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TANATOLOGIA - DIAGNOSTICO DE MORTE

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TANATOLOGIA FORENSE 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DA REALIDADE DE MORTE 
 
A morte é uma realidade complexa, ligada a um dos mistérios do homem e que determina o fim da 
sua unidade biológica. Conceitua-se, dentro dos padrões tradicionais, como a cessação dos 
fenômenos vitais, pela parada das funções cerebral, respiratória e circulatória. No entanto, estas 
funções não cessam todas de uma vez, resultando daí uma certa dificuldade para se determinar 
com precisão o exato momento da morte. 
Não há um sinal de certeza até surgirem os fenômenos transformativos no cadáver, porque, na 
realidade, a morte não é um momento ou um instante, mas um processo gradativo que não se sabe 
quando se inicia ou quando termina. Quanto mais distante for admitida a morte, é claro, mais fácil 
é o seu diagnóstico. 
Alguns autores consideram que nesta evolução para a morte definitiva há algumas fases assim 
consideradas: 
 
• morte aparente – caracterizada pela suspensão aparente de algumas funções vitais; 
• (b) morte relativa – assinalada pela abolição efetiva e duradoura de algumas funções vitais, 
sendo possível a recuperação de algumas delas; 
• (c) morte intermediária – apontada pela suspensão de algumas atividades vitais, não sendo 
possível recuperá-las; 
• (d) morte absoluta – caracterizada pela suspensão total e definitiva de todas as atividades 
vitais. 
 
Para se constatar a certeza da morte, é necessária a observação cuidadosa dos fenômenos que 
surgem no corpo humano a partir do momento da morte, representados por mudanças física, 
química ou estrutural, de origem natural ou artificial. Borri divide esses fenômenos em: abióticos, 
avitais ou vitais negativos e transformativos. 
 
FENÔMENOS ABIÓTICOS, AVITAIS OU VITAIS NEGATIVOS 
 
Os fenômenos abióticos, também chamados de avitais ou vitais negativos, se dividem em: 
 
• imediatos (devidos à cessação das funções vitais) 
• consecutivos (devidos à instalação dos fenômenos cadavéricos, de ordem química, física e 
estrutural). 
 
Fenômenos abióticos imediatos 
 
Alguns desses sinais isoladamente não têm valor absoluto, tais como os descritos a seguir. 
 
 
 
Perda da consciência. Embora tal situação seja encontrada em certas entidades mórbidas, a 
condição de não se atender às solicitações do meio ambiente somada a outros fenômenos deve ser 
tomada em consideração no estudo da morte, principalmente quando se dispõe de um 
eletroencefalograma no ponto isoelétrico. 
 
Perda da sensibilidade. Com a morte, surge a cessação da sensibilidade geral e especial. Estão 
abolidas as sensações táteis, térmicas e dolorosas. Uma das manobras apontadas para pesquisar a 
sensação dolorosa é o pinçamento do mamelão, constituindo-se no sinal de Josat. A sensibilidade 
especial poderá ser observada nas mucosas com o uso de amoníaco ou excitação da mucosa nasal. 
 
Abolição da motilidade e do tônus muscular. Este fenômeno poderá ser comprovado pelo sinal de 
Rebouillat, que consiste em injetar 1 ml de éter na face externa da coxa, e, para melhor apreciação, 
junta-se a esta substância um pouco de ácido pícrico. Quando estamos diante de um caso de morte 
real, o éter é expelido pelo orifício produzido pela agulha, e, caso contrário, será absorvido pelo 
tecido. Outra finalidade dessa prova é o estímulo doloroso gerado pelo éter, produzindo reação no 
indivíduo aparentemente morto. Pode-se também testar este fenômeno através da aplicação de 
choques elétricos de corrente contínua, sendo que a ausência da contração muscular indica morte 
real (sinal de Roger e Beis). A face hipocrática é observada também pela abolição da motilidade e 
do tônus muscular. 
Preferimos chamar máscara da morte. 
A ausência da motilidade e do tônus muscular leva o cadáver à imobilidade, embora alguns feixes 
musculares possam oferecer certos movimentos pela influência da gravidade ou pela progressão da 
rigidez cadavérica. Com a morte, surge o relaxamento muscular, dando, em consequência, a 
dilatação pupilar (MIDRÍASE), a abertura das pálpebras, a dilatação do ânus, abertura da boca e 
presença de esperma no canal uretral. No momento da morte, as pupilas se dilatam para se 
contraírem depois. Esta dilatação é progressiva, demorando-se apenas alguns minutos. O esfíncter 
anal, na morte, se relaxa, dando saída, em alguns casos, a substâncias fecais. Pela contratura das 
vesículas seminais, surge, em certos casos, a presença de esperma na uretra. 
 
Cessação da respiração. A abolição da respiração pode ser evidenciada pela ausculta pulmonar com 
ausência dos murmúrios vesiculares. Uma prática antiga consistia em colocar um espelho de cristal 
diante da boca e do nariz e, em caso de embaciamento, admitia-se o sinal de vida. Era uso também 
a aproximação de uma vela acesa, cuja chama permanecia imóvel nos casos de morte ou se agitava, 
pela presença da respiração, na morte aparente (prova de Winslow). São processos de pouco valor 
no diagnóstico de certeza da morte. 
 
