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Resuminho - Dispepsia

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Dispepsia 
Dispepsia: dor ou desconforto no abdome superior. 
Sintomas: distensão abdominal, saciedade precoce, pleni-
tude pós-prandial, epigastralgia em queimação, eructação, 
náuseas e vômitos. 
 
Epidemiologia: 7% das consultas com clínico, mais fre-
quente em M. 
 
Classificação 
 Orgânica: existe um marcador biológico relacionado 
às queixas. 
 Funcional: quando um marcador biológico não é 
encontrado. 
*Diagnóstico de exclusão. 
 
Causas orgânicas 
 Doença ulcerosa péptica (1ºhipótese): causada por 
H. pylori, uso de AINES.... 
 Intolerância alimentar 
 Doenças sistêmicas 
 Medicamentos 
 Neoplasisas gástricas e esofágicas 
 Doenças do sistema biliopancreático 
*Dispepsia não necessita de investigação para colelitía-
se, já a pancreatite pode apresentar vários sintomas 
típicos de dispepsia. 
 Parasitose: estrongiloidíase e giardíase 
 Gastroparesia 
 Doenças associadas a má absorção 
 Doença de Crohn, infecciosas e infiltrativas 
 
Dispepsia funcional (Consenso de Roma III) 
Dor crônica ou recorrene, ou desconforto em abdome 
superior na ausência de qualquer causa orgânica, sistêmica 
ou metabólica e sem achados da síndrome do intestino 
irritável. 
*Associada à hipersensibilidade visceral, disfunção 
motora e fatores psicossociais. 
Prevalência: 11-24%, maior entre mulheres. 
 
Classificação (Consenso de Roma III) 
Síndrome do desconforto pós-prandial 
Durante os últimos 3 meses e inicio nos últimos 6 meses: 
Pelo menos 1: 
 Empachamento pré-prandial, varias x\semana 
 Saciedade precoce, varias x\semana 
 Critérios corroborativos: 
 Distensão abdominal 
 Náusea pré-prandial 
 Eructação 
 Síndrome de dor epigástrica coexistente 
 
Síndrome da dor epigástrica 
Durante os últimos 3 meses e inicio nos últimos 6 meses: 
Todos abaixo: 
 Dor ou queimação epigástrica, 1x\semana 
 Dor intermitente 
 Dor não generalizada ou localizada em outras regiões 
 Dor não aliviada por defecação ou eliminação de 
flatos 
 As características da dor não preenchem para crité-
rios funcionais 
 
Fisiopatologia 
 Hipersensibilidade visceral 
 Função motora alterada 
 Alteração do eixo SNC-SNE (5-HT) 
 H. pylori 
 Fatores psicossociais 
 
*Distinguir o pct com alta probabilidade de ter doença 
orgânica séria, necessitando de avaliação diagnóstica 
dos que podem ser tratados empiricamente com terapia 
antisecretora ou erradicação de H. pylori. 
 
Exame físico: visceromegalias, massa abdominal, ascite, 
sangue oculto nas fezes necessitam de avaliação adicional. 
 
Diagnóstico 
Tto empírico x EDA: avaliar nível de ansiedade, idade, 
sinais de alarme, sintomas de refluxo e infecção por H. 
pylori. 
 
Teste terapêutico 
Aspirina e AINE´s devem ser suspensos. 
Teste de terapia empírica com IBP (omeprazol, esomepra-
zol, rabeprazol, lansoprazol, pantoprazol) ou antagonista 
H2 (ranitidina, nizatidina, famotidina) deve melhorar os 
sintomas e cicatrizar as úlceras. 
 
Endoscopia digestiva alta 
Visualização de úlceras, esofagite e neoplasias. 
EDA normal: dispepsia funcional ou DRGE não erosiva. 
Indicação: sintomas persistentes ou recaídas após terapia 
empírica. 
*EDA necessário em pcts que permanecem sintomáti-
cos após retirada de AINE´s. 
 
