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FISIOPATOLOGIA DO INTESTINO Intestino O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e pode ser dividido em três regiões: • duodeno (cerca de 25 cm), • jejuno (cerca de 5 m) e; • íleo (cerca de 1,5 cm). Duodeno Doenças Inflamatórias Intestinais As DII são caracterizadas pela frequente exacerbação dos sinais e sintomas, com diferenças dependendo da localização e da extensão do processo fisiopatológico. São crônicas e de etiologia desconhecida, sendo as duas formas mais comuns de apresentação: • Retocolite Ulcerativa Inespecífica • Doença de Crohn Na Doença de Crohn a inflamação é focal e microscópica através do trato gastrointestinal. A distribuição macroscópica varia, mas inclui mais frequentemente o íleo terminal e cólon direito. Afeta adultos dos 2 sexos (entre 20 a 35 anos). Modificações anatomopatológicas: ulceração, estenose e imagem em mosaico. Ocorre aumento de síntese de citocinas pró- inflamatórias, agravando a inflamação. A Retocolite ulcerativa é uma doença mucosa que sempre afeta o reto e freqüentemente envolve um segmento do cólon. As lesões ativas consistem de edema, eritema, falta de padrão vascular normal, sangramento e exsudação de muco ou pus e ulceração. Os principais sintomas são: presença de sangue e muco nas fezes e evacuações freqüentes. Doença de Crohn e colite ulcerativa Diarréia com muco e sangue, dor abdominal, febre, emagrecimento, anemia e retardo no crescimento Entender a patogenia dessas doenças é um grande desafio da pesquisa em gastroenterologia. • História familiar positiva • Alteração na regulação da resposta imune à antígenos intraluminais, como bactérias entéricas; • Genes envolvidos em determinar a especificidade do sistema imune ou resposta imune (citocinas) ou até mesmo genes responsáveis por definir a estrutura de permeabilidade intestinal Patogênese Imunopatogênese da doença inflamatória intestinal Evento desencadeador (infeccioso???) Moléculas de aderência NO Permeabilidade intestinal Proteínas da fase aguda Predisposição genética Flora microbiana Resposta Imune Anormal Citocinas Eicosanóides Neuropeptídeos Fatores de crescimento Resposta Imune Anormal Absorção de gordura A digestão e absorção de gorduras é alterada pela Doença de Crohn, onde ocorre perda da área da superfície de absorção ou depleção na circulação de sal biliar. Pode ocorrer esteatorréia. Perda Entéricas Há perdas de proteínas, sangue, minerais e eletrólitos durante períodos de inflamação ativa. Efeitos intestinais da DII Digestão e absorção de nutrientes específicos Má absorção de vitamina B12, ferro e ácido fólico causa anemia, deficiência de lactase levando a intolerância à lactose. Consequências Nutricionais da Doença Inflamatória Intestinal Desnutrição É um achado comum nesta doença. Em torno de 80% dos pacientes hospitalizados apresentam perda de peso superior a 10%, ocorrendo hipoalbuminemia, anemia e BN - Causas de Desnutrição • Redução da ingestão • Perdas gastrointestinais (proteínas) • hipercatabolismo • Má absorção • Fatores iatrogênicos Iatrogenia vem do grego e refere-se a qualquer alteração patológica provocada no paciente pela má prática médica. O Tto clínico não é específico e tem por objetivo reduzir a inflamação crônica. Utiliza-se: Antidiarréicos e antiespasmódicos, sulfasalazina sulfasalazina (antiinflamátório) e corticosteróides em casos mais graves. Imunossupressores (6-MP e azatioprina) são indicados quando surgem os efeitos colaterais dos esteróides e em caso de fístulas. Quando há infecção, emprega-se aminoglicosídeo ou cefalosporina associada ao metronidazol (antibióticos). Tratamentos A Ressecção cirúrgica do segmento comprometido deve ser feita qdo há complicações como fístulas, estenose, hemorragias e abscessos intraperitoneais. Úlcera em íleo terminal Em 50% dos pacientes há um aumento da permeabilidade intestinal devido ao processo inflamatório. SÍNDROMES DE MÁ-ABSORÇÃO •É a incapacidade do organismo absorver os nutrientes provenientes dos alimentos, ou seja, proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais. •Sintomas: Intestino preso, diarréia, flatulência, fadiga, dificuldade de concentração, pele seca, cãibras, fraqueza, tensão pré-menstrual, perda de cabelo, oscilações do peso, dificuldades visuais, anemia. FISIOPATOLOGIA SÍNDROME DE MÁ ABSORÇÃO DE CARBOIDRATOS Deficiências enzimáticas – HCO permanecem na luz - pressão osmótica – impedindo absorção de água – distensão abdominal, Cólicas, flatulências, borborigmo e diarréia Fermentação no cólon - pressão osmótica e gases luminais ✓INTOLERÂNCIA À LACTOSE E INTOLERÂNCIA CONGÊNITA À LACTOSE Ausência de lactase Diagnóstico DISSACARIDASES • A lactase (complexo enzimático lactase-florizina-hidrolase) - função de degradar a lactose em glicose e galactose no topo das vilosidades intestinais, nos enterócitos maduros. • É mais sensível à lesões intestinais, sendo causa freqüente de diarréia e de dor abdominal. Seu aparecimento dá-se por volta da 10ª semana de gestação, com aumento de 30% para 70% de atividade durante o período de 35 e 38 semanas – daí prematuros apresentarem maior intolerância à lactose. FISIOPATOLOGIA ✓INTOLERÂNCIA À MALTOSE Rara Outras Enzimas ✓INTOLERÂNCIA À SACARASE-ISOMALTASE Genético Não digerem sacarose - substituir ✓MÁ ABSORÇÃO DE GLICOSE-GALACTOSE Hereditário - SGLT-1 Diarréia aquosa e profusa no recém-nascido – ingestão de leite ou água com açúcar HIDRATAÇÃO ORAL X SGLT-1 (Diarréia) – água, sal e açúcar absorção de Na+ na ML e MBL - absorção de água DOENÇA CELÍACA (ESPRU NÃO TROPICAL) • É uma doença do intestino delgado, com maior ou menor atrofia das vilosidades da mucosa, causando prejuízo na absorção dos nutrientes, vitaminas, sais minerais e água. • Quando a mucosa sofre agressões de tipos variados, ocorre um achatamento das dobras e uma diminuição da digestão e da absorção, resultando em diarréia crônica e suas repercussões: emagrecimento, distensão abdominal, edema das pernas e outros sinais de desnutrição protéico- calórica. Poderão acontecer deficiências no desenvolvimento da criança e comprometimento do estado de saúde geral no adulto. DOENÇA CELÍACA (ESPRU NÃO TROPICAL) •Enteropatia Glúten-Induzida, Espru Não-Tropical, Espru Celíaco; Alergia à farinha. •Os cereais que contêm glúten tem uma fração protéica (gliadina) - que é a responsável pelo dano na mucosa intestinal. •As causas, entre outras em estudo, poderiam ser: predisposição genética, falta de enzima digestiva e formação de anticorpos Fezes fétidas, claras, volumosas, sobrenadantes, com ou sem gotas de gordura Distensão abdominal por gases, cólicas, náuseas e vômitos dificuldade de adquirir peso e facilidade para perdê-lo; baixa estatura; fraqueza geral; modificação do humor alterações na pele; fraqueza das unhas, queda de pêlos; anemia por deficiente absorção do ferro e da Vitamina B 12; alterações do ciclo menstrual; diminuição da fertilidade; edema dos membros inferiores; osteoporose. DIARRÉIA AGUDA •Maior número de evacuações, acompanhado de fezes de consistência diminuída, disformes, pastosas ou líquidas •Aumenta a proporção de água contida nas fezes • Início súbito e duração menor que três semanas, a grande maioria resolvendo-se em menos de três a cinco dias DIARRÉIA AGUDA • A maior parte é causada por vírus, bactérias ou parasitas. •Toxinas que alteram o funcionamento intestinal, diminuem a absorção de líquidos ou estimulam sua perda para a luz intestinal. •Alguns microorganismos invadem a mucosa, causando lesões com secreção de sangue, muco e pus. DIARRÉIA CRÔNICA • É crônica quando ocorre por um período maior que 3 a 4 semanas • Uso de purgante, falta de lactase, insuficiência de suco pancreático com conseqüente má-absorção de gorduras, inflamações, com destaque para a Doença de Crohn e para a Retocolite Ulcerativa, infecçãoou a verminose que lesam a mucosa (revestimento interno dos intestinos), o linfoma da camada submucosa e outros cânceres intestinais, além de alterações da imunidade, como a AIDS, e formas de "alergia" como ao glúten de alguns cereais trazem importantes casos de diarréia crônica. Divertículo é uma cavidade em forma de dedo ou bolsa que se forma na parede de um órgão