Cessação da circulação. Na prática, é sinal fácil e de grande valor. A ausculta do coração (sinal de 
Bouchut), a radioscopia do coração (sinal de Piga Pascual) e a eletrocardiografia com ou sem 
ativação adrenalínica (prova de Guérin e Frache), a fonocardiografia e a ecocardiografia são 
elementos da mais alta consideração no diagnóstico da realidade da morte. 
Surgem no globo ocular várias modificações determinadas pela parada da circulação, como o 
 
 
esvaziamento da artéria central da retina, a interrupção da coluna sanguínea das veias retinianas, o 
descoramento da coroide e, finalmente, a oftalmoscopia, denunciando a parada da circulação da 
rede 
superficial da retina. 
 
Cessação de atividade cerebral. Hoje, devido à aceitação do conceito de morte encefálica, o 
registro da atividade encefálica tem uma certa importância na conclusão do diagnóstico de morte. 
No entanto, o eletroencefalograma não deve ser o único meio capaz de definir esse diagnóstico. 
 
Fenômenos abióticos consecutivos 
 
Os fenômenos abióticos consecutivos ou mediatos são: 
 
Desidratação cadavérica. O cadáver sujeito às leis físicas sofre evaporação tegumentar, variando 
de acordo com a temperatura ambiente, com a circulação do ar, com a umidade local e com a 
causa da morte. A desidratação se traduz por: 
■ Decréscimo de peso. A evaporação da água dos tecidos orgânicos após a morte leva, 
consequentemente, à diminuição de peso. É mais acentuada nos fetos e recém-nascidos, chegando 
a até 8 g por quilograma de peso em um dia, alcançando, segundo Dupont, nas primeiras horas até 
18 g/kg de peso. Deve-se levar em conta que este fenômeno varia de indivíduo para indivíduo, de 
acordo com o tipo de morte e condições ambientais. Para utilização dessa prática, faz-se mister o 
conhecimento do peso da pessoa ante mortem. 
■ Pergaminhamento da pele. Por efeito da evaporação tegumentar, a pele se desseca, endurece e 
torna-se sonora à percussão, tomando um aspecto de pergaminho. Apresenta-se de tonalidade 
pardacenta ou pardo-amarelada e com estrias decorrentes de arborizações vasculares que se 
desenham na derme. Esse processo começa onde a pele é mais delgada, como no saco escrotal. 
■ Dessecamento das mucosas dos lábios. Principalmente nos cadáveres de recém-nascidos e de 
crianças, a mucosa dos lábios sofre desidratação, tomando uma consistência dura e tonalidade 
pardacenta. É mais comum na porção mais externa da mucosa labial. Seu conhecimento é 
fundamental 
para não se atribuir a lesões traumáticas ou ação de substâncias cáusticas. 
■ Modificação dos globos oculares. A desidratação manifesta nos olhos certos fenômenos que 
devem ser conhecidos, como, por exemplo, a formação da tela viscosa, a perda da tensão do globo 
ocular, o enrugamento da córnea, a mancha negra da esclerótica e a turvação da córnea 
transparente. A tela viscosa é constituída pela mistura do líquido transudato do globo ocular, o qual 
se evapora na superfície dos detritos doepitélio que se destacam da córnea e dos corpúsculos de 
poeira depositados, formando um fino véu que recobre a superfície da córnea. Este fenômeno 
também pode ser observado no vivo, nos doentes em estado agônico demorado (sinal de Stenon-
Louis). 
O enrugamento da córnea, conhecido também como sinal de Bouchut, é outro fenômeno ainda 
decorrente da desidratação cadavérica. 
 
 
A mancha da esclerótica ou livor sclerotinae nigrencens, igualmente conhecida por sinal de 
Sommer e Larcher, é explicada pela dessecação da esclerótica, mostrando, no quadrante externo 
ou interno do olho, uma mancha de cor enegrecida pela transparência do pigmento coroidiano. 
Assume forma circular ou oval e, mais raramente, triangular com a base voltada para a córnea. Sua 
tendência é ampliar-se, formando uma elipse de concavidade inferior. 
A córnea, algumas horas depois da morte, perde sua transparência e se torna turva. Este 
fenômeno, no entanto, poderá ser observado no vivo, quando em estados agônicos prolongados. 
Após 8 h da morte, exercendo-se a pressão digital literalmente no globo ocular, pode ocorrer a 
deformação da íris e da pupila (sinal de Ripault). 
 
 
Sinal de Sommer e Larcher 
 
Esfriamento cadavérico (algor mortis). Com a morte e a consequente falência do sistema 
termorregulador, a tendência do corpo é equilibrar sua temperatura com o meio ambiente. 
Embora esse esfriamento seja progressivo, não se observa sempre uma uniformidade 
rigorosamente precisa. Ele começa pelos pés, mãos e face. Os órgãos internos mantêm-se 
aquecidos por 24 h em média. Quanto maior for o panículo adiposo apresentado pelo indivíduo, 
mais resistência oferece à baixa de temperatura. Hoffmann descreve um caso de uma mulher de 
150 kg que, após 12 h de morte, ainda dava a impressão de calor como se estivesse viva. As 
crianças e os velhos esfriam mais facilmente que os adultos. O corpo, quando envolvido em roupas 
ou mantido em ambiente fechado, sofre um processo de esfriamento bem mais lento do que em 
outras circunstâncias. Por outro lado, os que morrem de doenças crônicas, de traumas cranianos 
com lesões hipotalâmicas, hipotermia, desidratação e grandes hemorragias têm um esfriamento do 
corpo mais rápido. E os que padeceram de insolação, intermação, intoxicação por venenos e 
doenças infecciosas agudas apresentam um esfriamento mais lento. 
Todavia, está provado que, quanto maior for a diferença entre a temperatura do ambiente e a do 
corpo na hora da morte, mais rápido será o seu esfriamento. 
O estudo do esfriamento cadavérico é de grande importância na determinação do tempo 
aproximado de morte, mesmo não se tendo nele um parâmetro de absoluta precisão. 
 
