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Direitos Fundamentais

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Direitos Fundamentais
1. Teoria dos Direitos Fundamentais – Virgílio Afonso da Silva; José Afonso da Silva
2. Direitos Fundamentais: Sociais e Individuais
3. Direitos Fundamentais de Participação Política
4. Ações Constitucionais 
Bibliografia:
 Livro: Direitos Fundamentais Separação dos Poderes e Deliberação - Editora Saraiva; Conrado Hubner Mendes.
Lenio Streck – Folha de SP; Conjur
1. Curso de Direito Constitucional – Bernardo Gonçalvez Fernandes; Editora Juspodium
2. Curso de Direito Constitucional – Dirley
3. Curso de Direitos Fundamentais – George Marlmenstein; Editora Atlas
4. Curso de Direitos Constitucional – Manoel Jorge e Silva Neto; Editora Saraiva
5. Curso de Direito Constitucional positivo e Teoria do Conhecimento Constitucional – José Afonso da Silva
6. Aprofundamento: Direito Constitucional e Teoria da Constituição – J. J. Gomes Canotinlho; A Eficácia de Direitos Fundamentais – Ingo Wolfgang Sarlet; Editora Livraria do Advogado
7. Texto: Encantos e Desencantos dos Direitos Humanos – Davi Sanchez Rubio
TRABALHO – 5 PONTOS TEMA: EDUCAÇÃO
Apresentar o conteúdo do tema sorteado e depois nesta apresentação iremos trabalhar jurisprudência do STF sobre o tema. O encerramento tem que ter uma proposta de discussão para a turma de um caso sobre a temática, acontece que este caso deve ser extraído de um filme.
Parte escrita: nome dos alunos, roteiro da apresentação e a bibliografia que foi utilizada que tem que ser além da bibliografia apresentada pelo professor.
Tempo: 1h
	
· Direitos Fundamentais
	O conceito de Direito Fundamental traz a ideia de que lidamos com direitos que são essenciais para a garantia, para assegurar, para efetivar a dignidade humana positivados em uma Constituição.
· Direitos Humanos 
	São direitos essenciais para garantir, assegurar, efetivar a dignidade humana, porém positivados em Tratados Internacionais.
*Para a doutrina clássica a distinção entre DF e DH está na positivação.
	*O rito adotado pelo BR para a incorporação de um Tratado Internacional é a seguinte: quem tem competência para assinar o Tratado é o presidente da república. Então quando assinado o Tratado ele ainda não terá validade, ele terá que ser submetido ao Congresso Nacional, e então o Congresso pode aprovar ou rejeitar o Tratado. Aprovado o Tratado, ele então, não passa a ser incorporado ao ordenamento, ele terá que passar novamente pelas mãos do presidente da república e será ratificado, confirmado pelo presidente.
	*Ex: Tratado Interamericano de Direitos Humanos, conhecido como Pacto de San José da Costa Rica, ele foi assinado pelo presidente da republica do BR em 1969 e foi ratificado após a aprovação pelo Congresso pelo presidente da república em 1992. Houve diversos presidentes em curso de mandato sem a ratificação do Tratado.
	*Quando o Tratado Internacional passa pelo Congresso, ele não pode ser alterado pelo Congresso, pois, por exemplo, quando se há um projeto de lei apresentado por um deputado federal, esse projeto pode ser discutido pelos pares do deputado, pois são os legisladores. Porém, um Tratado Internacional, ele é um acordo bi ou multilateral estabelecido na ordem internacional entre estados soberanos. Então, o BR ao aceitar o Tratado ele fez um espécie de “contrato” com um ou mais países, ou seja, se admitissem a alteração do texto na fase legislativa, ele não seria mais aquilo que se demonstrou para o país.
*O que a CF do BR diz sobre Tratados Internacionais: 
Art 5°, § 2º, CF: “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.”
