os EPI's específi cos para o próprio cargo. Figura 1.29 No estabelecimento de Verrone existem fi chas de lock out / lock off específi cas, que determinam os procedimentos de segurança a serem efetuados durante a execução de atividades de manutenção de qualquer tipo. Acidentes e contramedidas – Auditoria – Estabelecimento de Verrone Ficha de EPI’s específicos para a atividade do operador – Estabelecimento de Verrone Pilares Técnicos 26 Figura 1.30 Além disso, foi instaurado um sistema de coleta das OPL (One Point Lesson, em português, Lição de um ponto) em um Banco de Dados. Foram redigidas para indicar como devem ser executadas determinadas operações, para garantir a segurança do operador e para comunicar modifi cações feitas na linha em conseqüência de acidentes ou sinalizações de near misses e / ou condições inseguras. Cada OPL preenchida a respeito de segurança é estendida às áreas similares de todo o estabelecimento. Freqüentemente o preenchimento das OPL é precedido das sinalizações feitas através das T-CARD. Essas são preenchidas pelos líderes de time de AM ou PM com ou sem o suporte de pessoal especializado que trabalha na função de segurança do estabelecimento; essas tem a função de mostrar as modifi cações na linha após a atualização da disposições ou de atividades de manutenção autônoma ou profi ssional. Procedimento lock off/lock out – Estabelecimento Verrone Segurança 27 Step 4 e 5 Foi desenvolvido um plano de auditoria anual (step 4-5) que envolve todos os níveis gerenciais, começando de baixo até chegar ao diretor do estabelecimento. Cada pessoa preenche check list adequadas que focam a atenção em diferentes aspectos de segurança com base nas responsabilidades de quem os preenche. Figura 1.31 O estabelecimento também é envolvido em um sistema de auditoria externa: parceiros ou fornecedores efetuam verifi cações periódicas através de check list bem defi nidos e certifi cam-se dos resultados. Plano de auditoria da segurança – Estabelecimento de Verrone Segurança Melhores práticas 28 Step 6 No step 6 desenvolveu-se o relacionamento pro ativo. Os operadores propõem sugestões para o melhoramento contínuo que são coletados, analisados e, após cuidadosa análise, executados. Foram também criados os J.E.S. (Job Elementary Sheet) nos quais são reportados os procedimentos a serem seguidos para trabalhar em segurança. Figura 1.32 Os resultados obtidos da aplicação do Pilar Segurança no estabelecimento de Verrone, o zeramento dos LWDC, infortúnios com danos permanentes e a drástica redução dos FAI e medicações, demonstram que o envolvimento e a pro atividade de todas as pessoas são o fatores determinantes do sucesso para o melhoramento da segurança. Figura 1.33 Folha elementar do trabalho – Estabelecimento de Verrone Gráfico LWDC (acidentes com danos permanentes) e FAI (Medicamentos) 2001/2007 Segurança 29 1. Não existe nenhuma atividade para melhorar a segurança. 2. Existe uma pessoa responsável pela segurança e uma organização incluindo a admi- nistração (fi nanças). Existem relatórios dos acidentes. Ainda não foi obtida nenhuma redução subs tancial dos acidentes. 3. Todos os acidentes são registrados. Toda vez que acontece um acidente, é realizada uma análise do acidente e são adotadas contramedidas para evitar que o evento se repita. Plano de melhoria da segurança no local. 4. Existem padrões de segurança visíveis e Quadros de “Gestão à vista” atualizados que incluem a “Cruz-verde”, mas não são seguidos estritamente por parte dos empre- gados. Os padrões e os procedimentos locais estão por escrito, além disso, estão disponíveis e foram comunicados. A pirâmide dos acidentes de segurança visualizada é constantemente atualizada. Existe um sistema básico de saúde ocupacional para os trabalhadores (controles regulares da visão e da audição). 5. As pessoas são responsáveis pela própria segurança, e executam contramedidas autô- nomas em relação aos problemas de segurança. A forma da pirâmide da segurança é positiva. Observa-se a redução de atos e condições inseguras após tomar as contra- medidas apro priadas. É demonstrado o envolvimento dos empregados, em todos os níveis, no desenvolvimento do sistema de segurança. 6. Não são registrados acidentes com perda de tempo nos últimos três anos. Conselhos sobre a saúde aptos a formar um “programa de bem-estar” (que trate sobre dieta, peso, fumo evários tipos de stress). Abordagem pró-ativa em relação a segurança. Sistema de gestão da segurança plenamente aplicado. Obtida certifi cação ISO 18000. OS NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO DE SAFETY Cost Deployment 31 Cost Deployment 2.1 O que é O Cost Deployment é um método que inova os sistemas de Administração e Controle dos estabelecimentos, introduzindo uma forte ligação entre individualização das áreas a serem melhoradas e os resultados de melhoramento dos desempenhos, obtidos através da aplicação dos pilares técnicos do WCM, medidos através dos devidos KPI. Isto, portanto constitui um meio confi ável para programar a reali zação do orçamento (budget). O Cost Deployment permite defi nir programas de melhoramento que tiveram impactos na redução de perdas, e de tudo o que pode ser classifi cado como desperdício ou sem valor agregado de maneira sistemática; além disso, asseguram a colaboração através as Unidades de Produção e a função de Administração e Controle. Isto se realiza através de: ¢ estudo das reações entre os fatores de custo, os processos que geram desperdícios e perdas e os vários tipos destes; ¢ a procura da relação entre redução de desperdício e perdas, e a redução de custos corres- pondentes; ¢ a verifi cação do know how para a redução de desperdícios e perdas: se já estiver disponível ou se deve ser adquirido; ¢ a defi nição por prioridade dos projetos de redução de desperdícios e perdas conforme as priori- dades derivadas de uma análise de custos / benefícios; ¢ o monitoramento contínuo do progresso e dos resultados dos projetos de melhoramento. O Cost Deployment reside na capacidade de transformar em custos as perdas, quantifi cando em medidas físicas: horas, Kwh, números de unidade de material, etc. Figura 2.1 Deployment: percurso lógico 2. O fundamento da metodologia é a identifi cação sistemática dos desperdícios e das perdas da área em exame, a avaliação e a transformação em valores. Isto é possível por comparar desperdícios e