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Inflamação crônica A inflamação crônica é uma resposta de duração prolongada (semanas ou meses), na qual inflamação, lesão tecidual e tentativas de reparo coexistem em diferentes combinações. • Acontece pós inflamação aguda; • Acontece de forma insidiosa (direta). Etiologia/ etiopatogênese Infecções persistentes Ex: micobactérias, fungos, parasitas, microorganismo da sífilis. Resposta imune por linfócito (hipersensibilidade tardia); Doenças de hipersensibilidade – imunomediadas Ex: doenças autoimunes: AR, esclerose múltipla, renite, asma , Lupus , gastrite; Padrões morfológicos mistos de inflamação aguda e crônica Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos (exógenos ou endógenos). 1- Materiais exógenos não degradáveis: sílica (jatiador de areia ...) → silicose 2- Materiais endógenos: cristais de colesterol Formas leves de inflamação crônica sem classificação de distúrbio inflamatório 1- Distúrbios neurodegenerativos: Alzheimer 2- Aterosclerose 3- Sd. Metabólica associada à DM tipo II 4- Câncer desenvolvido por doenças inflamatórias Características Morfológicas Infiltração de células mononucleares, incluindo: macrófagos, linfócitos, plasmócitos; Destruição tecidual: seja pelo patógeno persistente ou pelas células inflamatórias; Tentativas de cura → troca do tecido danificado por tecido conjuntivo → angiogênese → fibrose. Inflamação ativa + destruição tecidual + reparação por fibrose = processos simultâneos realizados por ativação local de vários tipos de células e da produção de mediadores. (A) Inflamação crônica no pulmão, mostrando todos os três aspectos histológicos característicos. (1) coleção de células inflamatórias crônicas (*); (2) destruição do parênquima (alvéolos normais são substituídos por espaços revestidos por epitélio cuboidal, cabeças de seta); e (3) substituição por tecido conjuntivo (fibrose, setas). (B) Em contraste, na inflamação aguda do pulmão (broncopneumonia aguda), os neutrófilos preenchem os espaços alveolares e os vasos sanguíneos estão congestos. Células e Mediadores da Inflamação Crônica Papel dos Macrófagos Quem são? • Células teciduais derivadas de célula-tronco hematopoiéticas da medula óssea e de progenitores do saco vitelínico embrionário e fígado fetal durante o inicio do desenvolvimento. • Células circulantes = monócitos (meia-vida de 1 dia) • Encontrados em vários órgãos: fígado (céls de Kupffer), baço e linfonodos (histiócitos sinusais, sistema nervoso central (microgliais) e pulmões (macrófagos alveolares). • Sistema fagocitário mononuclear. • As células proeminentes são os macrófagos → secreção de citocinas e fatores de crescimento → atuam sobre várias células destruindo invasores e tecidos estranhos e ativam outras células (principalmente linfócitos T). • Células efetoras nas repostas imunes celulares e humorais → eliminação de micoorganismos. Muitas outras funções na inflamação e reparo. Ativação clássica dos macrófagos (M1) → induzida por produtos microbianos, como uma endotoxina, e por sinais provenientes das células T, como a importante citocina IFN-gama nas respostas imunes. Função: importantes na defesa do hospedeiro contra microrganismos e em muitas reações inflamatórias. Ativação alternativa dos macrófagos: induzida por citocinas IL- 13 e IL-4, produzidas por linfócitos e outras células. Função principal: reparo tecidual, secretam fatores de crescimento (angiogênese) ativam fibroblastos e estimulam a síntese de colágeno. Os produtos dos macrófagos ativados matam agentes nocivos, como microrganismos, e iniciam o processo de reparo, mas também são responsáveis por grande parte da lesão tecidual na inflamação crônica. • Os macrófagos secretam mediadores da inflamação; • Os macrófagos exibem antígenos para os linfócitos T e respondem aos sinais das células T Os macrófagos podem morrer ou ir para os linfonodos através dos vasos linfáticos quando o agente irritante é eliminado. Em outros casos, o acúmulo de macrófagos persiste → recrutamento contínuo a partir da circulação e da proliferação no local da inflamação. Papel dos linfócitos Mediadores da imunidade adaptativa→ defesa contra patógenos infecciosos → presentes na inflamação crônica e , quando ativados, tende deixar a inflamação mais persistente e grave. Doenças autoimunes e de hipersensibilidade. Linfócitos TCD4+→ secretam citocinas → promovem inflamação e influenciam a natureza da resposta inflamatória. Amplificam a reação inflamatória inicial → induzida pelo reconhecimento de microorganimos e células mortas como parte da resposta imune inata. Th1 → produzem IFN-gama, ativa M1 → defesa contra bactérias e vírus e nas doenças autoimunes. Th2 → IL-4, IL-5 e IL-13, ativa M2→ recrutam eosinófilos → defesa contra parasitas helmintos. Th17→ IL-17, recrutamento de neutrófilos → defesa de bactérias, vírus e doenças autoimunes. Ação dos linfócitos e macrófagos Macrófagos exibem antígenos para células T, esses ativam as células T e produzem citocinas estimulando as respostas das células T. Os linfócitos ativados, por sua vez, secretam citocinas, que recrutam e ativam macrófagos, promovendo