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LEI MARIA DA PENHA 2020 Lucio Valente - vou Ser Delegado

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Prévia do material em texto

1 
LEI MARIA DA PENHA (LEI 11.340/06) 
LEI + DOUTRINA+ INFORMATIVOS 2020 
1.  DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER 
CONFIGURAÇÃO: para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica 
e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero 
que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano 
moral ou patrimonial: 
(QPP2020) Para os efeitos da Lei Maria da Penha, configura violência 
doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão que 
lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e 
dano moral ou patrimonial no âmbito da unidade doméstica, 
compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, 
com vínculo familiar demonstrado.1 
•   I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de 
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive 
as esporadicamente agregadas; 
 
A patroa que agride a empregada doméstica que reside no local do 
emprego está sujeita às regras repressivas contidas na Lei 
11.340/06? 
De acordo com a lei, sim. Mas se for cobrada ESPECIFICAMENTE a posição 
do STJ, deve-se ser demonstrada a vulnerabilidade. 
 
 
1 Item errado. 
 
 2 
•   II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada 
por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços 
naturais, por afinidade ou por vontade expressa; 
•   III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva 
ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. 
(QPP2020) Para os efeitos da Lei Maria da Penha, configura violência 
doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão 
baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, 
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial no âmbito da 
unidade doméstica, familiar ou relação íntima de afeto, 
alternativamente.2 
 
Obs1.: Importante: a violência contra a mulher pode ser familiar ou 
doméstica ou em qualquer relação íntima de afeto. Ou seja, as situações 
acima são alternativas. 
 
QPP2020 As relações pessoais no contexto da Lei Maria da Penha não 
protege relações homossexuais, nas qual o sujeito ativo e passivo são 
do sexo feminino.3 
 
Obs2.: As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de 
orientação sexual. 
Segundo o STJ, a Lei Maria da Penha atribuiu às uniões homoafetivas o 
caráter de entidade familiar, ao prever, no seu artigo 5º, parágrafo único, 
 
2 Item correto. 
3 Item errado. 
 
 3 
que as relações pessoais mencionadas naquele dispositivo independem de 
orientação sexual. (STJ, REsp 1183378/RS DJE 01/02/2012). 
 
QPP2020 Para a configuração da violência doméstica e familiar 
prevista no artigo 5º da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não 
se exige a coabitação entre autor e vítima.4 
 
Súmula 600-STJ: Para a configuração da violência doméstica e familiar 
prevista no artigo 5º da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige 
a coabitação entre autor e vítima. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 22/11/2017, 
DJe 27/11/2017. 
 
2.  DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A 
MULHER 
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua 
integridade ou saúde corporal; 
QPP2020 Segundo a Lei Maria da Penha, a violação da intimidade da 
mulher é uma hipótese de violência moral.5 
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe 
cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e 
perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas 
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, 
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância 
constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua 
intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou 
 
4 Item correto. 
5 Item errado. 
 
 4 
qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à 
autodeterminação; 
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja 
a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, 
mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a 
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a 
impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, 
à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, 
suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos 
sexuais e reprodutivos; 
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que 
configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, 
instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou 
recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; 
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure 
calúnia, difamação ou injúria. 
3.  SUJEITO ATIVO E PASSIVO 
QPP2020 O sujeito ativo de crimes que se relacionem à aplicação da 
Lei Maria da Penha é, necessariamente, do sexo masculino.6 
i.   Sujeito ativo: homens e mulheres 
ii.   Sujeito passivo: mulheres 
 
 
 
6 Item errado. 
 
 5 
Importante inserir tabela do apanhado de julgados sobre o assunto 
organizado no material Cadernos Sistematizados7 
VIOLÊNCIA PRATICADA POR... É POSSÍVEL? 
FILHA CONTRA A MÃE SIM. HC 290.650/MS 
 
FILHO CONTRA A MÃE SIM. HC 277.561/AL 
 
PAI CONTRA A FILHA SIM. HC 178.751/RS 
 
IRMÃO CONTRA IRMÃ 
Obs.: ainda que não haja 
coabitação. 
SIM. HC 175.816/RS 
 
GENRO CONTRA SOGRA SIM. RHC 50.847/BA 
 
NORA CONTRA SOGRA 
Obs.: exige-se vulnerabilidade 
SIM. HC 175.816/RS 
 
COMPANHEIRO DA MÃE CONTRA A 
FILHA DESTA 
SIM. RHC 42.092/RJ 
 
7 Visite o Instagram: @cadernossistematizados 
 
 6 
 
TIA CONTRA SOBRINHA DE 4 ANOS 
DE QUEM TINHA A GUARDA. 
SIM. HC 250.435/RJ 
 
EX-NAMORADO CONTRA EX-
NAMORADA. 
  