perdas resultantes com as suas causas e origens, permitindo uma defi nição completa da perda. Além disso, o CD orienta na individualização do melhor método técnico para remover a causa de origem e avaliar detalhadamente os custos das atividades de remoção e o relativo melhoramento do desempenho. P e rd a s P e rd a s c a u s a is P e rd a s c a u s a is P ro je to s P e rd a s p ri n c ip a is P e rd a s p ri n c ip a is P ro je to s Processos Metodologia soluções Projetos Budget Perdas resultantes Custo Evolução MATRIZ A Localização das perdas MATRIZ B Identifi cação das perdas causais MATRIZ C Valorização das perdas MATRIZ D Defi nir metodologia para eliminar as perdas MATRIZ E Custo/Benefício e ICE MATRIZ F Plano de ação MATRIZ G Ligação projetos/ budget Pilares Técnicos 32 As perdas e os desperdícios que acontecem durante a realização de um processo de produção são imputados a máquinas, pessoas e materiais. O olhar do Cost Deployment, porém é mais profundo, não parando apenas a perda resultante como acontece no jeito tradicional de gerenciar a manufa- tura, mas tenta procurar a causa pela qual se originou aquela perda. Por exemplo, as perdas de mão de obra podem vir de paradas de máquinas que podem ter originado de problemas de componentes. Estes eventos podem originar-se em sub-processos ou processos mesmo longe daquele em que se evidencia a perda efetiva. 2.2 Motivações A aplicação do Cost Deployment permite uma forte aceleração dos resultados e o alcance de vanta- gens impor tantes na redução das perdas. Este método constitui a bússola que orienta e guia os projetos de melhoramento constante, permitindo enfocar as áreas onde são colocadas as maiores perdas casuais que fornecem as possibilidades de maior efi ciência e efi cácia na redução / eliminação destas, de agilizar a escolha de metodologias e dos pilares técnicos a serem ativados para a remoção das causas de perda, permitindo uma fácil avaliação de custos e benefícios. O Cost Deployment permite também ligar as performances operativas, normalmente mensuradas com indicadores como efi ciência, disponibilidade, números de defeitos, horas de dessaturação, etc., muitas vezes não comparáveis entre eles, com performances econômicas, valorizadas em termos de custo, com isso fornecendo aos estabelecimentos uma linguagem comum, e permitindo uma defi nição efi caz das prioridades para o melhoramento. 2.3 Tipos de desperdícios e perdas. Nas fábricas existem muitos desperdícios e muitas perdas provenientes geralmente de problemas de máquinas; operações de setup como troca de ferramentas e regulagens, defeitos, micro-paradas, faltas no fornecimento de materiais, ausência dos operadores. A individualização do que é a perda e o desperdício e a sua mensuração, e a distinção entre causa resultante e causa de origem são os objetivos principais do Cost Deployment. Em um processo de produção que tem como característica gerar um output a partir de um input, a efi ciência é dada pela capacidade de produzir um output (constante) e um input mínimo; então o desperdício defi ne-se como excesso de input. Como a efi cácia é dada da capacidade de produzir um output máximo com um input constante, a perda defi ne-se como input não utilizado. Na impostação do Cost Deployment se começa considerando que em um processo de produção podem ser identifi cadas 18 grandes perdas, agrupadas em termos de equipamentos, pessoas e materiais / energia. As grandes perdas ligadas às máquinas são identifi cadas como perdas que tem impacto sobre a efi ciência global do equipamento (8 perdas) e como perdas de tempo de disponibilidade do equi- pamento (2 perdas). A respeito das perdas das máquinas, nem sempre o Cost Deployment consegue visualizar de imediato porque um determinado equipamento é critico em termos de efi cácia; a propósito pode ser útil ter como referência o OEE que permite visualizar a estrutura das perdas de um equipamento, levando em consideração o aspecto da efi ciência técnica, o aspecto gerencial e aquele qualitativo. OEE (Overall Equipment Effectiveness) ou efi cácia global do equipamento é um indicador que mede de maneira global a taxa de qualidade, a efi ciência da prestação e a disponibilidade técnica da máquina. Freqüen temente, existe a tendência de enfocar só um dos três objetivos, por exemplo, é possível pensar em maximizar a qualidade prejudicando a efi ciência da prestação e a disponibilidade do equipamento. Cost Deployment 33 Figura 2.2 Definição de eficiência global dos equipamentos (OEE) Em outros casos pensa-se em maximizar os output prejudicando a qualidade e a disponibilidade do equipamento ou também otimizar a disponibilidade da máquina prejudicando a qualidade e a efi ciência. Uma manufatura de sucesso deve otimizar todos os três parâmetros. OEE é um indicador que usa as três métricas para alcançar performances WCM. Figura 2.3 Como se calcula a eficiência global do equipamento (OEE) Os tipos de perdas ligadas às máquinas usam, portanto, os parâmetros deste indicador para medir os impactos das perdas na efi ciência global do equipamento. As perdas ligadas às máquinas que atrapalham a efi ciência global dos equipamentos são: Perdas que interferem na disponibilidade técnica ou no tempo de produção efetivo ¢ Perda por quebra do equipamento. ¢ Perda por troca de tipo (perda causada pela parada do estabelecimento por troca tipo/molde devido ao plano de produção). ¢ Perda por setup (tempo em que a estrutura não produz peças boas por problemas de execuções variadas devido à mudança de tipo). ¢ Perda por troca de utensílios (perda causada pela parada do equipamento por consumo dos utensílios). ¢ Perda por ligar/ parar o equipamento. (período de tempo em que a linha deve ser preparadaao iniciar/parar da produção, portanto não produz aos níveis padrão). • Perdas por avarias • Perdas por setup / ajuste • Perdas por Start Produção / parada do equipamento • Perdas por micro paradas • Perdas por falta de aperto • Perdas por defeitos de qualidade e retrabalho Overall equipment effectiveness = disponibilidade x efi ciência x qualidade Disponibilidade = ____________________________________________________ x 100 Tempo de produção - perda por parada Tempo de produção Performance = _______________________________________________________ x 100 TC ideal x n. de peças Tempo operativo Qualidade = __________________________________________________________ x 100 n. peças produzidas - n. peças n. peças total Tempo de produção Tempo operativo Tempo operativo líquido Tempo de valor agregado P e rd a s p o r P e rd a s p o r P e rd a s p o r 1. Avaria do equipamento 2. Setup e ajustes 3. Troca de tipo 4. Start up 5. Microparadas 6. Falta de aperto 7. Defeito / reparação Overall equipment effectiveness = disponibilidade x efi ciência x quali- Equipamento As sete maiores perdas Pilares Técnicos 34 Perdas que atrapalham a efi ciência da prestação: são perdas que atrapalham o tempo de produção efetivo líquido. ¢ Perdas por micro-paradas e espera do equipamento (sensores de bloqueio/desbloqueio. Não são exatamente estragos e sim pequenos problemas que podem causar muitas paradas e comprometer a efi ciência dos equipamentos). ¢ Perdas por tempo de ciclo atrasado (devido ao fato de que o tempo de ciclo do equipamento é superior ao teórico do projeto). Perdas que atrapalham o nível de qualidade: são perdas que prejudicam o tempo efetivo de produção de valor. ¢ Perdas por defeitos (devido ao fato de que o equipamento não produz peças qualitativamente aceitável); ¢ Perdas por retrabalhos (reciclo). Perdas dos equipamentos que não infl uem no OEE: são perdas imputáveis a perdas de tempo de disponibilidade teórica dos equipamentos. ¢ Perdas por equipamentos inativos, planifi cada por parada produtiva devida à falta na alimentação das máquinas (ex. Falta de materiais diretos, falta de mão de obra, falta de energia). ¢ Perda por equipamentos não utilizados (por fechamento programado, Domingo, feriados, turnos não utilizados, etc.). As perdas derivadas das pessoas podem ser agrupadas em 5 grandes perdas: Perdas de gestão ¢ Espera de instruções/materiais a linhas paradas. ¢ Falta (por exemplo, é devido ao fato de que a empresa paga custos extras no caso de falta por doença). ¢ Greve (inefi ciência no uso da mão de obra em caso de greve parcial) ¢ Treinamento e formação. Perdas nos movimentos operativos (Operating Motion Losses): NVAA (Not Value Added Activities, em português, atividades sem valor agregado) ¢ Observar. ¢ Andar. ¢ Agachar. ¢ Controles. Perdas por organização da linha (Line Organization Losses) ¢ Dessaturação (perda devida à diferença entre a cadência impostada da linha e tempo de ciclo das operações designadas). ¢ Perdas por falta automação. Perdas de mão de obra por defeitos de qualidade (Defect Quality Losses) ¢ Retrabalhos (tempo para consertar os defeitos produzidos). ¢ Falta de controle automático. ¢ Medição e execução. ¢ Erros humanos. Cost Deployment 35 Figura 2.4 Atividade com valor agregado, com valor agregado parcial, sem valor agregado. As perdas derivadas dos materiais são agrupadas em 3 grandes perdas. ¢ Perdas na utilização de materiais diretos e de consumo (para uso de materiais ou componentes com defeitos qualitativos, por descarte de material na entrada, por descarte de produto ou semi- acabado, para uso maior do que a norma, por start up). ¢ Perdas no uso da energia: elétrica por start up, sobrecarga, perdas de temperatura, perdas de área compressa / vapor por vazamentos ou dispersões. ¢ Perdas nas trocas de manutenção (por consumo de peças e materiais de manutenção). 2.4 O percurso de implementação A lógica do percurso de realização do Cost Deployment é a seguinte: ¢ a partir dos custos totais de transformação do estabelecimento e da análise de sua estrutura e composição estabelecem-se as metas de redução de custos (step 1); ¢ Identifi cam-se as perdas e os desperdícios de modo qualitativo colocando-os nos processos onde acontecem (Matriz A – Perdas / Processos) (step 2); ¢ Identifi ca-se a relação entre perdas causais e todas as perdas resultantes (Matriz B – Causais / Resultantes) (step 3); ¢ Transformam-se as dimensões das perdas e dos desperdícios individualizados como causas originais de custos (Matriz C – Custos / Perdas) (step 4); ¢ Selecionam-se metodologias (WCM Pilares) para remover as causas originais das perdas e dos desperdícios e estabelecem-se prioridades (Matriz D - Perdas/Métodos) (step 5); ¢ Estimam-se os custos de implementação dos Projetos para a remoção das causas e as vantagens em termos de redução de custos que comportam (Matriz E- Custos/Benefícios (step 6); ¢ Implementam-se enfi m os planos de melhoramento, recolhendo os resultados (step 7) e fazendo follow-up. Pilares Técnicos 36 Os step de 1 a 4 são constituídos por atividades preparatórias que servem para estabelecer prioridades e deixar realmente efi cazes as atividades com valor agregado dos steps de 5 a 7. Especifi camente, os primeiros três passos tem como objetivo calcular e quantifi car as perdas a partir de dados de budget do estabelecimento, de dados sobre os custos do estabelecimento e de dados operativos. O quarto e quinto passo têm o propósito de defi nir o programa de economia, através da estratifi cação das perdas, a avaliação de projetos de economia, a priorização de projetos, a quantifi cação das economias em termos de custos e de impactos para o melhoramento dos KPI relativos, a defi nição de Plano dos Projetos. O sexto e sétimo steps têm como objetivo assegurar a elaboração de relatórios e a monitoração dos resultados através do progresso trimestral dos desempenhos operativos e o cálculo das economias em termos de custos e de melhoramento dos KPI do estabelecimento. Após a conclusão do step 7 as atividades de Cost Deployment devem começar pelo step 5, levando novamente em consideração a Matriz A dos custos e das perdas, com o propósito de selecionar outras perdas evidenciadas, e que não tinham sido atacadas por falta de recursos, a serem atacadas com outros projetos que possam utilizar os recursos liberados conseqüentemente aos resultados de efi ciência do ciclo de projetos concluídos. A sugestão de duração para cada projeto é de três meses: se os projetos forem complexos e necessitarem de um tempo maior, é aconselhável dividi-los em subprojetos com metas intermediárias, de menor duração. Figura 2.5 Os sete step do Cost Deployment STEP 1 STEP 3 STEP 4 STEP 5 STEP 6 STEP 7 • Quantifi car custos totais de transformação do Estabelecimento • Estabelecer objetivos de redução de custos • Identifi car os custos e as perdas e qualitativamente • Quantitativamente perdas e desperdícios com base nas medições efetuadas anteriormente Separar perdas causais das perdas resultantes Calcular os custos das