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DIREITO CONSTITUCIONAL
Prof. Daniel Sena
AULA 03
3concurseiro.vip
Direito Constitucional
AULA 03
Olá Pessoal!
Vamos continuar nossa jornada, rumo ao Direito Constitucional, começamos na aula passada 
o estudo dos Direitos Fundamentais e estamos trabalhando aí com a chamada Teoria Geral 
do Direitos Fundamentais que é a primeira parte para a gente compreender vários institutos 
jurídicos.
Na aula passada nós falamos da característica de não taxatividade dos Direitos Fundamentais 
que é exatamente quando a gente diz que o rol é exemplificativo, vimos também a característica 
das cláusulas pétreas e hoje vamos começar essa aula falando de um tema que são as chamadas 
Gerações ou Dimensões dos Direitos Fundamentais.
As Dimensões dos Direitos Fundamentais são uma análise histórica de como os Direitos 
Fundamentais foram sendo conquistados pela humanidade. A doutrina foi mapeando e 
percebeu que os direitos eram conquistados em momentos, então você tem lacunas temporais 
ao longo da história da humanidade onde alguns direitos foram mais desbravados. E a 
classificação tradicional mapeou em três gerações, mas a doutrina mais moderna já avançou, 
nós já temos hoje cinco gerações, que é o que cai em prova hoje.
Vamos falar da Primeira Geração, ou Primeira Dimensão, tanto faz o nome, foram os primeiros 
Direitos Fundamentais conquistados pela humanidade. E onde começa esse movimento é na 
Idade Média, então, reis, soberanos, imperadores, no auge do seu poder e a sociedade começa 
a se organizar e fala assim: “Velho, chega de massacrar a gente, queremos respeito, queremos 
que haja um limite para o poder do Estado”. Tem um filme que retrata exatamente isso, filme 
Coração Valente, é exatamente o marco da conquista da primeira geração.
E qual era o direito que a sociedade mais queria nesse momento? São os chamados Direitos de 
Liberdade, ou seja, a primeira coisa que eles queriam era liberdade e respeito aos direitos.
Os Direitos de Liberdade têm algumas características que geralmente caem nas provas, a 
primeira característica é a liberdade que é um direito individual, significa que cada um tem a 
sua própria liberdade. Então, quando o Estado permite a você exercer a sua própria liberdade 
ele está garantindo esse direito para você. Por exemplo: “O Estado garante para você a 
manifestação de liberdade de pensamento”.
Outra característica é que os Direitos de Liberdade acabam produzindo uma verdadeira barreira 
de proteção do indivíduo em relação ao Estado, então chamamos os direitos de liberdade de 
Direitos de Defesa ou Direito de Resistência. Porque com base nesse direito de liberdade o 
indivíduo fica protegido, o Estado não pode interferir.
E se o Estado não consegue impor para você o que ele quer, porque ele está proibido pelo 
conjunto normativo, dizemos que a postura do Estado passa a ser de abstenção, ele se abstém 
 
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de interferir nas suas relações sociais. Então, o status da postura estatal é negativo, geralmente 
nas questões de prova vão vir com essas características.
1° Dimensões → Liberdade, Individual, Defesa, Negativo.
Outra forma de cair em prova é exemplos de Primeira Geração, direito de Primeira Geração são 
direitos individuais como um todo, são direitos de liberdade, direitos civis, direitos políticos são 
tipicamente direitos de primeira geração. Que são direitos que produz essa negatividade aí na 
ação estatal.
Só que qual é o problema na Primeira Geração? A primeira Geração, ela chega e diz que todo 
mundo é livre para ser o que quiser. Gente, a liberdade é uma coisa magnífica, porque a 
liberdade favorece que os melhores se destaquem sobre aqueles que não são tão bons, então 
é natural que em um ambiente de liberdade o forte prevaleça sobre o mais fraco, o mais rico 
sobre o mais pobre, então, você vai tendo um ambiente de liberdade e começa a gerar uma 
relação de desigualdade social, assim toda a relação de liberdade produz desigualdade social e 
isso é uma coisa um pouco óbvia para quem conhece um pouco da história da humanidade e da 
política. É difícil até falar disso porque às vezes em um momento em que a gente está vivendo 
agora, as pessoas não tem muito essa percepção, mas tem vários candidatos a Presidente 
da República que estão trabalhando em cima de um discurso liberalista e que é muito bom 
para economia do Brasil, só que ela vai produzir o que? Desigualdade social, porque você tem 
liberdade.
E o que surge então? Uma necessidade de trazer algumas formas de reduzir essa desigualdade e 
aí é que surge a Segunda Geração que é caracterizada pelo remédio para reduzir a desigualdade 
que é a Igualdade. A Segunda Geração entra em cena trazendo aí uma necessidade, quando a 
sociedade começa a necessitar de um tratamento mais igualitário para equilibrar essas relações 
sociais.
Esse direito de Segunda Geração tem um fim social, então geralmente os direitos de igualdade 
são direcionados para grupos sociais, você encontra um grupo social lá e direciona uma política 
para ele. E aqui a postura do Estado tem que mudar, o Estado agora tem que intervir nas 
relações sociais por um simples motivo, as pessoas livres por si só não se preocupam com o 
próximo. Se eu sou livre eu estou preocupado com a minha vida.
Eu sempre brinco na sala, pergunto: “Tem alguém que gosta de fazer caridade?”, tem sempre 
alguém que diz que sim. Então eu digo: “Tem um mendigo ali na rua, leva ele para casa.” E o 
aluno diz: “Não, esse tipo de caridade também não”. Óbvio, então existe um limite de ajuda 
com o próximo, mas eu preciso ajudar o próximo, eu preciso estabelecer uma relação de 
igualdade social e quem entra em cena é o Estado, que deixa de ter uma postura negativa e 
na Segunda Geração ele passa a interferir nas relações sociais e quando ele entra em cena ele 
mete o dinheiro no bolso para investir. Porque para reduzir a desigualdade ele tem que investir 
dinheiro, e aí nos dizemos que a Segunda Geração se concretiza através de Prestações Positivas. 
Positivas porque a postura do Estado passa a ser de intervenção, o Estado passa a intervir nas 
Relações Sociais e por meio de prestações o Estado investe.
Aqui você vê que trazendo para uma visão atual, se vê claramente a diferença da Primeira para 
a Segunda nos governantes que o Brasil já teve. Então, você tem uma relação, um governante 
mais liberal você vai ver que a ação dele estará toda na Primeira Dimensão. Então, por exemplo, 
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quando você vê uma política dizendo que vai privatizar, essa ideia de privatização é de 
liberdade, o governante quer que o mercado se reja, a ideia é mexer com o básico, com aquilo 
que importa, como educação, saúde e segurança.
Na era Partido dos Trabalhadores (PT), nesses quase 16 anos o Brasil viveu na Segunda Geração, 
por isso que o Estado quebrou, não é porque o governante é ruim não, é porque a política era 
diferente. Olha só, prestação positiva, o Estado tem que intervir para reduzir a desigualdade 
social, e durante esses 16 anos deu todo o tipo de bolsa, tirando o dinheiro do bolso. Então, 
não tem uma questão de ser bom ou ruim, não é essa a questão, cada um produz um efeito e 
uma consequência.