  
SIM.  HC  182.411/RS    
  
Se   o   vínculo   é   eventual,   efêmero,   não  
incide  a  Lei  11.340/06  (CC  91.979-­MG). 
FILHO CONTRA PAI IDOSO NAO.  RHC  51.481/SC    
 
 
 
 
 
 7 
 
TRANSEXUAL ESTÁ PROTEGIDO PELA LEI? 
Em que pese haja posicionamento de parte da doutrina de que o homem que 
faz cirurgia de mudança de sexo, com alteração do registro civil, estaria 
protegido pela lei Maria da Penha8, ainda não é um posicionamento seguro 
para provas de concursos. 
Atualmente, há um projeto de lei no Senado para ampliar o âmbito protetivo 
da Lei Maria da Penha em relação à identidade de gênero.9 
 
4.  VULNERABILIDADE 
 
QPP2020 A incidência da Lei n.º 11.340/2006 reclama situação de 
violência praticada contra a mulher, em contexto caracterizado por 
relação de poder e submissão, praticada por homem ou mulher sobre 
mulher em situação de vulnerabilidade.10 
 
Diz o art. 4o que na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais 
a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres 
em situação de violência doméstica e familiar. 
Apesar de haver decisões em sentido contrário, prevalece o entendimento de 
que a hipossuficiência e a vulnerabilidade, necessárias à caracterização 
da violência doméstica e familiar contra a mulher, são presumidas pela Lei 
nº 11.340/2006. 
 
8 Nesse sentido: Ricardo Andreucci (Legislação Penal Especial, Saraiva Jus); 
9 Projeto de Lei do Senado (PLS) 191/2017 Fonte: Agência Senado 
10 Item errado. 
 
 8 
 
A mulher possui na Lei Maria da Penha uma proteção decorrente de direito 
convencional de proteção ao gênero (tratados internacionais), que o Brasil 
incorporou em seu ordenamento, proteçãoessa que não depende da 
demonstração de concreta fragilidade, física, emocional ou financeira. Ex: 
agressão feita por um homem contra a sua namorada, uma Procuradora da 
AGU, que possuía autonomia financeira e ganhava mais que ele. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 620.058/DF, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado 
em 14/03/2017. STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no REsp 1720536/SP, Rel. 
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 04/09/2018. STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 
92.825, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca; Julg. 21/08/2018.11 
O tema ainda é controverso, mas em resumo a vulnerabilidade tem sido 
exigida somente quando a violência é MULHER contra MULHER. 
Portanto, para que haja incidência exige-se a presença dos seguintes 
requisitos cumulativos: (relação íntima de afeto ou âmbito da unidade 
doméstica ou âmbito da família) + a motivação de gênero + situação 
de vulnerabilidade (STJ, HC 175.816/RS, DJe 28/06/2013). 
5.  DIFERENÇA ENTRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA OU FAMILIAR CONTRA 
A MULHER E CRIME DO ART. 129, § 9O DO CP 
CP, art. 129, § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, 
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, 
ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação 
ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) Pena - 
detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 
11.340, de 2006) 
 
Em um caso julgado pela 5ª Turma do STJ (RHC 27.622), no qual um homem 
foi denunciado por agredir o próprio pai, a defesa alegou a inaplicabilidade 
 