perdas e desperdícios identifi cados Identifi car métodos para recuperar perdas e desperdícios Estimar custos para melhoramento e a correspondente redução de perdas e desperdícios Estabelecer e implementar plano de melhoria Follow up e retorno ao passo 4 STEP 2 Matriz A Perdas / local- ização Matriz B Causais / Resultantes Matriz C Custos / Perdas Matriz D Perdas / Métodos Matriz E Custos / Ganhos Matriz F Resultados / Follw-up Cost Deployment 37 Assim que os dois ciclos de execução de projetos estiverem concluídos (cerca de seis meses), e depois que foram consuntivados os projetos concluídos, o Cost Deployment deve ser repetido a partir do step 1, para individualizar novas perdas e novas relações entre perdas que no Cost Deployment precedentenão foram individualizadas. Realiza-se assim um processo periódico de refi namento na capacidade de enxergar e individualizar novas perdas. Atenção Para melhorar continuamente a capacidade de enxergar as perdas e os desperdícios é necessário que os estabelecimentos realizem cuidadosamente a análise qualitativa das perdas (Matriz A) e a individualização das causas de origem das perdas (Matriz B), sem pensar em “saber de tudo” e pular para o cálculo dos custos das perdas através da realização da Matriz C. 2.5 Os step 2.5.1 Step 1 Identificar os custos de transformação e estabelecer as metas de redução de custos. Atividade ¢ Identifi car os custos totais de transformação. ¢ Defi nir as metas de redução de custos. Geralmente a meta de redução fi ca entre 6% e 10% anual dos custos de transformação. ¢ Dividir os custos totais de transformação sobre processos para permitir sucessivamente a identifi car as áreas/ equipamentos chave. Figura 2.6 A estrutura dos custos de transformação. Exemplo Atores ¢ Os dados são fornecidos pela Função Administração e Controle. As decisões sobre a meta são apanhadas pela direção do estabelecimento. Input ¢ Custos de transformação do estabelecimento (custos para a realização dos produtos) ¢ Balanço econômico anual, consuntivo para os três meses antecedentes e média mensal. Pode também ser levado em consideração um mês só, com exclusão de janeiro, agosto e dezembro, meses atípicos onde acontecem fenômenos excepcionais. Pilares Técnicos 38 Output ¢ Custos de transformação por processo/ Unidade Operativa. ¢ Meta anual de redução de custos. Figura 2.7 A estrutura dos custos de transformação da estabelecimento de Termini Imerese, auditoria junho 2007. Atenção O perímetro do Cost Deployment deveria compreender tudo o que contribui para determinar o custo de transformação. A análise não deveria ser efetuada somente nos processos centrais da manufatura e da logística, que cobrem geralmente cerca de 90% dos custos de produção, mas também nos processos de suporte, tais como Recursos Humanos e Qualidade. Naturalmente para tratar destes processos é preciso defi nir o que são perdas e desperdícios nas atividades destes processos. Resulta então compreensível que nas primeiras aplicações do Cost Deployment o enfoque seja nos custos de transformação dos processos chave e somente em seguida sejam enfrentados também os processos de suporte. 2.5.2 Step 2 Individualizar qualitativamente as perdas Atividade ¢ Identifi car as perdas segundo o tipo das grandes perdas provenientes de máquinas / equipamentos, mão de obra e materiais. ¢ Individualizar onde situam as perdas, em que processos (Unidades Operativas) e sub-processos (por exemplo, no processo de Pintura os sub-processos são: cataforese, sigilatura, fundo e esmalte). ¢ Classifi car as perdas em elevadas (vermelho), signifi cativas (amarelo) e mínimas (verde). ¢ Realizar a Matriz A – Perdas / Processos. Atores ¢ A direção atua em uma primeira macro individualização das perdas e das respectivas alocações nos processos. ¢ O time da Unidade Operativa formado pelo Responsável de UO, pelo Gestor Operativo, pelo Responsável das Tecnologias ou de Engenharia de Produção, pelo Responsável da Manutenção, pelo Controlador e pelos 2-4 Chefes de UTE, individualiza de modo analítico as perdas da Unidade Operativa e as defi nem utilizando como suporte os tipos de perdas típicas. Cost Deployment 39 Input ¢ Conhecimentos e experiências passadas do Administrador a respeito dos principais desperdícios. ¢ Tipos de perdas típicas. Output ¢ Matriz A – Perdas / Processos. Atenção É preciso superar a tendência a esconder as perdas ou supor saber sobre tudo para perguntar-se de modo transparente, aberto, com atenção aos detalhes e com a paixão pelo desafi o da procura constante: “é necessário melhorar a aptidão de enxergar”. Por isso, os estabelecimentos de maior sucesso são geralmente aquelas que individualizam o maior número de perdas e que a cada ciclo de Cost Deployment aumentam as perdas individualizadas: tem mais olho para enxergar. Figura 2.8 Matriz QA do Cost Deployment – Estabelecimento Termini Imerese, auditoria junho 2007 Pilares Técnicos 40 2.5.3 Step 3 Separar as perdas resultantes daquelas causais. Atividade Por cada perda anotada na Matriz A é necessário defi nir se foi resultante ou causal. Do ponto de vista da atacabilidade, uma perda resultante não é atacável se não for reconduzida a relativa perda causal. Além disso, a perda causal pode existir em outros processos / sub-processos diferentes daqueles em que se evidencia a perda resultante. É, portanto, importante analisar bem o processo inteiro, incluindo para cada perda causal de processo todas as perdas resultantes de todos os processos interligados. No exemplo aqui exposto é visível como uma perda causal de dano no equipamento originado dentro de um processo pode comportar perdas resultantes nos processos sucessivos, por exemplo, uma parada forçada da máquina (que pode gerar defeitos), com perdas por falha na descarga, perda por materiais indiretos e perda de energia. No sistema inteiro haverá uma perda de energia e uma perda de materiais diretos ligados aos defeitos do produto. Figura 2.9 Realizar a Matriz B – Causais / Resultantes. Input ¢ Matriz A do Cost Deployment. ¢ Analise acurada por parte dos times do estabelecimento e de processo / Unidade Operativa. Output ¢ Matriz B - Causais/Resultantes. Cost Deployment 41 Figura 2.10 Figura 2.11 Matriz Preparatória da Matriz B classificação das perdas causais e resultantes – Estabelecimento di Tychy, outubro 2007 Matriz B estratificação – Estabelecimento Tychy, auditoria outubro 2007 Pilares Técnicos 42 Atenção Ao examinar as perdas pode acontecer que uma perda inicialmente considerada causal seja na verdade uma perda resultante. Caso isso aconteça, é necessário voltar à defi nição da Matriz A. Às vezes uma perda pode ser tanto causal como resultante. Por exemplo, uma perda por acionamento do equipamento pode ser defi nida como causal se acontecer no começo do turno ou depois das pausas (períodos não trabalhados, feriado, férias). Pode ser defi nida como resultante se acontecer após uma parada por estrago do mesmo equipamento ou de outros. 