	*Quando a CF foi editada, a análise desse dispositivo levou os constitucionalistas brasileiros concluírem que os tratados quando versavam sobre Direitos Humanos pela redação desse Art. 5°, deveriam ser recepcionados com o status de Normas Constitucionais garantidoras de Direitos Fundamentais. Os direitos e garantias expressos nesta constituição não excluem outros decorrentes dos tratados internacionais dos quais o BR esteja a parte, então se não excluem é porque recepcionam.
	A reflexão que se fez foi a seguinte, se o tratado internacional validado pelo BR versar sobre na pele de Direitos Humanos, este tratado passa a ser considerado uma norma de Direito Fundamental.
	Acontece que a posição adotada nesse sentido pela maioria da doutrina pátria não foi acatada pelo STF, o STF não interpretou dessa forma, ele fez outra leitura da matéria. O STF ao analisar essa questão o fez a partir de alguns Habeas Corpus que foram impetrados para discutir a prisão dos chamados depositários infiéis. Se têm no BR algumas modalidades de depósitos, como o contratual, ex: 
	1ª modalidade: João tem um apartamento e resolve vendê-lo para comprar outro, porém o outro que foi comprado ainda não está pronto e então João resolve alugar um apartamento já mobiliado e guardar a mobília do seu antigo apartamento em um depósito alugado, com isso se faz um contrato de depósito. Aquele que tem a guarda dos seus bens passa a ser o depositário, fiel se tomar conta, infiel se deixar os seus bens perecerem. Então, ele será depositário infiel se não cumprir o contrato de depósito fazendo a guarda correta dos seus bens.
	2ª modalidade: Maria tem uma ação judicial e nesta ação há uma condenação financeira, e então ela foi notificada para pagar aquilo que foi condenada, Maria disse que não vai pagar. Com isso o juiz irá determinara a penhora de bens em quantitativo suficiente para arcar com a dívida. 
	*O oficial de justiça que faz a penhora, vale ressaltar que existem bens que são de difícil extração, como a penhora de um elevador. Mas esse bem irá ficar ali, então tem que identificar um depositário, aquele que se responsabiliza pelo bem. Se o bem for danificado no decorrer disso, o depositário será considerado infiel, só que o Direito brasileiro começou a criar modalidades de depósito, então no período da ditadura foi editado um decreto lei que dizia: “Se na ação se busca e apreensão o réu da ação não for citado, a ação de busca e apreensão converte-se em ação de depósito”.
Ex: Giovani compra um veículo financiado, mas o veículo não é dele, pois ele entrega o veículo como garantia do empréstimo, isso se chama alienação fiduciária. Têm-se o bem, se usa, mas ele é de propriedade de quem financiou, de quem pagou até que Giovani quite a dívida. Se o devedor não pagar as parcelas o banco tende a pegar o bem e levar a leilão e vai saldar parte da dívida, se for integral Giovani fica com o valor integral, se sobrar ele devolve para quem tem o crédito, ou se for o caso ainda fica com um divida pendente. 
	*A ação de busca e apreensão é para tomar o bem, só que acontecia de não conseguir citar o réu, pois ele mudava de endereço, o réu se escondia para justamente ficar com o carro. Então as financeiras conseguiram na época da ditadura um modo em conjunto com a força militar para que nesses casos ao realizar a busca e apreensão não localizarem o veículo converte a ação em ação de depósito e com isso um devedor passar a ser depositário infiel e na qualidade de depositário infiel ele pode ser preso, pois a CF inadmite prisão por dívida civil, salvo em duas hipóteses:
1° - aquele que deve pensão alimentícia e não tem como pagar
2° - depositário infiel
	*Então, como seria um constrangimento para a pessoa ficar devendo ainda mais na época da ditadura, o cidadão tinha que se virar para quitar suas dívidas. 
