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características e tipos da dor oncológica

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1 Características e Tipos da Dor Oncológica | Larissa Gomes de Oliveira. 
DOR 
CARACTERÍSTICAS E TIPOS DA DOR ONCOLÓGICA. 
Pessoas com dor oncológica, muitas vezes, percebem que sua dor muda ao longo do dia e que 
pode ser diferente de um dia para o outro. 
Manter o controle da dor e seus sintomas e relatá-los ao seu médico ajuda-o a entender o que 
você está sentindo e identificar seu tipo de dor. Existem diferentes tipos de dor e nem sempre 
a dor é devido ao câncer. O tipo da dor determina o tipo de medicamento a ser prescrito ou o 
tipo de tratamento a ser realizado. 
 Dor aguda. A dor aguda é intensa e dura um tempo relativamente curto. É mais um sintoma 
de que o corpo está sendo ferido de alguma forma. Essa dor geralmente desaparece com a 
cicatrização do ferimento ou resolução da causa. 
 Dor crônica ou persistente. A dor crônica ou persistente dura um longo período de tempo. 
Pode variar de leve a severa. A dor é considerada crônica se durar mais de 3 meses. A dor 
crônica pode atrapalhar a vida do paciente se não for bem tratada. 
 Dor disruptiva. A dor disruptiva é um sinalizador de que a dor se apresenta apesar de estar 
tomando analgésicos regularmente para controlar a dor crônica. Chama-se dor disruptiva 
porque "rompe" o alívio da dor que se sente com analgésicos. 
A dor disruptiva geralmente tem a mesma causa que a dor crônica. Pode ser do câncer 
propriamente dito ou pode estar relacionada ao tratamento da doença. Algumas pessoas têm 
dor disruptiva ao fazer uma determinada atividade, como andar ou se vestir. Para outros, isso 
acontece inesperadamente, sem nenhuma causa específica. É importante gerenciar esse tipo de 
dor, uma vez que a dor disruptiva não é controlada por doses regulares de analgésicos. 
Geralmente é tratada com uma dose adicional de analgésicos para dor ou um tipo específico de 
medicamento 
TIPOS DE DOR ONCOLÓGICA 
A dor é mais frequentemente causada pelo próprio câncer. Mas a dor também pode ser 
provocada pelo tratamento ou pelos exames realizados para diagnosticar a doença. No entanto, 
você também pode ter dor que não está relacionada à doença e seus tratamentos. Como 
qualquer pessoa, você pode ter dores de cabeça ou musculares e das articulações, entre outras. 
 Dor oncológica - A maior parte dos casos de dor ocorre quando um tumor pressiona os 
ossos, nervos e órgãos do corpo. Pacientes com doença avançada são mais propensos a 
sentirem dor. 
 