11 Dizer o Direito. 
 
 9 
do artigo 129, parágrafo 9º, do Código Penal, sob o fundamento de que, como 
a redação do parágrafo 9º foi alterada pela Lei Maria da Penha, o dispositivo 
só seria destinado aos casos de violência contra a mulher. 
O ministro Jorge Mussi, relator do recurso, apesar de reconhecer que a Lei 
11.340 trata precipuamente dos casos de violência contra a mulher, entendeu 
que não seria correto afirmar que o tratamento mais gravoso estabelecido no 
Código Penal para os casos de violência doméstica seria aplicável apenas quando 
a vítima fosse do sexo feminino. 
Em resumo, art. 129, § 9o aplica-se mesmo quando a vítima for homem. 
6.  INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E VALOR MÍNIMO: nos casos de 
violência de gênero contra a mulher no âmbito doméstico (Lei n. 
11.340/2006), é possível o juízo criminal fixar indenização mínima por dano 
moral sem instrução probatória específica sobre a ocorrência do dano moral. 
Para o STJ, é necessário o pedido expresso nesse sentido, mas não há 
necessidade de instrução específica (STJ. 3ª Seção. REsp 1.643.051/MS, DJe 
08.03.2018).12 
7.  DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL 
a.  Atendimento policial especializado: é direito da mulher em situação de 
violência doméstica e familiar o atendimento policial e pericial especializado, 
ininterrupto e prestado por servidores - preferencialmente do sexo 
feminino - previamente capacitados( Art. 10-A). (Incluído pela 
Lei nº 13.505, de 2017) 
b.  § 1o A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar 
ou de testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra 
a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei nº 
13.505, de 2017): 
 
1212 Saber mais: https://www.conjur.com.br/2018-mar-05/prova-dano-moral-
dispensavel-violencia-domestica 
 
 10 
I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente, 
considerada a sua condição peculiar de pessoa em situação de violência 
doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de 
violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas terão contato 
direto com investigados ou suspeitos e pessoas a eles 
relacionadas; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre 
o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como 
questionamentos sobre a vida privada. (Incluído pela Lei nº 
13.505, de 2017) 
c.  § 2o Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e 
familiar ou de testemunha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, 
preferencialmente, o seguinte procedimento: (Incluído pela Lei 
nº 13.505, de 2017) 
I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse 
fim, o qual conterá os equipamentos próprios e adequados à idade da mulher 
em situação de violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à 
gravidade da violência sofrida; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 
2017) 
II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional 
especializado em violência doméstica e familiar designado pela autoridade 
judiciária ou policial; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, 
devendo a degravação e a mídia integrar o inquérito. (Incluído 
pela Lei nº 13.505, de 2017) 
8.  NOVIDADADES LEGISLATIVAS 
 
 11 
(QPP 2020) Entre as obrigações do delegado de polícia na proteção à 
mulher vítima de violência doméstica, está a de dar-lhe orientação 
jurídica para eventual ajuizamento de divórcio, anulação de 
casamento ou dissolução de união estável.13 
 
a)  Assistência judiciária: No atendimento à mulher em situação de 
violência doméstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre 
outras providências informar à ofendida os direitos a ela conferidos 
nesta Lei e os serviços disponíveis, inclusive os de assistência 
judiciária para o eventual ajuizamento perante o juízo competente 
da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de 
casamento ou de dissolução de união estável. (art. 
11) (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019) 
Obs.: Caberá ao juiz determinar o encaminhamento da ofendida ao 
órgão de assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para o 
ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de 
casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo 
competente (art. 18) (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 
2019) 
Obs.: Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio 
ou de dissolução de união estável no Juizado de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher. (Incluído pela Lei nº 
13.894, de 2019) 
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e 
Familiar contra a Mulher a pretensão relacionada à partilha de 
bens. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) 
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o 
ajuizamento da ação de divórcio ou de dissolução de união estável, a 
 
13 Item errado. 
 
 12 
ação terá preferência no juízo onde estiver. (Incluído pela 
Lei nº 13.894, de 2019) 
 
 
(QPP 2020) Policial rodoviário federal é preso em flagrante por 
violência doméstica contra a mulher, na forma da Lei Maria da Penha. 
Neste caso, a referida lei autoriza que a autoridade policial suspenda 
o porte de arma do suspeito, devendo apreende-la e encaminhá-la ao 
Poder Judiciário.14 
 
b)  Arma de fogo: caberá ao delegado verificar se o agressor possui 
registro de porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese de 
existência, juntar aos autos essa informação, bem como notificar a 
ocorrência à instituição responsável pela concessão do registro ou 
da emissão do porte, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro 
de 2003 (Estatuto do Desarmamento). 
Obs.: caberá ao juiz determinar a apreensão imediata de arma de 
fogo sob a posse do agressor (art. 18, IV) (Incluído pela Lei nº 
13.880, de 2019)Obs.: constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a 
mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao 
agressor, em conjunto ou separadamente, a suspensão da posse ou 
 