	*O Tratado Interamericano de Direito Humanos diz que só pode haver prisão do devedor de pensão alimentícia, ele exclui o depositário. Com base nessa informação, pós 88 começou o acúmulo de presos por dívida de financiamento em função desse poder livre econômico que o BR vivia, essa hiper inflação e tornar os contratos de quase impossível implemento, os advogados então tiveram a ideia de ingressar com Habeas Corpus conseguindo o divulgamento de que não pode haver prisão de depositário infiel, porque a partir do Pacto SanJosé da Costa Rica de 92 esse é um Direito Fundamental, não ser preso por dívida, salvo o caso da pensão alimentícia (continua permitindo a prisão). Então, chega à matéria ao STF, que faz duas considerações:
1° - A CF é considerada formal, e isso significa que para uma norma ser considerada constitucional, ela tem que obrigatoriamente passar por um processo formal de incorporação, ou ela passou por um processo formal na elaboração da constituição, no exercício do chamado poder constituinte originário, ou ela passa por um processo de reforma constitucional e para isso precisa-se da edição de uma emenda constitucional.
	*Todavia, o parágrafo segundo passa um impressão de que poderíamos admitir uma constituição material pautada em normas materialmente constitucionais, uma vez que o parágrafo segundo diz que: “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes de Tratados Internacionais”, e o STF diz que não pode, pois nossa CF é formal e não material. Então, não podemos interpretar o parágrafo segundo dando a ele uma ideia de constituição matéria.
	A partir disso o STF se questiona: “Qual é então a posição dos Tratados Internacionais dentro do Ordenamento jurídico brasileiro?” E ele pauta a sua interpretação a partir do:
Art. 105, III, “a” da CF: “Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência”. 
	E então o STF diz que quando o constituinte falou sobre questões que envolvem Tratados, ele não atribui competência ao STF que é a corte constitucional, ele atribuiu ao STJ que é a corte de legalidade, e coloca os Tratados equiparados na redação do Art. às leis federais.
	Conclusão do STF: os Tratados Internacionais no BR têm natureza infraconstitucional, eles estão abaixo da Constituição, se equivalem às leis federais. Mesmo alvo de todas essas críticas em relação a essa interpretação, o STF bancou a sua posição formalista, exegética de que os Tratado Internacionais mesmo que versassem sobre direitos humanos possuem uma hierarquia inferior.
	Dezembro de 2004: Editada a emenda constitucional n°45, essa emenda teve como seus principais objetivos reestruturar o poder judiciário brasileiro, mas ela também mexe em outros pontos. Um desses pontos diz respeito à inserção (inclusão) de um parágrafo 3° ao Art. 5° da CF: 
“§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo).”
	A espécie normativa brasileira que precisa de dois turnos de votação com três quintos dos votos dos membros de cada das casas para a aprovação é a emenda constitucional. 	Em resumo: o parágrafo 3° diz que se o Tratado Internacional versar sobre Direitos Humanos e ele for aprovado pelo mesmo procedimento (dois turnos de aprovação em cada casa do congresso com três quintos de quórum, ou já, um quórum qualificado) de uma emenda constitucional, ele será equiparado à emenda, então isso ele conferirá o status normativo de uma emenda constitucional. As normas incluídas nesse Tratado serão consideradas como normas de Direitos Fundamentais.
	A CF passa que se houver o processo normal pode ser emenda constitucional, ou seja, adéqua o texto àquela interpretação já consagrada pelo STF de que temos uma constituição formal, logo é preciso o processo formal específico para a sua alteração ou incorporação normativa.
	Com isso, de dezembro de 2004 em diante, se quiser que o Tratado Internacional seja incorporado com mesmo status de uma norma de Direito Fundamental constitucional passa pelo processo de emenda na aprovação congressual.
	Quando essa emenda foi editada e continuavam a prender depositários infiéis, então alguns advogados ingressaram com Habeas Corpus dizendo o seguinte, a emenda 45 traz uma nova realidade, que é a seguinte: de dezembro de 2004 para frente ninguém tem dúvida do que acontece, porém de dezembro de 2004 pra trás todo o Tratado internacional que versava sobre Direitos Humanos tem que ter status constitucional, ou seja, pediram uma interpretação retroativa para de novo brigar pelo status constitucional das normas oriundas de Tratados. A matéria que leva essa questão até o STF é a prisão do depositário infiel, notadamente nos contratos de financiamento. 