 
2 Características e Tipos da Dor Oncológica | Larissa Gomes de Oliveira. 
 Compressão da medula espinhal - Quando um tumor invade a coluna vertebral, pode 
pressionar a medula espinhal. Isso é denominado compressão da medula espinhal. O 
primeiro sinal da compressão é geralmente dor na parte posterior do pescoço ou dor de 
garganta, às vezes com dormência ou fraqueza em um braço ou perna. 
Tossir, espirrar ou realizar outros movimentos, muitas vezes, agravam a dor. e. Essa compressão 
deve ser tratada rapidamente para impedir que você perca a função da bexiga ou do intestino 
ou ainda ficar paraplégico. Seu médico pode tratar a causa e também prescrever medicamentos 
para aliviar a dor. Se o tratamento for imediato, ou seja, assim que a dor começa, podem ser 
evitadas complicações sérias, como as mencionadas acima. 
Os tratamentos incluem normalmente radioterapia e administração de esteroides para reduzir 
o tamanho do tumor. Ou pode ainda ser realizada uma cirurgia para retirar o tumor que está 
pressionando a coluna vertebral, o que pode ser seguido por radioterapia. 
 Dor óssea - Esse tipo de dor pode acontecer quando a doença se dissemina para os ossos. 
O tratamento visa controlar o câncer e proteger os ossos afetados. A radioterapia é feita 
para tratar o osso afetado. Os bisfosfonatos são um tipo de medicamento que fortalecem 
os ossos, impedindo possíveis fraturas. Esses são exemplos de tratamentos que visam parar 
ou controlar a dor óssea. 
O paciente pode ainda precisar de analgésicos, mas, às vezes, esses tratamentos já diminuem 
substancialmente a dor. A dor óssea também pode ocorrer como um efeito colateral dos 
medicamentos como os fatores de crescimento ou fatores estimuladores de colônias. Esses 
medicamentos podem ser administrados para impedir que as taxas dos glóbulos brancos 
diminuam após o tratamento quimioterápico. 
Esses medicamentos ajudam o corpo a produzir mais leucócitos na medula óssea. Como a 
atividade da medula óssea é maior com esses medicamentos pode ocorrer dor óssea. 
 Dor cirúrgica - A cirurgia é realizada para tratar cânceres que cresceram como tumores 
sólidos, mas outros tratamentos, como quimioterapia ou radioterapia também podem ser 
administrados de forma concomitante. 
Dependendo do tipo de cirurgia, sentir dor é algo esperado. Entretanto, são prescritos 
medicamentos de modo que o paciente não tenha que sentir dor. 
OBS: O paciente deve informar seu médico sobre qualquer dor que apresente após a cirurgia, 
para que a medicação e dose adequada seja prescrita e o tratamento iniciado imediatamente. 
A dor devido a uma cirurgia pode durar de alguns dias a algumas semanas, dependendo do tipo 
e extensão de procedimento cirúrgico. 
 Dor “fantasma” - Esse é um efeito de maior duração da cirurgia, além da dor cirúrgica 
habitual. Se o paciente já teve um braço, perna ou mesmo uma mama retirada, ele ainda 
pode sentir dor ou ter outras sensações incomuns ou desagradáveis que parecem estar 
vindo da parte ausente do corpo. 
 
3 Características e Tipos da Dor Oncológica | Larissa Gomes de Oliveira. 
Não está claro porque isso acontece, mas a dor fantasma é real, não é imaginação. Embora 
existam tratamentos, nenhuma forma alivia ou controla a dor fantasma, por exemplo, 
medicamentos antiinflamatórios, analgésicos, antidepressivos, fisioterapia, estimulação elétrica 
nervosa transcutânea e cirurgia. Se o paciente apresenta dor “fantasma”, ele deve conversar 
com seu médico e sua equipe de controle da dor para ver o que pode ser feito. 
 Dor de outros tratamentos contra o câncer - Alguns dos efeitos colaterais provocados pela 
quimioterapia e radioterapia podem provocar dor. A dor pode até levar à suspensão do 
tratamento se não for bem gerenciada. O paciente deve conversar com seu médico sobre 
quaisquer alterações ou dor que venha a apresentar. 
 
 Neuropatia periférica - Essa condição se refere a dor, ardor, formigamento, dormência, 
fraqueza, dificuldade para andar ou sensações estranhas nas mãos, braços ou pernas e pés. 
A neuropatia periférica pode ser provocada por determinados tipos de medicamentos 
quimioterápicos, embora também possa ser devido a deficiências vitamínicas, câncer e outros 
problemas de saúde, como diabetes e infecções. Informe seu médico imediatamente caso 
observe algum sintoma que possa ser causado por neuropatia periférica. 
 Feridas na boca - A quimioterapia pode provocar feridas e dor na boca e garganta 
(estomatite ou mucosite). A dor pode ser intensa a ponto de impedir que o paciente se 
alimente ou inclusive tenha dificuldades para falar. 
 
