Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
Disciplina: Análise Criminal I 
Autores: Esp. Raíssa Quintino de Paula Xavier 
Revisão de Conteúdos: Esp. Murillo Hochuli Castex 
Revisão Ortográfica: Esp. Juliano de Paula Neitzki 
Ano: 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
2 
 
Raíssa Quintino de Paula Xavier 
 
 
 
 
 
Análise Criminal I 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2019 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
3 
 
Editora São Braz 
Rua Cláudio Chatagnier, 112 
Curitiba – Paraná – 82520-590 
Fone: (41) 3123-9000 
 
 
 
 
 
Coordenador Técnico Editorial 
Marcelo Alvino da Silva 
 
Revisão de Conteúdos 
Murillo Hochuli Castex 
 
Revisão Ortográfica 
Juliano de Paula Neitzki 
 
Desenvolvimento Iconográfico 
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
XAVIER, Raíssa Quintino de Paula. 
Análise Criminal I / Raíssa Quintino de Paula Xavier. – Curitiba: Editora São Braz, 
2019. 
68 p. 
ISBN: 978-85-5475-361-0 
1.Análise criminal. 2. Segurança Pública. 3. Estatística. 
Material didático da disciplina de Análise Criminal I – Faculdade São Braz (FSB), 
2019. 
Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos, o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
Prefácio ................................................................................................................. 06 
Aula 1 – Introdução à análise criminal ................................................................... 07 
Apresentação da Aula 1 ........................................................................................ 07 
 1.1 Introdução ................................................................................................ 07 
 1.2 Definições e conceituações ...................................................................... 10 
 1.3 Análise criminal passo a passo ................................................................. 12 
 1.4 As dificuldades da análise criminal no Brasil ............................................. 13 
 1.5 O papel do analista criminal ...................................................................... 14 
 1.6 Análise criminal e seu campo de aplicação ............................................... 16 
Resumo da Aula 1 ................................................................................................. 18 
Aula 2 – A importância da análise criminal ............................................................. 19 
Apresentação da Aula 2 ........................................................................................ 19 
 2.1 Análise criminal e a nova perspectiva de policiamento ............................. 20 
 2.2 Dever do Estado de prestar segurança pública ........................................ 20 
 2.3 A importância da polícia ........................................................................... 22 
 2.4 Nova perspectiva de policiamento e a análise criminal ............................. 23 
 2.5 Focalização das ações e o trabalho do analista criminal ........................... 24 
 2.6 A dinâmica do trabalho do analista criminal .............................................. 25 
 2.7 Focalização das ações ............................................................................. 25 
 2.7.1 Valorização de uma perspectiva local de ação ...................................... 26 
 2.7.2 Focalização de tipos criminais específicos para intervenção ................. 26 
 2.8 Análise criminal x alocação de recursos ................................................... 28 
Resumo da Aula 2 ................................................................................................. 30 
Aula 3 – Estatística................................................................................................. 32 
Apresentação da Aula 3 ........................................................................................ 32 
 3.1 Princípios básicos da estatística ............................................................... 32 
 3.1.1 Conceitos .............................................................................................. 32 
 3.2 Fases do método estatístico ..................................................................... 34 
 3.3 Método probabilístico ............................................................................... 35 
 3.3.1 Amostragem casual ou aleatória simples .............................................. 36 
 3.3.2 Amostragem proporcional estratificada ................................................. 37 
 3.3.3 Amostragem sistemática ....................................................................... 38 
 3.3.4 Amostragem por conglomerados ou agrupamento ................................ 38 
 3.4 Métodos não probabilísticos ..................................................................... 39 
 
6 
 
 3.4.1 Amostragem acidental .............................................................................. 39 
 3.4.2 Amostragem intencional ........................................................................... 39 
 3.4.3 Amostragem por quotas ........................................................................... 39 
 3.5 Vertentes básicas ........................................................................................ 40 
 3.5.1 Vertentes da produção de conhecimento de segurança pública ............... 40 
 3.5.2 Análise criminal estratégica ...................................................................... 40 
 3.5.3 Análise criminal tática ............................................................................... 41 
 3.5.4 Análise criminal administrativa ................................................................. 41 
 3.5.5 Coleta de informações .............................................................................. 42 
 3.6 Tipos de coleta de dados ............................................................................. 42 
Resumo da Aula 3 ................................................................................................. 43 
Aula 4 – Instrumentos para realização da análise criminal .................................... 45 
Apresentação da Aula 4 ........................................................................................ 45 
 4.1 Métodos de abordagem ..............................................................................45 
 4.2 Análise de conteúdo ................................................................................... 46 
 4.3 Estudo de caso ........................................................................................... 46 
 4.4 Avaliação de impacto ................................................................................. 46 
 4.5 Realização de survey ................................................................................. 48 
 4.6 Análise de dados secundários .................................................................... 48 
 4.7 Construção de questionário ........................................................................ 48 
 4.8 O contexto social da aplicação do questionário .......................................... 49 
 4.9 Estrutura lógica do questionário ................................................................. 49 
 4.10 Formulação das perguntas do questionário .............................................. 51 
 4.11 Fontes de dados e informações de segurança pública ............................. 53 
 4.12 Pesquisa de vitimização ........................................................................... 55 
 4.13 Fontes de informações de dados socioeconômicos e urbanos ................. 57 
Resumo da Aula 4 ................................................................................................. 59 
Resumo da disciplina ............................................................................................ 61 
Índice Remissivo ................................................................................................... 63 
Referências ........................................................................................................... 66 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Prefácio 
 
Esta disciplina tem como objetivo introduzir a temática da análise criminal, 
abordando os seus conceitos, campo de aplicação e também os princípios 
básicos da estatística – matéria correlacionada à análise criminal. 
Desse modo, será discutido acerca do papel do analista criminal; da 
influência do trabalho por ele realizado na alocação de recursos e quais são os 
métodos de abordagem necessários para a coleta de informações. Também 
serão exploradas as fontes de dados de segurança pública e a construção de 
questionários. 
Ressalta-se que os temas trazidos neste material podem ser 
considerados a base para entender a análise criminal e todas as suas utilidades 
e meios de realização, conhecimentos necessários para todo analista criminal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Aula 1 – Introdução à análise criminal 
 
Apresentação da aula 1 
 
O objetivo desta primeira aula é propor a reflexão acerca do que é a 
análise criminal, trazendo o seu conceito, definição e o seu campo de aplicação. 
Também será abordado acerca do trabalho do profissional analista criminal, suas 
funções e métodos de trabalho. 
Tais conceitos e definições são importantes para delinear a importância 
da análise criminal e da sua utilização, visto que é por meio dela que se torna 
possível alocar recursos de maneira assertiva, permitindo fazer "mais com 
menos", otimizando, assim, os recursos oriundos do Estado. 
 
1.1 Introdução 
 
Na contemporaneidade, em que o acesso à informação é cada vez maior 
e mais rápido, é visível que a criminalidade também se modernizou. Os 
criminosos hoje conseguem cometer crimes sem nem mesmo saírem de casa, 
pois possuem acesso a diversos aplicativos online que facilitam a prática de 
crimes. 
É por essa e outras razões, como modernidade, praticidade e agilidade, 
que os órgãos de segurança pública e justiça criminal buscam a modernização, 
procurando mecanismos que facilitem a realização eficiente do trabalho, mesmo 
com os escassos recursos provenientes do Estado. 
Embora no Brasil esse seja um campo ainda pouco explorado, a análise 
criminal em si não é nada recente. Seu surgimento se deu devido aos registros 
de ocorrências, os quais mostravam incidência de crimes em lugares 
específicos. Foi então que, por meio da análise, concluiu-se que o policiamento 
poderia ser utilizado nessas áreas, com o intuito de conter novas práticas 
delituosas. 
A análise criminal teve seus primeiros traços rudimentares delineados 
graças ao trabalho de Henry Fielding (1707 – 1754), um magistrado inglês que 
incentivava que a população denunciasse os crimes e descrevesse os autores, 
 
9 
 
fossem elas vítimas ou testemunhas, para posteriormente sistematizar tais 
dados e utilizá-los para consultas e análises. 
Pesquise 
O manual Análise Criminal – Nível Multiplicadores, 
publicado pelo SENASP, apresenta conhecimentos relativos 
à identificação de parâmetros temporais e geográficos do 
crime, a fim de auxiliar a detectar a atividade da delinquência. 
Seguindo uma proposta de metodologia inovadora, o 
material objetiva a formação de agentes multiplicadores dos 
conhecimentos adquiridos. Disponível em: 
https://acervodigital.ssp.go.gov.br/pmgo/bitstream/12345678
9/351/31/Manual%20-
%20Curso%20Multiplicador%20de%20An%C3%A1lise%20
Criminal%20-%20SENASP.pdf 
 
Com o avanço das ciências e o surgimento de novas tecnologias, as 
políticas de segurança pública só tiveram a ganhar, visto que foi possível 
examinar de maneira mais apurada as cenas de crimes, podendo vincular o 
suspeito ao local. Ademais, as novas teorias da psicologia puderam esclarecer 
muito sobre os hábitos humanos, facilitando, assim, a definição do modus 
operandi dos indivíduos quando do cometimento de crimes. 
Vocabula rio 
A locução latina modus operandi é utilizada para definir a 
maneira por meio da qual uma pessoa ou uma associação, 
empresa, organização ou sociedade, trabalha ou realiza 
suas ações. 
 