Manchas de hipóstase cutâneas (livor mortis). Também chamadas de manchas de posição ou 
livores cadavéricos, são fenômenos constantes, inexistindo apenas, e bem assim de modo irregular, 
em casos excepcionais de mortes por grandes hemorragias. Caracterizam-se pela tonalidade azul 
 
 
púrpura, de certa intensidade e percebidas na superfície corporal. São encontradas, de preferência, 
na parte de declive dos cadáveres e por isso chamadas de manchas de hipóstase, variando, 
logicamente, com a posição do corpo. Apresentam-se em forma de placas, embora possam surgir 
as chamadas púrpuras hipostáticas, que assim designou Lacassagne, por se apresentarem como 
ponteado da escarlatina. 
As manchas hipostáticas cutâneas permanecem até o surgimento dos fenômenos putrefativos, 
quando elas são invadidas pela tonalidade verde-enegrecida que aparece no cadáver devido à 
formação do hidrogênio sulfurado combinado com a hemoglobina. 
Essas manchas, portanto, são importantes para o diagnóstico da realidade da morte, para o 
diagnóstico da causa da morte, para a estimativa do tempo de morte e para o estudo da posição 
em que permaneceu o cadáver depois da morte. 
Em geral, começam a aparecer em torno de 2 a 3 h após a morte. Sua distribuição varia de acordo 
com a posição do cadáver. 
Tourdes, em suas observações, acentuou que, durante as primeiras 12 h após a morte, estas 
manchas podem mudar de posição conforme a situação do cadáver, para, depois, se fixarem 
definitivamente. 
 
 
 
Rigidez cadavérica. Nysten considerava a rigidez cadavérica (rigor mortis) como o último esforço da 
vida contra a ação dos fenômenos químicos. Sommer afirmava ser um fenômeno de origem física. 
Brown Séquard, um ato vital aproximado de uma contratura ou do exagero do tônus muscular. 
Schiff dizia ser a rigidez não o primeiro sinal de morte, mas o último sinal de vida. E Lacassagne 
como “um estado de dureza, de retração e de tensão que sobrevém nos músculos após a morte”. 
Atualmente, acredita-se que a rigidez cadavérica é resultante de muitos fatores, todos eles 
decorrentes da supressão de oxigênio celular, indo impedir a formação de ATP (ácido 
adenosínicotrifosfórico) das modificações da permeabilidade das membranas das células, da 
formação de actomiosina e da ação da glicólise anaeróbica, com o inevitável acúmulo de ácido 
láctico. 
A rigidez é, portanto, um fenômeno físico-químico em um estado de contratura muscular, devido 
à ação dos produtos catabólicos do metabolismo, correspondente a uma situação de vida residual 
do tecido muscular. 
 
 
A rigidez cadavérica varia de acordo com a idade, a constituição individual e a causa da morte. 
Pela lei de Nysten, a rigidez se manifesta em primeiro lugar na face, na mandíbula e no pescoço, 
seguindo-se dos membros superiores, do tronco e, finalmente, dos membros inferiores, indo 
desaparecer pela mesma ordem, principalmente nos cadáveres colocados em decúbito dorsal. A 
rigidez cadavérica desaparece quando se inicia a putrefação. 
Nossa observação mostra que a rigidez começa entre 1 e 2 h depois da morte, chegando ao 
máximo após 8 h e desaparecendo com o início da putrefação depois de 24 h, Espasmo 
cadavérico. Caracteriza-se pela rigidez abrupta, generalizada e violenta, SEM o relaxamento 
muscular que precede a rigidez comum. É também chamada de rigidez cadavérica cataléptica, 
estatuária ou plástica. Difere da rigidez cadavérica comum, pois esta se instala progressivamente. 
Os cadáveres guardam a posição com que foram surpreendidos pela morte em uma atitude 
especial fixada da vida para a morte (sinal de Kossu). 
 
 
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS 
 
Entre os mais influentes fatores que interferem na decomposição cadavérica destacam-se a 
temperatura, a aeração, a higroscopia do ar, o peso do corpo, as condições físicas, a idade do morto 
e a causa da morte. Além disso, devem ser consideradas a ação bacteriana e a atividade de insetos 
necrófagos. Também pode interferir na aceleração da decomposição de partes do cadáver a 
presença de uma ferida ou lesão na pele, servindo assim de porta de entrada às larvas. 
 
Os fenômenos transformativos podem ser de duas ordens: destrutivos (autólise, putrefação e 
maceração) e conservadores (mumificação, saponificação, calcificação, corificação, congelação e 
fossilização). 
 