2.5.4 Step 4 Calcular os custos de perdas e desperdícios ¢ Defi nir a estrutura de custo das perdas. ¢ Coletar os dados que defi nem as perdas resultantes, ligando-os a perda causal, em termos físicos envolvendo as engenharias, o pessoal de manutenção e o pessoal de operação (condutores, o gerente operativo, chefes UTE, team leader e membros da linha). ¢ Traduzir os parâmetros físicos em custos (a partir da estrutura dos custos do estabelecimento, recolher as tarifas dos custos da mão de obra – tarifas horárias das prestações de mão de obra direta, indireta e externa, dos custos de energia – força eletromotriz, iluminação, ar, água - dos custos dos materiais – materiais direto dos fornecedores e de outros estabelecimentos, materiais indiretos, dos custos de outras despesas. ¢ Defi nir os drivers de custo, ou seja, a variável que determina o custo (ex. Número de pessoas, número de robôs, potências instaladas). ¢ Calcular os custos da perda causal incluindo todos os custos das perdas totais interligadas. (como defi nido na Matriz B). ¢ Analisar os dados produzidos pela Matriz C através da estratifi cação por tipo de perdas, por processo, sub-processo, UTE, ate individualizar a fonte de perda mais critica que possa ser atacada com uma metodologia ou instrumento adequado. Atividade Figura 2.12 Matriz C Ralação da perda e custos. Exemplo Perda por avaria Termpo de parada do equipamento Termpo de parada do equipamento N. de Posicionados Consumo Horario de energia n. de manutentores envolvidos Tempode parada dos posicionados Tempo de parada do equipamento Tempo de reparação X X X X X X X Tarifa horaria da mão de obra direta Tarifa horaria da energia Tarifa de amortização Tarifa horaria da energia Custo do trabalho (direto) = = = = Custa da energia Custo da amortização Custo do trabalho (indireto) Cost Deployment 43 Atores Para a coleta de dados que permitam defi nir as perdas em termos físicos os atores envolvidos são as engenharias, o pessoal de manutenção e os de operação: os condutores, os team leader e os membros da linha. A coleta de dados deve ser efetuada em nível de UTE, equipamento/máquina. A tradução dos parâmetros físicos em custos deve ser feita pelo responsável de Administração e Controle do estabelecimento usando as tarifas em uso no estabelecimento. O responsável de Administração e Controle cuida da construção do sistema do estabelecimento para a coleta de dados e monitoramento constante do sistema. Input ¢ Matriz B. ¢ Estrutura de custos do estabelecimento. ¢ Tarifas relativas aos custos do estabelecimento. ¢ Exemplos de mensuração das perdas causais e resultantes por parâmetros físicos. ¢ Exemplos de transformação das medições físicas em medidas de custo (ex. Manuais para a avaliação das perdas, produtos dos estabelecimentos por Unidades Operativas). Output ¢ Matriz C – Perdas Causais/Custos. A Matriz Perdas Causais/Custos serve para evidenciar os custos provenientes das perdas dos vários processos. É executada a partir das perdas causais e das relativas perdas resultantes defi nidas pela Matriz B. É aconselhável que tenha como referência uma base homogênea (ex. registrando os valores em euro / mês). Pilares Técnicos 44 Figura 2.13 Matriz C – Exemplo Cost Deployment 45 Pilares Técnicos 46 A Matriz C produz um conjunto de dados que deve ser analisados pela estratifi cação em diferentes formas para fornecer informações relativas ao tipo e ao valor das perdas geradas, a localização das perdas, a relação entre custos de transformação e a estrutura de custos das perdas. Figura 2.14 Ferramentas Estratifi cação - Diagrama de Pareto. A estratifi cação é um instrumento que permite analisar os dados disponíveis explodindo-o até o último nível possível(4). 2.5.5 Step 5 Identificar o know how necessário para a redução das perdas e dos desperdícios. Uma vez identifi cadas às perdas de maior valor econômico é necessário escolher as medidas apropriadas para reduzi-las ou eliminá-las. Existem em geral dois jeitos de abordá-las que utilizam ferra mentas próprias específi cas. A abordagem do melhoramento focalizado é orientada a solução de temas específi cos e univocamente identifi cáveis, concentrando-se no problema em si e obtendo resul tados em tempos breves. O processo de melhoramento sistemático é orientado a soluções de problemas de caráter geral e não univocamente identifi cáveis, requer um tempo maior, mas tem um impacto mais estendido e prevê ao longo do tempo o acontecimento de outras perdas. Os instrumentos típicos deste processo são organizados nos pilares técnicos do WCM: Segurança, Manutenção Autônoma, Workplace Organization, Manutenção Professional, Quality Control, Logística, Desenvolvimento de Pessoas Atividade ¢ Identifi car quais são as perdas atacáveis, baseando-se em uma avaliação das perdas por impacto, custo, facilidade (easiness) (Matriz ICE). ¢ Escolher o método apropriado para atacar as perdas. (4) Para uma explicação mais aprofundada do Diagrama de Pareto cfr. capitulo Focused Improvement deste Guia. Output da Matriz C – Estabelecimento Maserati, auditoria 2007 Cost Deployment 47 Figura 2.15 ¢ Avaliar o impacto sobre o KPI. ¢ Preencher a Matriz D - Perdas Causais / Know how. Input ¢ A Matriz C do Cost Deployment. ¢ O conhecimento das metodologias enfocadas e dos métodos sistemáticos para atacar as perdas. ¢ Os KPI da estabelecimento. Output ¢ Matriz D. Ferramentas ¢ Método ICE O método ICE permite examinar as mais importantes perdas causais identifi cadas pela Matriz C avaliando os impactos, os custos e a facilidade de ataque. O impacto expressa qualitativamente com um ranking de 1 a 5 o valor econômico da perda individualizada. O custo expressa qualitativamente com um ranking de um valor mínimo até um valor máximo o valor econômico dos custos a serem enfrentados pela atuação