14 Item errado. A	
  alteração	
  na	
  lei	
  não	
  permite	
  que	
  o	
  delegado	
  de	
  polícia	
  suspenda	
  o	
  porte	
  
ou	
  posse	
  de	
  arma	
  ou	
  que	
  a	
  apreenda,	
  imediatamente,	
  em	
  razão	
  da	
  prática	
  de	
  violência	
  
doméstica.	
  A	
  arma	
  poderá	
   ser	
  apreendida	
  pelo	
  delegado,	
  de	
   imediato,	
   somente	
   se	
  
tiver	
  sido	
  utilizada	
  na	
  prática	
  do	
  crime,	
  como	
  apontar	
  a	
  arma	
  para	
  ameaçar	
  ou	
  efetuar	
  
disparos	
  de	
  arma	
  de	
  fogo.	
  	
  
 
 
 13 
restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão 
competente (art. 22). 
 
c)   Afastamento do agressor do lar (Art. 12-C) (Incluído pela Lei 
nº 13.827, de 2019) 
 
QPP2020 O afastamento do agressor de violência doméstica ou 
familiar contra a mulher, na forma da Lei Maria da Penha, é medida 
estritamente judicial.15 
Situação Risco  atual  ou  
iminente  à  vida  ou  à  
integridade  física  da  
mulher  em  situação  
de  violência  
doméstica  e  familiar,  
ou  de  seus  
dependentes, 
 
Autoridades 
Juiz Delegado Policial 
 
Em regra Quando o 
Município não for 
sede de comarca 
 
quando o 
Município não 
for sede de 
comarca e não 
houver 
delegado 
disponível 
 
 
 
9.  DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA 
 
 
15 Errado. 
 
 14 
a.  A autoridade policial deve remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) 
horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a 
concessão de medidas protetivas de urgência; 
 
b.  Caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas conhecer do 
expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência; 
 
c.  Requerimento: as medidas protetivas de urgência poderão ser 
concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da 
ofendida. 
§ 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, 
independentemente de audiência das partes e de manifestação do 
Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado. 
§ 2o As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou 
cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de 
maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem 
ameaçados ou violados. 
§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da 
ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas 
já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus 
familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público. 
As medidas protetivas previstas na Lei n. 11.340/2006, observados os 
requisitos específicos para a concessão de cada uma, podem ser pleiteadas 
de forma autônoma para fins de cessação ou de acautelamento de violência 
doméstica contra a mulher, independentemente da existência, presente 
ou potencial, de processo-crime ou ação principal contra o suposto 
agressor.” (STJ - REsp: 1419421 GO 2013/0355585-8, DJe 07/04/2014). 
 
10.   RENÚNCIA À REPRESENTAÇÃO: nas ações penais públicas 
condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será 
admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência 
 
 15 
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da 
denúncia e ouvido o Ministério Público (Art. 16). 
Não atende ao disposto no art. 16 da Lei Maria da Penha a retratação da 
suposta ofendida ocorrida em cartório de Vara, sem a designação de audiência 
específica necessária para a confirmação do ato. 
STJ. 5ª Turma. HC 138.143-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 03/09/2019 
(Info 656). 
 
11.   VEDAÇÃO DE APLICAÇÃO DE MEDIDA ALTERNATIVA: é vedada a 
aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de 
penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a 
substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa (Art. 17). 
 
A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com 
violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a 
substituição da pena privativa de liberdade por qualquer restritiva de 
direitos? Ou apenas de penas de cesta básica ou outras de prestação 
pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o 
pagamento isolado de multa? 
Súmula 588-STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a 
mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico 
impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos. 
 
O STF segue esse entendimento? 
Em relação aos crimes, sim. Em relações às contravenções, há divergência: 
•   A 2ª Turma do STF tem entendimento diverso, sob o argumento que o 
art. 44 do CP utiliza somente a palavra "crimes" (não contravenção) 
(STF. 2ª Turma. HC 131160, julgado em 18/10/2016). 
 
