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Manuela Targa Lorenzon - TXXII É uma queixa frequente: em 75% dos adolescentes e 50% dos adultos; Possuí etiologias variadas: causas mais comuns – dispneia e síndrome do intestino irritável; Pode ser devida a patologias graves e potencialmente fatais: ex: aneurisma dissecante, perfuração intestinal, trombose mesentérica; Muitas vezes é referida em outro lugar, devido o corno posterior da medula não ``estar acostumado´´ com dor abdominal e referir a dor em outro lugar; A dor abdominal mantém uma importante relação com o sistema límbico (emocional); Nociceptores (fibras C: dor é mais crônica, demora mais para aparecer e dura mais tempo); Órgãos intra-abdominais (vísceras ocas e capsúlas de órgãos sólidos) São estimulados por estiramento, distensão ou contração excessiva da musculatura lisa; As vísceras possuem inervação multissegmentar – transmissões sensoriais para ambos os lados; Menor número de terminações nervosas, logo, a dor é vaga e mal localizada; O local da dor corresponde aproximadamente ao dermátomo inervado pelo órgão comprometido; A dor é em cólica ou queimação em região periumbilical ou hipogástrio; Sintomas secundários (estímulo autonômico): náuseas, vômitos, sudorese e palidez; Irritação do peritônio parietal (FIBRAS A – a dor é mais aguda) Fibras nervosas trafegam por locais específicos na medula - muito mais específica – é possível localizar muito mais facilmente; Nervos envolvidos correspondem aos dermátomos cutâneos (T6 a L10); Dor mais intensa e bem localizada que a visceral – dor forte à palpação, DB +, piora com movimento ou tosse; DB: Descompressão brusca; Também é acompanhada de sintomas secundárias devido estar associado ao estímulo autonômico: náuseas, vômitos, sudorese e palidez; Órgão comprometido é diferente da área em que se percebe a dor; Convergência de neurônios aferentes viscerais e somáticos de diferentes regiões anatômicas para neurônios medulares de 2ª ordem; Pode ser percebida na pele ou em tecidos profundos; É bem localizada; Pode ser de 2 maneiras: 1 – Dor abdominal cuja origem é extra-abdominal (IAM de parede inferior, pneumonia de bases, etc); 2 – Dor extra-abdominal cuja origem é abdominal (Dor em ombro E secundária e irritação diafragmática por abcesso subfrênico); 1- DOR AGUDA: Poucos dias de duração, geralmente com piora progressida; 2- DOR CRÔNICA: Permanece inalterada por meses ou anos; 3- DOR SUBAGUDA: Não se classifica em nenhuma das anteriores (requer diagnostico diferenciado) IMPORTANTE: 1- Pacientes graves e instáveis devem ser manejados como quadro agudo; 2- Pacientes com dor crônica podem apresentar agudização ou causa nova – PACIENTES DEVEM SER MANEJADOS COMO ABDOMEN AGUDO (toda dor que leva paciente procurar atendimento médico – que necessita de intervenção rápida ou que será tratada clinicamente); Manuela Targa Lorenzon - TXXII Localização corporal e irradiação; Caráter; Intensidade. Cronologia (início e evolução); Periodicidade; Fatores precipitantes; Fatores de melhora; Fatores de piora; Manifestações associadas; Quanto melhor localizada a dor for descrita, melhor!!! A maioria dos órgãos do abdômen deriva embriologicamente de estruturas da linha media, ou seja, mantém inervação bilateral – dor referida na linha media. Órgãos mais laterais geralmente tem a dor descrita no local correspondente DOR X ORIGEM EMBRIOLOGICA A dor abdominal pode ser descrita de várias formas: algumas delas auxiliam no diagnóstico diferencial: Dor tipo peso: - Geralmente associada ao retardo no esvaziamento gástrico, distensão de vísceras ocas ou da cápsula de órgãos sólidos; Dor tipo cólica: - Geralmente associada a um padrão crescente- decrescente, em geral pela luta peristáltica contra obstáculo luminal mecânico (cólica biliar, cólica renal); Dor