 
	*As empresas que financiavam veículos, elas montaram um esquema com um advogado corrupto aqui na Bahia que congregava o processo de todas essas empresas, e ele tinha esquema nos cartórios de Salvador. Então ele ingressava com uma ação de busca e apreensão e pagava ao oficial de justiça para dizer que não tinha localizado o bem, porque aí ele convertia todas as ações de busca e apreensão em ação de depósito, e saia pedindo a prisão de todos os devedores. E também quando a pessoa sabia que tinha um mandado de prisão muita vezes o oficial de justiça não ia para prender, ele dava um toque que havia essa possibilidade e então o devedor em 24h vendia seus bens para não ser preso.
	Havia uma empresa que financiava veículos que todos os processos dela só caíam em uma Vara, e o juiz e seus parentes todos tinham carros da mesma fábrica e todos eles quitados, então era um esquema de corrupção bruto. Diante dessa realidade houve muitos Habeas Corpus clamando por essa interpretação, e o STF se via congestionado de HC. Então o STF puxa um dos HC e com isso já que há outra alteração feita pela emenda 45 abre um processo para a elaboração da súmula vinculante.
	O STF então edita a súmula vinculante 25:
Súmula Vinculante 25: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.”
 	O STF declara diante de um caso concreto específico uma súmula para efeito em todos os HC dizendo que não pode mais prender depositário infiel. Porém a expressão “ilícita” que foi utilizada não quer dizer é inconstitucional, o STF diz que é ilícita porque neste processo em que ele concluiu com esta súmula, o STF não admitiu o status constitucional do Tratado, ele conferiu aos Tratados Internacionais que versassem sobre Direitos Humanos anteriores a emenda 45 o status de supralegalidade, ou seja, o que é supralegal está acima da lei, mas está abaixo da constituição. Então é como se tivesse CF, Tratados internacionais que versam sobre Direitos Humanos e Lei.
*Esse status de supralegalidade é tipicamente brasileiro, então é uma Jabuticaba, criada pelo STF, digna de críticas não só da doutrina, mas de críticas principalmente da corte Interamericana de Direitos Humanos, que já condenou o BR por essa posição.
Ex: Felipe pega dinheiro emprestado com um banco A e não paga, pega com um banco B e não paga, pega com um banco C e não paga, quando ele vai pegar com um banco D, o banco se nega a emprestar.
*Reflexão do exemplo: quem quer contratar com alguém que não cumpre as suas obrigações? 
	*O Tratado Internacional, ele tem uma natureza contratual, então quando se estabelece uma relação contratual com um país e ele não cumpre, depois estabelece outra que não é cumprida também, então quem irá mais estabelecer contratos com esse Estado? Não é uma discussão dogmática jurídica, é uma questão que tem efeito no plano político internacional. Qual a credibilidade que um país tem se ao estabelecer um Tratado depois ele pode trazer isso para dentro do sue ordenamento jurídico e dizer: “Isso está incompatível com a minha constituição, etc, e de acordo com a minha soberania eu não cumpro”? 
	O único país que faz isso e que ninguém fala nada e não sanciona, porque ele tem força econômica, poderio armamentista e direito de veto no conselho de segurança da ONU é o EUA. Segundo o professor Wagner da USP, é o grande negador deDireito Internacional, é o país que assina o que quer, quando quer e cumpre o que quer. O BR não tem esse poder.
	Detalhe que quando se estabelece um Tratado, ele sempre é submetido a Cortes Internacionais, então no caso do Tratado Interamericano de Direitos Humanos o BR se torna submetido à jurisdição da corte interamericana de Direitos Humanos, e essa corte tem poder sancionatório sobre o BR como já aplicou, justamente porque o BR não cumpriu os Tratados Internacionais, notadamente o Pacto de San José da Costa Rica. Um dos casos mais emblemáticos de condenação do BR foi o Caso Gomes Lund.