 16 
•   Existe precedente da 1a Turma do STF no mesmo sentido da S. 588-
STJ (STJ, HC 137888/MS, julgado em 31/10/2017). 
 
 
 
 
12.   DA NÃO APLICAÇÃO DA LEI 9.099/95 
§   Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra 
a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, 
de 26 de setembro de 1995. 
 
§   Súmula 542 - STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão 
corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública 
incondicionada. 
 
§   Veneno da lagartixa africana: 
 
 
- LESÕES CORPORAIS: Pública INCONDICIONADA (QUALQUER LESÃO) 
 
- ESTUPRO: Art.  225.    Nos  crimes  definidos  nos  Capítulos  I  e  II  deste  Título,  
procede-­se  mediante  ação  penal  pública  incondicionada.    (Redação  dada  pela  
Lei  nº  13.718,  de  2018). 
- - AMEAÇA: CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO 
 
- INJÚRIA, CALÚNIA E DIFAMAÇÃO: ação penal PRIVADA.` 
 
§   Súmula 536 - STJ: Nos delitos que envolvem a Lei Maria da Penha não é 
possível aplicar suspensão condicional do processo e transação penal. 
 
 
 17 
§   Cuidado: Em  se  tratando  de  crimes  praticados  com  violência  doméstica  e  familiar  
contra  a  mulher,   é  possível  a  concessão  da  suspensão  condicional  da  pena  
(art.  77,  CP) 
§   Art.   16.     Nas   ações   penais   públicas   condicionadas   à   representação   da  
ofendida  de  que  trata  esta  Lei,  só  será  admitida  a  renúncia  à  representação  
perante  o  juiz,  em  audiência  especialmente  designada  com  tal  finalidade,  
antes  do  recebimento  da  denúncia  e  ouvido  o  Ministério  Público 
 
13.   DA NÃO APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
§   Súmula 589-STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou 
contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações 
domésticas. 
 
(Juiz/MS/2020) No tocante ao crime de lesão corporal praticado no 
ambiente doméstico, correto afirmar que não é vedada por 
entendimento sumulado a aplicação, em tese e para algumas 
situações, do chamado princípio da insignificância.16 
 
 
 
14.   DA PRISÃO PREVENTIVA: 
Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a 
prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento 
do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial (art. 
20). 
•   O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, 
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, 
se sobrevierem razões que a justifiquem. 
 
16 Item errado. 
 
 18 
•   A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao 
agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem 
prejuízo da intimação do advogado constituídoou do defensor público. 
•   A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor. 
A prática de contravenção penal, no âmbito de violência doméstica, não é 
motivo idôneo para justificar a prisão preventiva do réu. 
STJ. 6ª Turma. HC 437.535-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. Acd. 
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/06/2018 (Info 632). 
 
 
15.   DO CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE 
URGÊNCIA DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE 
URGÊNCIA 
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de 
urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela 
Lei nº 13.641, de 2018) 
§ 1o A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do 
juiz que deferiu as medidas. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) 
§ 2o Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial 
poderá conceder fiança. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) 
§ 3o O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções 
cabíveis. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) 
 
Importante: antes da alteração da lei e da criminalização do descumprimento 
de medidas protetivas, o STJ entendia que o descumprimento de medida 
protetiva de urgência prevista na Lei Maria da Penha (art. 22 da Lei 
11.340/2006) não configurarava crime de desobediência (art. 330 do CP) 
 
 19 
(STJ. 5ª Turma. REsp 1.374.653-MG, Rel. julgado em 11/3/2014, Info 538) 
e (STJ. 6ª Turma, RHC 41.970-MG, Rel. julgado em 7/8/2014, Info 544). 
 
