Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
by: Brenda Preuss, brendapreuss14@gmail.com ESPERMATOGÊNESE É a formação do gameta masculino, o espermatozoide. Ocorre na gônada masculina, os testículos, mais especificamente nos túbulos seminíferos. Estes são pares e ficam dentro da bolsa escrotal, a qual é localizada fora da cavidade abdominal, o que permite que sua temperatura fique abaixo da temperatura corporal (2 a 6ºC), o que é essencial para a formação do espermatozoide A testosterona é o hormônio masculino que é responsável pelas características sexuais secundárias e pela espermatogênese (comportamento agressivo, crescimento e produção) (COSGROVE et al., 1996). Esse processo se inicia nos novilhos por volta de 16 a 20 semanas de idade, já a produção de esperma inicia com 32 semanas (CURTIS & AMANN, 1981). Importância da espermatogênese: A capacidade reprodutiva do macho depende do desenvolvimento normal e funcional dos espermatozoides (JOHNSON et al., 2000). Com relação a produção de bovinos, a fertilidade consiste em uma das principais características de avaliação, já que é responsável pela transmissão de genes desejáveis ou indesejáveis (COELHO, 2007). ORGANIZAÇÃO DAS CÉLULAS NO TECIDO Os túbulos seminíferos estão circundados por um tecido conjuntivo também chamado de tecido intersticial, onde existem pequenos grupos de células endócrinas chamadas Células de Leydig (produtoras do hormônio sexual masculino, a testosterona). Durante o período embrionário do indivíduo, formam-se as células germinativas que, na fase da puberdade, dão origem às espermatogônias, quando o testículo inicia a produção de testosterona. A camada basal deste epitélio é constituída pelas espermatogônias, juntamente com as células de Sertoli. Indo para região um pouco mais central, no compartimento adlumintal, existem os espermatócitos primários (2n) e espermatócitos secundários (n). Próximo à luz tubular encontra-se as espermátides. Os espermatozoides são encontrados dispersos neste epitélio seminífero e o seu flagelo está no centro do túbulo seminífero. O processo de espermatogênese se dá da lâmina basal em direção ao lúmen do túbulo. As células de Sertoli são responsáveis pela sustentação e nutrição das células germinativas, além de formarem uma barreira hemato-testicular que protege as células da espermatogênese do contato com substâncias provenientes do sangue, evitando uma resposta autoimune contra os próprios gametas. EIXO HIPOTALÂMICO-HIPOFISÁRIO- TESTICULAR Para haver o processo de espermatogênese, é necessário a ação desse eixo, para liberação de hormônios que desencadeiam o processo. O hipotálamo libera GnRH, que atua na hipófise estimulando a liberação de FSH e LH. O FSH atua nas células de Sertoli, as quais sintetizam fatores que regulam a espermatogênese. O LH atua nas células de Leydig estimulando a produção de testosterona, a qual desencadeia o processo de espermatogênese. A liberação do LH dura cerca de 10 a 20 minutos e pode ocorrer três ou mais de oito vezes ao dia em bovinos (AMANN, 1983). O FSH possui concentrações mais baixas que o LH, mas o pulso dura muito mais tempo, em bovinos. (SETCHELL, 1980). Quando os níveis de testosterona estão acima do adequado, existe feedback negativo no hipotálamo para que cesse a liberação de GnRH, cessando, consequentemente, a liberação de FSH e LH na hipófise. Isso equilibra os níveis sanguíneos de testosterona. ESPERMATOGÊNESE Processo de produção do gameta masculino. Esse processo dura em torno de 60 dias em bovinos (ARRUDA et al., 2015). É dividida em três fases principais: espermatocitogênese, meiose e espermiogênese. Ocorrem rápidas e sucessivas divisões mitóticas das espermatogônias (fase de espermatocitogênese). Nesse momento que as células diploides (2n = 46 cromossomos) aumentam em quantidade. Primeiro ocorre a multiplicação das espermatogônias, formando as espermatogônias do tipo A (continua produzindo outras espermatogônias, importante para a manutenção das células-tronco, responsáveis pela capacidade espermática de modo contínuo durante toda a vida do animal) e tipo B, que se dividem por mitose para gerar o espermatócito primário. A divisão mitótica da espermatogônia tipo B dá origem ao espermatócito primário ou de 1ª ordem, também diploide (2n = 46 cromossomos). O espermatócito primário passa pela primeira divisão meiótica (os cromossomos homólogos segregam-se em duas células haploides, com as cromátides