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS 
 
Autólise 
Chama-se de autólise o processo de destruição celular, caracterizado por uma série de fenômenos 
fermentativos anaeróbicos que se verifica na intimidade da célula, motivados pelas próprias 
enzimas celulares e que levam à destruição do corpo humano logo após a morte. Sem nenhuma 
interferência bacteriana, como se a célula estivesse programada para agir desta forma em 
determinado momento e de forma rápida e intensa. É o mais precoce dos fenômenos cadavéricos. 
A córnea, por não dispor de vasos, não sofre a ação inicial da autólise e por isso pode ser usada 
para transplante até algumas horas após a morte. 
 
Putrefação 
A putrefação cadavérica consiste na decomposição fermentativa da matéria orgânica por ação de 
diversos germes e alguns fenômenos daí decorrentes. Depois da autólise, começa a se verificar a 
desorganização do corpo provocada por germes aeróbios,anaeróbios e facultativos, os quais 
 
 
produzem certos fenômenos físicos e bioquímicos que vão decompondo o corpo em substâncias 
mais simples. É o intestino o ponto de partida da putrefação, com exceção dos recém-nascidos e 
dos fetos. 
O aparecimento dos primeiros sinais de putrefação se dá no abdome, correspondendo a mancha 
verde abdominal. Nos recém-nascidos, a putrefação invade o cadáver por todas as cavidades do 
corpo por via externa, principalmente pelas vias respiratórias. 
A putrefação é mais rápida nos recém-nascidos e nas crianças do que nos adultos. Quanto mais 
obeso é o indivíduo, mais rapidamente progride a putrefação. 
A causa mortis tem notável influência na marcha deste processo transformativo. As vítimas de 
graves infecções e grandes mutilações putrefam-se mais rapidamente. O arsênico, os antibióticos e 
certos medicamentos retardam a putrefação. 
A temperatura muito alta ou muito baixa retarda ou para a marcha da putrefação. 
Em locais onde o ar é seco, o cadáver pode ser conservado pela mumificação e, nos lugares 
úmidos, marcham para a saponificação ou maceração. Os ambientes de fortes ventilações podem 
também mumificar, por processo natural, o cadáver. As condições do solo têm importância na 
progressão deste fenômeno. Uns são destruídos celeremente, outros se conservam por fenômenos 
transformativos como a mumificação e a saponificação. 
 
Marcha da putrefação. Embora não haja uma rigorosa precisão, a putrefação segue uma 
determinada evolução, passando por quatro períodos: 
■ Período cromático ou de coloração. Inicia-se, em geral, pela mancha verde abdominal, localizada, 
de preferência, na fossa ilíaca direita. Daí, vai-se difundindo por todo o abdome, pelo tórax, cabeça 
e pelos membros. A tonalidade azul-esverdeada vai escurecendo até atingir o verde-enegrecido, 
dando ao cadáver um tom bastante escuro. Nos afogados, o período de coloração começa pela 
cabeça e pela parte superior do tórax, devido à posição assumida pelo cadáver quando submerso e 
o início da putrefação pelas vias respiratórias. Nos fetos, devido o conteúdo estéril intestinal, 
começa pela parte superior do tórax, pescoço e face, pois a putrefação se dá por meio de bactérias 
que penetram as vias respiratórias inferiores. 
A localização da mancha verde na fossa ilíaca direita é explicada devido ao fato de o ceco ser a 
parte mais dilatada e mais livre do intestino grosso e ainda por ser o segmento no qual se acumula 
maior quantidade de gases e, finalmente, porque é a parte que fica mais próxima à parede 
abdominal. 
O aparecimento dessa mancha, em nosso meio, surge entre 20 e 24 h depois da morte 
 
 
 
 
■ Período gasoso ou enfisematoso. Do interior do corpo, vão surgindo os gases de putrefação 
(enfisema putrefativo), com bolhas na epiderme, de conteúdo líquido hemoglobínico. O cadáver 
toma um aspecto gigantesco, principalmente na face, no abdome e nos órgãos genitais masculinos, 
dando-lhe a posição de lutador. Nota-se a projeção dos olhos e da língua e a distensão do abdome, 
o qual permite um som timpânico pela percussão. Esses gases fazem pressão sobre o sangue que 
foge para a periferia e, pelo destacamento da epiderme, esboça na derme o desenho vascular 
conhecido como circulação póstuma de Brouardel. Esses gases também podem fazer pressão 
sobre os órgãos abdominais, produzindo prolapsos intestinais e genital, e às vezes, quando em 
presença de uma gravidez, a expulsão do feto no chamado “parto postmortem”. 
 
 
 
 
Posição de lutador – Presença de bolhas na epiderme 
 
 
 
 
 
circulação póstuma de Brouardel 
 
 
 
Parto postmortem 
 
 
■ Período coliquativo ou de liquefação. Progressivamente o cadáver alcança a fase de dissolução 
pútrida, cujas partes moles vão pouco a pouco reduzindo-se de volume pela desintegração 
progressiva dos tecidos. O corpo perde sua forma, a epiderme se desprega da derme, o esqueleto 
fica recoberto por uma massa de putrilagem, os gases se evolam e surge um grande número de 
larvas de insetos. Esse período varia de acordo com as condições do corpo e do terreno, podendo ir 
de um a vários meses. Nesta fase podem-se ainda evidenciar alguns sinais provenientes de uma 
ação violenta. 
 