 
 20 
QUESTÕES POTENCIAIS DE PROVA 
1.   Julgue   os   itens   seguintes,   conforme   o   entendimento   dominante   dos  
tribunais  superiores  acerca  da  Lei  Maria  da  Penha,  dos  princípios  do  
processo  penal,  do  inquérito,  da  ação  penal,  das  nulidades  e  da  prisão.  
O  STF  declarou  a  constitucionalidade  da  Lei  Maria  da  Penha  quanto  à  
não   aplicação   dos   institutos   despenalizadores   previstos   na   Lei   n.º  
9.099/1995  para  os  crimes  praticados  com  violência  doméstica  e  familiar  
contra  a  mulher.  
Certo.  O  STF  entende  que  não  é  possível  aplicar  a  estes  crimes  os  institutos  
despenalizadores  da  lei  9.099/95  (suspensão  do  processo,  transação  penal,  
etc).  
2.   No  que  se  refere  às  condutas  tipificadas  como  crimes  em  leis  penais  
extravagantes,  julgue  os  itens  seguintes.    
Independentemente  da  pena  prevista,  aos  crimes  praticados  contra  a  
mulher   em   situação   de   violência   doméstica   não   se   aplica   as  
disposições  da  Lei  dos  Juizados  Especiais  Criminais.  
Certa.  O  art.  41  da  Lei  n°  11.340/06  veda  expressamente  a  possibilidade  de  
aplicação   da   Lei   dos   Juizados   Especiais   Criminais   (Lei   n°   9.099/95)   aos  
crimes  praticados  com  violência  doméstica  e  familiar  contra  a  mulher.  Apesar  
de  o  dispositivo  referir-­se  apenas  aos  crimes,  a  vedação  diz  respeito  a  toda  
e  qualquer  infração  penal  praticada  com  violência  doméstica  e  familiar  contra  
a  mulher,   inclusive   contravenções   penais.   Na   visão   do   Supremo   Tribunal  
Federal,   o   art.   41   da   Lei   n°   11.340/06   alcança   toda   e   qualquer   prática  
delituosa   contra   a   mulher,   até   mesmo   quando   consubstancia  
contravenção  penal,  como  é  a  relativa  a  vias  de  fato.  
3.   No  que  se  refere  aos  crimes  hediondos  (Lei  n.  o  8.072/1990)  e  à  violência  
doméstica  e  familiar  sobre  a  mulher  (Lei  n.  o  11.340/2006  –  Lei  Maria  da  
Penha),  julgue  os  itens  seguintes.    
Se  duas  mulheres  mantiverem  uma  relação  homoafetiva  há  mais  de  dois  
anos,  e  uma  delas  praticar  violência  moral  e  psicológica  contra  a  outra,  
tal  conduta  estará  sujeita  à  incidência  da  Lei  Maria  da  Penha,  ainda  que  
elas  residam  em  lares  diferentes.  
 
 21 
Certo.  A  Lei  nº  11.340/06  foi  feita  justamente  para  defender  a  mulher.  Assim,  
ainda  que  duas  mulheres  mantenham  uma  relação  homoafetiva,  aplica-­se  a  
devida   lei,   quando   ocorrer   a   uma   delas   atos   de   violência   física,   moral,  
psicológica,   sexual   ou   patrimonial.   Perceba   que   não   é   necessário   que   o  
sujeito   ativo   seja   do   sexo  masculino,  mas  é   necessário   que  a   vítima   seja  
mulher.    
4.   Acerca  da  Lei  Maria  da  Penha,  é  correto  afirmar  que:  No  atendimento  à  
vítima  de   violência   doméstica   e   familiar,   a   autoridade   policial   deverá  
encaminhar   a   ofendida   ao   hospital   ou   posto   de   saúde   e   ao   Instituto  
Médico  Legal.  
Certo.  Nos  termos  do  art.  11,  II  da  Lei  11.340/06.  Art.  11.    No  atendimento  à  
mulher  em  situação  de  violência  doméstica  e   familiar,  a  autoridade  policial  
deverá,  entre  outras  providências:  II  -­  encaminhar  a  ofendida  ao  hospital  ou  
posto  de  saúde  e  ao  Instituto  Médico  Legal.  
5.   Convencido  de  que  havia  sido   traído,  Pedro  empurrou  violentamente  
sua   esposa   contra   a   parede.  Submetida   a   exame  de   corpo  de  delito,  
constatou-­se  a  presença  de  lesões  corporais  de  natureza  leve  praticada  
em   contexto   de   violência   doméstica.   -­   Considerando   esse   caso  
hipotético,   é   correto   afirmar   que;;   é   possível   a   composição   civil   dos  
danos,  com  estipulação  de  danos  morais  em  favor  da  vítima,  para  se  
evitar  a  persecução  penal.  
Errada.  Em  se  tratando  de  violência  doméstica  contra  a  mulher,  o  crime  de  
lesões   corporais   será   de   ação   penal   pública   incondicionada,   conforme  
entendimento  solidificado  pelo  STF  no  julgamento  da  ADIn  4427.  Não  será  
possível,   ainda,   a   composição   civil   dos   danos   como   forma   de   evitar   a  
persecução  penal,  pois  este  é  um  dos  institutos  despenalizadores  previstos  
na  Lei  dos  Juizados  Especiais  Criminais.  Em  se  tratando  de  crime  praticado  
no   contexto   de   violência   doméstica   contra   a   mulher   são   inaplicáveis   os  
institutos  despenalizadores  da  Lei  9.099/95,  embora  seja  possível  adotar  o  
RITO  sumaríssimo  previsto  na  Lei.  
  