mais apresentação de antígenos e secreção de citocinas. Ciclo de reações celulares que alimentam e sustentam a inflamação crônica. Vejamos ao lado como funciona esse esquema. Os linfócitos B e plasmócitos → presentes em locais de inflamação crônica → anticorpos (antígenos estranhos persistentes, próprios no local ou contra componentes teciduais alterados). Interações de macrófagos e linfócitos na inflamação crônica. As células T ativadas produzem citocinas que recrutam macrófagos (TNF, IL-17, quimiocinas) e outras que ativam macrófagos (IFN-y). Os macrófagos ativados, por sua vez, estimulam as células T por meio da apresentação de antígenos e citocinas, como a IL-12 Linfócitos acumulados+ células apresentadoras de antígenos + plasmócitos = estruturas linfoides que se assemelham aos folículos encontrados nos linfonodos (órgãos linfoides terciários), acontece na sinóvia de pacientes com artrite reumatoide de longa data, na tireoide de pacientes com tireoidite de Hashimoto e na mucosa gástrica no quadro de infecção por Helicobacter pylori. Outras Células na Inflamação Crônica Eosinófilos: reações imunomediadas por IgE e nas infecções parasitárias→ controle das infecções parasitárias, mas também contribuem para os danos teciduais nas reações imunes, como nas alergias. Mastócitos: células residentes do tecido , em hipersensibilidade imediata → degranulam e liberam mediadores, como histamina e prostaglandinas por meio do IgE → estão presentes nas reações inflamatórias crônicas, e como secretam uma infinidade de citocinas, elas podem promover reações inflamatórias Neutrófilos: embora seja mais predominante na i. aguda essas células também podem estar presentes na i. crônica, como na lesão crônica pulmonar induzida pelo tabagismo e outros estímulos irritantes → padrão de inflamação agudo e crônico. Vemos na imagem ao lado um foco de inflamação contendo inúmeros eosinófilos. Tipos de inflamação crônica ✓ Inflamação crônica: processo patológico básico; ✓ Específica ou inespecífica: processo patológico específico; ✓ Específica: granulomatosa: imunogênica e não imunogênica; ✓ Caso clínico de TB → granulomatosa imunogênica (patógenos- granuloma imune mediada por céls T); ✓ Caso clínico envolvendo brinco ou ferpa → granulomatosa não-imunogênico (corpo estranho); ✓ Pneumonia crônica- caso clínico → granulomatosa inespecífica; ✓ Pneumonia que se resolve em 7 dias → básico: inflamação; ✓ Específico: aguda. Granulomatosa (específica): caracterizada por coleções de macrófagos ativados, muitas vezes com linfócitos T, eàs vezes associadas à necrose central, células gigantes e fibroblastos ao redor de um agente agressor persistente ou corpo estranho. Macrófagos ativados desenvolvem células semelhantes a células epiteliais→ células epitelioides. Esses podem se fundir e formar células gigantes multinucleadas. O granuloma é uma tentativa de erradicar o agente agressor difícil de destruir, durante essas tentativas leva à forte ativação de linfócitos T, nos quais ativam macrófagos podendo causar lesões em tecidos normais. Tipos de granulomas Granuloma imune/ imunogênico: etiologia e patogênese: vários agentes capazes de produzir resposta imune mediada por células T persistentes (microorganismo persistente ou antígeno próprio difíceis de serem eliminados). Macrófagos ativam células T (produtores de citocinas como IL-2) → ativam outras células T e IFN-gama, que ativa os macrófagos, perpetuando a resposta inflamatória. Características microscópicas das células epitelióides ● Citoplasma eosinofílico abundante ● Bordas citoplasmáticas indistintas (ultraestruturalmente assemelham-se a pontes intercitoplasmáticas do tecido epitelial) ● Formato alongado do núcleo ● Núcleo reticulado Célula gigante de Langhans e de corpo estranho. Langhans - núcleos estão na periferia (formato de ferradura, meia lua) = IMUNOGÊNICA - inflamação crônica granulomatosa imunogênica. CUIDADO: É DIFERENTE DE LANGERHANS. Corpo Estranho - núcleos centrais (desorganizados no citoplasma) = inflamação crônica granulomatosa Não Imunogênica. Macroscopicamente vê-se regiões amareladas. Granuloma de corpo estranho/ não imunogênica: respostas contra corpos estranhos inertes na ausência de reposta imunomediada por células T. Encontra-se granulomas ao redor de corpos estranhos como: suturas ou outras fibras que tornam impossível a realização da fagocitose pelos macrófagos, talco (uso abusivo de drogas intravenosas), piercings, brincos, ferpas. Esses objetos podem ser observados no centro do granuloma na luz polarizada, aparecendo refringente. Inflamação crônica inespecífica: NÃO HÁ FORMAÇÃO DE GRANULOMAS Não há predominância de um tipo celular Morfologia ✓ Denso infiltrado inflamatório predominantemente linfomononuclear; ✓ Formação de folículos linfoides; ✓ Predomínio de eventos proliferativos: Angiogênese e fibrose; ✓ Tecido de granulação: constituido por vasos neoformados, fibroblastos reativos com acentuada sintese de colageno, permeado por infiltrado linfomononuclear (linfócitos, macrófagos e plasmócitos), base para a reparação e cicatrização.
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