Foi assim que a análise criminal começou a ter emprego fundamental nas 
operações policiais de diversos países, especialmente na Inglaterra e nos 
Estados Unidos, cujo objetivo era mapear os locais de maior e menor incidência 
de determinados crimes no âmbito das cidades. 
Em meados dos anos 1960, a análise criminal passou a se consolidar nos 
Estados Unidos, sendo implantadas unidades de análise criminal em alguns 
departamentos de polícia cujo trabalho era identificar o modus operandi de 
 
10 
 
alguns casos e determinar eventual vinculação de criminosos conhecidos com 
crimes cometidos em determinada área. 
Desde então, a análise criminal foi se popularizando, encontrando 
respaldo até mesmo na própria população, que passou a criar o Policiamento 
Comunitário, e foi também alvo de diversos artigos e manuais. 
 
 
Análise Criminal 
Fonte: https://crimetechweekly.com/wp-content/uploads/2016/05/crime-analysis.jpg 
 
Com a escassez de recursos públicos e a necessidade de melhor 
aproveitamento, a análise criminal faz-se mister para auxiliar na alocação 
eficiente de recursos. É por meio dela que se trará uma nova visão de segurança 
pública, na qual o objetivo principal não é o atendimento imediato à vítima, mas 
sim a prevenção de delitos, bem como um exame detalhado dos problemas para 
identificar suas causas, podendo, assim, encontrar a solução com base na 
relação de custo-benefício. 
Conforme mencionado anteriormente, a situação da análise criminal no 
Brasil é tímida, encontrando diversas limitações, ficando restrita a policiais 
especializados em gestão policial e algumas instituições de ensino. Essa 
escassez pode estar relacionada a dois fatores: 
 
 A ausência de cultura técnica que favoreça a utilização da análise 
criminal, pois não existem grandes bancos de dados para gestão 
pública da segurança; 
 
11 
 
 A ausência de cultura técnica no tocante à existência de uma base 
de dados que a sustente. 
 
Entretanto, nos últimos anos, o Governo Federal vem se esforçando para 
a criação de uma base de dados, estimulando os estados da federação para que 
contribuampara a construção de grandes bases agregadas de dados, 
interessantes para a segurança pública e justiça criminal. 
Nesse sentido, algumas políticas foram instituídas a fim de que fosse 
criado um banco de dados sólido para a implementação da análise criminal, 
sendo uma delas a decisão de muitas instituições em adotar a segurança pública 
como pauta de estudo, criando, assim, mecanismos de auxílio. 
É visível que o Brasil tem muito ainda a aprender e implementar em 
matéria de análise criminal, mas nota-se que há incentivo para que sejam 
realizadas pesquisas, estudos acerca de gestão pública de segurança, 
objetivando, assim, uma modernização no planejamento de ações policiais e nas 
políticas de segurança, que não devem consistir meramente em supressão, mas 
também em prevenção. 
 
1.2 Definições e conceituações 
 
Após breve introdução, é preciso então conceituar e definir o que é análise 
criminal e qual é o seu papel frente às políticas de segurança pública e 
prevenção de crimes. 
A definição de análise criminal pode ser expressa como: um conjunto de 
processos sistemáticos, com o intuito de gerar informações acerca das inúmeras 
ramificações do crime, incluindo tempo e lugar. 
Contudo, não se trata aqui de um mero conjunto de informações em forma 
de gráficos, tabelas e estatísticas, mas também no uso destas informações para 
o planejamento de determinada ação de política de segurança pública. Ou seja, 
é a partir da análise criminal que é possível obter conclusões acerca de 
determinado fenômeno de segurança pública. 
Portanto, a análise criminal vai muito além do que unicamente coletar 
dados, pois também é por meio dela que tais dados são interpretados, 
 
12 
 
possibilitando um melhor planejamento no tocante à segurança pública, pois faz 
parte da Inteligência. 
Desse modo, seu objetivo é apoiar as decisões estratégicas dos órgãos 
de polícia na área operacional e tática, possibilitando melhor aproveitamento de 
recursos humanos e financeiros, com a finalidade de prevenir e reduzir a 
criminalidade. Logo, trata-se aqui de um trabalho realizado tanto de maneira 
preventiva quanto de maneira repressiva, elaborado com base em dados 
concretos de estatística. 
 
É preciso lembrar que apenas a análise criminal por si só não é 
suficiente para resolver as questões de segurança pública, sendo 
ela um instrumento auxiliar de elevada importância. 
 
É por meio da análise criminal que a polícia consegue determinar os 
denominados hotspot (em tradução literal, “pontos quentes”), locais onde há 
maior acúmulo de determinados crimes. A partir do momento em que se 
consegue determinar tais locais, é possível então desprender recursos humanos 
e materiais para essas áreas, assim como facilitar a correta identificação dos 
indivíduos envolvidos em atividades criminosas. 
Para chegar a essa conclusão, utilizam-se também os fatores 
denominados condicionantes, que afetam a intensidade e os tipos de crime que 
ocorrem em determinada região, dentre eles, a densidade populacional, o grau 
de urbanização do local, o tamanho da comunidade e das áreas circunvizinhas. 
Utilizando a análise criminal é possível, com base em seus dados, 
detectar padrões criminais; estabelecer o perfil de possíveis autores ou alvos de 
crimes; e, também, estabelecer relação de autoria e causalidade do crime. 
Pode-se então concluir que a análise criminal vai muito além de um 
compilado de informações, abrangendo também a análise, a interpretação e a 
conclusão acerca dos dados coletados, possuindo, assim, um papel importante 
para as questões de segurança pública e criminalidade e sendo um instrumento 
decisivo para a tomada de decisão acerca de ações e políticas públicas de 
segurança. 
 
 
13 
 
1.3 Análise criminal passo a passo 
 
Uma das funções da análise criminal é coletar informações acerca da 
situação da criminalidade, buscando formar um banco de dados acerca da 
ocorrência de crimes em determinados locais. Para a construção desse banco 
de dados, é preciso seguir alguns passos, objetivando a solidez e concretude do 
estudo. 
Primeiramente, é necessário realizar o registro dos fatos, utilizando o 
boletim de ocorrência realizado pela vítima ou terceiros, presente no sistema de 
informação. 
Registrado o fato, passa-se, então, à reunião dos dados, de modo que 
todos os dados e informações obtidos devem ser analisados e categorizados de 
acordo com sua relevância para a elucidação do crime ocorrido. 
Após, esses registros serão categorizados em relação à natureza distinta 
que possuírem. Só então é que os dados serão transformados em informações 
por meio da criação de tabelas comparativas, isto é, mapeados para identificar 
áreas mais vulneráveis, horário de maior incidência etc. 
Com o desdobramento em tabelas, passe-se à análise dos dados obtidos, 
confrontando as informações para, então, traçar objetivos e planejar eventuais 
ações de segurança pública que se fizerem necessárias. 
Depois de realizada a análise, será então possível, com base nas 
informações obtidas, definir e implantar estratégias de prevenção e repressão ao 
crime, visando à obtenção de resultados efetivos. 
Porém, como é cediço, o crime, quando repreendido em uma região, 
tende a migrar para outra. Logo, é necessário também realizar um trabalho de 
acompanhamento dos resultados, analisando a ação ou política realizada e seus 
efeitos, bem como suas consequências, tendo sempre como objetivo a 
segurança e a ordem pública. 
Vocabula rio 
O termo cediço é utilizado para designar algo ou um fato que 
é de conhecimento geral. 
 
 
14 
 
1.4 As dificuldades da análise criminal no Brasil 
 
Conforme citado nesta aula, a análise criminal é explorada de maneira 
tímida no Brasil, além de encontrar diversos problemas para sua aplicação, tendo 
em vista alguns pontos cruciais para a sua realização. 
Um dos problemas enfrentados é o da confiabilidade dos dados, pois a 
principal fonte são os boletins de ocorrência, que, por diversas vezes, podem 
estar incompletos, apresentar erros de digitação, falhas na coleta de dados, ou 
algum outro tipo de falha que prejudique as informações obtidas, visto que as 
influenciam. Entretanto, esse problema poderia ser corrigido se houvesse um 
incentivo para a compreensão da importância do boletim de ocorrência, bem 
como projetos de qualificação do profissional oficial de polícia. 
Outro problema, que será abordado também nas aulas seguintes, é a 
chamada cifra negra. Isto é, crimes que não chegam ao conhecimento das 
autoridades policiais, seja por medo das vítimas em denunciar, seja pela falta de 
confiança nos órgãos públicos, razão pela qual a análise criminal deve utilizar 
outras fontes de dados além das oficiais. 
A falta de qualificação dos quadros de funcionários, assim como a 
incapacidade desses profissionais de realizar, por falta de meios e/ou recursos, 
assistência adequada às vítimas também podem vir a influenciar na elaboração 
fidedigna da análise criminal. 
Todos esses problemas inviabilizam a realização da análise criminal, pois 
possuem influência, seja direta ou indireta, nas informações que serão coletadas 
e, posteriormente, transformadas em estatísticas e tabelas. Existem, claro, 
soluções para esses problemas, mas demandam recursos financeiros do 
Estado, os quais são limitados e, por vezes, escassos, mas que se utilizados de 
maneira sábia, podem ser otimizados para alcançar bons resultados com pouco 
investimento. 
 