Três áreas que o Estado atua para reduzir desigualdade social que são: área cultural, área 
econômica e área social. Exemplo de intervenção do Estado na área social são as bolsas, já na 
área econômica podemos citar “Minha Casa Minha Vida”, na área cultura podemos citar shows 
gratuitos que o Estado vai arcar para garantir a cultura.
2° Dimensões → Igualdade, Social, Prestações, Positivas.
Chegamos na Terceira Geração que é caracterizada pelos Direitos de Fraternidade. Gente os 
Direitos de Fraternidade eles ultrapassam a esfera do indivíduo, eles ultrapassam a esfera de um 
grupo social. São direitos tipicamente coletivos, são direitos da coletividade humana, direitos 
que pertencem não ao indivíduo nem ao grupo, é mais do que isso, ultrapassa isso, então, são 
direitos que vão mexer comtoda a coletividade humana. Geralmente você vai encontrar como 
característica direitos difusos, direitos coletivos, direitos transindividuais, como por exemplo 
o Direito à Preservação ao Meio Ambiente ou Direito ao Meio Ambiente Sustentável, pode 
aparecer na sua prova. Aqui também entra o Direito do Consumidor.
3° Dimensões → Fraternidade, coletivos.
Depois nós temos a Quarta e Quinta Geração. A Quarta é pouquíssimo cobrado em prova, 
porque é uma zona jurídica, cada doutrinador escreve uma coisa, cada doutrinador entende 
uma coisa, então ela é pouco cobrada em prova. 
Quarta Geração para tentar resumir tudo o que a doutrina escreve é a geração que eu costumo 
chamar de Globalização dos Direitos Fundamentais, são direitos que ultrapassaram as esferas 
dos países e ultrapassaram esses limites territoriais, são direitos que são mais amplos do 
que os da terceira geração, porque eles são direitos que estão em avanço e crescimento no 
mundo, então, geralmente são direitos mais novos, como por exemplo, direito à preservação 
do patrimônio genético, é algo novo, não tem muita lei sobre isso ainda no mundo. Mas, isso é 
uma coisa que é urgente, por exemplo, daqui uns dias vai aparecer um clone, e na hora que isso 
acontecer vamos ter um grande problema social.
Outro direito que entra na Quarta Geração é o direito informático, a informática é um universo 
que avança rapidamente e sem nenhum controle do Estado, tanto que existe uma área dentro 
da internet que chama deep web, é uma área escura que nenhum governo tem poder para 
interferir lá e as pessoas vão lá e assistem, falta regulação. Então, geralmente direito de Quarta 
Geração são os direitos mais modernos.
 
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4° Dimensões → Globalização
A quinta Geração tem mais chances de cair em prova, ela se traduz em um direito apenas, que é 
o Direito a Paz. Percebeu-se que não adianta se ter todos os direitos fundamentais se você não 
tem direito a paz. Essa geração surge com a queda das “Torres Gêmeas” no 11 de setembro, 
e os Estados Unidos sempre foram símbolos de liberdade, de igualdade e de repente a partir 
disso você tem desmantelado todo esse sistema que era perfeitinho porque você não tem paz. 
E é o que mais se almeja hoje no mundo, Direito a Paz, então, guerras, qualquer movimento 
extremista que nós temos no mundo, terrorismo, tudo isso mostram as necessidades do ser 
humano hoje por paz, é o que a gente mais quer.
Cuidado aqui, porque direito a paz era da Terceira Geração e aí ele andou e foi para a Quinta e 
criou uma geração só para ele.
5° Dimensões → Paz
Uma última geração sobre as Gerações é que as Gerações não se sucederam no tempo, elas se 
complementaram, então a relação de uma Geração com a outra é de complementação, hoje 
nos usufruímos de todos os direitos, de todas as Gerações.
Vamos falar agora de quem são os destinatários dos Direitos Fundamentais ou titulares. 
Queridos, titulares ou destinatários são exatamente aqueles que podem usufruir dos Direitos 
Fundamentais dentro da CF. Isso aparece expressamente no caput do Art. 5º.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade”
Aqui ele define quem são os titulares, brasileiros e estrangeiros residentes no país. Residente 
para o STF significa estar, então para o estrangeiro ser titular de Direito Fundamental no Brasil 
basta ele estar no Brasil, ainda que em trânsito, ainda que ele esteja temporariamente aqui no 
Brasil. E mesmo assim, cuidado, porque não é qualquer estrangeiro, porque estrangeiro ele 
tem que estar no Brasil para ser titular de Direito Fundamental.
O estrangeiro que está no Brasil têm Direitos Fundamentais, mas não tem todos, ele só 
tem aqueles compatíveis com a sua natureza, então, por exemplo, estrangeiro não tem a 
nacionalidade, não tem direito político que são Direitos Fundamentais. Cuidado com essa 
pegadinha aí.
Avançando com essa análise, uma outra pergunta que sempre aparece em prova é o seguinte: 
“Para ser titular de Direito Fundamentais no Brasil é necessário você ser um ser humano?” Para 
ser titular de Direitos Fundamentais no Brasil você não precisa ser um ser humano, entende-se 
que não precisa ser um ser humano por conta das pessoas jurídicas, então, pessoas jurídicas 
também são titulares de Direitos Fundamentais no Brasil, mas só compatíveis com a sua 
natureza.
E se a pessoa jurídica for uma pessoa jurídica de direito público? Também tem direito 
fundamental? É claro que sim, é só você pensar no contraditório e ampla defesa. 
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Se alguém entrar com uma ação contra o INSS, o INSS tem direito ao contraditório e ampla 
defesa? Sim, direito fundamental.
Então, olha como é que amplia o rol de titulares que estão no caput do Art. 5º. São titulares 
então os brasileiros e estrangeiros, pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito público ou de 
direito privado que estejam no território nacional.
Vamos falar agora sobre aplicabilidade das Normas Constitucionais ou Eficácia. E porque a gente 
vai falar de Eficácia dos Direitos Fundamentais? Por causa do § 1º do Art. 5º, ele diz que as 
normas definidoras de Direitos e Garantias Fundamentais têm aplicação imediata. Quando ele 
diz aqui que as normas de Direitos Fundamentais têm aplicação imediata, ele está se referindo 
aqui a aplicabilidade das normas constitucionais e isso que a gente vai analisar agora que é a 
teoria aplicada no Brasil.
Gente, o que é eficácia de uma norma constitucional ou o que é eficácia dos direitos 
fundamentais? É a capacidade que a norma tem de produzir efeitos, pense sempre nisso. 
Quando a gente fala em eficácia ou aplicabilidade que é a mesma coisa é a capacidade que uma 
norma tem de produzir efeitos.
Existe um grande estudioso do Direito Constitucional que foi o cara cujo a teoria é a mais 
adotada hoje no Brasil e nas provas. Então, toda a prova de constitucional, qualquer banca, 
qualquer tipo de prova, a principal teoria adotada é a do professor José Afonso da Silva.