 
 
 
 
■ Período de esqueletização. A atuação do meio ambiente e dos elementos que surgem no trabalho 
da desintegração do corpo faz com que o cadáver se apresente com os ossos quase livres, presos 
apenas por alguns ligamentos articulares. Este período vai de 3 a 5 anos. Os ossos resistem por 
muito tempo, porém vão perdendo, pouco a pouco, sua estrutura habitual, tornando-se cada vez 
mais frágeis e mais leves.A decomposição quando se verifica em locais de grande acidez pode fazer 
desaparecer o corpo por completo. Nesses casos pode-se estudar microscopicamente o local em 
busca de fragmentos das vestes ou de outras evidências, além da presença de uma mancha que se 
encontra no terreno contornando o corpo chamada de “sombra cadavérica”. 
 
 
 
Química da putrefação. Sob o ponto de vista bioquímico, a putrefação consiste na decomposição 
fermentativa da matéria orgânica do cadáver por ação de diversos germes. Ocorrem, nesse 
processo, a desintegração e a destruição das diversas estruturas orgânicas, que vão gradativamente 
se decompondo em substâncias mais simples, inclusive minerais, através dos processos de redução 
e de oxidação. Sua importância reside principalmente no estudo da estimativa do tempo de morte. 
O processo de redução é responsável pela produção de grande quantidade de gases fétidos. E o 
processo de oxidação desprende gases que são mais ou menos fugazes de acordo com a reação dos 
germes anaeróbios. 
 
Maceração 
 
 
A maceração é um processo especial de transformação que sofre o cadáver do feto no útero 
materno, do sexto ao nono mês de gravidez. Esse fenômeno pode ser séptico, de acordo com as 
condições do meio onde o corpo permanece. Os fetos retirados do útero post mortem sofrem a 
maceração asséptica. Os cadáveres mantidos em meio líquido sob a ação de germes, como os 
afogados, marcham para a maceração séptica. 
Como característica, observa-se, no cadáver, o destacamento de amplos retalhos de tegumentos 
cutâneos que se assemelham a luvas. Nas mãos, estes retalhos apresentam as cristas papilares, 
conservando as impressões digitais por algum tempo e ainda a permanência das unhas. Esse 
fenômeno é mais bem observado na maceração fetal, na qual a epiderme se destaca facilmente e 
os tegumentos apresentam uma tonalidade avermelhada, devido ao fenômeno da embebição da 
hemoglobina. O corpo perde a consistência inicial, o ventre se achata e os ossos se livram dos 
tecidos, ficando como se estivessem soltos. 
A maceração pode se apresentar com a seguinte classificação: Primeiro grau: presença de flictenas 
na epiderme contendo líquido serossanguinolento (primeira semana de morte fetal). Segundo grau: 
ruptura das flictenas, líquido amniótico sanguinolento e epiderme arroxeada (segunda semana de 
morte). Terceiro grau: deformação craniana, infiltração hemoglobínica das vísceras e córion friável 
e de tonalidade marrom-escura (terceira semana). 
 
 
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES 
 
Mumificação 
 
A mumificação é um processo transformativo conservador do cadáver, podendo ser produzido por 
meio natural, artificial, natural e misto. Nas mumificações artificiais, os corpos são submetidos a 
processos especiais de conservação, e tais artifícios datam da mais remota época, através dos 
embalsamamentos há muito praticados pelos egípcios, pelos nativos das Ilhas Canárias e pelos 
incas no Peru. Os processos artificiais conservadores do cadáver, pelos métodos de 
embalsamamento 
provisórios, são realizados sempre a pedido dos familiares, por motivações piedosas, mas seguem 
as orientações normativas ditadas pela legislação sanitária. Ou são em processos artificiais 
utilizados no sentido de conservação do cadáver parafins didáticos, os quais também estão 
disciplinados por uma legislação específica. 
Na mumificação por processo natural, são necessárias condições ambientais que garantam a 
desidratação rápida, de modo a impedir a ação microbiana responsável pela putrefação. O 
cadáver, ficando exposto ao ar, em regiões de clima quente e seco, perde água rapidamente, 
sofrendo acentuado dessecamento. 
Há também alguns fatores individuais que podem condicionar o aparecimento da mumificação dita 
natural, como idade (mais comum entre os recém-nascidos), sexo (mais frequente entre as 
mulheres), causa da morte (grandes hemorragias, desidratação, tratamentos prolongados com 
antibióticos, algumas formas de envenenamento como por arsênico e cianureto de potássio, 
 
 
embora alguns apontem o meio ambiente como responsável por este fenômeno). A mumificação 
acidental seria aquela que se verifica por meio de substâncias com outras finalidades, como as de 
efeito desodorante ou de maquiagem e que produzem efeitos conservadores. A mumificação seria 
mista se ela resultasse da combinação de um processo artificial favorecido por fatores ambientais 
na conservação do corpo. 
O cadáver mumificado apresenta-se reduzido em peso, pele dura, seca, enrugada e de tonalidade 
enegrecida, cabeça diminuída de volume, a face conserva vagamente os traços fisionômicos; os 
músculos, tendões e vísceras destroem-se pela pressão leve, transformando-se em pó, e os dentes 
e as unhas permanecem bem conservados. 
A importância médico-legal de tal processo conservador está no fato de se poder, mais facilmente 
que nos outros processos, contar com a possibilidade do diagnóstico da causa da morte e com a 
identificação do cadáver, embora não se possa dizer o mesmo quanto à data da morte. 
 