 
 
 
 
15 
 
Para Refletir 
A análise criminal enfrenta alguns problemas de aplicação 
em razão da falta de investimento para melhoria das áreas 
citadas acima. Porém, é interessante que esses recursos 
sejam alocados para realizar essas melhorias, gastando mais 
agora para minimizar gastos no futuro, ou seria melhor gastar 
nas ações já existentes de combate ao crime (ex: compra de 
armamento, contratação de efetivo, treinamentos etc)?1.5 O papel do analista criminal 
 
O analista criminal é o indivíduo responsável por toda a análise criminal, 
tendo como função utilizar os aplicativos de computação, realizar amostragens 
aleatórias, elaborar estudos probabilísticos, de correlação e regressão, bem 
como análises. Normalmente seu trabalho é aquele que ocorre nos bastidores, 
embora isso não signifique que seja um trabalho pouco importante, pelo 
contrário. 
 
 
Analista criminal 
Fonte: http://images.centerdigitaled.com/images/03_Camden+013s.jpg 
 
Todos os processos por ele realizados têm como objeto coletar e oferecer 
informações sobre padrões de crimes e suas correlações de tendências e os 
resultados por ele obtidos servirão de base para a elaboração do planejamento 
e distribuição de recursos públicos em razão da necessidade para a prevenção 
 
16 
 
e supressão de eventos criminosos. Cabe, então, ao analista criminal, o árduo 
papel de interpretar um universo de informações, não estando restrito, assim, 
apenas à coleta destas. 
Via de regra, o trabalho do analista criminal hoje se limita à tabulação de 
registros sobre crimes. Porém, em alguns casos se verifica a estatística acerca 
de dados sobre vitimização e elementos urbanos e populacionais vinculados a 
ocorrências criminais. 
Em determinados casos, sua função pode ir além das normais em matéria 
de análise criminal, sendo ele solicitado para participar de reuniões, elaborar 
pareceres, realizar funções de assessoria, auxiliar na criação ou monitoramento 
de políticas públicas etc. Portanto, o analista criminal pode ser desde o policial 
atuante em delegacia, como o funcionário em nível de planejamento estratégico. 
Entretanto, por se tratar de um instrumento inovador, a demanda por 
especialização na área ainda é pequena, não havendo, desse modo, muitos 
profissionais capacitados à realização correta do trabalho. Assim, cumpre frisar 
que o analista criminal possui uma importância muito grande no tocante ao 
sucesso das operações realizadas pelos órgãos de segurança pública, visto que 
influencia de maneira direta no processo da tomada de decisão acerca da melhor 
maneira de solucionar o problema. 
 Ou seja, o analista é o profissional que possui maior conhecimento acerca 
tanto dos dados quanto de possíveis fontes de dados, sendo então 
imprescindível para o aperfeiçoamento das análises. 
Importante 
É preciso ter em mente que não é o analista criminal que irá 
resolver os problemas da criminalidade, pois ele não possui 
poder de decisão. O seu trabalho é fornecer alternativas de 
combate ao crime, apresentar os dados estatísticos acerca da 
dinâmica de ocorrência dos crimes, realizando mapeamento 
criminal das áreas que conclui necessitarem de maior atenção 
policial. É, portanto, o responsável pelas estatísticas fáticas, 
possuindo o dever de comunicar seus superiores com maior 
brevidade possível, apresentando soluções viáveis frente aos 
recursos disponíveis. 
 
 
17 
 
Porém, mesmo que não tenha o poder de decisão direto, seu parecer e 
as estatísticas por ele realizadas possuem grande influência na tomada de 
decisão, se tornando, assim, um profissional importantíssimo para os órgãos 
policiais. 
As informações sistematizadas pelo analista criminal é que irão contribuir 
para que os órgãos de polícia possam realizar o trabalho de maneira mais 
eficiente, seja no tocante à garantia da ordem pública, seja na resposta à prática 
criminal. 
É óbvio que não é um trabalho fácil, pois envolve diversos processos, 
tendo sempre como objetivo encontrar padrões de crimes e suas correlações de 
tendências. Para isso, não basta apenas conhecimento técnico acerca de 
estatísticas e programas computacionais, mas também uma visão apurada para 
vislumbrar as particularidades das fontes que tem à disposição e trabalhar com 
os dados obtidos. Afinal, o trabalho realizado pelo analista criminal não se limita 
só ao planejamento de ações futuras pelos órgãos de segurança pública, mas 
também diz respeito às ações de patrulhamento diário, melhores meios de 
realizar uma investigação, melhoria nas operações especiais e unidades táticas. 
Embora possa ser considerado um trabalho de bastidor, o trabalho do 
analista criminal é de extrema importância, pelo fato de possuir caráter 
norteador, segundo o qual irá guiar a tomada de decisão, influenciando, assim, 
que os órgãos públicos possam decidir pela melhor opção quando optarem por 
realizar algum tipo de ação ou política de segurança. 
Portanto, o trabalho do analista deve ser realizado com seriedade; 
atenção aos detalhes e eventuais atualizações referentes aos dados 
consultados; comprometimento; pesquisa; conhecimento acerca das melhores 
fontes a serem utilizadas, bem como dedicação. Afinal, é o trabalho que irá 
determinar qual a melhor opção para solucionar um problema e como os 
recursos públicos podem ser melhor aplicados. 
 
1.6 Análise criminal e seu campo de aplicação 
 
A análise criminal é de extrema importância na área de Inteligência 
Policial, sendo exigida cada vez mais, em situações complexas, a produção 
analítica em investigações. Isso porque, uma informação isolada não possui 
 
18 
 
quase nenhuma valia se não puder ser corroborada, comparada ou relacionada 
à outra, visando assim encontrar seu verdadeiro significado, que é o mais 
importante em matéria de análise criminal. 
Pode-se dizer que a análise criminal é um instrumento auxiliar de 
previsão, pois é um conjunto de premissas que, quando feitas corretamente, 
permitirão uma previsão mais próxima da realidade. Afinal, se as premissas 
forem incorretas, o resultado também o será, não importando quantos dados ou 
fatos foram considerados para a realização da pesquisa. 
O campo de aplicação da análise criminal, pode-se dizer que está descrito 
em duas dimensões principais: 
 
 a) Fornecer informações, tanto para o governo quanto para a população, 
acerca de questões de segurança pública, possibilitando melhor planejamento 
das ações; 
 b) Realocar recursos de maneira mais assertiva, pois serve de base para 
o planejamento de ações de segurança pública. 
 
O crime, como se sabe, é um fenômeno social, cujo conceito se resume 
em uma conduta humana típica, antijurídica e culpável. Porém, este fenômeno 
vai muito além de um breve conceito. 
A criminalidade não é estática, mas pode ser mensurável por meio de 
padrões, que são um dos objetos de estudo da análise criminal, podendo possuir 
diversas variáveis. Adicionalmente, podem ser incluídos também os motivos, 
podendo ser os mais variáveis possíveis, o modus operandi, o perfil do 
criminoso, incluindo sua situação econômica e social, faixa etária, gênero, etnia, 
classe social, bem como escolaridade. 
Importante 
O objetivo da análise criminal pode ser descrito, então, como o 
de apoiar as decisões estratégicas policiais nas áreas 
operacionais e táticas, aprimorando a utilização de recursos 
materiais e humanos, além de auxiliar na prevenção e redução 
da criminalidade. 
 
19 
 
Existem divisões de análise especializadas, de modo que algumas são 
responsáveis pelo exame sistemático dos boletins de ocorrência referentes à 
determinados tipos penais, podendo, assim, vislumbrar a hora, local, 
semelhanças entre as ocorrências e demais elementos que possam contribuir 
para a delimitação do modus operandi e, consequentemente, promover a 
identificação dos autores dos delitos. 
É com base nesses dados que a análise criminal auxilia as políticas de 
segurança pública e justiça criminal, objetivando sempre otimizar os recursos 
utilizados para fins de prevenção de crimes e punição dos autores, fazendo com 
que as verbas destinadas à segurança pública sejam utilizadas de maneira 
assertiva. 
Ademais, quando se utiliza a análise criminal, as atividades realizadas 
pelos órgãos de segurança pública passam a não ser só de repressão do crime, 
mas também de prevenção, visto que é possíveldetectar áreas de maior 
incidência criminal, permitindo, assim, o deslocamento de esforços para essas 
áreas. 
Portanto, o campo de aplicação da análise criminal é amplo, melhorando 
o funcionamento dos órgãos de segurança pública e justiça criminal, criando 
mecanismos mais efetivos de prevenção e repressão do crime, rompendo, 
assim, com a tradicional ação da polícia, porque possibilita a integração de ações 
policiais com ações sociais. 
Após a explanação realizada, é possível concluir que a análise criminal 
possui papel determinante para órgãos de segurança pública e justiça criminal, 
sendo que o seu campo de aplicação visa ao fornecimento de informações para 
os referidos órgãos, bem como fornece alternativas para a otimização dos 
recursos destinados à segurança pública. Do mesmo modo, é visível que a 
importância do analista criminal dentro dos órgãos policiais é sedimentada, visto 
que seu trabalho influencia de maneira direta a tomada de decisão. 
 