E uma coisa que talvez vocês não saibam é como o professor José Afonso da Silva desenvolveu 
essa teoria, ele teve na verdade uma revelação de um anjo. E quando ele estava dormindo 
o anjo lhe falou em sonho o que era eficácia: “Eficácia é a capacidade que uma norma tem 
de produzir efeitos”. Então, eu leio uma norma na CF e me pergunto qual o efeito que essa 
norma produz. O estudo da eficácia vai trabalhar em cima disso aqui. E aí o anjo disse para José: 
“José, a eficácia pode ser de duas espécies, nós temos a chamada eficácia jurídica e nós temos 
a chamada eficácia social”.
Eficácia Jurídica é a capacidade que a norma tem de produzir efeitos no mundo jurídico. 
Veja, nós estamos estudando a CF. A CF é a norma mais poderoso do direito brasileiro, se ela 
é a norma mais poderosa do direito brasileiro, todas as vezes que a norma constitucional é 
alterada, qual que é o efeito que ela produz? Ela acaba produzindo um efeito normativo de 
hierarquia sobre todas as normas.
Vamos pegar um exemplo de Eficácia Jurídica. O Art. 225 teve o texto alterado recentemente 
dizendo que as práticas desportivas que envolvem animais estão de acordo com a CF. Falar 
de eficácia jurídica significa dizer que essa alteração do texto constitucional acaba impactando 
todo o ordenamento jurídico no Brasil, então nenhuma lei mais no Brasil pode dizer que a 
vaquejada ou rodeio é errado, porque a CF está dizendo que é certo, e a CF manda em tudo. 
Então, a ideia de eficácia jurídica é o efeito que a norma produz no ordenamento jurídico.
Eficácia social é a capacidade que a norma tem de produzir efeitos sociais ou efeitos práticos. 
Falar de efeitos práticos é o efeito na prática, é o efeito social. 
Qual que é o efeito que essa norma produziu na sociedade? O efeito que produziu foi que 
agora as pessoas podem fazer vaquejadase rodeios sem nenhum medo de estarem cometendo 
nenhuma ilegalidade. Porque a CF agora diz que vaquejada e rodeio estão ok.
 
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Então, eficácia jurídica é a capacidade que a norma tem de produzir efeitos no mundo jurídico, 
no ordenamento. E eficácia social é a capacidade que a norma tem de produzir efeitos práticos.
Agora, guardem uma das informações mais preciosas para o seu concurso: Todas as normas 
constitucionais possuem eficácia jurídica, sem exceção. Se a norma está na CF ela produz 
eficácia jurídica, entretanto, nem todas as normas constitucionais possuem eficácia social. 
Então, aquela impressão que você tinha de que uma norma poderia talvez não produzir efeitos 
práticos, não era impressão, isso é fato, é o fato que existe mesmo.
E aí nesse momento José acordou e falou: “Caraca! Que revelação foi essa?” Se sentou no sofá 
e cochilou novamente. Foi quando o anjo apareceu novamente e disse: “José, a eficácia social 
pode ser de três espécies. A eficácia social pode ser plena, contida ou limitada”
Queridos, eficácia social plena é quando a norma produz efeitos plenos, automáticos, ela está 
prevista na CF e ela já produz efeitos automáticos na vida das pessoas. Ou seja, a pessoa lê na 
CF e aquilo já produz efeitos automáticos na vida dela. Não precisa ninguém explicar, ninguém 
regular, ela é auto aplicável, produz um efeito automaticamente.
Uma norma de eficácia social plena ela tem uma aplicabilidade direta, imediata e integral, ou 
seja, do jeito que eu li na CF ela produz efeito e já transforma a minha vida. Um exemplo é Art. 
230, § 2º .
Art. 230. “§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes 
coletivos urbanos.” Norma de eficácia plena, autoaplicável.
Norma de eficácia contida é aquela norma que é autoaplicável, tem uma aplicabilidade direta 
e imediata, porém na própria norma constitucional ela traz uma possibilidade de outra norma 
restringir os seus efeitos. Então, a norma de eficácia contida é autoaplicável, na hora que tu leu 
ela já usufrui dos direitos dela, mas no próprio texto dela já traz o permissivo de que você tem 
esse direito, mas pode vir uma lei e restringir esse direito. Tanto que a doutrina também chama 
a norma de eficácia contida de norma de eficácia restringível ou redutível. Significa que ela 
pode ser restringida, mas não que ela vá ser, ela pode ter os seus efeitos reduzidos. Exemplo:
“Art. 5º XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer;”.
No Art. 5º XIII ele diz que é livre a escolha de qualquer profissão, mas por mais que a escolha 
das profissões seja livre para algumas profissões esta liberdade está condicionada a algum 
requisito previsto em lei. Por isso que a norma de eficácia é contida, ela pode ter os seus efeitos 
restringidos, se não tem lei, ela produz os seus efeitos plenos, se tem lei eu tenho que seguir a 
lei.
Qual que é a única diferença da norma de eficácia contida para a plena? É na integralidade da 
sua aplicação, porque na eficácia contida ela pode ter os efeitos restringidos.
Norma de eficácia limitada é uma norma que não produz efeitos automáticos, ela depende 
de uma lei para produzir efeitos. Dizemos que ela não é autoaplicável, não tem aplicabilidade 
automática, não tem uma aplicabilidade direta, a aplicabilidade é indireta, ela não tem uma 
aplicabilidade imediata, é mediata e reduzida, mitigada, diferida, todos os termos que já 
apareceram em prova. Ou seja, eu dependo de leis para produzir efeitos. Exemplo de eficácia 
limitada:
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“Art. 5º XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática 
da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como 
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-
los, se omitirem;”
Art. 5º XLIII aqui vamos analisar apenas o crime de tortura. Aqui diz que a lei considerará a 
crime a prática de tortura, a CF sozinha não considerou a tortura crime, ela só falou que a lei 
deveria considerar, tanto que enquanto não existia a lei de tortura, não podia punir ninguém 
por tortura. Porque ninguém sabe o que é tortura, não existe uma lei dizendo o que é tortura. 
Por isso que se depende de lei, norma de eficácia limitada.
Nesse momento José acorda mais assustado ainda e fala: “Que revelação incrível”. Só que ele 
está morto, e dorme mais uma vez e na hora em que ele dorme o anjo aparece mais uma vez e 
diz: “José, a eficácia social limitada pode ser de duas espécies.”
A eficácia social limitada pode ser de princípio institutivo ou de princípio programático.
O que é uma norma de eficácia social limitada de princípio institutivo? É uma norma de eficácia 
limitada que institui, que cria um instituto dentro da CF, então você vai perceber ela quando ela 
está direcionando você para a criação de algum instituto. Um exemplo clássico é o art. 88 da CF, 
esse art.está dentro do Poder Executivo e ele está falando dos Ministros, e diz:
“Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração 
pública.” Norma de eficácia limitada, porque a CF não criou os Ministérios e sim disse: “Lei, crie 
os Ministérios.” Se não tiver a lei não existe os Ministérios. Norma de eficácia limitada e porque 
é de princípio institutivo? Porque ele está instituindo, ele está criando, ele está organizando uma 
estrutura. Pode aparecer na sua prova no lugar de institutivo, organizativo ou organizatório.
