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Gabriel Silva Costa r.a 6646050 Estatísticas/Fmu RESENHA CRÍTICA Estatísticas inteligentes – estratégias experimentais em favor da promoção da justiça Em Por que estatísticas inteligentes são a chave para combater o crime, de Anne Milgram, podemos entender como um parâmetro de dados inteligentes e estatísticos pode transformar o sistema de justiça criminal nos EUA. Trata-se de um vídeo sugerido pela professora Elisabete da disciplina de Perspectiva e Estatística, disponibilizado no link www.ted.com, em endereço fornecido no cronograma de aulas. Nele, a advogada e professora universitária Anne Milgram, discorre o tema a partir de suas experiências enquanto procuradora-geral do estado de Nova Jersey – EUA, tendo em vista o exercício de sua função, no qual começou a perceber duas coisas que aconteciam e que mudaram de forma como ela enxergava a justiça criminal em seu país. O vídeo consiste numa explanação sobre um programa de dados criado pela autora e sua equipe, como fruto de suas experiências e tentativas de novas possibilidades para o aperfeiçoamento de ações práticas contra a criminalidade no estado de Nova Jersey, a princípio na cidade de Canden, na época a cidade mais perigosa dos EUA, a qual ela foi designada a chefiar o departamento. Sua percepção ora pairava em impressões de seus questionamentos, pois queria entender a violência a partir de questões bastante simples, como expressa em sua fala “queria entender quem entendia quem acusou; quem acusávamos; quem colocou em nossas cadeias e presídios; e quem estávamos colocando em nossas cadeias”. Ora em ações da segurança pública que pareciam não atingir seus objetivos, pois “também queria entender se as decisões que estávamos tomando eram acertadas de modo que ficássemos seguros. Eu não conseguia essas respostas.” Ela relata que não conseguia respostas. Entrou em contato com a maior parte das agências de justiça criminal, mas não rastreavam coisas importantes. Após um mês de frustração, foi até a sala de reuniões que estava cheia de detetives e muitas pilhas de arquivos e casos, com blocos amarelos fazendo anotações. Eles tentaram obter respostas que ela estava buscando, investigando caso a caso pelos últimos 5 anos. Os resultados não foram bons- muitos casos de drogas de baixo nível nas ruas próximas do prédio em que trabalhavam, em Trenton. Eram muitos oficiais com post its em mãos, pregando-os no quadro... Não faziam policiamento com bases em dados. A explanação da palestrante é clara, de fácil compreensão e nos expõe suas ações de forma linear, facilitando a interpretação dos fatos. Na visão dela, havia duas coisas que falhavam: sabiam que estava no sistema criminal, não tinham dados, não compartilhavam informações ou ferramentas para ajudar na tomada de decisões. Suas reflexões passaram a ser pautadas em como tomavam decisões- seguindo o instinto e a experiência. Percebendo que isso não funcionava, introduziu dados e análises de estatísticas rigorosas. Decidiu fazer um moneyball na justiça criminal. Moneyball foi o que a Oakland A´s fez, utilizando dados inteligentes e estatísticos para escolher os jogadores que ajudariam a vencer, e de um sistema baseado em olheiros de beisebol que ao assistirem os jogadores, usariam seu instinto e experiência e dos olheiros para escolherem os jogadores, tudo baseado em dados. Interessante a percepção intuitiva da palestrante, quando traz uma experiência positiva da esfera esportiva para sua área de atuação. Olhares críticos podem até apontar imaturidade da profissional, haja vista as áreas de atuação sejam totalmente opostas- uma objetiva descontrair e desenvolver habilidades consideradas por muitos como lúdicos e superficiais e outra objetiva corrigir desvios de comportamento que influenciam de forma negativa a sociedade num todo. http://www.ted.com/ No entanto, essa perspectiva peculiar funcionou tanto em Oakland A´s bem como em Nova Jersey. Eles reduziram os assassinatos em 41% e toda a criminalidade em 26%. Mudaram a maneira como conduziam as ações penais. Ela considera a segurança pública a função mais importante do Estado, sendo assim, essas ações otimizaram o funcionamento da justiça criminal em todo o país. Percebo aqui essa organização como possível estratégia de combate à criminalidade para nosso país, haja vista a falência do nosso sistema criminal... Nesse ínterim, ela continua a expor seu trabalho, dizendo que, a partir de então, passaram a focar a utilização de dados e análises para ajudar a tomar decisões mais críticas relacionadas à determinação de decisões entre o acusado ser condenado ou liberado. Pois, no momento, encontravam 50% de prisioneiros de baixo risco e o contrário, isto é 50% de alto risco soltos. Isso acontecia porque os juízes sentenciavam de forma subjetiva. Decidiu então buscar uma ferramenta de dados e análises para a avaliação de risco, que permitisse aos juízes entenderem, com base científica e objetiva, qual seria o risco apresentado pelo réu à sua frente. Percebera que, alguns lugares já usavam dados como ferramenta, mas ao buscar informações, entendeu que o programa era caro. Então, criou uma equipe de cientistas de dados e pesquisadores estatísticos para elaborarem uma ferramenta de avaliação de risco universal utilizável a todos os juízes no país. Descobriram 9 elementos específicos importantes e fatores de risco. Qualquer juiz pode utilizar essa ferramenta, que é um painel que apresenta no topo o parâmetro das atividades criminais, numa escala de 0 a 6, mostrando resultados de risco elevado de violência ou não. Essa ferramenta deve ser utilizada junto à experiência e o instinto dos juízes para as tomadas de decisões acertadas. Como fala a palestrante “sabemos que com esses dados podemos transformar o sistema de segurança nacional” , é possível aceitar esse processo de modernização na forma de tratamento dos julgamentos, antes subjetivos e ineficientes, baseando-se em dados e estatísticas fundamentadas nas experiências dos profissionais da área, a fim de minorar as injustiças e promover a segurança pública de forma mais eficaz. A meu ver, um vídeo extremamente recomendável, válido não somente como experiência para os EUA, mas também para qualquer sistema de segurança nacional ou local que deseja fundamentar seus resultados em dados e análises estaticamente observáveis e produtivas. Além do que, ele comprova a Estatística como área de conhecimento indispensável para a modernidade, pois fundamenta e justifica as ações adotadas onde é utilizada, servindo de parâmetro para qualquer segmento da sociedade.
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