duplicadas) e origina dois espermatócitos de 2ª ordem ou secundários. Os espermatócitos secundários passam pela meiose II (uma cromátide de cada um dos cromossomos haploides), dando origem a células haploides (n = 23 cromossomos) chamadas espermátides. As espermátides passam por processo de espermiogênese, se tornando espermatozoides. ESPERMIOGÊNESE Consiste no processo de diferenciação da espermátide em espermatozoide. Ocorre mudança de forma e aquisição de estruturas que contribuem para sua motilidade e para fertilização do óvulo. Deixa de ser circular e passa a ser flagelada e com pouco citoplasma (espermátide perde quase todo o seu citoplasma). Espermátide: é uma célula composta por muitas mitocôndrias, importantes para o fornecimento de energia necessária para o batimento flagelar do espermatozoide. Fase Golgi: As vesículas do complexo de goldi se fundem e formam o acrossomo, localizado na extremidade anterior do espermatozoide (é o acrossomo que contém enzimas que perfuram as membranas do óvulo na fecundação) e da formação da cauda do espermatozoide. Fase do Acrossoma: as vesículas acrossômicas secretadas na fase de golgi se unem ao redor do núcleo, ficando em forma de capuz. Mitocôndrias migram para parte oposta ao núcleo e crescimento do axonema. Fase de formação do flagelo: axonema cresce e forma o flagelo, mitocôndrias migram para a parte intermediária, início da formação da cabeça. Fase de Maturação: formação total da cabeça, liberação de uma parte do citoplasma. As mitocôndrias se organizam na base do flagelo, garantindo a energia necessária para movimentação do flagelo. Na fase de maturação se dá a transformação final da espermátide alongada em células que são liberadas na luz dos túbulos seminíferos. Esta liberação das células para a luz dos túbulos é chamada espermiação. Partes do espermatozoide: Cabeça: onde fica o material genético; Peça intermediária: concentração de mitocôndrias, posicionadas estrategicamente para fornecer a energia necessária para a mobilidade; Cauda: flagelo. Os espermatozoides formados pela diferenciação das espermátides ainda não possuem poder de fecundação, ou seja, ainda não estão totalmente maduros. São liberados gradativamente dos túbulos seminíferos para os túbulos retos, alcançam a rete testis e chegam ao epidídimo, onde adquirem mobilidade própria e capacidade fecundante como parte de seu processo de maturação (ARRUDA et al., 2015). Na cabeça do epidídimo ficam os espermatozoides que acabaram de sair do ducto eferente, os quais ainda não possuem motilidade e fertilidade e ainda possuem gota citoplasmática proximal. Nessa região ocorre a maturação do espermatozoide. No corpo do epidídimo, o espermatozoide já adquire certa maturação, possui gota intermediária e já começa a apresentar alguma motilidade e fertilidade. Os espermatozoides “maduros” são transportados e armazenados na cauda do epidídimo, possuem gota distal e apresentam fertilidade e motilidade. No touro, o tempo despendido para o transporte dos espermatozoides pelo epidídimo é de cerca de sete dias (ARRUDA et al., 2015). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASARRUDA, R. P.; CELEGHINI, E. C. C.; GARCIA, A. R.; SANTOS, G. C.; LEITE, T. G.; OLIVEIRA, L. Z.; LANÇONI, R.; RODRIGUES, M. P. Morfologia espermática de touros: interpretação e impacto na fertilidade. Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.39, n.1, p.47-60, jan./mar. 2015. Disponível em www.cbra.org.br COELHO, D. F. B. O. Atividade nucleolar durante a espermatogênese de bovinos (Bos indicus). Programa de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 2007. COSGROVE, G. P.; KNIGHT, T. W.; LAMBERT, M. G.; DEATH, A. F. Effects of post-pubertal castration and diet on growth rate and meat quality of bulls. Proc. N. Z. Soc. Anim. Prod., v.56, p.390-393, 1996. CURTIS, S. K.; AMAN, R. P. Testicular development and establishment of spermatogenesis in Holstein bulls. Journal of Animal Science, v.53, n.6, p. 1645-1657, 1981. JOHNSON, L. A. Sexing mammalian sperm for production of offsprin: the state-of-the- art. Anim. Reprod. Sci., n.60, p.93-107, 2000. SETCHELL, B. P. The Functional significance of the Blood-testis Barrier. J. Androl., n.1, p.3-10, 1980. CUNNINGHAM, J.G. & KLEIN, B.G. Tratado de Fisiologia Veterinária, 4 a Edição, Rio de Janeiro: Editora ElsevierGuanabara Koogan S.A., 2008, 710p. Cabeça do epidídimo Corpo do epidídimo Cauda do epidídimo
Compartilhar