do melhoramento. A facilidade expressa qualitativamente com um ranking de 1 a 5 o nível de facilidade em enfrentar a perda (tempos e recursos). ICE = I x C x E expressa qualitativamente com um ranking de 1 a 125 o nível de atacabilidade da perda. Análise da perda a partir da causa raiz e idenfiticações dos metodos para removê-lo Avaria DETERIORAÇÃO INCREMENTO STRESS FORÇA INSUFI- CIENTE Perda (avaria) CAUSA RAIZ Avaria devido a falta da manuteção das condi- ções de base Avaria devido a falta da observação das condi- ções operativas Avaria devido a repara- ção do maquinário Avaria devido a ponto fraco do projeto Avaria devido a falta de competencia dos operadores e falta de competencia do dos manutentores Manutenção Autônoma Desenvolvimento de Pessoas Manutenção Profi ssional Melhoramento Ficado \ EEM Desenvolvimento de Pessoas Pilares Técnicos 48 Figura 2.16 2.5.6 Step 6 Estimar os custos dos Projetos de Melhoramentos escolhidos para ser implementados Atividade Após terem identifi cado as melhores metodologias para reduzir as perdas maiores dos vários processos, é necessário executar um balanço econômico entre custos de implementação da nova metodologia e benefícios derivados da redução da perda. Para este fi m utiliza-se a Matriz E. Baseando-se então na análise de custos / benefícios é possível enfi m escolher quais iniciativas de melhoramento começar primeiro. As economias são por defi nição estimada com base na estrutura de custo do estabelecimento, as tarifas, as condições de produção de referência, mas requerem um processo de conclusão certifi cado pela função Administração e Controle. Matriz D Unidade Operativa Montagem – Estabelecimento Tychy, fevereiro 2007 Cost Deployment 49 Figura 2.17 Matriz E – Estabelecimento de Melfi, auditoria abril 2007 Cost Deployment Melhores Práticas 50 2.5.7 Step 7 Implementados os projetos de melhoramentos, efetuarem a monitoração e o follow-up. Atividade ¢ Redigir o Plano de melhoramento ou Matriz F. ¢ Gerenciar os progressos do Plano de melhoramento através dos progressos da Matriz F. ·. Figura 2.18 ¢ Juntar os saving realizados e com os devidos tempos ao budget do estabelecimento e realizar a Matriz G. Figura 2.19 Matriz F – Estabelecimento de Termini Imerese, auditoria junho 2007 Matriz G – Estabelecimento de Termini Imerese, auditoria junho 2007 Cost Deployment 51 2.6 Melhores Práticas – Regras de avaliação das perdas – Guia para o cálculo das perdas. Estabelecimento de Termini Imerese Figura 2.20 O Guia contém as regras para avaliar as perdas e os desperdícios identifi cados pelos steps 1, 2 e 3 do método do Cost Deployment. Após ter individualizado qualitativamente as perdas principais através da Matriz A, e evidenciadas as relações entre perdas causais e perdas resultantes através da Matriz B, é necessário valorizar as perdas causais em termos econômicos; o guia é o instrumento de base para a realização da Matriz C (step 4). Existem tipos diferentes de perdas individualizadas: ¢ Perdas causais e perdas resultantes; ¢ Perdas dinâmicas e perdas estáticas. Perda causal. É uma perda causada por um problema de processo ou estabelecimento. Perda resultante. É uma perda de materiais, mão de obra, energia, etc. Conseqüente a uma perda de outro processo ou equipamento. Perdas dinâmicas. São aquelas perdas cuja causa origem provoca uma parada da linha no ciclo diário de produção. São problemas então expressáveis dimensionalmente em termos de tempo ou veículosperdidos por parada de linha. Perdas estáticas. São todas aquelas perdas cuja causa de origem não provoca uma parada da linha. Estas são ligadas a decisões de impostação gerencial das linhas e ao número de veículos a serem produzidos na unidade de tempo de observação. Estas têm uma só resultante: a mão de obra direta. Exemplos de perdas dinâmicas: ¢ Perdas por Quebras; ¢ Perdas por Greve; ¢ Perdas por Re-elaborações ¢ Perdas por Falta; ¢ Perdas por Falta de Materiais; ¢ Perdas por Micro-paradas; ¢ etc. Guia para calculo das perdas Cost Deployment Melhores Práticas 52 Exemplos de perdas estáticas: ¢ Perdas por NVAA (Not Value Added Activity); ¢ Perdas por Testes e Controles; ¢ Perdas por Dessaturação; ¢ Perdas por RCL (capacidade de trabalho reduzida) zero utilização; ¢ etc. Um exemplo típico de perda dinâmica é a perda por danos; são considerados danos todos aqueles eventos de parada superior a 10 minutos. Esta perda como todas as causais dinâmicas aparece na Matriz C e compõe-se de muitas resultantes. Figura 2.21 A perda por quebra gera as seguintes perdas resultantes: ¢ Materiais diretos: o valor será determinado calculando os descartes de material direto dos produtos de mau funcionamento dos equipamentos por causa de quebras. A determinação do valor total de perdas é fortemente ligada ao tipo de quebras e as avaliações do responsável da engenharia; não é, portanto possível ter fórmulas matemáticas padronizadas; ¢ Materiais indiretos (e de consumo): o total da perda é calculado na seguinte maneira: ¢ Materiais de Manutenção (Trocas): o total da perda é calculado pelo produto: ¢ Chefes e dependentes (Salários): o total da perda é calculado na seguinte maneira: ¢ Com base no tempo perdido por estrago, teremos na coluna “Mão de Obra direta”: ¢ Mão de obra indireta: o total da perda se extrai do produto: ¢ Handling: o total da perda é originado pelo produto: Perdas pro avarias M a te ri a l d ir e to M a te ri a l i n d e re to ( e d e c o n su m o ) M a te ri a l d e m a - n u te n çã o ( re - p o si çã o ) L íd e re s e e m p re g a - d o s (s a la ri o s) M ã o d e o b ra d ir e ta M ã o d e o b ra in d ir e ta H a n d lin g M a n u te n çã o L im p re sa T é cn ic a A ca b a m e n to r u im O u tr a s d e sp e sa s E n e rg ia e s e rv o - m e zz i F. E .M . Perda por avarias • • • • • • • • • • • • • Cost Deployment 53 ¢ Manutenção (prestações): o total da perda será dado pelo produto: ¢ Limpezas técnicas: o total da perda será dado pelo produto: ¢ Eliminação lixo: o total da perda será dado pelo produto: ¢ Outras despesas: o total da perda será dado pelo produto: ¢ Energias e servomezzi o total da perda é calculado da seguinte maneira: ¢ Perdas por F.E. M: o total da perda é calculado da seguinte maneira: N.B. A quantidade de perdas resultantes individualizadas e as fórmulas usadas para a valorização econômica delas, constituem o “estado da arte” no Grupo FIAT, mas não um padrão. O refi namento constante da capacidade de individualizar sempre novas perdas pode levar a um posterior incremento do número de perdas individualizadas, assim como o melhoramento do sistema de coleta de dados deve permitir a defi nição e a aplicação de fórmulas para converter as perdas em custos cada vez com mais precisão. Legenda: F.E.M.