Saponificação ou adipocera 
 
A saponificação ou adipocera é um processo conservador que se caracteriza pela transformação do 
cadáver em substância de consistência untuosa, mole e quebradiça, de tonalidade amarelo-
escura, dando uma aparência de cera ou sabão. 
Não é um processo inicial. Surge depois de um estágio mais ou menos avançado de putrefação 
quando certas enzimas bacterianas hidrolisam as gorduras neutras, dando origem aos ácidos 
graxos, os quais em contato com elementos minerais da argila se transformam em ésteres. É raro 
encontrar um cadáver totalmente transformado por esse fenômeno especial. Mais comum é 
encontrar um cadáver com pequenas partes ou segmentos limitados, constituídos em adipocera. 
Inicia-se esse processo pelas partes do corpo que contêm mais gordura. 
Esse fenômeno pode surgir espontaneamente, em geral após a sexta semana depois da morte, 
sendo, porém, a água e o solo os responsáveis. A água estagnada e pouco corrente concorre para 
tal efeito. O solo argiloso, úmido e de difícil acesso ao ar atmosférico facilita tal processo especial 
de transformação cadavérica. 
Este processo está sujeito também a certas condições individuais, como a idade (mais freqüente 
entre as crianças), o sexo (um pouco mais comum nas mulheres), a obesidade (rarissimamente 
entre magros e caquéticos) e as doenças que originam degeneração gordurosa. 
O interesse médico-legal na saponificação reside no fato de, diferentemente de outras formas de 
fenômenos transformativos, se permitir realizar uma série de exames algum tempo depois da 
morte. 
Assim, será possível estudar melhor certas lesões pela conservação maior do tecido celular 
subcutâneo, como nas feridas produzidas por ação de projéteis de arma de fogo ou de arma 
branca. O mesmo se diga da possibilidade de se estudarem as lesões do pescoço quando 
produzidas por laços nos estrangulamentos e enforcamentos. E, por fim, levando em conta a 
razoável conservação das vísceras, podem-se ter contribuições valiosas através de exames 
toxicológicos e histopatológicos. 
 
 
 
 
 
Calcificação 
 
A calcificação é um fenômeno transformativo conservador que se caracteriza pela petrificação ou 
calcificação do corpo. Ocorre mais frequentemente nos fetos mortos e retidos na cavidade 
uterina, constituindo-se nos chamados litopédios (criança de pedra. Nos cadáveres de menores ou 
adultos, esse fenômeno é mais raro, surgindo quando as partes moles do cadáver desintegram-se 
pela putrefação rápida, e o esqueleto começa a assimilar uma grande quantidade de sais 
calcários, tomando essa parte do corpo uma aparência pétrea. 
 
 
 
 
Corificação 
 
A corificação é um fenômeno transformativo conservador muito raro, descrito por Della Volta em 
1985, sendo encontrado em cadáveres que foram acolhidos em urnas metálicas fechadas 
hermeticamente, principalmente de zinco. Por isso, o corpo é preservado da decomposição, em 
face da inibição dos fatores transformativos. 
O cadáver submetido a tal fenômeno apresenta a pele de cor e aspecto do couro curtido 
recentemente. 
 
 
Acredita-se que nesse fenômeno o cadáver passa por um processo inicial de putrefação, mas que 
por motivos ainda não bem explicados seria interrompido, dando origem em seguida a um processo 
de mumificação natural, sendo responsável por isso certos ácidos graxos oriundos da 
decomposição da gordura e o ambiente fechado onde o cadáver se encontra. 
O cadáver submetido a este tipo de fenômeno pode apresentar certo interesse médico-legal, a 
exemplo da mumificação, pois em face do grau de conservação em que se encontre o corpo 
facilitará muitos dos propósitos ligados à causa mortis e à identificação, dificultando, por outro 
lado, o estudo do tempo aproximado de morte. 
 
 
 
 
Congelação 
 
Um cadáver submetido à baixíssima temperatura e por tempo prolongado vai se conservar 
integralmente por muito tempo. Há relatos de que foram encontrados corpos de animais pré-
históricos com milhões de anos e que se mostravam de aparência e de conservação preservadas. 
Sob o ponto de vista médico-legal, tal fato é de grande significação por se ter a oportunidade de se 
fazerem diagnósticos mais precisos em virtude do estado de perfeita conservação do cadáver. 
Além disso, a identificação do indivíduo pode ser feita com mais facilidade. 
 
Fossilização 
 
Tafonomia é um termo usado entre arqueólogos e paleontólogos para designar o estudo da 
transição dos restos biológicos a partir da morte até a fossilização. Agora é usado entre 
paleontologistas e antropologistas forenses para tratar da evolução dos restos humanos depois da 
morte. Assim a tafonomia forense seria o estudo de todas as fases por que passa o ser humano 
após sua morte até a fossilização, no interesse forense ou médico-legal. 
A fossilização é um fenômeno transformativo conservador extremamente raro e se caracteriza pelo 
fato de o corpo apenas manter sua forma, mas não conservar qualquer componente de sua 
estrutura orgânica. Este processo exige períodos muito longos para sua ocorrência. 
 