E a segunda classificação, eficácia limitada de princípio programático, geralmente são normas 
constitucionais que instituem programas, que trazem uma ideia de programação, não é algo 
que eu tenho agora, mas é algo que eu quero ter e geralmente elas tem cunho social, então 
maior parte das normas de eficácia limitada de princípio programáticas estão no art.7º, vamos 
pegar um exemplo:
“Art. 7º XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos 
termos da lei;”
Então, quando a CF fala que quer que o mercado de trabalho da mulher tenha uma proteção 
especial, mediante incentivos específicos. E quais são os incentivos específicos? Não sei, é nos 
termos da lei, depende da lei, norma de eficácia social limitada de princípio programático.
Essas são as famosas normas programáticas, então às vezes na prova vai aparecer: “Fulano de 
tal é norma programática”, você vai olhar para o quê? Você vai olhar para ela e pensar se isso 
existe ou a CF está revelando a sua intenção de que existe. Já tem ou a CF está dizendo que 
quer que tenha? Se você perceber que a CF não está te dando, mas ela quer que tenha algo que 
seja de caráter social, você já vai na hora pensar em norma programática.
Exemplo típico de norma programática é art. 3º:
“Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
 
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II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação.”
Nesse momento José acorda e ele vai no banheiro e joga uma água no rosto e ele morre... ainda 
bem porque acabou a classificação aqui.
E o que tudo isso tem haver com os Direitos Fundamentais, tem a ver que no parágrafo primeiro 
do art. 5º ele disse o quê? As normas definidoras de Direitos e Garantias Fundamentais têm 
aplicação imediata. Quando a CF diz isso, você consegue perceber agora que ela estava se 
referindo a aplicabilidade?
Quando ele diz que as normas definidoras de Direitos e Garantias Fundamentais têm aplicação 
imediata, ele estava se referindo a qual classificação aqui? Plena, contida ou limitada? Plena e 
contida, é como se a CF estivesse dizendo que osDireitos Fundamentais são normas de eficácia 
plena ou contida.
Eu citei exemplo de norma de Direito Fundamental de eficácia limitada, então aqui nós temos 
um problema para a sua prova, é que por mais que a CF tivesse prescrito no parágrafo primeiro 
que as normas definidoras de Direitos e Garantias Fundamentais tenha aplicação imediata e se 
ele jogar na tua prova dizendo assim: “Todas as normas de Direitos Fundamentais têm aplicação 
imediata”, você vai marcar errado. Porque nem todas as normas de Direitos Fundamentais têm 
aplicação imediata. Se ele repetir o texto constitucional “As normas definidoras de Direitos e 
Garantias Fundamentais têm aplicação imediata”, tu marca certo, ele repetiu o texto. Mas, se 
ele meter lá “Todas as normas definidoras de Direitos e Garantias Fundamentais têm aplicação 
imediata”, aí tu marca errado, porque nem toda as normas de Direitos Fundamentais têm 
aplicação imediata, porque várias delas são de eficácia limitada e aplicação reduzida.
Existe uma outra perspectiva dessa questão em prova, ela está relacionada com a eficácia 
jurídica, então gente, olha que questão maravilhosa essa aqui: “Uma norma de eficácia limitada 
que não tenha sido regulamentada por lei, possui algum tipo de eficácia?” Sim, gente, claro 
que sim, toda a norma constitucional tem eficácia jurídica, então, até mesmo uma norma 
de eficácia limitada, não regulamentada no mínimo ela produz eficácia jurídica. Guarde isso, 
porque você tem que ter sempre em mente que toda a norma constitucional tem no mínimo 
eficácia jurídica. Logo, não existe norma constitucional desprovida de eficácia, ela pode até ser 
desprovida de eficácia social, mas no mínimo ela terá eficácia jurídica.
O efeito dela ter apenas eficácia jurídica é que ela vai ter um efeito limitante ou limitador para 
os poderes estatais, significa dizer que ainda que a norma não tenha sido regulamentada, um 
exemplo é direito de greve do servidor público, art.37 diz que o servidor público tem direito 
de greve nos termos da lei, essa norma até hoje não está regulamentada, ela não tem eficácia 
social, porém ele possui eficácia jurídica, e o fato dela possuir eficácia jurídica significa que não 
pode ninguém produzir uma lei dizendo que servidor público não tem greve, porque a CF diz 
que ele tem greve.
Então, ninguém pode produzir uma norma contraria aquilo, ou mesmo o Poder Executivo, 
Legislativo ou Judiciário não podem contrariar um dispositivo constitucional por que ele não 
está regulamentado. Ele pode não usufruir, mas não pode contestar, então isso nós chamamos 
de efeito de controle ou limitante sobre ação dos poderes estatais.
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Último dispositivo que eu quero falar é o Tribunal Penal Internacional (TPI), é um tribunal 
porque ele julga, ele é penal porque ele só julga crimes e ele é internacional porque a sua 
jurisdição está fora das fronteiras brasileiras, nós dizemos que ele é um tribunal supranacional, 
que vai além das fronteiras do estado brasileiro e de qualquer outro estado de que faz parte do 
TPI.
O § 4º do art. 5º, foi inserido em 2004 e ele deixa claro que o Brasil faz parte do tribunal penal 
internacional, por isso que ele diz que o Brasil se submeterá à jurisdição do tribunal penal 
internacional cuja adesão tenha manifestado interesse, o Brasil já manifestou interesse e o 
Brasil faz parte do TPI. Significa dizer que se algum brasileiro cometer algum crime que seja 
julgado pelo TPI ele pode ser julgado pelo TPI. Só que tem algumas coisas que você vai ter que 
lembrar para a prova. Primeiro, o TPI, ele não faz parte do poder judiciário brasileiro, então, por 
exemplo a Dilma quando saiu o impeachment queria recorrer para o TPI e não podia. Porque o 
TPI não é uma instância, ele é um tribunal penal internacional.
Segundo ponto, o TPI tem uma competência específica, ele só julga crimes que afrontam 
diretamente os Direitos Humanos, então, são crimes que tenham a ver com genocídio, que 
tenha a ver com crimes de guerra, agressão armada estrangeira, são crimes contrários aos 
Direitos Humanos.
Terceiro detalhe sobre TPI, o TPI tem uma competência que nós chamamos subsidiária, isso 
significa dizer que o TPI só atua quando a jurisdição local não atuar.
Imaginemos que o Presidente da República, brasileiro, entre e comece a matar todos os índios 
no Brasil, isso nós chamaremos de genocídio. Só que ele é Presidente e muito influente e o 
Poder Judiciário brasileiro passa a mão e diz que não vai punir. Nasce para o TPI o direito de 
requerer esse direito para ele, ou seja, o TPI traz a competência para si, atrai a competência 
para si.
Então se o TPI falar assim: “Eu quero julgar esse Presidente”, o Brasil tem que entregar ele, 
porque o Brasil se submeteu ao Tratado Internacional, o Brasil tem que entregar e o nome do 
Instituto é Entrega.
Entrega é para tribunal, não confundam isso com extradição, depois a gente vai falar sobre isso.
Gente, o TPI não julga país, o TPI julga pessoa, esse é outro detalhe bacana para a prova. O 
Brasil nunca teve ninguém julgado pelo TPI, então nós não sabemos como é que vai ser isso na 
prática, talvez nos próximos anos tenhamos.