= força eletromotriz MDO= mão de obra direta n° add_UTE(i)= número membros da UTE i-esima n° manut_pronto_Intervento= número do pessoal da manutenção de pronta intervenção Prest_man= prestações de manutenção std= standard Tcausale_UTE(i)= tempo causal na UTE i-esima Assim que as perdas estiverem quantifi cadas, cada Unidade Operativa construirá um Pareto geral que permitirá a individualização das mais relevantes entre as identifi cadas (portanto potencialmente atacáveis). Cost Deployment Melhores Práticas 54 Figura 2.22 Individualizadas as principais perdas, será feita uma posterior estratifi cação das mesmas subdividindo- as por Equipamento, UTE ou Processo onde se manifestaram. Figura 2.23 Em alguns tipos de perdas são efetuadas análises posteriores. Por exemplo, em caso de perda por NVAA, procede-se com a verifi cação por cada UTE quanta parte da perda é imputável ao observar, caminhar, se movimentar, etc. Isto fornecerá as Engenharias da Unidade umas informações preciosas aos fi ns de realizar projetos de ataque às perdas; será, portanto possível atacar a perda , não somente onde ela mais se manifestou, focando-se na sua componente principal. Exemplo de pareto geral das perdas Unidade Operativa Montagem Exemplo de pareto com estratificação das perdas por NVAA na Unidade Operativa Montagem Cost Deployment 55 0. Não se tem uma real compreensão, defi nição e medição das perdas e dos desperdícios. 1. O primeiro CD (Cost Deployment) está completo. As perdas e os desperdícios são defi nidos e identifi cados de forma aproximada. Alguns projetos e atividades (AM/PM/ FI/QC) surgiram de uma transformação aproximada das perdas e dos desperdícios em custos. Não existe cooperação entre a Administração (Financeira) e a Produção. Os resultados dos melhoramentos não foram certifi cados pelos entes administrativos (Financeiro). 2. Todas as principais perdas e desperdícios são identifi cados com a colaboração entre administração (Financeiro) e Produção. Os desperdícios e as perdas foram transformados em custos muito próximo do correto. O CD está completo (cobre mais de 80% dos custos de base do estabelecimento, isto é, os custos totais menos a depreciação e os custos logísticos externos). Em base ao CD, projetos e programas estão em andamento e obtendo bons resultados. Clara compreensão da localização dos maiores custos (estratifi car). Necessidade de implementar os padrões exigidos. 3. As matrizes do CD A, B, C, D, E e F são usadas corretamente nas principais áreas e foram obtidas reduções consistentes de custo. 4. O CD foi feito para ser considerado no budget. É evidente a ligação entre o budget e a Matriz E. O CD é bem usado por quem fez a Matriz G para estabelecer o budget anual que é corretamente seguido. 5. Mesmo tendo obtido melhorias existe a fi losofi a da continua busca de opor tunidades para reduzir custos e aumentar a produtividade. Por estas razões 30% do custo de transformação é considerado com desperdícios e perdas, e são feitos esforços contínuos para identifi car outros desperdícios e perdas (provavelmente escondidos). As perdas externas e o seu impacto sobre o estabelecimento são visíveis e identifi cadas (ex. para os fornecedores) e os programas de melhoramento são desenvolvidos e implementados. Novas oportunidades de melhoramento são desenvolvidas e implementadas. Novas oportunidades de economia são constantemente identifi cadas. Sempre que se obtêm resultados na redução de perdas e desperdícios é realizada uma difusão horizontal do melhoramento sobre outras áreas. OS NIVEIS DE DESENVOLVIMENTO DE COST DEPLOYMENT Focused Improvement 57 Focused Improvement 3.1 O que é Focused Improvement é um pilar técnico direcionado ao combate de grandes perdas resultantes do Cost Deployment, que tem um forte impacto no budget e no KPI do estabelecimento e de suas soluções se espera fazer importantes economias. É um procedimento focado na solução de temas específi cos e identifi cáveis que se propõe a obter um resultado em curto prazo, com um elevado benefício, em termos de redução de custos devido às perdas e aos desperdícios. Aplica técnicas, instrumentos e métodos específi cos para a solução de problemas de difi culdade crescente, em relação à complexidade das causas dos desperdícios e das perdas a serem removidas. Utiliza a lógica da melhoria focada, de acordo com a qual, diante de um problema, entendido como um desvio em relação a um padrão, não se limita a especifi car uma solução de bloqueio, mas se instaura um ciclo determinado a especifi car ascausas e a removê-las defi nitivamente para reestruturar o padrão ou para inovar por meio da adoção de um novo padrão. O ciclo do melhoramento se defi ne PDCA, onde: Plan (Planejar) signifi ca entender o problema, identifi car as causas, verifi car as causas, identifi car as soluções e colocá-las em ordem de prioridade; Do (fazer) signifi ca aplicar a solução; Check (checar) signifi ca controlar a efi cácia da solução e monitorá-la; Act (Agir) padronizar a nova solução implementada e difundir a solução horizontalmente às situações semelhantes. Figura 3.1 3. O ciclo tende ao infi nito, porque o padrão restaurado ou o novo padrão pode ser posteriormente questionado por novas soluções de melhoramento. A lógica do PDCA Entender o problemas Identifi car as causas Verifi car as causas Identifi car as soluções e estabelecer prioridades Implantar as soluções Verifi car as soluções e monitorá-las Padronizar Act Check Do Plan Pilares Técnicos 58 Figura 3.2 A tendência ao infinito do ciclo Através da aplicação dos instrumentos do melhoramento focado, se cria também uma bagagem de conhecimento em relação à aplicação dos métodos e dos próprios instrumentos. O conhecimento criado nas primeiras fases compreende também a aplicação dos pilares sistemáticos do WCM (por exemplo, Manutenção Autônoma, Manutenção Professional, Quality Control ou em português Controle da Qualidade) a ser difundido no desenvolvimento do percurso para o WCM (Route Map ou em português Mapa do caminho). De fato, o Pilar