Cabeça reduzida 
 
 
O fenômeno das cabeças reduzidas (tzantzas) constituía-se em uma forma especial de conservação 
cadavérica utilizada por aborígines do Equador, Colômbia e Peru, com a finalidade de manter as 
cabeças de seus inimigos como troféu de guerra ou talismã. Essas cabeças, além de conservadas, 
apresentavam-se com acentuada diminuição do seu volume. Muitos pensavam que esse processo 
era devido a uma prática capaz de reduzir o tamanho da cabeça. Na verdade tal redução se devia à 
retirada de todos os ossos do crânio e da face, com o cuidado de manter a pele íntegra. 
Através de um corte na parte posterior do pescoço retiravam esses ossos e a bolsa de pele da 
cabeça era colocada em água fervente com ervas por 15 a 20 min, o que diminuía em cerca da 
metade o seu volume. Em seguida, por meio da ação do calor conseguiam encolher e endurecer 
(corificar) a pele da face e da cabeça, colocando nessa espécie de saco de pele humana uma pedra 
quente e recheio de areia que lhe servia de molde, o que diminuía pouco a pouco seu tamanho. A 
isso, juntavam-se ainda certas ervas aromáticase ricas em tanino, o que evitava o mau cheiro e a 
putrefação. 
Depois, quando a areia e a pedra começavam a esfriar, reiniciava-se o mesmo processo e com isso a 
cabeça ia encolhendo ainda mais. Durante esse procedimento, a cabeça ia sofrendo a ação da 
fumaça de carvão vegetal ou negro de fumo e por isso tinha sempre a tonalidade enegrecida. 
Assim, a cabeça sem os ossos do crânio e da face ia encolhendo até adquirir o tamanho de um 
punho. Enquanto durava essa operação, o corte da nuca continuava aberto, e quando a bolsa de 
pele chegava a uma forma e tamanho desejados faziam a sutura da incisão da nuca, costuravam os 
olhos (“para que eles não vejam”) e os lábios (“para que não maldigam”), passavam azeite nos 
cabelos, penteavam-nos e faziam um orifício na parte superior da cabeça por onde colocavam um 
cordão para suspendê-la ou pendurá-la. 
 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
01.Assinale a alternativa que contém um exemplo de fenômeno cadavérico abiótico consecutivo. 
 
a) Saponificação 
b) Putrefação 
c) Rigidez cadavérica 
d) Autólise 
e) Relaxamento dos esfíncteres 
 
02. Segundo a literatura médico-legal, a cronotanatognose é utilizada para: 
 
a) indicar a quantidade de tempo que vítima estaria ameaçada de morte. 
b) indicar o tempo médio de vida da vítima. 
c) determinar o tempo médio de duração da gestação. 
d) indicar a idade da vítima no momento da morte. 
e) determinar o tempo aproximado de morte da vítima. 
 
03. Sobre a rigidez cadavérica, é correto afirmar que esta situação: 
 
a) é estudada na traumatologia forense. 
b) indica a quantidade de cristais no sangue do cadáver putrefeito. 
c) desaparece com o início da putrefação. 
d) não pode ser utilizada como indicativo do tempo aproximado da morte. 
e) é um fenômeno que impede a atuação da fauna cadavérica. 
 
04. A desidratação dos globos oculares, com a formação da mancha negra da esclerótica (Sinal de 
Sommer e Larcher) é considerado fenômeno: 
 
a) abiótico imediato. 
b) abiótico consecutivo. 
c) abiótico destrutivo. 
d) transformativo destrutivo. 
e) transformativo conservador. 
 
05. Acerca das fases de putrefação, no estudo da Tanatologia, quando há a presença da mancha 
verde de Brouardel a partir das primeiras 24h após a morte, pode-se afirmar que se está diante da 
fase: 
 
a) enfiseimatosa ou de gaseificação. 
b) de esqueletização. 
 
 
c) cromática ou de coloração. 
d) da maceração. 
e) de coliquação. 
 
06. O fenômeno da saponificação ou adipocera consiste no (a): 
 
a) fenômeno conversador que mumifica o feto morto diante da ausência de líquido amniótico, 
ocasionando a calcificação do feto. 
b) fenômeno conservador de substituição do tecido corporal por resina sintética (acrílico), sem 
risco de putrefação e contaminação e facilitando o estudo anatômico. 
c) transformação em virtude da gordura do cadáver em contato com metais do ambiente, 
formando uma cera, espécie de sabão, impedindo a proliferação de bactérias e fazendo cessar o 
processo de putrefação. 
d) fenômeno encontrado em cadáveres inumados em urnas metálicas (principalmente zinco) 
fechadas hermeticamente. 
e) fenômeno conservador que ocorre em ambiente muito arejado, seco e quente com acentuada 
perda de líquidos (severa desidratação). 
 
07. A putrefação é a decomposição do corpo pela ação de bactérias saprófitas que o invadem 
passado algum tempo da morte. Com relação às características da putrefação, assinale a alternativa 
correta. 
 
a) A putrefação é dividida em fases, a saber: coloração, enfisema, coliquação, saponificação e 
esqueletização. 
b) Na fase de coliquação, a epiderme descola-se pela grande produção de líquidos que, na 
superfície, formam bolhas com dimensões variadas e de conteúdo pardo-avermelhado escuro. Com 
o passar dos dias, há destacamento total da epiderme e perda dos fâneros (pelos, unhas e cabelos). 
c) A fase de coloração começa com a chamada mancha verde abdominal, que se forma inicialmente 
na fossa ilíaca direita; aparece, usualmente, em 18 a 24 horas após a morte (pode só aparecer 
depois de 36 a 48 horas nas épocas mais frias). Nos recém-nascidos e nos afogados, a mancha 
verde começa no tórax 
d) A esqueletização é o resultado final do processo de conservação do cadáver, qualquer que seja o 
ambiente; o tempo de instalação é extremamente variável conforme as condições climáticas e do 
ambiente (ar livre, solo ou água). 
e) A circulação póstuma de Brouardel é característica marcante da fase de enfisema da putrefação. 
 