oco. Os divertículos podem existir no cólon, no esôfago, no duodeno e, mais raramente, no intestino delgado e no estômago. É um situação que geralmente não dá origem a sintomas e por isso se prefere a denominação diverticulose em vez de doença diverticular. DIVERTICULITE • Inflamação e perfuração grosseira ou microscópica do divertículo •Dor, náusea e vômito, febre leve e aumento de leucócitos •Complicações: perfuração com peritonite, hemorragia e obstrução intestinal •Pode ocorrer a formação de fístulas SÍNDROME DO INTESTINO CURTO PÓS OPERATÓRIO IMEDIATO Desidratação, hipovolemia, hipotensão e desequilíbrio eletrolítico. Diarréia com fezes líquidas ou semi líquidas,gordurosas, amarelas, pós prandial. Perda de peso, aumento do meteorismo, distensão abd. Perda de proteína, K, Ca, Mg e Zn. Hipersecreção gástrica Hiperbilirrubinemia transitória. Nutrição nas Doenças Intestinais CONDUTA DIETOTERÁPICA EM PATOLOGIAS QUE CURSAM COM DIARRÉIA OBJETIVOS Recuperação do Estado Nutricional Minimizar a sintomatologia na fase aguda Minimizar ou evitar os efeitos colaterais e as interações entre fármacos-nutrientes Promover a Educação Nutricional para correção de hábitos alimentares deficientes. Considerar o paciente como um todo e não apenas como doença. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA DIETA EM PATOLOGIAS QUE CURSAM COM DIARRÉIA VET – Ajustado às necessidades. PROTEÍNAS – HIPER – para reposição e pelo hipercatabolismo (1,2 a 1,8 g / kg peso) GLICÍDIOS – NORMO/HIPO sem concentração de dissacarídios para evitar fermentação. CHO complexos (3,5 a 4,5 g/kg peso) LIPÍDIOS – HIPO – para minimizar a saciedade precoce e a peristalse (0,6 / 1,0 g/kg peso). Uso de TCL/TCM. VITAMINAS – HIPER – Ênfase no complexo B por sua ação na função tônica dos intestinos. Suplementar na fase aguda. MINERAIS – Ajustado às necessidades. Ênfase: Fe, K (interações/influência no trânsito), S (pressão intra abdominal). Suplementar na fase aguda. ÁGUA –HIPER – acima de 1,2 ml/kcal. FIBRAS – Hipo, com exceção da pectina. CALDOS – Purinas – Evitar! Excitantes da mucosa. FRACIONAMENTO – aumentado- saciedade precoce VOLUME – Reduzido e concentrado – preenchimento das necessidades sem desconforto abdominal. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA DIETA EM PATOLOGIAS QUE CURSAM COM DIARRÉIA CARACTERÍSTICAS GERAIS DA DIETA EM PATOLOGIAS QUE CURSAM COM DIARRÉIA TEMPERATURA – Normal. Evitar extremos, principalmente em jejum. CONSISTÊNCIA – Líquida Completa à Branda. OUTROS: Isenta de alimentos flatulentos e fermentáveis. Evitar alimentos que são fator causais da diarréia e seus derivados. INTOLERÂNCIA À LACTOSE – Retirada de leite e derivados; alguns toleram iogurte (β-galactose facilita digestão da lactose). Suplementar Ca, Vit D e Riboflavina, entre outros. Usar leite sem lactose ou soja. Verificar rótulos. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA DIETA EM PATOLOGIAS QUE CURSAM COM DIARRÉIA DOENÇA CELÍACA Isenta em glúten (trigo, aveia e cevada). Aveia em quantidades moderadas. Usar: polvilho, arroz, milho e tapioca. Vit K (minimizar a diminuição da protrombina) Fosfato ou gluconato de cálcio + vit D (minimizar hipocalcemia), Polivitamínicos, vit B12 (prevenção/tratamento de anemia macrocítica). CARACTERÍSTICAS DA DIETA EM PATOLOGIAS QUE CURSAM COM CONSTIPAÇÃO CONSTIPAÇÃO ATÔNICA CONSTIPAÇÃO ESPÁSTICA VET Ajustado às necessidades (OBES) Ajustado às necessidades (MAG) GLICÍDIOS Normo – CHO complexos Normo sem dissacarídios PROTEÍNAS Normo/hiper (até 1,3) Hiper (até 1,5) LIPÍDIOS Ajustado às necessidades saturados e colesterol Ajustado às necessidades VITAMINAS E MINERAIS Normo/Hiper B,C e A K , S Normo/Hiper B,C e A K , S LÍQUIDOS Hiper Hiper CONSTIPAÇÃO ATÔNICA CONSTIPAÇÃO ESPÁSTICA VOLUME Normal Diminuído e Concentrado TEMPERA- TURA Fria ou gelada em jejum Normal da preparação CONSISTÊN- CIA Normal Ajustada à tolerância FIBRAS Hiper (Celulose crua) Modificadas por cocção/subdivisão FRACIONA- MENTO Normal Aumentado CARACTERÍSTICAS DA DIETA EM PATOLOGIAS QUE CURSAM COM CONSTIPAÇÃO
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