tipo queimação ou pontada: - Pode se apresentar na dor visceral de diferentes órgãos (pancreatite, ruptura de aneurisma, etc); Manuela Targa Lorenzon - TXXII Dor contínua: - Comprometimento da resora peritoneal ou processo inflamatório (peritonite), neoplásico ou distensão da capsula de órgãos sólidos; Diretamente relacionada à magnitude do estímulo doloroso; É um dado subjetivo (percepção sensitiva, personalidade e experiências dolorosas prévias) Pode ser descrita como: LEVE: Diverticulite e GEGA, por ex; MODERADA: Apendicite, colecistite, pancreative, obstrução intestinal, por ex; INTENSA: UPP, ruptura de aneurisma, isquemia mesentérica, cólica renal; A graduação da dor em escalas tem baixo valor inicial (já que a dor é subjetiva), mas é útil no acompanhamento do paciente ao longo do tempo; Dor de início súbito – segundos a minutos: (úlcera péptica perfurada, ruptura de aneurisma de aorta, ruptura de abcesso ou hematoma, infarto mesentérico, IAM, ruptura de gravidez ectópica, ruptura de esôfago); Dor rapidamente progressiva – evolui em 1 ou 2 horas: (cólica biliar, colecistite, cólica néfrica, pancreatite aguda, diverticulite, apendicite, isquemia mesentérica, obstrução intestinal proximal); Dor gradual ou insidiosa – evolui por horas ou dias: (apendicite, colecistite, diverticulite, doença ulcerosa péptica, pielonefrite, salpingite, gravidez etópica antes da ruptura, obstrução intestinal distal); AUTOLIMITADA: Melhora progressiva da dor – GECA INTERMITENTE: Períodos de melhora e piora (padrão crescente-decrescente da cólica renal e cólica biliar); CONSTANTE: Caráter estável (geralmente não cirúrgico) ou progressivo (apendicite, salpingite, p ex) Aparece em alguns períodos seguidos de ausência de dor e reaparecem posteriormente (colecistopatia biliar, dismenorreia, p.ex) IMPORTANTE INVESTIGAR O QUE DESENCADEIA ESSA PERIODICIDADE OU SE NÃO EXISTE ESSE FATOR POSIÇÃO: Piora com pequenos movimentos (paciente tende a ficar parado) – Peritonite Melhora com movimentação (procura posição confortável) – dor visceral (ex: cólica renal); Melhora com flexão anterior do tronco (posição genupeitoral ou ``em prece maometana´´) e que piora com posição supina – processo retroperitoneal como pancreatite ou tumor de pâncreas; Melhora com DDH e flexão da perna em D sobre o quadril – irritação do psoas como no abcesso secundário e doença de Chron; Piora com inspiração profunda ou tosse – irritação diafragmática (abcesso subfrênico); HÁBITO INTESTINAL: dor aliviada pela evacuação sugere origem colônica; ALIMENTOS: Podem exacerbar ou aliviar a dor Úlcera gástrica, isquemia mesentérica, cólica biliar = pioram; Úlcera duodenal não complicada = melhora; MEDICAÇÕES: Dor aliviada pelo uso de antiácidos (doença ulcerosa péptica ou esofagite); Importante investigar: SINTOMAS CONSTITUCIONAIS: Febre, calafrios, perda de peso; SINTOMAS GASTROINTESTINAIS: Anorexia, náuseas, vômitos, diarreia, obstipação, icterícia, flatus, hemorragia digestiva; OUTROS: Disúria, hematúria, queixas genitais e menstruais, queixas testiculares; **Não esquecer de caracterizar cada sintoma positivo Manuela Targa Lorenzon - TXXII **Lembrar que sintomas negativos são positivos para a investigação; Presença de doença cardiovascular, dibrilação atrial ou valvopatia: pode causar embolia ou trombose mesentérica; Cirurgia abdominal prévia: obstrução intestinal; Traumas: rupturade baço, de esôfago. Comorbidades: diabetes mellitus, HAS, anemia falciforme, diverticulose intestinal. Antecedentes ginecológicos: anticoncepcionais; Medicações em uso: fator desencadeante e de piora de doenças pépticas; Drogas ilícitas: dor abdominal, náuseas, vômitos e sangramentos digestivos são comuns em usuários de crack, mas podem aparecer em usuários de cocaína.
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