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O tempo individual é a própria percepção individual do tempo, essa percepção é subjetiva e não dá para ser medida. Já o tempo social depende de cada sociedade, cada coletividade conta o tempo de uma maneira e faz diferentes criações de medidas de tempo. A maneira de se sentir, perceber e contar o tempo depende de cada coletividade. O tempo cíclico é o tempo que se renova, que reinicia, marcado pelos ritos periódicos relacionados aos processos de semeadura e colheita, por festividades religiosas periódicas, por celebrações que emulavam a origem ou fundação de sua cultura. O tempo era medido dessa forma, e a cada vez que se mudava o imperador, a contagem de tempo se reiniciava, e essa contagem do tempo era baseada nos anos do governo de determinado imperador (ex. Ano 2 do governo do Imperador X). O tempo cristão foi criado no Séc. VIII, na Europa Medieval, no meio da Idade Média, mas apenas foi consolidado no Séc. XI (a partir de 1001). Com a consolidação do tempo cristão na Europa, houve uma mudança da percepção do tempo, nasce uma linha do tempo, uma progressão onde a cada dia que se passa mais perto se está do juízo final (fim). Assim, surge o Calendário Cristão, sendo ele uma junção do calendário lunar judaico e o calendário solar romano. Passa a existir uma tentativa de ordenar as ações e atos dentro do Calendário Cristão. São criados blocos temporais dentro dessa linha do tempo cristã pelos renascentistas, também é feita a periodização do tempo, montam/definem a Antiguidade e a Idade Média, mas os renascentistas da época do Renascimento, a qual eles denominaram como Idade Moderna, olham para a Idade Média com preconceito. Passamos a ter uma nova percepção de tempo com o Iluminismo, no Séc. XVIII; a Revolução Francesa se torna símbolo da concepção de tempo do Iluminismo, se torna referência de como sentir e como ver o tempo. A visão de tempo difundida pela manutenção do tempo linear feita pelo Iluminismo é na crença do aperfeiçoamento, que a humanidade melhora com o passar do tempo, de que o futuro será diferente e melhor, que existirá a evolução do raciocínio com o acúmulo de conhecimento com o passar do tempo; é uma expressão laica na percepção do tempo linear; a história no tempo do progresso é escrever no presente, estudando e analisando o passado se pensando no futuro. O tempo da história não é uma medida, ele está incorporado às questões dos documentos e dos fatos. O tempo histórico é aquele que promove uma explicação dada pelo historiador, a expressão do tempo na história é uma ferramenta que é utilizada para datar a duração dos eventos, criando uma explicação para um determinado período histórico; promove uma compreensão efetiva. Com o tempo histórico, se faz uma baliza temporal – pois o tempo do historiador não é o tempo do calendário – onde acontece a atribuição de valores na utilização do tempo, é um instrumento interpretativo do historiador para entender a periodização usada nas obras, que garante diferentes interpretações de um determinado período, sendo a história, a história é pensada, olhada e avaliada a partir de perspectivas diferentes, onde passa a existir várias interpretações plausíveis do passado; o tempo histórico é algo discutível. Sendo assim, podemos concluir que o tempo histórico é uma ferramenta que serve para dar um entendimento para um período histórico; é uma construção do historiador para dar uma explicação plausível para um determinado período a partir de balizas temporais que o próprio historiador determina para seu estudo e obra, esse tempo histórico surge na postura do historiador de objetivar o tempo. A objetivação do tempo é quando o tempo é colocado à distância, com balizas, que determinam quando começam e quando terminam aquelas circunstâncias); delimita os pontos de referência; sem perspectiva teológica, fazer prognósticos, promovendo um olhar ao tempo à distância.
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