	
Art. 4º: “A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: 
II - prevalência dos direitos humanos;”
	Ter os Direitos Humanos uma condição de superioridade normativa é algo que a própria constituição diz.
	Hans Kelsen na sua Teoria Pura do Direito, ele diz que como pode um país acordar na ordem internacional e depois dizer que isso está submetido a sua constituição? Não pode! O Tratado Internacional tem uma condição de norma fundamental até para a própria constituição, para o sistema jurídico interno de um país.
	Os franceses quando editaram as suas constituições tiveram a preocupação de observar o cumprimento da declaração universal dos direitos do homem e do cidadão de 1789 entendo ser uma norma de Direitos Humanos, portanto supraconstitucional, ou seja, acima da própria constituição, acima da ordem jurídica, como define o professor português Canotilho. Estamos tratando de normas que dizem respeito àquilo que é essencial para a garantia da dignidade humana.
	
· A Evolução de Direitos Fundamentais 
	Um cidadão tcheco naturalizado francês chamado Vlazar foi fazer uma palestra em meados da década de 70, nessa palestra ele queria falar sobre a evolução dos direitos humanos, e ele compara essa evolução com os três ideais da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. 
	Vlazar defende que os Direitos Humanos evoluíram passando por três gerações:
1ª geração: Liberdade
2ª geração: Igualdade
3ª geração: Fraternidade
	A ideia é bem recebida pela doutrina, porém os estudiosos, principalmente da área de direito sempre muito apegados com a questão terminológica vão dizer que a expressão “geração” é inadequada, não devemos utilizar essa expressão de geração, devemos utilizar a expressão dimensão, porque defendem esses doutrinadores que a ideia geracional ela presume superação. Então, a primeira geração seria superada pela segunda, a segunda pela terceira, e os autores dizem o seguinte: não há superação de direitos fundamentais, os direitos fundamentais na sua evolução, eles vão se agregando, o que traz uma amplificação. 	Com isso, ao invés de usar uma expressão que denote superação, seria melhor usar uma expressão que denote adição, logo a expressão dimensão seria mais adequada que a expressão geração.
*Para o professor essa discussão é inócua, pois o que se tem que passar é justamente a ideia de adição, seja utilizando a expressão geração ou dimensão, explicar que no processo de evolução dos direitos fundamentais o que se tem é um acréscimo de novos direitos. A função dessa separação geração e dimensão têm como finalidade apenas identificar características similares que determinados direitos possuem entre si e que são frutos de processo histórico.
*Para Jaime Chaffer é preciso superar essa classificação, pois ela não contribui em nada, essa classificação traz mais problemas do que soluções.
	
	Segundo Fábio Konder Comparato, se analisarmos a afirmação a afirmação histórica dos Direitos Humanos, ela começa verdadeiramente com um primeiro grande documento que é a Magna Carta em 1215, antes disso o que nós temos é um período prercial, a gênese, a pré-história dos Direitos Humanos. Não se têm uma luta pelos Direitos Humanos pautada em documentos jurídicos, é um direito natural, os Direitos Humanos se confunde historicamente com o Direito Natural.
	Porém, a partir da Magna Carta passa-se a ter um documento jurídico, específico da luta dos Direitos Humanos. Entre a Magna Carta e a Revolução Francesa muitos são os momentos de vitórias, derrotas, idas e vindas, mas em termos de Direitos Fundamentais o pós a Revolução Francesa é o marco, ou seja, a revolução de Direitos Fundamentais como uma consequência do processo que culminou com a Revolução Francesa. Então a partir daí vai se construir a chama a 1ª dimensão ou geração dos Direitos Fundamentais.