 
 22 
6.   Segundo  a  Lei  n.  º  11.340/2006  (Lei  Maria  da  Penha),  é  correto  afirmar  
que:   As  medidas   protetivas   de   urgência   poderão   ser   concedidas   de  
imediato  pelo  Juiz,  desde  que  haja  prévia  manifestação  do  Ministério  
Público.  
Errada.   Não   precisa   de   manifestação   do   Ministério   Público.   O   Juiz   pode  
proferir  de  ofício,  conforme  artigo  19  da  Lei  Maria  da  Penha.  
7.   Em  se  tratando  de  crimes  de  violência  doméstica  e  familiar  contra  a  mulher,  
se  a  condenação  for  privativa  de  liberdade  por  até  um  ano,  poderá  o  juiz  
substituí-­la   por   pena   de   prestação   pecuniária   ou   pagamento   isolado   de  
multa.  
Errada.   Lei   11340/2006,   Art.   17.     É   vedada   a   aplicação,   nos   casos   de  
violência  doméstica  e  familiar  contra  a  mulher,  de  penas  de  cesta  básica  ou  
outras   de   prestação   pecuniária,   bem   como   a   substituição   de   pena   que  
implique  o  pagamento  isolado  de  multa.  
8.   Maríndia  foi  vítima  da  contravenção  penal  de  vias  de  fato,  praticada  pelo  
namorado   Lacaio.  Nessa  hipótese,   é   possível   aplicar   penas   restritivas   de  
direito  ao  caso,  porque  o  artigo  44,  inciso  I,  do  Código  Penal,  ao  tratar  das  
penas  restritivas  de  direito,  disse  não  serem  cabíveis  tais  penas  aos  crimes  
praticados  com  violência  ou  grave  ameaça  à  pessoa.  Portanto,  a  proibição  
não  deve  ser  estendida  às  contravenções  penais,sob  pena  de  analogia  in  
malam  partem.  
Errada.  Súmula  588-­STJ:  A  prática  de  crime  ou  contravenção  penal  contra  a  
mulher  com  violência  ou  grave  ameaça  no  ambiente  doméstico  impossibilita  
a  substituição  da  pena  privativa  de  liberdade  por  restritiva  de  direitos.  
9.   É   direito   da   mulher   em   situação   de   violência   doméstica   e   familiar   o  
atendimento  policial   e  pericial   especializado,   ininterrupto  e  prestado  por  
servidores   –   preferencialmente   do   sexo   feminino   –   previamente  
capacitados.  
Correta.  É  direito  da  mulher  em  situação  de  violência  doméstica  e  familiar  o  
atendimento   policial   e   pericial   especializado,   ininterrupto   e   prestado   por  
servidores  –  preferencialmente  do  sexo  feminino  –  previamente  capacitados.  
10.  O  crime  de  descumprir  decisão  judicial  que  decreta  medidas  protetivas  de  
urgência  fica  afastado  se  o  juiz  que  deferiu  as  medidas  for  de  Vara  Cível.  
 
 23 
Errada. A configuração do crime independe da competência civil ou 
criminal do juiz que deferiu as medidas (art. 24-A, § 1o).  
  