O que principalmente cai em prova é o texto do § 4º, então só leiam isso e lembrem dele. 
“§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha 
manifestado adesão.”
Para fechar a teoria dos Direitos Fundamentais, eu não sei se vocês já perceberam o nome do 
título, essa parte da Constituição recebe como título Dos Direitos e Garantias Fundamentais, 
e a pergunta que já caiu em prova é: “Qual a diferença entre Direitos e Garantias?” Então, a 
primeira coisa que tem que saber é que Direito não é a mesma coisa que Garantia. 
Direito é o bem jurídico tutelado, por exemplo, você tem direito a liberdade. Garantia é o 
instrumento de proteção do Direito, então, Direitos e Garantias são diferentes.
Agora, olha que massa essa questão que o Cespe trouxe: “Direitos e Garantias são institutos 
jurídicos diferentes, mas toda a Garantia é um Direito?” Certíssimo, olha que questão top gente, 
 
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Direitos e Garantias são institutos jurídicos diferentes, mas quando a CF te dá uma garantia ela 
está te dando um Direito.
Fechamos a Teoria Geral dos Direitos Fundamentais, agora a gente pode começar a estudar o 
Art. 5º da CF.
Vamos falar agora da primeira espécie dos Direitos Fundamentais que são os Direitos Individuais 
que estão previstos no art. 5º da CF. 
Quando você começa lendo o “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”, consegue perceber 
que ele elencou cinco direitos aqui? Esses cinco direitos eu costumo chamar de direitos raízes. 
Porque eu chamo de direitos raízes? Porque é natural que qualquer dispositivo do art. 5º, 
qualquer inciso que a gente lê no art. 5º, ele seja um desdobramento direto de pelo menos um 
desses dispositivos (vida, liberdade, igualdade, segurança, propriedade), e por isso que a CF 
coloca ele no caput.
Vamos começar a estudar o primeiro grupo de direitos que é o Direito à Vida, primeira coisa que 
me parece importante é estabelecermos que o direito a vida tem um certo grau de importância 
na nossa vida, não é verdade? Até porque sem o direito à vida nós não teríamos sequer os 
demais direitos. Então, podemos afirmar que o direito a vida é um pressuposto para o exercício 
dos demais direitos, por essa razão, pergunta de prova: “O direito a vida é um direito absoluto?” 
Absolutamente não, guardem essa prescrição que é fundamental para quem faz prova, não 
existe direito absoluto no Brasil. Quando eu digo isso eu quero dizer que todo o direito no Brasil 
pode sofrer limitação, isso é uma regra que você tem que guardar ela no seu coração porque 
na prova eles adoram meter absoluto para direito e pormais estranho que pareça não pense, 
execute, não existe direito fundamental absoluto no Brasil.
Em relação ao direito à vida, vou trazer umas provas para vocês sobre essa limitabilidade do 
direito à vida. Primeira prova que o direito a vida não é absoluto é a questão clássica sobre a 
pena de morte no Brasil, a CF proíbe, salvo em caso de guerra declarada, se ela proíbe e traz 
uma exceção, então ela permite. 
Toda exceção é uma possibilidade, lembrem-se sempre disso. E cuidado gente, muita gente 
pensa que a pena de morte é tipo uma coisa que a Constituição fala que a pena de morte em 
caso de guerra declarada, então às vezes o cara pensa assim: “Lógico que no caso de guerra 
tem pena de morte, porque um atira de um lado e outro atira de outro e morreu, pronto, pena 
de morte.” Não é assim não, ela é uma pena aplicável, está regulada no código penal militar e 
alguns crimes militares em tempo de guerra são puníveis com pena de morte. E no Brasil, caso 
haja a pena de morte ela é executada por meio de fuzilamento. Então, se existe pena de morte 
no Brasil o Direito à Vida não é um direito absoluto como eu havia dito.
Segundo dispositivo que é importante para a gente aqui é aborto, pode praticar aborto no 
Brasil? Sim, em regra o aborto é proibido, é criminalizado, salvo em algumas exceções, então, 
a própria legislação penal já traz duas possibilidades de aborto permitido no Brasil, o aborto 
no caso necessário, quando a mulher está correndo risco de morrer na hora do parto, então o 
direito penal permite que você mate o bebê e deixe a mulher viva. E porque o direito penal faz 
isso? Por um motivo simples, porque se a mulher morrer quem vai cuidar da criança, o Estado 
vai se f* e se a criança morrer a mulher faz mais filho, então essa é a lógica do código penal, por 
isso o código penal mata a criança e deixa a mulher viva. 
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Ou o aborto no caso de estupro, se a mulher é vítima de estupro e engravida, o direito penal 
entende que seria um sofrimento duplicado, além da violência que ela sofre não seria razoável 
exigir que a mulher tivesse um filho fruto dessa violência, então, permite também o aborto, no 
caso de estupro. Essas são as duas previsões legais no direito brasileiro. 
Existe uma terceira possibilidade de aborto que é permitido pelo STF, ou seja, não está 
regulamentada em lei, mas o STF entende que é constitucional, o aborto do feto anencéfalo 
(feto sem cérebro), então, no Brasil é possível a prática do aborto do feto sem cérebro, 
exatamente porque ninguém fica vivo sem cérebro.
Eu peço que vocês acompanhem o julgamento do STF. Uma das turmas do STF no ano passado 
autorizou o aborto sem justificativa, então, simplesmente a mãe falou: “Não quero ter o bebê” 
e o STF, uma das turmas, foi lá e autorizou a prática do aborto. Esse tema está em discussão 
no Supremo, o Supremo fez uma audiência pública agora para ouvir vários representantes da 
sociedade e logo isso vai para o Pleno, e eu acredito sinceramente que isso pode ir para o Pleno 
nos próximos dias porque é um tema que está muito fresco, se for para o Pleno na época antes 
do seu edital, então com certeza o STF vai dar um direcionamento bacana para a sua prova, só 
peço que vocês acompanhem.
Veja que quando a CF proíbe o aborto ele está protegendo a vida, tanto na sua forma uterina, 
quanto na sua forma extra uterina.
Terceira justificativa para provar que o direito a vida não é absoluto, existem institutos que 
excluem a licitude como legítima defesa ou estado de necessidade que são institutos jurídicos 
que permitem que você limite o direito à vida de outra pessoa dentro, obviamente, das regras 
legais. Então, legítima defesa, alguém ameaça tirar a sua vida e na hora em que a pessoa 
ameaça a tirar a sua vida nasce para você o direito de você tirar a vida dela antes. Gente, pelo 
amor de Deus, não é tão simples assim, tem que ver a lei e os requisitos, tem toda uma série de 
requisitos previstos na legislação. E estado de necessidade, tente imaginar uma situação onde 
a sua vida está em risco e para salvar a sua vida você tira a vida de outras pessoas que estão 
em sua volta, isso seria estado de necessidade, você vai tirar a vida de outra pessoa sem com 
isso ser punido pelo crime , então, são excludentes de licitudes que limitam o direito à vida 
também. Guardem esses institutos aqui.
Outro instituto que eu gostaria de compartilhar com vocês que é muito legal também sobre o 
direito a vida é a tortura. Principalmente para quem faz concurso na área policial, a tortura é 
sempre uma ótima questão de prova, é que a maior incidência de tortura no Brasil é praticada 
pelos policiais.