 Resumo da aula 1 
 
Nesta aula foi abordada a importância da análise criminal, sendo ela um 
fator influenciador da tomada de decisão por parte dos órgãos de segurança 
pública, pois seus resultados apresentam soluções para que sejam realizadas 
 
20 
 
ações e políticas públicas de maneira mais assertiva, que atendam a demanda 
do local no qual irão incidir. 
É dessa forma que a análise criminal, além de contribuir para parte da 
solução do grande problema que é a criminalidade, também contribui para que 
os trabalhos de prevenção e repressão possam ser realizados de maneira mais 
efetiva, maximizando os resultados, mesmo com poucos recursos disponíveis. 
Nesse sentido, o papel do analista criminal se faz importantíssimo, pois é 
por meio do trabalho por ele realizado que as informações serão sistematizadas 
de modo a alcançarem uma conclusão o mais perto possível da realidade. 
Embora não seja de responsabilidade do analista criminal, diretamente, a 
tomada de decisão, o resultado de seu trabalho, suas conclusões e pareceres é 
que irão influenciar de maneira incisiva a tomada de decisão, fazendo com que 
alcance maior efetividade em matéria de segurança pública. 
Portanto, é visível que a análise criminal é um instrumento necessário 
para a prevenção e repressão da criminalidade, buscando sempre atender as 
demandas sociais de maneira assertiva, alocando maiores recursos em áreas 
de maior demanda, garantindo, assim, a ordem pública e a boa utilização dos 
recursos públicos. 
Atividade de Aprendizagem 
Elabore um texto discorrendo acerca da importância da análise 
criminal para as ações de políticas de segurança pública, 
mencionando também acerca do papel desenvolvido pelo 
analista criminal. 
 
 
 
Aula 2 – A importância da análise criminal 
 
Apresentação da aula 2 
 
Esta aula tem por objetivo avaliar a análise criminal frente à nova 
perspectiva de policiamento, demonstrando como a maneira de fazer segurança 
pública vem mudando ao longo dos anos. 
 
21 
 
 Desse modo, serão apresentados também os benefícios da realização 
focalizada das ações, buscando encontrar a verdadeira causa de um problema 
e a melhor solução para ele. 
 No tocante às soluções para os problemas de segurança pública, será 
abordado o tema de alocação de recursos, que está diretamente ligado à análise 
criminal, visto que ela possibilita melhor alocação de recursos, permitindo que as 
ações ou políticas de segurança pública sejam realizadas de maneira a melhor 
utilizar as verbas públicas disponíveis. 
 
2.1 Análise criminal e a nova perspectiva de policiamento 
 
Este tópico tem como objetivo demonstrar a importância da análise 
criminal frente à nova perspectiva de policiamento. Para isso, primeiramente, é 
necessário que se compreenda o que é segurança pública, qual a importância 
da polícia para a segurança pública, para então discorrer acerca da necessidade 
da utilização da análise criminal. 
 
2.2 Dever do Estado de prestar segurança pública 
 
A segurança pública pode ser compreendida como um conjunto de 
medidas destinadas à preservação da ordem pública e da incolumidade das 
pessoas e do patrimônio por meio do aparelho policial, assim como de garantir 
os direitos individuais e coletivos previstos na Constituição Federal. Pode-se 
dizer que é condição indispensável para a manutenção da paz e da harmonia 
social. 
Tendo em vista as discussões a respeito do contrato social, da criação do 
Estado, é possível vislumbrar que a segurança pública é um dos pressupostos 
de origem do Estado. Isso porque é uma das razões pelas quais o povo entrega 
o poder na mão dos representantes. 
Ou seja, a partir do momento em que um Estado é instituído, ele passa a 
ser responsável pela segurança pública de seus governados, que nele 
depositaram o poder e a confiança, almejando que o Estado garantisse a 
convivência harmônica e pacífica entre os membros do povo. 
 
22 
 
Além disso, em termos nacionais, a Constituição Federal de 1988 prevê 
em seu texto a segurança pública como sendo dever do Estado. Observe: 
 
 
 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
 
 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte 
Lei: 
 
TÍTULO V 
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS 
 
CAPÍTULO III 
DA SEGURANÇA PÚBLICA 
 
 Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é 
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares 
 
A Constituição Federal, em seu artigo 5°, também prevê a segurança 
pública, não só como dever do Estado, mas direito fundamental dos cidadãos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no país. De mesmo modo, no artigo 6° 
do mesmo Diploma Legal, estipula-se a segurança pública também como um 
direito social. 
Essas previsões legais demonstram que o Constituinte teve visível 
preocupação com a questão da segurança, objetivando, assim, garantir o 
princípio universal e fundamental da dignidade da pessoa humana, também 
previsto na Constituição Federal, em seu artigo 1°, inciso III. 
Resta então demonstrado aqui que garantir a segurança pública é um 
dever do Estado, visto que ela é um pressuposto de origem do Estado. Logo, 
 
23 
 
cabe ao Estado implantar mecanismos e investir em soluções que resolvam os 
problemas de segurança pública, sejam elas de prevenção ou de repressão. 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Recomenda-se a leitura de O Contrato 
Social, escrito por Jean-Jacques Rousseau, 
em 1762. Nesta obra, o autor defende o 
policiamento e a manutenção da ordem como 
elementos pelos quais é possível unir o povo, 
criando, assim, o Estado. 
 
 
2.3 A importância da polícia 
 
Tendo em vista a concepção do Estado para propiciar o bem comum, a 
paz e a segurança na vida das pessoas em sociedade, a figura da polícia acabou 
sendo uma consequência inseparável. Isso porque sua figura é, por extensão e 
essencialmente, símbolo de representação da segurança pública. 
Nas palavras de Bismael Moraes (1992), "a Polícia pode ser definida 
como a organização destinada a prevenir e reprimir delitos, garantindo assim a 
ordem pública, a liberdade e a segurança individual". Ademais, o mesmo autor 
também a define como "a prática de todos os meios de ordem de segurança e 
de tranquilidade pública. A polícia é um meio de conservação para a sociedade.". 
A polícia é a mais visível manifestação da presença do Estado entre os 
populares, devendo realizar seu trabalho de modo a estar sempre presente em 
todos os lugares, sendo comedida nas ações, zelando pelo progresso da 
sociedade e pela tranquilidade geral da nação. 
Com base nessas definições apresentadasacima, vislumbra-se que a 
polícia é um mecanismo imprescindível e necessário no tocante à segurança 
pública, pois será por meio dela que se desenvolverão as ações e políticas de 
repressão e prevenção ao crime. 
 
 
 
 
24 
 
2.4 Nova perspectiva de policiamento e a análise criminal 
 
A nova perspectiva de policiamento requer um exame detalhado de cada 
um dos problemas a serem abordados, tendo suas causas identificadas e 
levando em consideração a ampla possibilidade de fatores que possam intervir 
sobre as causas e, por fim, que a escolha da ação ou política a ser realizada seja 
baseada em uma relação de custo-benefício, objetivando sempre o alcance de 
resultados. 
Isso porque, o modelo atual de alocação eficiente de recursos públicos 
exige que seja reformulada a maneira com que se faz segurança pública. Afinal, 
cabe aos agentes de segurança pública analisarem o resultado que se espera 
de seu trabalho e o modo como podem cumprir suas obrigações profissionais, 
para poderem alcançar as expectativas. 
Há, portanto, uma mudança na lógica de gestão, tendo em vista que o 
objetivo principal não é mais apenas elucidar crimes já ocorridos, mas sim 
manter um ambiente harmônico, em que não ocorram crimes, transmitindo 
segurança à população como um todo. 
Essa mudança é percebida quando se observa que o objetivo principal 
passa a ser a prevenção de crimes e não apenas a repressão dos crimes e o 
pronto atendimento da vítima, desvinculando-se, assim, da crença de que mais 
segurança pública só podia ocorrer se fossem gastos mais recursos para a 
compra de armamento e contratação de efetivo. 
Um exemplo atual acerca da nova perspectiva de policiamento são as 
chamadas polícias comunitárias, que consistem basicamente na divisão da 
responsabilidade entre a polícia e o cidadão, cujo objetivo é delinear meios mais 
eficientes para o controle criminal, visando à prevenção, implantando, assim, 
políticas públicas de segurança. 
Cabe ressaltar que a polícia comunitária não se trata de assistencialismo 
policial e muito menos visa transformar a população em espiões informais da 
polícia. O que se procura com esse modelo é a aproximação com a população, 
bem como a participação social de forma a fazer com que esta obtenha um papel 
mais ativo no que tange à segurança pública. 
De acordo com o explanado, é visível aqui que o posicionamento e a 
maneira com que se busca segurança pública vem mudando ao longo dos anos. 
 