 Mucosite e outras lesões devido à radioterapia - A dor devido ao tratamento radioterápico 
depende da parte do corpo que foi irradiada. A radioterapia pode provocar queimaduras 
cutâneas, mucosite (aftas) e cicatrizes, que podem provocar dor. A garganta, intestino, 
pulmão e bexiga também são suscetíveis a danos provocados pela radioterapia. 
 
 Dor devido a procedimentos e exames - Alguns exames realizados para diagnóstico do 
câncer e avaliação da resposta do tumor ao tratamento podem ser dolorosos. Se o paciente 
e seu médico concordam que é necessário um determinado exame, a preocupação com a 
dor não deve impedir a realização do exame. Qualquer dor durante e após o procedimento 
geralmente pode ser tratada e aliviada. 
Das síndromes dolorosas relacionadas ao câncer: 
→ Entre 62 e 78% são devidas ao tumor, por infiltração ou invasão tumoral direta ou por 
metástases. 
→ 19 a 28% são devidas ao diagnósticoe tratamentos do câncer, por iatrogenia e complicações 
inerentes aos métodos diagnósticos e terapêuticos; 
→ 3 a 10% não estariam relacionadas ao tumor, nem ao tratamento instituído. 
DOR CAUSADA PELO TUMOR 
 
4 Características e Tipos da Dor Oncológica | Larissa Gomes de Oliveira. 
INFILTRAÇÃO ÓSSEA 
A infiltração óssea tumoral é a causa mais comum de dor no câncer, podendo manifestar- se 
localmente ou à distância, pelo mecanismo de dor referida. As metástases ósseas mais comuns 
são as provenientes dos tumores de mama, próstata e pulmão. 
A dor óssea ocorre por conta de estimulação nociva nos nociceptores no periósteo. O 
crescimento tumoral ou as fraturas secundárias podem ocasionar lesão, compressão, tração ou 
laceração das estruturas nervosas, ocasionando dor isquêmica, dor neuropática periférica ou 
dor mielopática. A dor óssea se manifesta com sensação de dolorimento constante, profundo, 
às vezes contínuo, e surge com os movimentos (dor incidental). 
COMPRESSÃO OU INFILTRAÇÃO DE NERVOS PERIFÉRICOS. 
A infiltração ou compressão de troncos, plexos e/ou raízes nervosas pelo tumor, linfonodos 
e/ou fraturas ósseas metastáticas pode determinar dor aguda de forte intensidade, resultando 
em plexopatia, radiculopatia ou neuropatia, ou seja, dor na distribuição da estrutura nervosa 
acometida, com apresentação de dor em queimação, contínua, hiperestesia, disestesia e perda 
progressiva da sensibilidade. 
As neoplasias de cabeça e pescoço ou as lesões metastáticas para os linfonodos cervicais 
podem comprimir os plexos cervicais, ocasionando dor local lancinante com disestesia, irradiada 
para a região da nuca ou retroauricular, ombro ou mandíbula. 
O comprometimento do plexo braquial ocorre em 2,5 a 4,5% dos pacientes com tumores de 
mama, ápice de pulmão e linfomas (metátases axilares e supraclaviculares), ocasiona dor no 
ombro e braço no dermátomo das raízes nervosas de C8-T1; 
INFILTRAÇÃO DO NEUROEIXO (SNC) 
Pode ocorrer dor por invasão tumoral na medula espinal, no encéfalo e em suas meninges. 
 Dor radicular - Surge por compressão ou infiltração da medula espinal, com alteração 
motora, sensitiva e autonômica distais ao local da lesão. 
Podemos observar, além da dor radicular, a primeira manifestação do comprometimento 
raquimedular, a dor mielopática localizada e a dor-fantasma. A compressão medular é uma 
urgência médica, necessitando de tratamento de radioterapia ou descompressão cirúrgica ao 
menor sinal de compressão da medula, como: 
 Fraqueza de membros inferiores, diminuição do tato e disfunção de esfincteres; 
devendo ser diagnosticada por meio da identificação do local da compressão e invasão 
do canal raquidiano pela tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética 
(RM) ou perimielografia. 
 