Por esse tema ser tão importante para um policial, é um tema importante para a sua prova, 
então, e você tem algumas variáveis atreladas a ele, primeiro que o art. 5º III – “ninguém será 
submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”, você tem que ter cuidado 
com ele em prova porque os caras fazem uma sacanagem do tipo: “É vedada a prática de 
tortura, salvo em caso de guerra declarada”, gente, eu posso matar, eu não posso torturar. 
Legislação brasileira não tem nenhum permissivo, por isso tem que ter muito cuidado com isso. 
No Brasil a prática de tortura é institucionalizada e prevista em lei.
O que pode vir na sua prova? A constituição vai trazer várias proteções para o preso, no que 
tange a integridade física, integridade moral, tudo isso é um desdobramento do direito à vida. E 
com base nessa proteção dos direitos humanos que nós temos no Brasil, o STF reconheceu que 
 
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o sistema penitenciário brasileiro ofende tanto os direitos humanos que o sistema penitenciário 
brasileiro foi classificado como sendo o estado de coisas inconstitucionais, gravem isso.
Estado de coisas inconstitucionais é uma teoria que é adotada quando existe grave violação 
dos direitos humanos de uma forma muito horrenda e é assim que o STF encarou o sistema 
penitenciário brasileiro.
Só para você ter uma ideia, o sistema penitenciário brasileiro ultrapassa 700 mil presos para 
250 mil vagas. É assim que é feito, vai juntando a galera e criando um estado de completa 
ofensa aos direitos humanos e com base nisso o STF declarou o estado de coisa inconstitucional 
e declarou que o preso em cela lotada tem direito a indenização pelos danos morais causados a 
ele, olha que loucura isso. 
Quem está em cela lotada no Brasil? Todos os presos praticamente, só não está em cela lotada 
quem está em regime disciplinar diferenciado ou nas penitenciárias federais que é um por cela. 
O resto está em cela lotada em qualquer local no Brasil, por isso que se vive esse caos. Tudo isso 
pode vir do tema da tortura.
Outro tema atrelado a tortura que também pode aparecer na sua prova diz respeito ao uso de 
algemas, gente, vocês vão ser policiais e vão usar algemas para algemar as pessoas.
Existe uma súmula vinculante do STF e um decreto presidencial que regulamenta o uso de 
algemas no Brasil, o uso de algemas tem que ser no estrito estado de necessidade, você não 
pode usar algemas por qualquer razão. Então, algemas só quando tiver ordem fundamentada 
por escrito, tem que haver uma justificativa relevante, então, o preso tem que estar correndo o 
risco de vida, ou gerando risco para a sociedade ou o preso corre o risco de fugir.
Tortura é um tema que pode vir também na discursiva, lembrando que na Polícia Federal 
veio direitos humanos, então, aqui para a PRF também pode vir uma discursiva falando sobre 
tortura, é um ótimo tema para você trabalhar. Lembrando sempre que a proibição da tortura 
está amparada no princípio da dignidade da pessoa humana.
Direito à igualdade, segunda espécie dos direitos individuais que vamos estudar, ele é super 
importante para a sua prova, porque o direito à igualdade tem um apelo bem forte dentro da 
nossa CF, essa é uma das grandes conquistas da CF de 1988, exatamente o tratamento mais 
igual possível entre as pessoas.
O direitoà igualdade aparecer tanto no caput do art. 5º quando ele fala “Todos são iguais 
perante a lei”, depois ele fala: “garantidos os direitos a igualdade”, depois no inciso I ele repete 
de novo, “homem e mulher são iguais em direitos e obrigações”. Então ele vai trazendo uma 
série de disposições dentro da CF que garantam a igualdade.
Igualdade pode aparecer na sua prova com outro nome que é sinônimo que é isonomia. Ocorre 
que quando você pensa em igualdade você pensa o que? Na sua forma mais crua? Igualdade é 
tratar as pessoas da mesma forma, então, quando você trata as pessoas da mesma forma, você 
está tratando as pessoas com igualdade.
Ocorre que na prática, nós vemos várias situações em que as pessoas não são tratadas da 
mesma forma, então, por exemplo, “homem e mulher são iguais em direitos e obrigações”, mas 
aí você vai em outro lugar da CF e a mulher se aposenta cinco anos antes do homem, cadê a 
igualdade?
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E o que explica isso? É que a igualdade pode ser encarada de duas formas, nos temos a chamada 
igualdade formal, onde todo mundo é tratado da mesma forma. E temos a igualdade material, 
ela surge da necessidade de produzir uma verdadeira justiça, e essa é a segunda forma de se 
encarar a igualdade no Brasil, igualdade material. Essa é a igualdade baseada nas condições 
reais entre as pessoas, o que eles percebem quando desenham a igualdade material é que nem 
sempre as pessoas estão na mesma constituição jurídica e todas as vezes que não estiverem 
nas mesmas condições jurídicas eu não posso tratá-los da mesma forma, porque se eu os 
tratar da mesma forma eu vou ser injusto. Então, vamos pegar o exemplo da mulher no caso da 
licença maternidade. É óbvio que a mulher e o homem no caso da maternidade estão em uma 
situação diferente, a mulher tem um desgaste emocional, físico, psicológico, tudo maior do 
que o homem. Se as pessoas estão em situação jurídica diferente, eu só consigo produzir uma 
igualdade real se eu às tratar de forma diferente, se eu tratar de forma igual eu vou ser injusto, 
é daqui que surge a igualdade material.
Igualdade material é tratar os iguais com igualdade e os desiguais com desigualdade, na medida 
de suas desigualdades.
Toda vez que vocês verificarem uma situação jurídica onde pessoas diferentes são tratadas de 
formas diferentes é igualdade material. Exemplo é a prova física da PRF, a prova do homem e 
da mulher são diferentes, porque em tese a mulher tem um vigor físico menor do que o do 
homem, o homem tem muito mais vigor físico, por isso que a prova do homem é mais exigente.
Toda vez que o tratamento for diferenciado você sempre vai relacionar igualdade material, e é 
por isso que surgiu no Brasil o instituto jurídico chamado de ação afirmativa, que essa é uma 
forma de você concretizar a igualdade material.
O que são as ações afirmativas ou as disposições positivas? São políticas públicas de 
compensação social e são dirigidas às minorias sociais, então, você pega uma minoria que por 
algum motivo tem um prejuízo social e você dirige uma política compensatória para aquela 
pessoa. Então, existem várias políticas de ação afirmativa no Brasil, a mais emblemática 
é a direcionada para os afrodescendentes, logo, os afrodescendentes hoje tem acesso às 
universidades e a concursos públicos através de uma vaga diferenciada, isso é uma política de 
afirmação afirmativa, cotas nas universidades, mas não é só os afrodescendentes que tem ação 
afirmativa no Brasil, o deficiente tem também. 
A pessoa com deficiência têm também acesso diferenciado a um cargo público. A mulher 
também tem, a lei Maria da Penha, é uma política de ação afirmativa dirigida a mulher, tem 
como objetivo proteger, porque percebeu-se que antigamente, hoje já não é mais assim, que a 
mulher era muito mais vítima de violência doméstica do que o homem, isso já está invertendo 
esse quadro, porque as mulheres se empoderaram a tal ponto que elas já estão descendo a 
porrada nos homens, e até agora não tem nenhuma lei para nos proteger.
