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Resenha: “Do Espírito das Leis”, de Montesquieu; Livro Décimo Primeiro. PARTE 1 O filósofo francês conhecido como Montesquieu (1689 - 1755), influenciado por Thomas Hobbes e também por John Locke, trata em sua extensa obra, O Espírito das Leis, as instituições e leis, buscando compreender as diversas formas de legislação, como elas acontecem e no que consiste a melhor maneira de governo. O livro décimo primeiro - do qual se baseia essa resenha - tem como principal objetivo o estudo acerca da divisão de poderes, tratando mais especificamente, como alega logo em seu primeiro capítulo, das leis que formam a liberdade política em sua relação com a constituição. O segundo capítulo busca objetivar o significado da palavra liberdade, que possui diversos valores. Para o autor, é fácil supor que a palavra liberdade possa ser interpretada pela facilidade em depor o indivíduo a quem foi concebido o poder tirânico ou mesmo pelo direito de andar armado para exercer a violência. Na realidade, cada qual atribuiu a liberdade segundo seus costumes ou inclinações. E como numa república não se observa de maneira presente os instrumentos dos males dos quais se queixam os homens e até mesmo as leis parecem ter mais voz do que seus executores, colocou-se nestas repúblicas a liberdade, excluindo-a das monarquias. E como na democracia o povo faz mais ou menos aquilo que quer, também colocou-se liberdade nesses governos, confundindo-se o poder do povo com a liberdade do povo. No capítulo III, e melhor explicando o conceito de liberdade: mesmo que nas democracias o povo pareça fazer o que quer, a liberdade política não consiste nisso, já que não implica em igualdade absoluta. Em uma sociedade onde existem leis a liberdade consiste em poder fazer o que se deve querer, não sendo obrigado a fazer o que não tiver direito de querer. Nesta perspectiva, a liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem. Continuando este assunto no capítulo IV: não sendo a democracia e a aristocracia estados livres por natureza, a liberdade política só se encontra no que Montesquieu chama de “governos moderados”, mas não existem sempre nestes - somente quando não se abusa do poder, e, para tanto é preciso que o poder limite o poder, pois uma constituição pode ser tal que ninguém seja realmente obrigado a fazer as coisas obrigadas por lei, e ninguém faça as coisas que ela permita. E diante disso, vê-se a necessidade da divisão de poderes. Todos os estados possuem um objetivo comum que é o de conservar-se, embora, para isso, cada um possua ainda um objetivo que lhe é particular. O autor, no capítulo V, dá exemplo da Inglaterra, cujo objetivo era uma constituição e a liberdade política, assim como Roma que objetivava a expansão e a Lacedemônia que objetivava a guerra.
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