Buscar

Resumo sobre poder Constituinte


Continue navegando


Prévia do material em texto

1. Poder Constituinte
1.1. – conceito: o poder constituinte é a potência (surge do poder originário) que faz/cria a constituição. E, ao mesmo tempo, a competência que a modifica a Constituição que já foi criada. Também é a manifestação mais elevada do fenômeno político de poder. 
Base para existir um poder constituinte: ¹ter uma Constituição rígida. ²exista nesse ordenamento a ideia de supremacia da Constituição. 
O Poder Constituinte é um ente que cria o instrumento normativo da Constituição. A Constituição se firma com base nas forças determinantes da sociedade. Sempre existiu essa força que determina as normas centrais da sociedade, a qual todas as normas do ordenamento jurídico estão submetidas.
Abade Sisyes: quem desenvolveu o conceito de soberania popular, a teoria do poder constituinte. Ele diz que todo poder emana do povo, apenas é exercido por representantes. Desenvolveu sua teoria a partir de John Locke, com a ideia de um poder supremo. Com Sisyes, surgiu o termo Poder Constituinte. Decorrente da nação, desprovido de limites, originário e incondicionado. Essa teoria tem como objetivo quebrar a ideia de um poder oriundo da tradição, objetivando superar os privilégios da nobreza e do clero. Diferenciou nação de povo, povo para ele era a junção de pessoas reunidas e submetidas à nação e nação é a encarnação dos interesses de todos. 
O poder constituído está submetido ao constituinte.
1.2 – espécies de Poder Constituinte: poder constituinte originário e poder constituinte derivado (poder reformador, poder decorrente, poder revisor).
Poder constituinte originário: Poder constituinte originário é o que funda a constituição. 
Poder constituinte derivado: O poder derivado deriva do poder originário. Poder reformador: tem poderes para reformar a constituição, criada pelo constituinte originário. Poder decorrente: é o que, dentro dos limites instaurados pela constituição, institui as bases dos Estados-membros, cada um deles possui sua própria Constituição Estadual. Município não tem Constituição, ela é regida por leis orgânicas, e estas são manifestação do Poder Constituinte. O distrito Federal é um caso atípico que possui leis orgânicas ao invés de Constituição também. Os territórios federais são entes centralizados da União, e no momento, a sua existência não é efetiva, mas possível. Poder revisor: decorre de um poder condicionado e limitado, pelo poder constituinte originário, tem como função revisar a Constituição em seus termos e limites. Não é eterno ou tem pretensão de ser. 
1.3 – titularidade e forma de exercício:
A titularidade do Poder Constituinte é do povo. Entretanto, podemos ter várias formas de exercício (ex: ditador, assembleia constituinte).
Sob a ótica do agente existe dois tipos de exercícios que dependem da diretriz política adotada: 1 – exercício autocrático: o agente é o representante das forças oligárquicas da sociedade. Uma minoria que exerce o poder e essa vontade prevalece (ex: grupos religiosos, militares, ditadores). 2 – exercício democrático: o agente do Poder Constituinte é o povo. 
Quanto as formas de manifestação do exercício: 1 – exercício por aclamação: uma multidão se reúne e decide constar o que vai ter ou não na Constituição (Ex: na antiga Grécia). 2 – referendo popular: a Assembleia Constituinte submete aos eleitos um projeto de constituição para que seja aprovado ou reprovado. 3 – Assembleia Constituinte: são representantes eleitos pelo povo que elaboram a Constituição. 4 – outorga: é o uso do poder constituinte por meio da imposição de atos institucionais ou documentos unilaterais (ex: se autoproclamar ditador e instituir um ato institucional e revogar a Constituição). 5 – exercício misto: ele combina a participação popular com a outorga, os detentores do poder fazer um acordo com os representantes da assembleia eleita (ex: Constituição Francesa de 1830). 6 – revolução: um grupo de pessoas descontentes com o sistema se juntam e se rebelam contra a ideia vigente, então fundam uma nova ordem constitucional, pudendo, inclusive, fazer uso do sangue, combate armado. 
1.4 – natureza jurídica do poder constituinte originário:
A natureza do poder constituinte está diretamente relacionada com a disputa entre jusnaturalismo e o juspositivismo acerca do que é o direito. Depende da postura filosófica adotada. Há quem defenda que é um poder de direito, com base no jusnaturalismo, existiria um poder superior, natural. O poder constituinte é apenas de direito, porque já existia um poder superior. Para os defensores do poder constituinte de fato, surgiria como consequência do exercício de direito do poder constituinte. Tem uma tese positivista, o poder constituinte fundaria o Estado. O Poder Constituinte é extrajurídico. 
1.5 – características: importante 
O poder originário é:
1 – inicial: inaugura uma nova ordem jurídica. Logo, não se vincula a ordem jurídica anterior que foi rompida. 
2 – autônomo: ele goza de liberdade e autonomia para estabelecer a estrutura da nova Constituição. 
3 – ilimitado juridicamente: não se submete a limites do direito ou da ordem jurídica anterior. 
Para o jusnaturalismo, ele não é totalmente autônomo, pois este se limita baseado no direito pré-existente, o direito natural. Para os positivistas, é tido como ilimitado sobre o ponto de vista jurídico (sofrerá limitação política, social, econômica, ideológica, institucionais, substanciais).
4 – incondicionado e soberano na tomada de decisões: não vai submeter a alguma forma especifica para a elaboração de sua manifestação constituinte, o faz como quiser.
5 – poder de fato e político: dessa forma, ele pode ser caracterizado como uma força social. Essa força tem natureza pré-jurídica. A nova ordem constitucional apenas começa após a sua manifestação.
6 – permanente: não se exaure com o surgimento da nova Constituição. Vai remanescer naquela sociedade de forma latente. 
7 – inalienabilidade: é intransferível. Os responsáveis não podem deixar de exerce-los.