25 
 
Afinal, a lógica do policiamento tradicional era de que o trabalho policial era 
realizado apenas com fins de repressão, agindo apenas quando o crime já havia 
ocorrido, dando assistência à vítima, investigando para encontrar o autor e 
encaminhá-lo ao judiciário para punição. 
Todavia, o papel da polícia vem se modificando, tomando outras formas, 
agindo também de maneira preventiva, buscando garantir a segurança pública 
de outros modos além do tradicional. 
É nesse sentido que a análise criminal se faz importante e necessária, 
pois possibilita aos agentes de polícia e órgãos de segurança pública planejarem 
suas ações de maneira mais efetiva, visto que estarão de posse de dados que 
transmitem a real situação. 
A análise criminal permite que sejam encontrados os locais onde, 
estatisticamente, há maior incidência de crimes, quais as regiões que 
necessitam de maior atuação policial, quais são os tipos de crimes que ocorrem 
com maior frequência nestas regiões etc. Em posse dessas informações, os 
órgãos de segurança pública e justiça criminal podem planejar melhor o 
deslocamento de pessoal, as patrulhas a serem feitas, bem como encontrar 
soluções preventivas por meio de ações e/ou políticas de segurança pública. 
Também é por meio dos dados obtidos por intermédio da análise criminal 
que os órgãos de segurança pública e justiça criminal podem adequar o 
orçamento disponível, alocando recursos nos locais que mais necessitam, ao 
passo que podem optar por soluções mais efetivas, que maximizem os recursos 
públicos. 
Sendo assim, a análise criminal é um instrumento-chave para esta nova 
perspectiva de policiamento, tendo em vista que possui meios para coletar 
informações importantes, não só em matéria de repressão, mas também de 
prevenção e de melhor utilização de recursos. É por meio da análise criminal que 
as políticas e ações públicas poderão atingir maior eficiência, mesmo com a 
quantidade limitada de recursos públicos disponíveis. 
 
2.5 Focalização das ações e o trabalho do analista criminal 
 
Neste tópico será abordada a importância da focalização das ações, ou 
seja, da pesquisa realizada de maneira direcionada para um problema 
 
26 
 
específico. Para isso, é necessário primeiramente explanar acerca da dinâmica 
do trabalho do analista criminal. 
 
2.6 A dinâmica do trabalho do analista criminal 
 
Para fins de facilitar a compreensão, a dinâmica do trabalho do analista 
criminal pode ser dividida em quatro partes, são elas: 
 
 a) Sistematizar e analisar os bancos de dados de segurança pública, 
visando sempre encontrar padrões de incidência; 
 b) Encontrar padrões, submetê-los a uma análise mais aprofundada, 
tentando identificar suas causas; 
 c) Identificar a melhor solução para intervenção nas causas, fazendo, 
assim, cessarem as ocorrências; 
 d) Avaliar os impactos das intervenções. Caso não haja, reiniciar o 
processo. 
 
Desse modo, todas essas etapas devem ser cumpridas quando o analista 
recebe os dados coletados ou analisa dados provenientes de banco de dados 
de segurança pública. Conforme dito anteriormente, um bom analista é aquele 
que procura diversas fontes para realizar seu trabalho, não esquecendo de incluir 
nele também as fontes provenientes de instituições privadas realizadoras de 
pesquisa acerca da temática segurança pública e justiça criminal. 
 
2.7 Focalização das ações 
 
É necessário entender que as quatro etapas acima comentadas só trarão 
resultados eficientes se realizadas em cima de um problema focalizado. Ou seja, 
devem ser direcionadas para um problema específico, não sendo então feitas 
em largo espectro. 
E, nesse sentido, dois pontos que serão abordados nos próximos tópicos 
merecem destaque. 
 
 
 
27 
 
2.7.1 Valorização de uma perspectiva local de ação 
 
Focalizar uma perspectiva local de ação faz com que a instituição da qual 
o analista faz parte seja bem informada, eficiente e capaz de utilizar seus 
recursos de modo a reduzir a criminalidade. 
Para que esta perspectiva seja colocada em prática, o analista deve 
conversar com os policiais para saber mais como eles desenvolvem seu 
trabalho, participar de maneira direta nas atividades realizadas pelos órgãos de 
segurança pública, manter relacionamento com empresas de segurança pública 
para trocarem informações, trabalhar em rede com analistas criminais de regiões 
vizinhas, realizar a coleta de informações diretamente com o agressor e a vítima, 
bem como contribuir para a criação de novos meios para aprimorar a coleta de 
informações. 
Ou seja, é importante que o analista criminal desempenhe seu trabalho 
de maneira dinâmica, sempre buscando pelo aprimoramento dos meios de 
coleta e processamento de dados, assim como não deixe de considerar outras 
fontes além das oficiais. Isso porque são fontes complementares, que auxiliam 
para que os resultados alcançados sejam mais próximos da realidade. 
 
2.7.2 Focalização de tipos criminais específicos para intervenção 
 
Ao focalizar em tipos criminais específicos, o analista consegue 
especificar suas causas, os autores, a dinâmica de cada tipo penal, permitindo, 
assim, uma análise mais profunda do fenômeno da criminalidade. 
Quando a focalização não é realizada, ao analisar um tipo penal de 
categoria ampla, pode haver grande dificuldade de identificar suas causas. Por 
exemplo, o tipo penal do roubo, que pode ter diversas ramificações: roubos 
residenciais, comerciais,de carga, em instituições bancárias, em transporte 
coletivo. Cada uma dessas situações possui especificações e motivações 
diversas, não podendo ser reunidas em um único bloco de análise. 
De mesmo modo, pode ser citado o crime de homicídio, que também 
possui diversas especificações e motivações, assim como modus operandi, 
ficando difícil a análise quando não se leva em consideração tais características, 
separando-as em blocos diferentes para uma análise mais focada. 
 
28 
 
Portanto, partindo do princípio de que cada tipo penal possui causas 
particulares, é imprescindível que o analista as avalie separadamente, 
permitindo, assim, a melhor compreensão do fenômeno criminal estudado. 
Um exemplo que elucida a importância da focalização dos tipos criminais 
específicos são os crimes cometidos contra as mulheres. 
 
 
Fonte: http://www.senado.gov.br/institucional/datasenado/omv/indicadores/relatorios/BR-2 018.pdf 
 
Com base no gráfico apresentado, foi possível verificar quais são os 
crimes mais praticados contra as mulheres, dividindo-os em grupos distintos 
como: lesão corporal dolosa, ameaça, estupro e crimes violentos letais 
intencionais. 
O objetivo dessa divisão é compreender o fenômeno de maneira mais 
completa, não estudando um grande grupo de crimes contra a mulher, mas sim 
cada um separadamente, compreendendo suas causas de maneira 
individualizada. A partir dessas informações, torna-se possível a elaboração de 
maneira mais assertiva de uma ação/repressão/política visando atingir maiores 
e melhores resultados. 
Também por meio dos dados apresentados é que podem ser encontradas 
as causas desses crimes, o perfil dos autores, das vítimas, permitindo a melhor 
compreensão do fenômeno da criminalidade. 
Pode-se, então, concluir que o trabalho do analista criminal deve ser 
sempre dinâmico e detalhado, buscando dividir as variáveis ao máximo, para 
que os resultados sejam específicos, não utilizando de generalidades. Afinal, 
 
29 
 
este método permitirá que o objeto de estudo seja focado, concentrado, e os 
resultados provenientes sejam condizentes com o que se busca. 
 
2.8 Análise criminal x alocação de recursos 
 
Para Refletir 
Quais são as vantagens de realizar a análise criminal? 
 
 
 
Essa pergunta pode ser facilmente respondida quando analisamos pela 
perspectiva dos recursos financeiros e humanos disponíveis, visto que são 
finitos, devendo ser aproveitados da melhor maneira possível. 
Apresenta-se, aqui, um gráfico dos gastos públicos com segurança no 
Brasil entre os anos de 1996 a 2015. 
 
 
Custos econômicos da criminalidade no Brasil 
Fonte: Brasil, 2019. 
 
30 
 
Ao analisar o gráfico, é visível que os estados são os que mais 
despendem recursos para segurança pública. Também é possível verificar que 
os gastos vêm aumentando a cada ano, desde 2012, tendo o seu ápice no ano 
de 2015. Antes disso, os gastos oscilavam, ora aumentavam, ora diminuíam. 
Entretanto, o aumento dos gastos não refletiu na diminuição da criminalidade. 
Em razão da escassez de recursos e de suas limitações, é preciso 
repensar a maneira com que se planeja e executa projetos concernentes a 
políticas de segurança pública. Ou seja, não significa que apenas investir mais 
dinheiro/recursos em segurança pública irá reduzir as taxas de criminalidade, 
pois é necessário, primeiramente, investir com inteligência. 
É aí que o trabalho do analista criminal transmite sua importância. Isso 
porque, em virtude dos dados coletados e das análises realizadas, que o analista 
criminal irá transmitir seu parecer, apresentando às autoridades policiais qual 
poderia ser a melhor solução para determinado problema e a relação custo-
benefício. 
A análise criminal, então, tem muito a contribuir para o melhor 
aproveitamento dos recursos, utilizando-os da melhor maneira possível, fazendo 
"mais com menos", pois coleta e sistematiza dados que traduzem a realidade 
acerca da criminalidade, podendo, assim, alocar recursos onde mais se fazem 
necessários. 
Conclui-se, com base em todo o explanado nesta aula, que o trabalho do 
analista criminal contribui muito para a segurança pública, não só porque busca 
soluções para os problemas enfrentados, como também apresenta opções de 
acordo com o melhor custo-benefício, utilizando melhor o dinheiro investido 
nesta área. 
Ademais, quando o analista desempenha seu papel com seriedade, 
buscando focar nas ações, separando ao máximo as variáveis, consegue 
resultados mais próximos possíveis da realidade, encontrando a raiz do 
problema e podendo vislumbrar assim uma solução para ele. 
Portanto, o profissional que se dedica a este estudo, embora não possua 
autoridade direta para tomar decisões, possui conhecimento específico para 
identificar quais as melhores medidas a serem tomadas, seus possíveis 
resultados, podendo apontar qual será a mais vantajosa. 
 