Recomendações do Colégio Americano de Gastrentero-
logia: 
>55 anos ou com sinais de alarme: devem ser submetidos 
à EDA para excluir doença ulcerosa péptica, malignidade e 
outras doenças raras. 
55 ou menos sem sinais de alarme: 
 Testar (teste não invasivo) e tratar H. pylori 
 Teste empírico de supressão ácida com IBP por 4-8s. 
 
Sinais de alarme 
 Sangramento 
 Anemia 
 Saciedade precoce 
 Emagrecimento inexplicável 
 Disfagia progressiva 
 Odinofagia 
 Vômitos persistentes 
 Cirurgia gástrica prévia 
 Uso de AINE´s 
 Sintomas sistêmicos 
 Idade 
 Icterícia 
 Visceromegalia 
 HF de Ca gastrointestinal 
 Malignidade esofagogástrica prévia 
 Antecedente de úlcera péptica 
 Linfoadenopatia ou massa abdominal 
 
Considerar 
 Hemograma 
 Eletrólitos 
 Nível de cálcio 
 Avaliação hepática 
 Função tireoidiana 
 
Quando necessário 
 Nivel de amilase 
 Exame parasitológico de fezes 
 Teste de gravidez 
 
Sintomas progressivos ou refratários 
 Cintilografia gástrica 
 Manometria gastriduodenal 
 
Testes não invasivos para H. pylori 
 Avaliação sorológica 
 Teste respiratório da uréia 
 Teste de antígeno fecal 
 
Diagnóstico diferencial 
Doença do refluxo gastro-esofágico: pirose e regurgita-
ção. Hipotonia episódica do esfíncter inferior do esôfago. 
*pHmetria esofágica é útil. 
*Ttar empiricamente com IBP é útil, pois a melhora é 
altamente preditiva. 
Síndrome do intestino irritável: <45 anos com dispepsia 
não complicada + dor abdominal baixa + alterações dos 
hábitos intestinais. 
 
Tratamento 
Medidas dietéticas 
 Evitar alimentos que agravam os sintomas 
 Evitar refeições gordurosas 
 Comer mais frequentemente em refeições menores 
 
Medidas farmacológicas – eficácia limitada 
Recomendações do Colégio Americano de Gastroente-
rologia na dispepsia não investigada: 
 H. pylori negativos e sem sinais de alarme: teste 
empírico com supressão ácida por 4-8s com terapia 
de 1º linha. 
 Falha após 2-4s: troca da classe de droga. 
 Recorrência: outro curso do mesmo tto está justifi-
cado. 
 
Inibidores da secreção ácida para dispepsia funcional 
tipo dor epigástrica 
Procinéticos para dispepsia tipo-dismotilidade 
Metoclopramida: bloqueia receptores dopaminérgicos no 
TGI, estimulando motilidade. EA: SNC. 
Domperidona: antagonista da DA. 
Tegaserode: agonista parcial 5-HT4, acelera o esvaziamen-
to gástrico. 
*Antiácidos: sintomas leves e intermitentes. 
ABO para erradicação de H. pylori 
Outros: Ansiolíticos e antidepressivos 
 
Resumindo... 
 
Sintomas dispépticos 
Se por uso de AINE: suspender e adm IBP ou bloqueador 
H2 
Se sintomas de refluxo (pirose, azia e reguirgitação): 
tratar como DRGE 
Nenhuma das opções: 
Sem sinais de alarme ou <45 anos: prova terapêutica 
com IBP ou bloqueador H2, se falha ou recidiva dose 
dobrada para IBP ou tto de H. pylori, se ainda assim falha 
EDA. 
Com sinais de alrme ou >45anos (EDA): 
Normal, gastrite, duodenite: dispepsia funcional. 
Esofagite, ulcera ou Ca: tto específico 
 
Dispepsia funcional 
Dor epigástrica: IBP, se falha procinéticos. 
Desconforto pós-prandial: procinéticos, se falha IBP. 
Ainda assim insucesso: IBP (dose dobrada) > Erradicação 
H. pylori > ADT ou psicoterapia > medicamentos experi-
mentais

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