	*Muitas vezes as pessoas falam na Magna Carta como uma grande conquista isso historicamente, mas no momento em que a Magna Carta foi assinada ela na era uma grande conquista do ser humano, ela é uma grande conquista da nobreza. Ela foi um documento imposto pela nobreza, ao rei João, pois eles queriam diminuir o arbítrio do rei João Sem-Terra.
	Desde a Magna Carta até a construção definitiva dessa primeira dimensão/geração dos Direitos Fundamentais vai se sobressair para essa categoria jurídica Direitos Humanos Fundamentais, impor limites ao Estado, impor limites as arbitrariedades do exercício do poder. Os Direitos Fundamentais têm como uma das suas principais funções essa de impor limites, garantir ao ser humano dignidade com a imposição de limites ao Estado. 
	Nessa construção do processo histórico a primeira preocupação a partir do momento em que passa a prevalecer o modelo político ideológico liberal é a defesa das liberdades individuais. Então a primeira dimensão/geração dos Direitos Fundamentais, ela é responsável pela imposição de limites ao exercício do poder garantindo ao ser humano direitos individuais como: vida, liberdade de expressão, liberdade religiosa, todo tipo de liberdade, privacidade, propriedade, garantias processuais. Então, esses direitos individuais são decorrentes desse processo histórico de busca pela limitação do poder garantindo individualmente ao ser humano uma série de direitos que são tão essenciais que não permite nem que o próprio Estado possa violar.
*Liberdade fundamental tem como sinônimo os direitos fundamentais.
	Paradoxo: Direitos que agora passam a ser defendidos, principalmente a partir das constituições que serão características da modernidade contra o arbítrio estatal. 
*Dentro desse processo se trona fundamental o respeito à tripartição dos poderes, separando de um lado os poderes políticos (executivo e legislativo) e do outro um poder que deveria ser imparcial politicamente e coma função de aplicar a lei (judiciário).
Art. 16, Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão: “A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida à separação dos poderes não tem Constituição.” (França, 1789).
*Esse artigo condiciona a existência dos Estados na modalidade, e por mais que se entenda que é um documento específico e francês, mas na época em que foi editado, ele era um documento universal de Direitos do Homem e do Cidadão, e é documento machista, tanto que na época uma mulher escreveu uma declaração com o nome de Direitos da Mulher e da Cidadã, e ela foi guilhotinada. A sua posição política de contestar a hegemonia machista na época.
*A declaração universal condiciona para o Estado da modernidade que para eles existirem e se considerarem Estados eles precisam respeitar essa tripartição dos poderes, pois ela é fundamental para assegurar os direitos do ser humano. Então para que funcione e o Estado consiga proteger, ele tem que ter a priori um poder imparcial. A forma que se achou para que esses direitos fossem garantidos, era que se o Estado viola na sua ação política, administrativa, governamental, o poder judiciário deve ser uma instância, uma esfera para salvaguardar esses direitos que agora estão condicionados a defesa em documentos jurídicos. Paralelamente a esse processo se consolida enquanto doutrina jurídica o chamado positivismo, a necessidade desses conhecimentos em textos positivos.
*A essência dos direitos fundamentais perpassa pela positivação desses direitos em textos jurídicos, no caso específico em se tratando de direitos fundamentais,em constituições.
*A expressão e noção específica: “Direitos Fundamentais” só ganha força a partir da Constituição Alemã de 1958.
*Os Direitos Fundamentais individuais positivados em textos jurídicos que impõe limites ao Estado atribuindo ao judiciário a função primordial de salvaguarda desses direitos.
	A noção de dignidade humana construída na primeira geração dos direitos fundamentais tem uma noção pautada no indivíduo, é herdeira de uma tradição kantiana. O ser humano vai ser tornar a medida, a partir da defesa individual dos seus interesses, dos seus bens, ele passar a ser responsável pela defesa. A primeira geração, portanto, não se caracteriza pela intervenção estatal para prover direitos fundamentais, é uma geração que se caracteriza pela tutela estatal dos direitos e o direito que cada um tem de defender esses seus direitos se valendo das instâncias estatais, principalmente do poder judiciário. Logo, o poder judiciário só poderá intervir quando provocado.