08. Há um fenômeno cadavérico que produz material esbranquiçado, mole e um pouco friável, que 
aparece nas partes gordurosas de um cadáver localizado em áreas de difícil acesso ao ar 
atmosférico, com baixa oxigenação e calor úmido; as formas do corpo, bem como suas feições 
podem ser preservadas por meses e anos a fio, permitindo o reconhecimento do indivíduo, após 
 
 
todo esse tempo, e favorecendo o exame de lesões porventura existentes. Com base nessas 
informações, assinale a alternativa que apresenta esse fenômeno cadavérico. 
 
a) putrefação 
b) mumificação 
c) maceração 
d) saponificação 
e) maceração séptica 
 
09. Em relação ao diagnóstico da realidade da morte, assinale a alternativa que apresenta 
fenômenos abióticos imediatos. 
 
a) Desidratação; manchas de hipóstase; resfriamento do corpo. 
b) Rigidez cadavérica; resfriamento do corpo; mancha verde abdominal. 
c) Cessação da circulação; cessação da respiração; perda da consciência. 
d) Rigidez cadavérica; cessação da respiração; resfriamento do corpo. 
e) Resfriamento do corpo; manchas de hipóstase; rigidez cadavérica. 
 
10. São sinais de fenômenos transformativos pós-mortais: 
 
I. mancha verde abdominal; 
II. manchas de hipóstase; 
III. acúmulo de gases no subcutâneo. 
 
Classifique cada um dos itens apresentados como verdadeiro (V) ou falso (F) e assinale a alternativa 
que apresenta a classificação correta. 
 
a) V, V, V. 
b) F, V, V. 
c) V, F, V 
d) V, F, F. 
e) F, F, V. 
 
11. Com relação ao processo de putrefação do corpo humano, analise as afirmações a seguir. 
 
l Durante a fase denominada cromática, ocorre o sinal mais precoce da putrefação que se 
caracteriza pela formação de uma mancha verde, comumente iniciada na fossa ilíaca direita e que 
se difunde por todo abdome. 
ll O período coliquativo, último da decomposição pela putrefação, manifesta-se com a dissolução 
pútrida das partes moles e dos ossos, devido à ação de bactérias e da fauna necrófaga. 
lll É na fase da esqueletização que a fauna cadavérica e o meio ambiente destroem os resíduos 
 
 
tissulares, expondo os ossos que ficam presos apenas por alguns ligamentos. Este período varia de 3 
a 5 anos. 
lV A fase gasosa se dá com o surgimento dos gases de putrefação, formando flictenas na epiderme, 
contendo líquido hemoglobínico 
 
Assinale a alternativa correta. 
 
a) Apenas I, II e III estão corretas. 
b) Apenas I, III e IV estão corretas. 
c) Apenas II e IV estão corretas. 
d) Apenas III e IV estão corretas. 
e) Todas as afirmações estão corretas. 
 
12. No exame do cadáver em putrefação, a chamada “mancha verde abdominal” ocorre no(a) 
 
a) hipocôndrio direito, pela presença da bile na vesícula biliar. 
b) fossa ilíaca esquerda, pela presença do sigmoide. 
c) hipocôndrio esquerdo, pela presença do cólon descendente. 
d) fossa ilíaca direita, pela presença do ceco. 
e) região pubiana, pela presença do reto 
 
13. Com relação aos fenômenos transformativos conservadores, são elementos que contribuem 
para a saponificação ou adipocera corpos de indivíduos 
 
a) obesos, ambientes úmidos e pouco aerados. 
b) magros ou crianças, ambientes secos e muito aerados. 
c) obesos, ambientes secos e bastante aerados. 
d) adultos magros ou crianças, ambientes úmidos e pouco aerados. 
e) obesos, ambientes secos e pouco aerados. 
 
14. Em relação aos fenômenos transformativos destrutivos, é corretoafirmar que a maceração 
ocorre 
 
a) exclusivamente, nas vítimas de afogamento. 
b) tanto em natimortos no útero materno como em afogados. 
c) em natimortos, independentemente das condições ambientais. 
d) exclusivamente, em natimortos, no útero materno. 
e) tanto em natimortos como em nativivos, sendo característico da criança. 
 
15. Consistem em fenômenos abióticos consecutivos: 
 
 
 
a) cessação da atividade cerebral e resfriamento do corpo. 
b) midríase e ressecamento de mucosas. 
c) midríase e resfriamento do corpo. 
d) parada cardiorrespiratória e desidratação do corpo. 
e) resfriamento do corpo e rigidez cadavérica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
01. C 
02. E 
03. C 
04. B 
05. A 
06. C 
07. C 
08. D 
09. C 
10. C 
11. B 
12. D 
13. A 
14. B 
15. E

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