Outra questão bacana que pode aparecer na sua prova sobre igualdade e essa é uma questão 
maravilhosa, é a igualdade nos concursos públicos. Será que é possível ao acessar um 
concurso público no edital vir estabelecidos critérios diferenciados? Então, se depender dos 
administradores públicos bandidos, eles vão sempre estabelecer critérios que visem direcionar 
aquela vaga para algum tipo de pessoa.
Para evitar esse tipo de zona jurídica que os concursos públicos acabam trazendo o STF 
estabeleceu alguns parâmetros para existência de critérios diferenciados. Pode haver critérios 
desde que preencha dois requisitos: tem que haver previsão legal, não basta ter previsão 
 
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em edital, tem que ter previsão em sentido formal, previsão em lei. Segundo requisito, tem 
que ser necessário ao cargo, ou seja, se esses requisitos que estão sendo exigidos não forem 
necessários ao cargo, ou não tiverem previsão em lei, não podem ser exigidos, não basta estar 
previsto no edital.
pessoal, vamos falar agora sobre Liberdade, que é um dos dispositivos mais importantes do 
Estado Democrático de Direito e que é na liberdade que você vê os principais conflitos. Você 
vê o tempo todo o conflito da liberdade, até que ponto eu posso exercer a minha liberdade, 
até que ponto o outro pode exercer a sua liberdade e hoje o nosso conflito ético e social é tão 
profundo que nós temos intensa dificuldade de exercício de liberdade sem que com isso você 
crie colisão, então, esse tema é um tema que está ótimo para ser trabalhado nas provas por 
conta do momento que o Brasil está vivendo.
A liberdade vem no art. 5º em diversos dispositivos, o primeiro deles que eu quero compartilhar 
com vocês é o inciso II, ele vai falar sobre a liberdade de ação: 
“II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, essa 
é a famosa liberdade de ação e que revela também o chamado princípio da legalidade, quando 
ele diz que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, isso significa que só 
a lei pode restringir o seu comportamento, se a lei não traz restrição de seu comportamento 
você é livre para fazer aquilo que você está afim de fazer, só que esse conceito de liberdade ou 
de legalidade, ele muda de acordo com o destinatário desta mensagem , então, nós temos aqui 
duas possibilidades. Primeira, se eu estiver falando para um particular esse dispositivo do art. 
5º, pode ser aplicado na sua integralidade, ou seja, o particular pode fazer tudo aquilo que ele 
quiser desde que não seja proibido. Então, a única coisa que é capaz de limitar um particular é 
se tiver uma proibição.
O outro destinatário cuja mensagem muda é o agente público, a legalidade do agente público 
está no art. 37, ela diz que o agente público só pode fazer aquilo que a lei manda ou aquilo que 
a lei permite, ou seja, o agente público não tem liberdade para escolher algo fora dos limites 
legais, ele só pode fazer o que a lei manda ou o que a lei permite, por isso que a ação do agente 
público é bem limitada.
Outra coisa que eu peço para que você tenha cuidado é que legalidade é diferente de reserva 
legal, legalidade tem uma perspectiva lato sensu, abarca não só as leis no sentido formal, mas 
todo o instrumento normativo capaz de limitar e direcionar a ele o seu comportamento, já a 
reserva legal ela é limitada a leis específicas. Então, quando a gente fala de princípio da reserva 
legal é quando a gente fala assim: “Isso aqui só pode ser regulado por uma lei regulamentar”, 
pronto, princípio da reserva legal.
O próximo dispositivo está no inciso IX do art. 5º, ele fala sobre a liberdade de manifestação do 
pensamento:
“IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”, ele traz uma vedação, 
uma limitação à liberdade de manifestação do pensamento no próprio texto constitucional. 
Então, você já pode concluir daí que a liberdade de manifestaçãodo pensamento não é um 
direito absoluto, ele é um direito que pode sofrer limitações. Quando ele diz que é vedado 
o anonimato, essa vedação do anonimato é uma garantia da liberdade de manifestação de 
pensamento.
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Ele é uma garantia, porque a liberdade de manifestação de pensamento, se as pessoas 
exercerem ela sem freios, elas vão naturalmente ofender direitos e não serem punidas por isso 
e aí vem o inciso V, onde ele diz: 
“V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano 
material, moral ou à imagem”, então, a ideia de vedar o anonimato é exatamente para você 
saber quem foi que ofendeu e você conseguir responsabilizar essa pessoa.
Qual que é o maior problema que nós temos hoje no Brasil relacionado com o pensamento? 
Os chamados fake news que são informações falsas, mentirosas e nesse momento político que 
estamos vivendo isso se proliferou de uma forma estrondosa. Hoje quem produziu fake news 
e criou dano, indeniza. Então, a liberdade de manifestação ao pensamento não é absoluta, ela 
possui esse freio aí.
Uma questão bacana sobre o anonimato que sempre aparece em prova, está relacionada a 
um instituto da chamada denúncia anônima, ela é permitida no Brasil desde que ela por si só 
não seja base para instauração de procedimento formal de investigação. Então, você não pode 
instaurar um inquérito policial baseado apenas em uma denúncia anônima, ela é permitida, 
mas ela não pode dar causa para instauração do inquérito policial.
Outra questão envolvendo manifestação de pensamento, marcha da maconha, questão que 
já caiu em prova também. É constitucional que as pessoas vão às ruas dizendo que querem 
maconha? Sim, pode, marcha da maconha pode, só não pode fumar maconha, fumar maconha 
é crime, mas você marchar querendo a legalização da maconha você pode pedir sim. Isso deriva 
dessa manifestação do pensamento.
Outra questão que tem origem na liberdade é biografias, para o autor escrever sobre a 
vida de uma pessoa ele precisa de autorização do biografado? Não precisa, também tem 
desdobramento na manifestação de pensamento.
Teve uma decisão recente do Supremo sobre manifestação de pensamento no que tange 
a conflitos religiosos. Um líder religioso de uma determinada religião fez uma postagem no 
“Facebook” falando mal de outra religião. E um membro da outra religião se sentiu ofendido 
daquela postagem e entrou com uma ação pedindo indenização. O STF disse que não tinha 
direito a indenização, porque é natural do discurso religioso o desmerecimento das outras 
religiões, obviamente desde que não haja ofensa que possa realmente infringir algum tipo de 
dano.
Próxima liberdade, vamos falar de crença e consciência, incisos VI, VII, e VIII do art. 5º, são 
dispositivos muito importantes que geralmente aparecem em prova:
“VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos 
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;”
Então, no Brasil é permitido a liberdade de crença e consciência, significa dizer que o Brasil 
por ter essa liberdade ele não possui uma religião imposta a todos, e isso gera para ele uma 
característica, ele é considerado um Estado Laico. Dizer que o Brasil é um estado laico, leigo, 
não confessional, significa dizer que o Brasil não tem uma religião oficial, significa dizer que o 
estado religioso está separado do estado político. 