*O poder judiciário em regra não age no ofício, para que ele possa agir é preciso que ele seja provocado, e daí nós exercemos o nosso direito de ação, de acioná-lo e tirando-o da inércia, fazendo com que ele provocado se posicione.
Ex: Eu tenho minha propriedade e então ela é invadida, e eu tenho o direito fundamental à propriedade. Com isso, eu irei procurar o poder judiciário e vou ingressar com uma ação garantindo o meu direito fundamental. Então, nesse caso se a ação se deu contra a vontade do proprietário de acordo com ano e dia, ele irá entrar abrir uma ação de reintegração de posse.
*A noção de dignidade não está preocupada com o coletivo, a noção de dignidade está pautada no indivíduo, o individualismo que é uma das consequências da primeira geração, ou seja, a propagação por intermédio do direito de regras e direitos fundamentais individuais tem como uma das finalidades a incorporação do intermédio do direito, do ideale político liberal.
*Bobbio: na doutrina liberal o que se quer é uma proteção individual a partir de uma definição dos direitos fundamentais individuais, uma não intervenção do Estado nos assuntos privados e como consequência disso uma diminuição no número de atribuições do Estado, pois se não quer que o Estado interfira no privado, então tem que diminuir as funções dele que é considerado um status negativo para a doutrina política do Estado liberal. Por outro lado, o Estado com o intuído de proteger alguns desses interesses individuais e diminuir a interferência, ele aumenta a interferência em outros segmentos das suas próprias ações, como: dentro dessa lógica o Direito Penal passou a ter uma grande função na proteção da propriedade, e pela não intervenção estatal, mas admitindo uma amplificação da intervenção pela que é estatal para garantir a própria propriedade. O momento do rigor do DP assumindo a função de proteção não apenas do ideale político, mas também do sistema econômico capitalista que tem a propriedade um dos seus pilares centrais. Então essa é uma denúncia que é feita pelos principais estudiosos da criminologia crítica.
*Boa parte dos carcerários são aqueles que cometeram crimes contra o patrimônio, contra a propriedade.
AULA 22/02/18
	Violação frontal do Estado para aqueles que passam a ser tutelados por Direitos Fundamentais. 
	Constituição mexicana de 1917, os trabalhadores explorados, principalmente os do campo, eles aderem a um momento revolucionário para derrubar o governo. Essa constituição trouxe os direitos do trabalhador do campo.
	Constituição alemã de 1919, ela foi promulgado dentro da Alemanha. Nessa época a condição da Alemanha era decadente, pois estava no período entre a primeira e a segunda guerra mundial.
	 2ª dimensão dos Direitos fundamentais: Direitos Fundamentais Sociais: saúde, educação, assistência social, etc. Essa mudança traz uma obrigação ao Estado, pois esses aspectos são direitos de todos e responsabilidade do Estado, pois ele tem que tomar as medidas necessárias para suprir esses aspectos.
*O modelo jurídico adotado pela primeira dimensão já não atende mais o que a segunda dimensão traz, e aí é que surge um modelo constitucional que é o chamado o Constitucionalismo Dirigente/Programático.
		As normas programáticas apenas apresentam diretrizes. Políticas Públicas estão relacionadas com as ações estatais para a concretização de Direitos Sociais
	
	
AULA 27/02/18
	A grande característica da terceira dimensão não gira me torno do surgimento de novos direitos, mas sim da reestruturação da relação jurídica que envolvem os direitos fundamentais. 
	Recapitulando, a primeira dimensão aborda sobre os direitos individuais, por exemplo, Jorge tem a sua liberdade religiosa violada, então ele busca defender individualmente o seu direito a liberdade religiosa. Então é um “jogo” que vai estabelecer uma relação individual entre aquele que tem o direito e o violador. 