31 
 
É importante lembrar que nem sempre a solução que requeira menos 
recursos públicos é a melhor, pois não basta apenas economizar, mas sim usar 
de maneira inteligente o dinheiro público. Logo, quando há uma medida cujo 
gasto apresente perspectiva de maior eficiência, deve-se analisar se esta 
medida não deveria ser tomada, pensando não só na economia, mas também 
na otimização. 
 
Resumo da aula 2 
 
Nesta aula foi tratada a importância da análise criminal como um todo. 
Primeiramente, discorreu-se sobre a relação da análise criminal frente à nova 
perspectiva de policiamento, em que foi necessário, primeiro, apresentar alguns 
conceitos. 
Foi realizada uma breve conceituação do que é segurança pública, porque 
ela é um dever do Estado e um direito, fundamental e social, de todos e qual a 
base legal para este entendimento. 
Também foi abordada a importância da polícia em matéria de segurança 
pública, sendo ela o instrumento que possibilita ao cidadão ver a presença 
atuante do Estado. 
Por fim, foi analisada a relação da análise criminal frente à nova 
perspectiva de policiamento, na qual se concluiu que a análise criminal 
desempenha papel-chave, sendo necessária para a execução desse novo 
modelo de policiamento, que foge do padrão tradicional, adicionando a 
prevenção de crimes como um de seus objetivos. 
Posteriormente, tratou-se da focalização das ações e da dinâmica do 
trabalho do analista criminal, pontuando as etapas necessárias para que o 
trabalho seja desempenhado de maneira correta, são elas: sistematizar e 
analisar os bancos de dados de segurança pública, visando sempre encontrar 
padrões de incidência; encontrar padrões, submetê-los à análise mais 
aprofundada, tentando identificar suas causas; identificar a melhor solução para 
intervenção nas causas, fazendo assim cessarem as ocorrências; avaliar os 
impactos das intervenções. 
 
32 
 
No tocante à focalização das ações, dois pontos foram destacados: 
valorização de uma perspectiva local de ação e focalização dos tipos criminais 
específicos para intervenção. 
Quanto à valorização de uma perspectiva local de ação, demonstrou-se 
que quanto mais o analista criminal se mantém atualizado sobre os dados em 
uma perspectiva local, mais informada estará sua instituição. Para que ele se 
mantenha atualizado, foi exposta a necessidade de dialogar com policiais, 
participar ativamente de atividades realizadas por órgãos de segurança pública 
e justiça criminal, manter diálogo com empresas de segurança pública para troca 
de informações, trabalhar em rede com analistas criminais de outras regiões, 
realizar a coleta de informações diretamente com o agressor e com a vítima, 
quando possível, e contribuir para a criação de novos meios que aprimorem o 
processo de coleta de informações. 
Já no que tange à focalização dos tipos criminais específicos, explanou-
se a necessidade de o analista criminal analisar o fenômeno da criminalidade 
dividindo-o em grupos. Ou seja, não apenas o tipo penal em si, mas suasespecificidades, como no caso dos crimes cometidos contra as mulheres 
utilizado como exemplo. 
Por fim, foi comentado acerca da relação da análise criminal com a 
alocação de recursos, em que foi demonstrada a importância da análise criminal 
para melhor aproveitamento dos recursos públicos disponíveis, frisando que os 
dados coletados pelo analista auxiliam na elaboração do planejamento 
orçamentário e de recursos humanos. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra acerca da relação da análise criminal com o melhor 
aproveitamento dos recursos governamentais e como esta 
contribui para a otimização dos gastos públicos. 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Aula 3 – Estatística 
 
Apresentação da aula 3 
 
Esta aula apresenta um perfil mais técnico, segundo o qual serão 
abordados os princípios básicos da estatística, desde os conceitos utilizados na 
matéria até os diversos métodos, probabilísticos ou não probabilísticos, 
utilizados para a composição de uma amostra. 
Do mesmo modo, serão trabalhadas as vertentes básicas utilizadas para 
categorizar a análise criminal, dando ênfase à vertente de produção de 
conhecimento de segurança pública. 
Por fim, será dado início ao tópico de coleta de informações, discorrendo 
sobre a importância e quais são os meios pelos quais a coleta pode ser realizada. 
 
3.1 Princípios básicos da estatística 
 
No presente tópico serão apresentados alguns conceitos importantes para 
trabalhar com estatística, pois aparecem bastante ao longo da realização do 
trabalho do analista criminal, sendo importante, então, a sua memorização. 
 
3.1.1 Conceitos 
 
Em um primeiro momento, é preciso se familiarizar com alguns termos 
que serão utilizados no decorrer da discussão. 
 
 População: conjunto de indivíduos ou objetos que apresentam ao 
menos uma característica em comum; 
 
 Censo: coletânea de dados referentes a todos os elementos de 
uma população; 
 
 Amostra: conjunto de dados relativos a apenas uma parte da 
população a qual representa, utilizado comumente para baratear 
os custos da pesquisa, em razão da impossibilidade de coletar 
 
34 
 
dados acerca de todos os indivíduos que compõem uma 
população, a depender do tamanho; 
 
 Variável: conjunto de resultados possíveis de um fenômeno. 
Podem ser qualitativas ou quantitativas. As variáveis qualitativas 
são aquelas nas quais os valores são expressos por atributos, 
como: etnia, sexo etc. Já as variáveis quantitativas são aquelas 
cujo conjunto dos resultados possui uma estrutura numérica, 
podendo ser divididas em variáveis discretas ou contínuas. As 
variáveis discretas têm seus valores expressos por meio de 
números inteiros não negativos, ao passo que os valores das 
variáveis contínuas são resultados de uma mensuração, podendo 
assumir qualquer valor dentro do conjunto dos números reais; 
 
 Estatística descritiva: são as técnicas utilizadas para resumir 
uma pesquisa e apresentar seus dados, de maneira descritiva; 
 
 Estatística indutiva: é a estatística que, partindo de uma amostra, 
estabelece hipóteses, tira conclusões e formula previsões com 
base na teoria da probabilidade; 
 
 Fenômeno estatístico: qualquer fenômeno que se pretenda 
realizar, de maneira que em seu estudo seja possível a aplicação 
do método estatístico. Se divide em três grupos: 
 
1. Fenômenos de massa ou coletivos: aqueles que não podem ser 
definidos com uma simples observação. Por exemplo: taxa de 
natalidade do Estado do Paraná, o aumento do preço do feijão nos 
últimos quatro anos etc; 
 
2. Fenômenos individuais: são os fenômenos que irão compor o 
fenômeno de massa. Por exemplo: cada nascimento ocorrido no 
Estado do Paraná, cada preço que o feijão foi vendido; 
 
3. Fenômenos de multidão: são aqueles em que as características 
observadas para a massa não se verificam para o particular. 
 
 
35 
 
 Dado estatístico: é um dado numérico considerado matéria-prima 
sobre a qual se aplicará o método estatístico. 
 
Todos esses conceitos e elementos são importantes, tanto para a 
realização de uma pesquisa estatística como para a interpretação dos dados por 
ela auferidos, podendo ser considerado o vocabulário-base necessário para se 
trabalhar com estatísticas. 
 
3.2 Fases do método estatístico 
 
Para que se obtenha um resultado utilizando o método da análise 
estatística, é necessário que sejam seguidas algumas fases, sendo elas: 
 
 
Fonte: elaborado pelo autor, adaptado pelo DI (2019). 
 
Os dados primários são aqueles obtidos direto da fonte originária, cuja 
coleta deve ser executada de maneira estatisticamente correta, evitando, assim, 
que sejam coletados dados tendenciosos que possam afetar a pesquisa. Nesse 
caso, as principais formas de levantamento de dados são: entrevista pessoal, 
telefone ou questionários. 
As entrevistas pessoais possuem um alto custo de execução se 
comparadas à utilização do telefone. Porém, a pesquisa realizada por telefone 
1ª fase 
• Definição do problema: ou seja, saber exatamente qual será o objeto da 
pesquisa; 
2ª fase 
• Planejamento: definir quais fontes serão utilizadas e como será realizado 
o levantamento das informações (se censitário ou por amostragem), quais 
dados serão obtidos, qual será o cronograma e os custos para a realização 
da pesquisa;
3ª fase 
• Coleta de dados: é a fase operacional, na qual os registros serão 
sistematizados. Os dados coletados podem ser de dois tipos: primários ou 
secundários.
 
