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RELAÇÃO DE CONSUMO

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Brenda Amengol 
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RESUMO DE DIREITO DO CONSUMIDOR: RELAÇÃO DE 
CONSUMO 
* Relação de Consumo é a aquela na qual existe consumidor, fornecedor e produto ou 
serviço que ligue um ao outro. É requisito objetivo de existência, de modo que, para haver 
relação de consumo, necessariamente, deve haver, concomitantemente, os três elementos. 
* O art. 2º, CDC, caput, aduz que, “consumidor é toda pessoa jurídica ou pessoa física 
que adquire um produto ou serviço como destinatário final.” Vale ressaltar que o CDC 
traz em seu art. 17, o consumidor por equiparação, que é quando o terceiro tem a proteção 
estendida. Ou seja, o CDC considera todas as vítimas do evento danoso, todos aqueles 
que não participaram da relação de consumo, não adquiriram qualquer produto ou serviço, 
mas sofreram algum tipo de lesão. 
* O art. 3º, CDC, caput, aduz que, “fornecedor é qualquer pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que 
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, 
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de 
serviços.” 
* Produto é qualquer bem adquirido na relação de consumo, seja móvel ou imóvel, 
material ou imaterial. Já o serviço, é a atividade humana que proporciona benefícios ou 
satisfações para o adquirente, mediante remuneração. 
* Para que haja a incidência do Código do Consumidor, é necessário que se tenha relação 
de consumo e não consumidor, e, para que haja relação de consumo, são necessários os 
requisitos de ordem subjetiva (consumidor e fornecedor) e objetiva (produto ou serviço). 
Elementos subjetivos: o credor, o devedor e o consensualismo que deve existir entre eles 
como uma convergência de vontades para que o acordo seja pactuado sem vícios e sem 
prejuízo de igualdade entre os sujeitos envolvidos; Elementos objetivos: o negócio 
celebrado entre as partes, como um instrumento para a concretização e formalização do 
vínculo jurídico, e o bem, seja móvel, imóvel, corpóreo ou incorpóreo, objeto mediato da 
relação jurídica. 
* A vulnerabilidade do consumidor consiste na desigualdade deste com o fornecedor. 
Essa desigualdade é consequência dos monopólios, oligopólios, falta de informação sobre 
qualidade, preço e outras características tangentes ao produto ou ao serviço. Outro fator 
Brenda Amengol 
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é a própria publicidade, que vem fortemente carregada de gatilhos mentais para chamar a 
atenção do público alvo. O consumidor é a parte mais frágil contratual economicamente, 
logo, o CDC visa proteger, restabelecer o equilíbrio contratual na relação de consumo. 
* A pessoa jurídica será consumidora quando o que ela adquirir não fizer parte de sua 
cadeia produtiva. 
* É importante destacar que, no Brasil, é adotada a responsabilidade objetiva devido a 
teoria do risco administrativo. Isso significa dizer que, para que surja o dever de indenizar, 
basta que o ofendido demonstre o nexo causal entre o resultado danoso e a atividade 
omissiva ou comissiva do agente. O Estado pode apresentar contraprova, buscando se 
isentar, caso apresente as tradicionais excludentes da responsabilidade civil. Além 
do direito de regresso contra o causador do dano, se provado dolo ou culpa. 
* Quando a compra é efetuada diretamente de outra pessoa ela não está na abrangência 
do CDC, pois a pessoa física, de quem se adquiriu o veículo, não é considerada um 
fornecedor habitual. O comprador, no entanto, está protegido pelo Código Civil. 
* Vale ressaltar que com a evolução dos meios de comunicação, surgiu o comércio 
eletrônico que introduziu facilidades para os consumidores, e, a parte mais recente dessas 
inovações são os sites de compras coletivas, onde o consumidor adquire os produtos e 
serviços ofertados pelos fornecedores mediatos por intermédio de um fornecedor 
imediato, o site de compras coletivas. Esses sites, são comerciantes, para fins de aplicação 
do CDC, com remuneração indireta, respondendo de forma subsidiária nos acidentes de 
consumo, ou fato dos produtos e dos serviços e de forma solidária nos vícios dos produtos 
e serviços. Os ditames impostos pelo CDC, são suficientes para que se possa dar guarida 
aos vulneráveis, visando o atendimento das necessidades destes, o respeito à sua 
dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da 
sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo. 
 
 
 
https://www.aurum.com.br/blog/nexo-causal/
https://www.aurum.com.br/blog/responsabilidade-civil/

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