do FI, através das áreas modelo, cuida também do desenvolvimento do conhecimento dos métodos de melhoramento sistêmico em relação aos pilares diretamente envolvidos (AM, PM, QC), além de outros defi nidos dentre aqueles focados, do qual se ocupa em específi co este pilar. Figura 3.3 Hierarquia dos instrumentos de Problem Solving para o Focused Improvement Padrão 1 Padrão 2 Melhoramento Focused Improvement 59 3.2 Intervir nas perdas esporádicas e nas perdas crônicas As perdas podem ser representadas por fenômenos esporádicos ou recorrentes. A restauração do fenômeno esporádico permite retornar às condições iniciais ou padrão, que podem não ser as melhores. Figura 3.4 Fenômenos de perda esporádica e crônica Para as perdas crônicas, existe normalmente uma maior difi culdade na especifi cação das causas: estão, na maioria das vezes, escondidas e coligadas entre elas, estas perdas são insignifi cantes, se consideradas singularmente, mas estão presentes com grande freqüência, na maioria das vezes facilmente restauradas pelos operadores, e correm o risco, de não serem notadas pelos responsáveis. São, portanto, mais difíceis de serem quantifi cadas das perdas esporádicas. Por este motivo, as perdas crônicas são combatíveis com FI, mas com o emprego de instrumentos mais sofi sticados. A redução dos fenômenos esporádicos e a redução da amplitude dos fenômenos crônicos podem ser obtidas através da restauração das condições de base, ou seja, com instrumentos de Problem Solving, que tem como objetivo consentir a restaurado do padrão como 5 G, 5 Why, Quick Kaizen, Standard Kaizen. Para zerar as perdas crônicas, podem ser necessárias modifi cações tecnológicas da implantação ou do processo que tem necessidade de instrumentos de Problem Solving complexos como o Major Kaizen. O PPA, por exemplo, é um instrumento que serve para conhecer o padrão e é aplicado nas áreas em que não se há um bom conhecimento dos padrões de processo e do seu impacto sobre o produto. Portanto se lê relutante, partindo do ponto de vista de transformação (Processing Point), como a máquina/implantação pode infl uenciar os parâmetros de qualidade do produto e se caracterizam tais parâmetros em termos de valores nominais, tolerâncias, ciclos de manutenção, constituindo as condições para defeito zero. exemplo tempo instabilidade das condições fenômenos crônicos índice de defeituosidade fenômeno esporádico ótimas condições (zero defeito) Pilares Técnicos 60 Figura 3.5 Técnicas e instrumentos de Focused Improvement em relação à complexidade do tema Os primeiros três instrumentos, 5 G, 5 Why e Quick Kaizen, são os mais simples, o primeiro porque se baseia na observação direta, os outros dois porque utilizam técnicas lineares de especifi cação de mais causas possíveis e são utilizados normalmente para intervir nas perdas esporádicas. Entre eles, o Quick Kaizen pode ser utilizado também para intervir sobre as perdas crônicas, simples. A estes três instrumentos simples é acrescentado o EWO (Emergency Work Order, em português, Ordem de Trabalho Emergencial), o sistema de regi stro dos defeitos dos maquinários, que vai diretamente à identifi cação da causa origem, porque se supõe que a causa origem seja fácil de ser determinada. O Major Kaizen é utilizado, quando as perdas são crônicas e as causas são complexas e, para alcançar as condições para defeito zero, é necessário intervir através da modifi cação do impacto ou do processo ou até mesmo do produto. O PPA se utiliza para as perdas crônicas onde existem implantações muito complexas e existem muitos aspectos que podem infl uenciar a perda e, onde exista a falta de conhecimento dos parâmetros que defi nem aquela perda. O instrumento Seis Sigma se utiliza sobre perdas crônicas, quando não existir clareza sobre a relação entre os parâmetros que podem infl uenciar a perda. Ele mede as relações que existem entre a causa e o efeito, além das correlações entre as causas, não através da análise da máquina e das interações entre os subsistemas, mas avalia de modo preditivo, através de técnicas estatísticas, as infl uências entre as causas e o efeito e as possíveis causas, identifi cando quais são os parâmetros mais relevantes para agir sobre as causas com ações corretivas. Focused Improvement 61 3.3 Instrumentos para o melhoramento focalizado Para resolver um problema específi co, cujas causas são univocamente identifi cáveis, os instrumentos a serem utilizados em relação à complexidade do problema são, em ordem hierárquica, do mais simples ao mais complexo: ¢ 5G, Gemba - vá ao ponto, Gembutsu - verifi que o fenômeno, o objeto, Genjitsu - verifi que os fatos e os dados, Genri - refi ra-se à teoria, Gensoku - siga os Padrões operativos. É um método que se baseia na observação dos fatos e no uso dos cincos sentidos. Deve ser efetuado na ofi cina, indo diretamente ver o fenômeno problemático onde isto acontece. Tem o objetivo de reestruturar as condições Standard de base e é um bom método para a solução de tipologias de perdas, esporádicas ou crônicas, simples e pode conduzir ao uso de instrumentos mais sofi sticados. ¢ 5W-1H, What (o que) Sobre qual objeto/produto se apontou o problema? When (quando) Quando se verifi cou o problema? Where (onde) Onde se viu o proble ma? Who (quem) O problema é correlato ao fator homem (nível de experiência)? Which (qual) Qual andamento tem o problema? How (como) Come se apresentam as condições em relação à situação ideal? É um instrumento que ajuda no recolhimento de todos os dados, os indícios, necessários para a solução de um problema através da especifi cação da causa origem; ¢ 5 Whys. É um método que se propõe a apontar a verdadeira causa de um fenômeno perguntando- se 5 vezes porque, de maneira repetitiva, baseando-se em cada porquê presente na fase anterior. É um bom método para a solução de tipologias de perdas esporádicas, como os defeitos, enquanto não é efi caz para a solução das perdas crônicas, exceto aquelas que derivam de uma única causa. Figura 3.6 A lógica do método 5 Whys Identifi cação dos fatores Fenômeno (resultado) verifi car Identifi cação dos fatores defi nição da causa Identifi cação dos fatores defi nição da causa defi nição da causa Continuar até a causa primaria! Não Não Sim Sim verifi car verifi car Pilares Técnicos 62 Figura 3.7 EWO (Emergency Work Order,
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