36 
 
possui maior facilidade de recusa por parte do entrevistado, o que faz com que 
a pesquisa demore a ser concluída. Já os questionários podem ser muito 
demorados e ter sua média de participação muito baixa, mas é vantajoso, pois 
não há a influência do entrevistador no momento das respostas. 
Os dados secundários, por sua vez, são aqueles obtidos por meio de algo 
já disposto, e provém da coleta direta de dados. 
 
 
Fonte: elaborado pelo autor, adaptado pelo DI (2019). 
 
3.3 Método probabilístico 
 
O método probabilístico é aquele que garante cientificamente a aplicação 
das técnicas de estatística de inferência, ou seja, aquela cujo objetivo é fazer 
afirmações a partir de um conjunto de valores representativos de um universo. 
Para sua utilização, exige-se que cada elemento da população possua 
determinada chance de ser selecionado. 
 
Por exemplo: sendo N uma população, cada membro terá 1/N chances de ser 
selecionado. 
 
4ª fase 
•Apuração dos dados: é o momento em que os dados serão resumidos por meio de 
contagem e agrupamento, sendo condensados e tabulados.
5ª fase 
•Apresentação dos dados: existem duas formas de apresentação de dados: a forma 
tabular, que consiste em uma apresentação numérica dos dados em linhas e colunas 
ordenadas, segundo as normas do Conselho Nacional de Estatística; e a forma gráfica, 
que consiste em uma apresentação geométrica dos números, permitindo a visualização 
mais clara e rápida dos resultados. É importante esclarecer que estas formas de 
apresentação não se excluem mutuamente.
6ª fase 
•Análise e interpretação de dados: a última e mais importante fase, na qual haverá a 
realização de cálculos de medidas e coeficientes, cuja principal finalidade é descrever o 
fenômeno pesquisado (na estatística descritiva). Quando se tratar de estatística indutiva, 
a interpretação dos dados será feita com base na teoria da probabilidade.
 
37 
 
Nos itens a seguir, serão apresentados os métodos probabilísticos 
utilizados para realizar a seleção dentro de uma amostragem, obtendo, assim, a 
amostra que será utilizada na pesquisa. 
 
3.3.1 Amostragem casual ou aleatória simples 
 
É o processo que equivale a um sorteio lotérico e é o mais comumente 
utilizado. Uma das maneiras como se pode realizar esse tipo de amostragem é 
numerando a população de 1 a n, sorteando, então, por meio de dispositivo 
aleatório, x números dessa sequência. Estes números serão os elementospertencentes à amostra. 
Por exemplo: em um presídio existem 90 presos. Para obter uma amostra 
representativa, no valor de 10%, da altura dos presos, o cálculo deverá ser 
realizado da seguinte forma: 
 
 a) Numerar os presos de 1 a 90; 
 b) Escrever os números em papéis iguais e colocá-los em uma caixa. 
Após misturar o conteúdo, retirar, um a um, os 9 números que formarão a 
amostra. 
 
No exemplo, o número de elementos da amostra é pequeno, facilitando 
que se utilize o sistema da urna. Porém, se houver uma amostra muito grande, 
que torne inviável utilizar as urnas, deve-se, então, utilizar a Tabela de Números 
Aleatórios, que é um método constituído por uma tabela em que os números de 
1 a 9 são distribuídos ao acaso em colunas e linhas. 
Segue aqui um modelo de Tabela de Números Aleatórios meramente para 
fins expositivos: 
 
 
 
38 
 
 
Tabela de Números Aleatórios 
Fonte: http://www.xn--concurseiroestatstico-87b.com/2016/11/tabela-de-numeros-aleatorios_21.html 
 
3.3.2 Amostragem proporcional estratificada 
 
Há casos nos quais a população se divide em estratos, ou subpopulações, 
gerando, assim, a necessidade de que o sorteio dos elementos da amostra leve 
em consideração estes estratos. Quando se leva em consideração os estratos, 
os elementos obtidos da amostra serão proporcionais ao número dos elementos 
dos estratos. 
Por exemplo: em uma sala existem 90 pessoas, e 36 dessas pessoas são 
homens e 54 dessas pessoas são mulheres. Neste raciocínio, a tabela formada 
seria: 
Tabela 1 – exemplo 
SEXO POPULAÇÃO 10% AMOSTRA 
Feminino 54 5,4 5 
Masculino 36 3,6 4 
Total 90 9,0 9 
Fonte: elaborado pelo autor (2019). 
 
Ao numerar as pessoas de 1 a 90, o resultado seria: 1 a 54 são mulheres 
e 55 a 90 são homens. O método de sorteio pode ser realizado tanto por meio 
do sistema de urna assim como por meio da Tabela de Números Aleatórios. 
 
 
http://www.concurseiroestatístico.com/2016/11/tabela-de-numeros-aleatorios_21.html
 
39 
 
3.3.3 Amostragem sistemática 
 
Nas situações em que os elementos da população já se encontram 
ordenados, não há necessidade de construir o sistema de referência. Portanto, 
é possível realizar a seleção dos elementos da amostra por qualquer sistema à 
escolha do pesquisador. São os casos, por exemplo, das listas de chamada 
escolares, dos prédios de uma rua, da lista telefônica etc. 
Para melhor visualização, apresenta-se aqui um exemplo: suponhamos 
que haja uma lista telefônica com 600 nomes, dos quais deseja-se obter uma 
amostra de 30 nomes para uma pesquisa de opinião. 
Primeiramente, realiza-se o seguinte cálculo: 600/30= 20. Após, será feita 
a escolha de um número de 1 a 20, o qual irá determinar qual será o primeiro 
elemento sorteado para compor a amostra, sendo os demais periodicamente 
considerados de 20 em 20. 
Suponha-se que o número escolhido foi o número 5, então, a amostra 
seria: 5° nome, 25° nome, 45° nome e assim por diante, até alcançar o número 
final de nomes para a pesquisa, ou seja, 30 nomes. 
 
3.3.4 Amostragem por conglomerados ou agrupamento 
 
Existem determinados casos em que ou população não permite que sejam 
identificados todos os seus elementos ou esta identificação é extremamente 
difícil de ser feita. Porém, é possível que sejam identificados alguns dos 
subgrupos da população. Nestes casos, pode ser colhida uma amostra aleatória 
simples destes subgrupos, e então uma contagem completa deve ser feita para 
os conglomerados sorteados. Alguns exemplos de conglomerados típicos: 
famílias, quarteirões, agências, edifícios etc. 
Para exemplificar: para realizar o levantamento populacional em 
determinado bairro, utilizando o mapa, é possível observar cada quarteirão do 
bairro, mas não há relação atualizada dos moradores. Nesse caso, é possível 
colher a amostra dos quarteirões e fazer uma contagem completa de todos 
aqueles que residem nos quarteirões selecionados. 
 
 
 
40 
 
3.4 Métodos não probabilísticos 
 
Ao contrário dos métodos probabilísticos, os métodos não probabilísticos 
não garantem a representatividade da população, visto que não há a 
possibilidade de generalizar os resultados. Isso porque são amostragens em que 
há uma escolha deliberada dos elementos da amostra. 
 
3.4.1 Amostragem acidental 
 
São amostras formadas por elementos que vão aparecendo ao longo da 
pesquisa, podendo ser obtidos até que seja completado o número da amostra. 
Este tipo de amostragem é comumente utilizada nas pesquisas de opinião, em 
que os entrevistados são escolhidos acidentalmente, como é o caso de 
pesquisas realizadas nas ruas, praças, portas de shopping ou lojas etc. 
 
3.4.2 Amostragem intencional 
 
São as amostragens em que são escolhidos intencionalmente os 
elementos que irão compor a amostra, com base em determinado critério. O 
pesquisador irá entrevistar diretamente os elementos dos quais ele deseja saber 
a opinião. Por exemplo: uma pesquisa que almeja saber a preferência por 
determinada marca de farinha. Nesse caso, o pesquisador irá até as maiores 
panificadoras da localidade para perguntar a opinião dos padeiros. 
 
3.4.3 Amostragem por quotas 
 
Este é um dos métodos mais utilizados na realização de pesquisas de 
mercado e em pesquisas eleitorais e deve ser realizado em três fases: 
 
 1. Classificar a população em relação a propriedades que são, ou se 
presume que são, importantes para a característica do objeto do estudo; 
 2. Então, será determinada a proporção da população para cada 
característica, baseando-se na constituição presumida, conhecida ou estimada 
da população; 
 
41 
 
 3. Por fim, fixar quotas para cada entrevistador que irá selecionar os 
entrevistados, de tal modo que a amostra contenha a proporção determinada na 
fase anterior. 
 
Por exemplo: uma pesquisa tem como objetivo determinar a aceitação de 
determinado produto cosmético de uso exclusivo feminino. Há interesse em 
considerar também a faixa etária, a renda, a atividade profissional etc. 
Antes de tudo, é necessário descobrir a porcentagem das características 
na população. Suponhamos então uma população composta por 44% de 
homens e 56% de mulheres, em que uma amostra de 50 pessoas irá conter 22 
homens e 28 mulheres. Nesse caso, o entrevistador irá receber uma quota para 
entrevistar 28 mulheres. A consideração de várias categorias exigirá uma 
amostra que atenda ao nº determinado e às proporções populacionais 
estipuladas. 
 