A lei protege além da crença a liturgia, então toda a prática que envolve determinada religião é 
uma prática religiosa que está protegida pela Constituição.
 
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Todas as crenças devem conviver de forma harmoniosa com as demais e as suas práticas não 
podem ofender outros direitos fundamentais.
“VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis 
e militares de internação coletiva;” Gente, aqui ele não está dizendo que o Estado vai prestar 
assistência religiosa, o Estado vai assegurar, vai permitir.
“VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica 
ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a 
cumprir prestação alternativa, fixada em lei;” Esse inciso é o mais cobrado desses três, aqui nós 
temos o chamado escusa de coincidência ou imperativo de consciência , é quando você utiliza 
a sua consciência como justificativa para não fazer algo, instituto jurídico muito importante. 
Funciona assim, existe uma obrigação e eu não quero fazer por causa da minha consciência, 
então a Constituição traz como regra que “ninguém será privado de direitos por causa daquilo 
que pensa”, essa é a regra. Então, você pode pensar e acreditar naquilo que você quiser que 
isso não pode gerar para você uma restrição de direitos. Salvo em uma hipótese, a CF traz uma 
exceção que existe um caso que os seus direitos podem ser restringidos por causa daquilo que 
você pensa.
A exceção é quando se trata de uma obrigação imposta a todos, quando se tratar de uma 
obrigação imposta a todos e você se recusar de cumprir por causa da sua consciência, se tiver 
uma lei regulando você poderá ser obrigado a fazer uma prestação alternativa. 
Gente, você só pode ser obrigado a fazer se tiver uma lei regulando, se não tem lei regulando, 
você não é obrigado a fazer uma prestação alternativa, logo, se não tem uma lei regulando e 
dizendo qual é a prestação alternativa e eu não cumpro, eu não tenho o direito restringido. A 
classificação constitucional da eficácia desse dispositivo é norma de eficácia contida, diga-se de 
passagem, o anterior ao inciso VII é norma de eficácia limitada.
Porque esse dispositivo é contido? Porque se não tiver lei regulando, o exercício é pleno, 
ninguém pode me privar de direitos por causa daquilo que penso, é pleno, autoaplicável. 
Se você não cumpre obrigações impostas a todos e não cumpre prestação alternativa ocorre 
restrição dos direitos políticos.
Vamos apenas fazer a leitura:
“IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença;” Aqui é liberdade de expressão.
“X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado 
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;” Violou a 
imagem de outra pessoa, com certeza você vai ter aí a possibilidade de gerar dano.
“XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento 
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante 
o dia, por determinação judicial;”
“XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma 
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;”
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“XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer;”
“XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando 
necessário ao exercício profissional;”
“XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, 
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;” 
Liberdade de locomoção, não é um direito absoluto como os demais direitos, tanto que 
a própria CF já traz o limitador, ele fala que é livre a locomoção em território nacional e em 
tempo de paz. Quando a CF fala que é em tempo de paz ela está permitindo que possa haver 
uma situação de liberdade de locomoção, por exemplo em tempo de guerra, estado de defesa, 
estado de sítio, podem ocorrer aí na limitação de liberdade de locomoção.
Então, gente a liberdadede locomoção não é absoluta e ela pode sofrer restrições, restrições 
legais. 
Existem várias formas de você prender legalmente, prisão em flagrante delito, a prisão 
determinada por uma ordem judicial, prisão civil, a prisão de estado de defesa ou estado de 
sítio, a prisão militar também é uma prisão legal. Então, você tem restrições de liberdade de 
locomoção que são legais, caso a prisão ou a liberdade de locomoção não seja legal, aí você 
tem um remédio constitucional, que é uma garantia para proteger a sua própria locomoção 
que é o habeas corpus. Lembrem que ele fala também aqui que a liberdade de locomoção 
permite você entrar e sair do país com os seus bens.
Entrar e sair com seus bens não significa imunidade tributária, então se você quiser entrar no 
país com novos bens você vai ter que pagar por isso aí.
Depois nós temos aí liberdade de reunião, é um dos direitos do art. 5º mais cobrados em prova. 
É boa para a prova porque tem uns requisitos:
“XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;”
Aqui você precisa lembra desses requisitos: reunião tem que ser pacífica, sem armas, local 
aberto ao público, mas não exclui o local fechado. Não pode frustrar outra reunião convocada 
anteriormente no mesmo local, ou seja, quem convoca a primeira reunião tem prioridade.
E quais são os detalhes mais cobrados em prova? É o último requisito que fala sobre o prévio 
aviso e autorização. Aqui que a banca costuma trazer, a liberdade de reunião não precisa de 
autorização, mas precisa de prévio aviso de autoridade competente.
Questão de prova: “O único motivo para o prévio aviso é para não frustrar outra reunião 
convocada anteriormente no mesmo local?” Errado, é mais do que isso, esse também é um 
dos motivos, mas você avisa previamente para que o poder público possa se organizar, desviar 
o fluxo de trânsito, colocar policiamento, então, se tem toda uma preparação do Estado para 
receber essa manifestação. 
E para fechar o direito de reunião, é importante vocês saberem que ele é o primeiro direito 
individual de exercício coletivo que nós temos, olha que interessante, ele é um direito individual, 
que cada um tem o seu próprio direito a reunião, mas ele é de exercício coletivo.
 
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E uma última pergunta: “Se o meu direito de reunião for ferido, qual o remédio constitucional 
que eu uso para protegê-lo?” É mandado de segurança, porque o mandado de segurança ele só 
cabe quando não couber habeas corpus ou habeas data. Questão maravilhosa para a sua prova.
Lembrando que a liberdade de reunião, ela pode sofrer algumas limitações durante o estado de 
defesa e o estado de sítio, só que a CF quando falou dessas limitações colocou uma diferença 
da limitação que ocorre pela liberdade de reunião no estado de defesa para o estado de sítio, 
que é amplamente cobrado em prova.
Então, meus queridos, para vocês lembrarem da limitação por liberdade de reunião estado de 
defesa e estado de sítio e guardar a diferença, vocês sempre vão trabalhar com a ideia de que 
qual que é mais gravoso, de qual que restringe mais direitos. O estado de defesa ou estado de 
sítio? Estado de sítio, estado de sítio é mais gravoso do que estado de defesa. A conclusão que 
vocês vão tirar é que podem haver mais limitação de direito, então como o estado de sítio é 
mais gravoso ele pode limitar ainda mais o direito. 
A CF vai trazer dois tipos limitação do direito de reunião para o estado de defesa e o estado 
de sítio, um ele vai dizer que ocorre restrição ao direito de reunião e o outro é a suspensão 
ao direito de reunião. Qual que é mais gravoso? Restringir o direito de reunião ou suspender 
o direito de reunião? Suspender, então o estado de sítio suspende, já o estado de defesa é 
restrição.
Então, restrição da liberdade de reunião é você falar assim: “Só pode reunir até as 18h, depois 
não pode mais”, o cara continua com o direito dele.
Suspensão da liberdade de reunião é: “Você não pode reunir”. Você não tem o direito mais 
durante aquele período. Por isso que ele é mais gravoso. Em prova a pegadinha é eles trocarem.
Ficamos por aqui. Beijo e tchau.

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