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4 Dispepsia funcional

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LARISSA MENEZES – GASTRO 
 
 
• Sindrome clínica caracterizada pela presença 
de sintomas dispépticos (dor epigástrica, 
empachamento precoce) recorrentes e 
crônicos, na ausência de lesões estruturais ou 
metabólicas subjacentes, capazes de justificar 
o quadro clinico – Consenso de Roma 
• A dispepsia pode ser classificada em orgânica 
(associada à úlcera péptica ou qualquer outra 
patologia gastroduodenal, excetuando-se a 
gastrite) ou funcional. A dispepsia funcional 
pode vir associada à DRGE, à síndrome do 
cólon irritável e/ou à dor torácica não cardíaca 
• Os sintomas dispépticos podem estar 
associados a uma doença digestiva especifica 
como úlceras péptica, neoplasia gástrica, 
parasitoses intestinais entre outras 
▪ Epigastralgia tipo ulcera 
▪ Desconforto epigástrico 
▪ Nauseas e vômitos 
▪ Saciedade precoce 
▪ Plenitude pós-prandial 
▪ Distensão abdominal 
▪ Eructações 
• Dispepsia “tipo úlcera”: predomina a dor 
epigástrica, frequentemente aliviada por 
antiácidos, bloqueadores H2 ou alimento, 
eventual ou alimento, eventualmente 
despertando o paciente à noite. Tem caráter 
periódico (períodos dolorosos de semanas a 
meses, intercalados com remissões de, no 
mínimo, duas semanas) 
• Dispepsia “tipo dismotilidade”: predomina o 
desconforto abdominal, além de saciedade 
precoce, náusea, peso epigástrico pós-prandial 
vômito, sensação de gases no abdome sem 
distensão abdominal 
• Dispepsia “tipo inespecífica”: sintomas vagos e 
inespecíficos que não se enquadram nos dois 
tipos anteriores 
 
EPIDEMIOLOGIA 
• Incidência 20 a 40% da população em geral 
• Podem surgir em qualquer idade 
• Mais comum no sexo feminino 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
• Haver queixas dispépticas durante os últimos 
três meses e que se iniciaram, no mínimo há 6 
meses 
• É fundamental a presença de um ou mais dos 
seguintes sintomas: empachamento pós-
prandial, saciedade precoce, dor epigástrica 
• Ausência de lesões estruturais que possam 
justificar os sintomas 
• Outros sintomas: 
▪ A dor pode ser em queimação, mas sem 
caracterizar a pirose 
▪ Dor pode ocorrer em jejum e induzida ou 
aliviada pela alimentação 
 
CLASSIFICAÇÃO 
o Fundamental a presença de um dos seguintes 
critérios: 
o Empachamento pós-prandial: após as 
principais refeições, ocorrendo várias vezes 
por semana 
o Saciedade precoce que impossibilita o termino 
das refeições 
o Sintomas associados: distensão do abdome 
superior, náuseas pós-prandial e eructações 
o A síndrome do desconforto pós-prandial pode 
coexistir com outras doenças como DRGE e SII 
o Dor ou queimação localizada no epigástrico, de 
moderada intensidade, uma vez por semana 
nos últimos 3 meses 
o Dor intermitente, não generalizada 
o Dor não alivia com a defecação ou flatos 
o Não preenchem critérios para o diagnóstico de 
distúrbios funcionais da vesícula biliar ou 
esfíncter de Oddi 
LARISSA MENEZES – GASTRO 
 
 
FISIOPATOLOGIA 
• Permanece desconhecida 
• Hipersecreção ácida: acidificação duodenal 
induz ao relaxamento do estomago proximal e 
determina hipersensibilidade a distençao 
gástrica 
• Disfunção na integração de todo eixo cérebro-
intestino: percepção visceral anormal que 
induzem respostas exageradas nesses 
pacientes 
• Alteração da acomodação gástrica: alteração 
do relaxamento gástrico proximal 
• Infecção pelo H. pylori: erradicação da bactéria 
• Alta incidência de neuroses, ansiedade, 
depressão, alterações do humor e tensão 
emocional 
• Eventos estressantes de vida 
• Infecção gastrointestinal: Salmonella spp., E. 
coli, C. jejuni, Giardia e Novovírus 
• Por hipersensibilidade visceral por ativação de 
mastócitos 
• Alteração da microbiota do TGI com 
inflamação crônica leve e inespecífica 
• Tabagismo, etilismo e AINES aumentam a 
probabilidade de desenvolver a 
sintomatologia, mas não são causa 
 