  
 
 
 24 
Julgados recentes 
A reconciliação entre a vítima e o agressor, no âmbito da violência doméstica 
e familiar contra a mulher, não é fundamento suficiente para afastar a 
necessidade de fixação do valor mínimo para reparação dos danos causados 
pela infração penal. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.819.504-MS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 10/09/2019 
(Info 657). 
 
A decisão proferida em processo penal que fixa alimentos provisórios ou 
provisionais em favor da companheira e da filha, em razão da prática de 
violência doméstica, constitui título hábil para imediata cobrança e, em caso 
de inadimplemento, passível de decretação de prisão civil. 
STJ. 3ª Turma. RHC 100.446-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 
27/11/2018 (Info 640). 
 
Apesar de haver decisões em sentido contrário, prevalece o entendimento de 
que a hipossuficiência e a vulnerabilidade, necessárias à caracterização da 
violência doméstica e familiar contra a mulher, são presumidas pela Lei nº 
11.340/2006. 
A mulher possui na Lei Maria da Penha uma proteção decorrente de direito 
convencional de proteção ao gênero (tratados internacionais), que o Brasil 
incorporou em seu ordenamento, proteção essa que não depende da 
demonstração de concreta fragilidade, física, emocional ou financeira. Ex: 
agressão feita por um homem contra a sua namorada, uma Procuradora da 
AGU, que possuía autonomia financeira e ganhava mais que ele. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 620.058/DF, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 
14/03/2017. 
STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no REsp 1720536/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, 
julgado em 04/09/2018. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 92.825, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca; Julg. 
21/08/2018. 
 
 
 
A prática de contravenção penal, no âmbito de violência doméstica, não é 
motivo idôneo para justificar a prisão preventiva do réu. 
STJ. 6ª Turma. HC 437.535-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. Acd. 
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/06/2018 (Info 632). 
 
 25 
 
Em caso de ameaça proferida contra a mulher por meio de redes sociais (ex: 
Facebook) ou por aplicativos como o WhatsApp, o juízo competente para 
deferir as medidas protetivas é aquele onde a vítima tomou conhecimento das 
intimidações, por ser este o local de consumação do crime previsto pelo art. 
147 do Código Penal. 
O art. 147 do CP é crime formal, de modo que se consuma no momento em 
que a vítima toma conhecimento da ameaça. 
Segundo o art. 70, primeira parte, do CPP, "a competência será, de regra, 
determinada pelo lugar em que se consumar a infração". 
Ex: o ex-marido, residente em Curitiba, ameaçou a vítima por meio de 
mensagens no Facebook e no Whatsapp. Quando a vítima recebeu as 
mensagens já estava morando em Naviraí (MS). Diante disso, a competência 
para julgar as medidas protetivas em favor da mulher é o juízo da comarca de 
Naviraí (MS). 
STJ. 3ª Seção. CC 156.284/PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 28/02/2018. 
 
A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou 
grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena 
privativa de liberdade por restritiva de direitos. 
(Súmula 588, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 13/09/2017, DJe 18/09/2017) 
 
É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções 
penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas (Súmula 
589, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 13/09/2017, DJe 18/09/2017). 
 
A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência 
doméstica contra a mulher é pública incondicionada (Súmula 542, TERCEIRA 
SEÇÃO, julgado em 26/08/2015, DJe 31/08/2015). 
 
 
 
A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na 
hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha (Súmula 536, 
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2015, DJe 15/06/2015). 
 
 
 
 
 26 
Compete à Justiça Federal apreciar o pedido de medida protetiva de urgência 
decorrente de crime de ameaça contra a mulher cometido, por meio de rede 
social de grande alcance, quando iniciado no estrangeiro e o seu resultado 
ocorrer no Brasil. À luz do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal 
Federal, embora as convenções internacionais firmadas pelo Brasil não 
tipifiquem ameaças à mulher, a Lei Maria da Penha, que prevê medidas 
protetivas, veio concretizar o dever assumido pelo Estado Brasileiro de 
proteção à mulher. Assim, é evidente a internacionalidade das ameaças que 
tiveram início nos EUA, por meio de rede social de grande alcance, o que 
resulta na competência da Justiça Federal. 
 STJ, CC 150.712-SP, DJe 19/10/2018.

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