3.5 Vertentes básicas 
 
Neste tópico serão trabalhadas as vertentes básicas utilizadas para 
categorizar a análise criminal. Estas vertentes são focadas na produção de 
conhecimento de segurança pública, razão pela qual este tópico será tratado em 
separado. 
 
3.5.1 Vertentes da produção de conhecimento de segurança pública 
 
 São três as grandes vertentes básicas de produção de conhecimento 
voltadas à segurança pública, as quais serão apresentadas separadamente para 
melhor compreensão e visualização. 
 
3.5.2 Análise criminal estratégica 
 
É a analise criminal de produção de conhecimento voltada para estudos 
acerca dos fenômenos criminais e suas influências a longo prazo, tendo como 
principal objetivo identificar tendências da criminalidade. 
 
42 
 
É focada em formular políticas públicas, produzir conhecimento com 
intuito de reduzir a criminalidade, realizar o planejamento e desenvolvimento de 
soluções para a criminalidade, realizar interação com outras secretarias para o 
trabalho de construção de políticas de segurança pública, direcionar 
investimentos de maneira assertiva, formulando também o plano orçamentário, 
controlar e acompanhar as ações e projetos, assim como formular relatório de 
desempenho. 
 
3.5.3 Análise criminal tática 
 
Produz conhecimento voltado para o estudo dos fenômenos criminais e 
suas influências a médio prazo. Seu objetivo principal é trabalhar na identificação 
de padrões das atividades criminais,fornecendo subsídios para os operadores 
de segurança que realizam seu trabalho diretamente "nas ruas". 
Portanto, o conhecimento por ela produzido é utilizado pelas polícias 
ostensiva e investigativa, de modo que o conhecimento serve para orientar as 
atividades do policiamento ostensivo, tanto repressivas quanto preventivas, 
como também conferir subsídios para a polícia investigativa, objetivando 
identificar autoria e materialidade dos crimes ocorridos. 
 
3.5.4 Análise criminal administrativa 
 
É a atividade de produção de conhecimento voltada para o público-alvo, 
isto é, tem o objetivo de selecionar e divulgar informações sobre a temática da 
criminalidade, trabalhando com as estatísticas criminais de maneira descritiva. 
O foco deste tipo de análise é fornecer informações para diversos 
públicos, sejam eles a população, gestores públicos, organizações não 
governamentais, organismos internacionais. Do mesmo modo, elabora 
estatísticas descritivas e informações gerais sobre tendências criminais, assim 
como compara os resultados com dados dos anos anteriores e com outras 
cidades similares. 
 
 
 
 
43 
 
3.5.5 Coleta de informações 
 
O trabalho de coleta de informações é muito importante, pois é a base do 
trabalho do analista criminal, trazendo até ele as informações necessárias para 
que seja possível alcançar uma conclusão acerca de determinado assunto. 
Em razão da importância da coleta de dados para o trabalho do analista 
criminal, é necessário sempre verificar se as fontes são confiáveis, se a pesquisa 
foi realizada de maneira correta e adequada. Na próxima aula serão comentados 
sobre os métodos de abordagem que podem ser utilizados para a melhor coleta 
de informações. 
 
3.6 Tipos de coleta de dados 
 
A coleta de dados é a fase operacional em que há o registro sistemático 
dos dados e pode ser realizada de diversas maneiras. 
 
 a) Coleta direta: quando as informações são obtidas diretamente da fonte. 
Por exemplo: uma empresa deseja saber a preferência dos consumidores por 
seus produtos; 
 b) Coleta contínua: as informações nunca deixam de ser coletadas, ou 
seja, os bancos de dados são sempre abastecidos. Por exemplo: registros de 
nascimento, óbito, casamento; 
 c) Coleta periódica: é aquela cujas informações são coletadas de maneira 
periódica, de tempos em tempos, como é o caso do recenseamento demográfico; 
 d) Coleta ocasional: é realizada em situações específicas; 
 e) Coleta indireta: é feita por meio de deduções com base nas informações 
obtidas na coleta direta, seja por analogia, avaliação, indícios ou proporção. 
 
Os dados obtidos na coleta de informações podem ser primários ou 
secundários, sendo que os dados primários são aqueles obtidos pela própria 
pessoa ou organização que os recolheu, ao passo que os dados secundários 
são aqueles publicados por outra organização. 
 Com base no exposto nesta aula, é possível concluir que a estatística é a 
base da análise criminal, pois é por meio dela que o analista criminal pode 
 
44 
 
sistematizar os dados coletados e transformá-los em informações úteis para os 
órgãos de segurança pública. 
Para que a análise estatística seja realizada de maneira correta, 
primeiramente os dados nela utilizados devem ser coletados de maneira que não 
sejam manipulados, distorcidos ou influenciados. Assim como os métodos para 
definição da amostra se mostram importantíssimos, pois eles irão determinar se 
aquela amostra pode ou não representar a população como um todo, ou seja, se 
podem ser generalizados. Isso porque a escolha do método, se probabilístico ou 
não, tem influência direta, visto que um se trata de probabilidade e o outro de 
dedução. 
Quanto à categorização da análise criminal, não há dúvidas de que cada 
vertente possui diferente função e importância, tendo em vista que uma obtém 
resultados a longo, outra a médio e a outra a curto prazo, possibilitando, assim, 
que a pesquisa seja feita de forma geral, abrangendo tanto necessidades 
imediatas como futuras. 
Logo, o objetivo da presente aula foi demonstrar que a análise criminal 
está intimamente ligada à matemática e à estatística, sendo estes os 
instrumentos-base para sua realização e que, por essa razão, devem ser 
entendidos, estudados e aprimorados sempre que possível. 
 
Resumo da aula 3 
 
Nesta aula foram apresentados os princípios básicos da estatística, 
desenvolvendo alguns conceitos básicos necessários para trabalhar nesta área, 
dentre eles: população, amostra, censo, variável, estatística descritiva, 
estatística indutiva, fenômeno estatístico, em suas variações e dado estatístico. 
Da mesma forma, foram apresentadas as fases do método estatístico, que 
consistem em: definição do problema, ou seja, saber exatamente qual será o 
objeto da pesquisa; planejamento, visando definir quais fontes serão utilizadas, 
como será realizado o levantamento das informações (se censitário ou por 
amostragem), quais dados serão obtidos, qual será o cronograma e os custos 
para a realização da pesquisa; coleta de dados, a fase operacional, na qual os 
registros serão sistematizados; apuração dos dados, momento em que os dados 
serão resumidos por meio de contagem e agrupamento, sendo condensados e 
 
45 
 
tabulados; apresentação dos dados, seja de forma tabular, que consiste em uma 
apresentação numérica dos dados em linhas e colunas ordenadas, ou de forma 
gráfica, que consiste em uma apresentação geométrica dos números; análise e 
interpretação de dados: realização de cálculos de medidas e coeficientes, cuja 
principal finalidade é descrever o fenômeno pesquisado. 
Posteriormente, foi explicado acerca dos métodos probabilísticos, os 
quais garantem cientificamente a aplicação das técnicas estatísticas, cujo 
objetivo é fazer afirmações tendo como base um conjunto de valores 
representativos de um universo. Para que possam ser utilizados, é exigido que 
cada elemento tenha uma chance de ser selecionado. 
No mesmo tópico, foram explicados e exemplificados os seguintes 
métodos probabilísticos: amostragem aleatória simples, amostragem casual, 
amostragem sistemática e amostragem por agrupamentos. 
Posteriormente, foi ampliado o estudo acerca dos métodos não 
probabilísticos, no qual as escolhas dos elementos da amostra são feitas de 
maneira deliberada. Os métodos que podem ser utilizados, que foram 
exemplificados em tópicos separados, são: amostragem acidental, amostragem 
intencional e amostragem por quotas. 
Trabalhou-se, então, com as vertentes básicas, com foco nas vertentes 
de produção de conhecimento de segurança pública, descrevendo as categorias 
de análise criminal estratégica, tática e administrativa, apresentando seus 
objetivos e meios de utilização. 
Ao final, iniciou-se o tópico de coleta de informações, discorrendo sobre a 
importância da coleta de dados para análise criminal, visto que é o principal 
instrumento para o analista realizar seu trabalho, bem como os tipos de coleta 
que podem ser realizadas (direta, indireta, contínua, periódica e ocasional). 
Este último tópico levará à próxima aula, na qual serão abordados os 
métodos de abordagem, a construção de um bom questionário e suas 
características, assim como será desenvolvido o tópico de fontes de dados de 
informações de segurança pública. 
 
 
 
46 
 
Atividade de Aprendizagem 
Com base no conteúdo apresentado, diferencie as vertentes de 
produção de conhecimento de segurança pública, explicando a 
utilidade de cada uma, fornecendo exemplos. 
 
 
 
Aula 4 – Instrumentos para realização da análise criminal 
 
Apresentação da aula 4 
 
A presente aula tem como objetivo apresentar os métodos de abordagem 
para coleta de informações, bem como transmitir a melhor maneira para construir 
um bom questionário. Será abordado também acerca das fontes de dados de 
informação de segurança pública, referenciando onde podem ser encontradas, 
quais são

Continue navegando