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1 Toxoplasma – Toxoplasma gondii INTRODUÇÃO A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. É uma parasitose de ampla distribuição geográfica, sendo encontrada em todo o mundo. Maioria das pessoas possuem a parasitose na forma crônica assintomática. Apresenta alta prevalência sorológica, no Brasil entre 50 e 80% da população apresenta anticorpos. A forma grave da doença é mais encontrada em recém-nascidos e imunodeprimidos. HÁBITAT É encontrado em vários tecidos e células humanas (exceto hemácias) e líquidos orgânicos (saliva, leite materno, líquido peritoneal, esperma, etc). Nos gatos, além dos tecidos, pode ser encontrado junto as fezes. MORFOLOGIA Possui aspecto alongado e encurvado. Possui núcleo central e organelas de células eucariontes. Não tem organelas específicas de locomoção, mas tem o complexo apical, um conjunto de organelas que auxilia a entrada do parasito no hospedeiro. O Toxoplasma possui três formas evolutivas: taquizoítos, bradizoítos e oocistos. TAQUIZOÍTOS Os taquizoítos estão presentes na fase aguda da infecção. São as formas móveis e de rápida multiplicação. É encontrado em vacuólos citoplasmáticos de várias células, multiplicam-se e rompem as células, caindo em líquidos orgânicos como secreções, excreções se disseminando por todo o corpo e o hospedeiro cria anticorpos. BRADIZOÍTOS Presente na fase crônica, também chamado de cistozoítos. Possui uma multiplicação lenta. Dentro da célula, cria uma parede cística resistente, podendo viver nessa célula por anos. OOCISTO É a forma de resistência, quando o parasito sai do organismo do gato junto com as fezes. 2 Produzido no intestino do gato, onde o parasito faz a reprodução sexuada. É eliminado imaturo, depois faz a esporulação liberando dois esporocistos com 4 esporozoítos (Toxoplasma) cada. Logo um oocisto libera 8 esporozoítos. Pode ser disperso no ambiente pelo vento, chuva, vetores mecânicos (fauna coprófila). Em 20 gramas de fezes de gato, pode ter de 2 a 20 milhões de oocistos, podendo resistir um ano ou mais no ambiente. TRANSMISSÃO Gato se infecta com alguma presa que possui bradizoítos. Água e hortaliças contaminadas. Carne crua ou má cozida. Manipulação da caixa de areia do gato. Deposição na mucosa vaginal junto com esperma. Transmissão congênita. Saliva do gato. Ovo cru. Acidentes laboratoriais. TRANSMISSÃO CONGÊNITA Transmissão congênita ou pré-natal Transmissão no 1º trimestre – aborto Transmissão no 2º trimestre – aborto ou criança prematura Transmissão no 3º trimestre – criança nasce saudável ou com doença Quadro clínico: hepatoesplenomegalia, edemas, miocardite, comprometimento ocular, anemia, trombocitopenia. Síndrome de Sabin Coriorretinite. Calcificação cerebral. Pertubações neurológicas. Alteração no volume craniano. TOXOPLASMOSE PÓS NATAL Os quadros de toxoplasmose pós-natal podem ser: Febris com adenopatia (comprometimento dos gânglios linfáticos); Ocular (deposição de bradizoítos no olho); Cutânea; Cérebro-espinhal/meningoencefálica; Generalizada. CICLO BIOLÓGICO O homem e demais mamíferos se infectam com os taquizoítos. Os taquizoítos penetram nas células humanas, se reproduzem assexuadamente e rompem essas células e cai em líquidos orgânicos se disseminando pelo organismo. Na fase crônica, têm-se os bradizoítos. O gato quando se alimenta de alguma presa contendo bradizoítos, faz o ciclo assexuado e o sexuado. No intestino do gato o parasito se diferencia em macrogameta (feminino) e microgameta (masculino), havendo a fecundação, e é eliminado junto com as fezes, virando oocisto. Sendo assim, o hospedeiro definitivo são os gatos e o hospedeiro intermediário é o homem e demais mamíferos. DIAGNÓSTICO Parasitológico – busca do toxoplasma, através do corte do tecido fixado e corado, procura do parasito em algum líquido orgânico ou semear o tecido em cultura. O diagnóstico parasitológico não é muito utilizado, tendo em vista que o parasito pode se instalar em vários tecidos. Imunológico – detecta anticorpos. ELISA e IFI (imunofluorescência indireta). 3 Molecular – detecta o DNA do parasito. Exames de imagem – tomografia computadorizada e ressonância magnética. Detecta a lesão tecidual. DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO IgM – anticorpos de fase aguda. IgG – anticorpos de fase crônica. Avidez do IgG é a força de ligação do IgG com o antígeno. IgM e IgG negativas – nunca teve contato com o parasito. Gestante susceptível a contrair o parasito a qualquer momento da gestação. Deve receber orientações para que não se infecte. Precisa repetir a sorologia no segundo e terceiro trimestre da gestação. IgM negativo e IgG positiva – infecção antiga. Segue o pré-natal normal. Gestante já tem imunidade contra o parasito. IgG e IgM positivas – descobre-se se está na fase aguda ou crônica, pois a IgM pode demorar até 18 meses para desaparecer. O que determina se a gestante está na fase aguda ou crônica é o teste de avidez do IgG, abaixo das 16 semanas faz-se esse teste e se a avidez for baixa ou intermediária, a infecção é aguda e se a avidez for alta, a infecção é crônica. Após 16 semanas, faz-se a pesquisa de infecção fetal através do PCR. PROFILAXIA Não se alimentar de carne, hortaliças, ovos crus. Lavar as mãos depois de manipular alimentos crus. Não permitir que os gatos cacem ou comam carniças. Combater ratos. Tratar gatos doentes. Tratar caixas de areia com água fervendo pelo menos duas vezes por semana, não envolvendo grávidas nesse tipo de atividade. Evitar contatos com gatos desconhecidos. Higiene de crianças que brincam com gatos ou em tanques de areia. Cercas tanques de areia para a recreação das crianças. Fazer sorologia em gestantes. TRATAMENTO Os medicamentos utilizados no tratamento da toxoplasmose são as sulfonamidas, como por exemplo: Espiramicina. Pirimetamicina. Clindamicina.
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