 Cefaléia insidiosa e progressiva - Surge como manifestação das metástases encefálicas. Se 
há hemorragia pela lesão causal, a dor instala-se subitamente, agravando-se com o decúbito 
 
5 Características e Tipos da Dor Oncológica | Larissa Gomes de Oliveira. 
horizontal, tosse ou espirro; piora durante o sono, melhora com a postura ortostática e vem 
acompanhada de náuseas e vômitos. 
Com o progredir da lesão encefálica, podem ocorrer sonolência, confusão mental, convulsões e 
coma. A carcinomatose das meninges (resulta da disseminação das células malignas para as 
lepto- meninges e para o espaço subaracnóide, produzindo sinais e sintomas neurológicos) 
manifesta-se em 3 a 8% dos pacientes com neoplasias, especialmente de mama, pulmão e 
melanomas, sob forma de cefaléia e comprometimento das funções dos nervos cranianos e 
espinais, em 50 a 75% das vezes. 
E diagnosticada pelo exame do líquido cerebrospinal, que evidencia hiperproteinorraquia, 
hipoglicorraquia e/ou hipercitose, e também pela TC ou RM do encéfalo e do canal raquidiano. 
INFILTRAÇÃO E OCLUSÃO DE VASOS SANGUÍNEOS E LINFÁTICOS 
As células tumorais podem infiltrar e/ou ocluir os vasos sanguíneos e linfáticos, ocasionando 
vasoespasmo, linfangite (infecção aguda bacteriana dos canais linfáticos periféricos) e possível 
irritação nos nervos aferentes perivasculares. 
O crescimento tumoral nas proximidades dos vasos sanguíneos leva à oclusão desses vasos 
parcial ou totalmente, produzindo estase venosa ou isquemia arterial, ou ambos. A isquemia 
causa dor e claudicação (nome dados para quando o fluxo de sangue nas pernas é normal 
quando se está em repouso, mas se torna insuficiente durante a caminha para irrigar os 
músculos e tecidos nas extremidades, devido a alguma obstrução em uma ou várias artérias). 
A estase venosa produz edema nas estruturas supridas por esses vasos, determinando distensão 
dos compartimentos faciais e de outras estruturas nociceptivas. A oclusão arterial produz 
isquemia e hipoxia com destruição celular. Esses mecanismos causam dor normalmente difusa, 
cuja intensidade aumenta com a progressão do processo. 
INFILTRAÇÃO DE VÍSCERAS OCAS OU INVASÃO DE SISTEMAS DUCTAIS DE 
VÍSCERAS SÓLIDAS 
A oclusão de órgãos dos sistemas digestório, urinário e reprodutivo (estômago, intestinos, vias 
biliares, ureteres, bexiga e útero) produz obstrução do esvaziamento visceral e determina 
contratura da musculatura lisa, espasmo muscular e isquemia, produzindo dor visceral difusa 
(tipo cólica) constante, com sensação de peso ou pobremente localizada, referida nas áreas de 
inervação da víscera comprometida. 
Órgãos como linfonodos, fígado, pâncreas e supra-renais podem vir a apresentar dor devido à 
isquemia ou distensão de suas cápsulas. Essas vísceras sólidas também podem apresentar 
quadro álgico por obstrução de seus sistemas ductais. 
 
 
 
 
6 Características e Tipos da Dor Oncológica | Larissa Gomes de Oliveira. 
REFERÊNCIAS 
 
COSTA, Aline Isabella Saraiva., et al. Dor em pacientes oncológicos sob tratamento 
quimioterápico. Rev Dor. São Paulo, 2012 jan-mar;13(1):45-9 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Cuidados paliativos oncológicos: 
controle da dor. - Rio de Janeiro: INCA, 2001.

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