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Curso de Pós-Graduação em Literatura Brasileira Sthefani Ingrid Oliveira Silva. Fichamento do artigo: LUFT, Gabriela. A literatura juvenil brasileira no início do século XXI: autores, obras e tendências. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n. 36. Brasília, julho-dezembro de 2010, p.111-130. A autora se propõe a analisar o trajeto da literatura infantojuvenil no Brasil ao longo dos anos, levando em consideração diferentes autores, obras e tendências. Com 17 tópicos e quatro partes bem divididas, Luft traz um ponto de vista histórico da produção literária que vai de 1890 a 1980. Na primeira parte do artigo, que se passa de 1890 a 1920, ela elenca traços da literatura juvenil daquele período, como a influência de um pensamento europeu que era focado em cidadãos extremamente nacionalistas, o que não condizia com a realidade do país naquele período, assim como a aceleração na industrialização brasileira. Ainda nessa parte a autora se propõe a falar de uma segunda fase que rompe com alguns padrões expressos na primeira. Ela vai de 1921 a 1944 e conta com autores como Monteiro Lobato que descreve a “necessidade de se escreverem histórias para crianças numa linguagem que as interessasse” (id., p. 45).” (p.112) e Érico Veríssimo. Nessa segunda fase, os autores tinham a preocupação de produzir obras com uma linguagem que considerasse a oralidade, rompendo com a exigência do uso da norma culta, porém alguns aspectos folclóricos ainda mantinham o conservadorismo na produção literária. Luft também fala sobre o período em que o país passou por uma grande expansão editorial, que ocorreu por volta dos anos 1946 a 1964, porém neste mesmo período o mercado sofria com a falta de temas inovadores para as produções. Porém essa inovação acontece em um quarto momento que acontece entre 1970 a 1980. A produção começa a ser voltada mais para o público jovem e temas como miséria e marginalidade ganham espaços, isso possibilita um grande avanço na representação da realidade e de novas perspectivas. Na segunda parte, intitulada como Caracterização da literatura juvenil contemporânea conforme Teresa Colomer, apresenta uma análise sobre o estudo A formação do leitor literário: narrativa infantil e juvenil atual. Na obra são abordadas as questões presentes na literatura infanto juvenil no período de 1970 a 1990. Nesse período a produção literária passa por uma inovação que separa os modelos constituídos por narrativas de períodos anteriores. A temática social estava em evidência na produção artística, assim os personagens e as temáticas remontam uma contemplação do mundo. Na terceira parte os temas mais presentes nos gêneros literários são apresentados, são eles: denúncia social, ambiguidade e introspecção tecnológica. As produções para crianças um pouco maiores, na faixa etária dos 10 anos, apresentam maior incidência de temas inovadores. Um outro ponto é a necessidade de representar o público consumidor e isso acontece por meio dos personagens, espaço/tempo. A partir do quadro de ganhadores da Fundação Nacional do Livro Infanto Juvenil, a partir de 1990, ficou clara a expansão das perspectivas que só eram encontradas na literatura geral. As novas dinâmicas nas construções narrativas da literatura infanto juvenil acontecem no mundo todo. As obras exigem uma leitura mais dinâmica e representam novas possibilidades.
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