DIAGNÓSTICO 
• Para o diagnóstico de dispepsia não ulcerosa, 
ou dispepsia funcional, são necessários pelo 
menos 12 semanas de sintomatologia, não 
necessariamente consecutivas 
• Fundamentalmente clínico baseado nos 
critérios de Roma IV 
• EDA deve ser realizada em pacientes 
sintomáticos e na ausência de terapia 
antissecretória 
• Não usar IBP antes da EDA porque mascara as 
lesões 
• Deve-se realizar a biopsia para pesquisa de H. 
pylori (ooltar para pegar as partes) 
• Parasitológicos de fezes: amostras seriadas 
com técnica de Baermann modificada por 
Moraes para giardíase e estrongiloidiase 
• USG de abdome na suspeita de doença 
pancreática, biliar e hepática 
• Cintilografia para o estudo do esvaziamento 
gástrico na suspeita de gastroparesia em 
pacientes com Sd do esvaziamento pós-
prandial 
• Eletrogastrograma e barostato gástrico: uso 
limitado 
• Teste para excluir doença celíaca e intolerância 
alimentar (frutose e lactose) 
 
TRATAMENTO 
• Alívio de sintomas e melhora da qualidade de 
vida 
• Medidas gerais: atividade física e dieta 
balanceada 
• Dieta específica não está indicada 
• Diminuição de alimentos gordurosos e 
fracionamento das refeições 
• O paciente não sabe dizer quais alimentos 
pioram ou melhoram porque não tem relação 
• Psicoterapia é eficaz em um subgrupo de 
pacientes 
• O tratamento farmacológico em geral é pouco 
eficaz quando comparado ao placebo! Vale 
ressaltar que o placebo pode melhorar 
transitoriamente 30-60% dos pacientes, 
mostrando a necessidade de se prescrever 
algum medicamento para eles. Se o H. pylori 
estiver presente recomenda-se instituir o 
tratamento de erradicação da bactéria 
• Tratamento medicamento: antissecretores, 
procineticos, antibióticos para erradicação do 
H. pylori e antidepressivos 
• Para os pacientes com dispepsia “tipo úlcera”, 
os bloqueadores H2 e os IBP se mostraram 
20% superiores ao placebo, devendo ser 
prescritos por 1-2 meses. A domperidona 
(Motilium) 10mg 12/12h tem sido o 
procinético mais recomendado na dispepsia 
“tipo dismotilidade”, por apresentar 
vantagens de menor toxicidade em relação à 
metoclopramida e à cisaprida. Os 
antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, 
imipramina) e a fluoxetina, em baixas doses, 
mostraram eficácia em alguns estudos 
LARISSA MENEZES – GASTRO 
 
o Para pacientes com Sindrome De Dor 
Epigástrica: 
▪ Bloqueadores de H2 
▪ IBPs 
o Na Sd Do Desconforto Pós Prandial: 
▪ Procinéticos 
▪ Melhoram a motilidade gastroduodenal, a 
antral e a coordenação antroduodenal 
o Saciedade precoce: 
▪ Sumatriptano e Buspirona (agonistas da 5-
hidroxitriptamina) 
o Erradicação do H. pylori: indicado na dispepsia 
funcional mesmo com EDA normal 
▪ Antibioticoterapia + IBP 
▪ Amoxicilina 1g 12/12 h 
▪ Claritromicina 500mg 12/12 
▪ IBP 12/12 h 
▪ 4cp antes do café da manhã e 4cp antes do 
jantar 
▪ Por 14 dias 
o Tratamento medicamentoso quando não 
respondem a terapias anteriores, mesmo 
erradicando a H. pylori: 
▪ Antidepressivos tricíclicos: amitriptilina, 
nortriptilina e imipramina 
▪ Inibidores de captação de serotonina: 
fluoxetina, sertralina e escitalopram 
o Terapias futuras: 
▪ Asimadolina: agonista Kappa opioide, 
eficaz na plenitude pós-prandial e 
saciedade precoce 
▪ Novos procineticos: mosaprida, 
acotiamida, camicinal; atuam na 
motilidade digestiva como no relaxamento 
do fundo gástrico

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