	Na segunda dimensão se tem os direitos sociais, direito à educação, à saúde, mas com um detalhe, esses direitos dessa dimensão são reivindicados também individualmente, pois é o direito do indivíduo de ter acesso a educação, ter acesso a um atendimento de saúde, logo, embora sejam direitos sociais, eles também são exercidos individualmente.
	Então a terceira dimensão irá trazer de novidade é justamente a reestruturação da clássica ideia da relação jurídica individual entre aquele que tem o direito fundamental e principalmente o Estado como opositor para passar admitir a busca de direitos fundamentais de forma coletiva. Então, essa dimensão é a da coletividade, relações jurídicas estabelecidas coletivamente.
3ª DIMENSÃO: É a dimensão da coletividade, relações jurídicas estabelecidas coletivamente. A primeira dimensão é da liberdade, a segunda dimensão é da igualdade e a terceira da fraternidade, porém mais do que fraternidade, na verdade o que representa melhor essa dimensão é a solidariedade, a solidariedade pautada na ideia de coletividade.
- Direitos coletivos x Direitos difusos: 
	Eles pertencem a uma dimensão de coletividade em sentido amplo, ou seja, quando se fala desses direitos esta se referindo à coletividade. No direito coletivo em sentido estrito se identifica as pessoas integrantes da coletividade, enquanto no direito difuso não se tem essa identificação das pessoas integrantes da coletividade, por exemplo, a proteção ambiental no sentido amplo (dimensão difusa), pois não se tem como identificar quem está sendo protegido, mas quando se tem como identificar todas as pessoas que integram a coletividade, então chamamos de direito coletivo. 
	A proteção de Defesa do Consumidor depende do aspecto que se esteja falando pode ser difuso ou coletivo, pois dentro de um país capitalista todos são consumidores (difuso), mas se tem uma demanda judicial que fale sobre uma determinada demanda de aquisição de certa marca de modelo de computador (coletivo). Mas quando se fala em proteção, em defesa do consumidor, o que há uma proteção difusa, pois está direcionada a todos aqueles que se enquadram, ou seja, dentro de um mundo capitalista, todos são consumidores. O que vai definir se a relação jurídica envolve o direito coletivo ou difuso é o caso concreto. Ex: tragédia de Mariana, não dá para quantificar a extensão do dano, ela extrapola a localidade, então ali há um problema de direito difuso tratando-se a matéria Ambiental, e isso legitima o conjunto de órgãos públicos que foi criado pelo BR para proteger a sociedade, logo, proteger os direitos difusos, que é o MP, que tem como ação a proteção da sociedade. O MP é o guardião da sociedade, ele está legitimado a intervir em qualquer ação para a defesa da sociedade, na área civil ele tem inclusive uma ação própria para essa finalidade, que se chama ação civil pública, e se o MP não tiver certeza sobre aquilo que irá apurar que essa ação, ele pode então abrir um inquérito civil de apuração. 
	O fortalecimento do papel do MP da unificação a partir dessa terceira dimensão dos DF, principalmente levando em consideração a forma pela qual os direitos sociais foram implementadosconstitucionalmente no BR e aí diante daquele modelo programático que diz que a saúde é direito de todos e dever do Estado, a saúde, dever do Estado de proteção ao meio ambiente, a cultura. Não é apenas o MP que faz isso, os cidadãos na condição de integrantes da sociedade estão legitimados a isso também, a CF no Art. 5°, LXXIII, estabelece uma ação judicial que legitima aos indivíduos na condição de cidadãos na república federativa do BR a propositura de uma ação todas as vezes que houver atos lesivos ao patrimônio (aspectos físicos, materiais, mas também os aspectos morais, culturais, ambientais, naturais) de uma forma geral, e se chama ação popular, todo cidadão brasileiro é parte legítima para a propositura e uma ação popular para a defesa dos interesses da sociedade. Na ação popular briga-se pelo que é “nosso” e não pelo que é meu. Se um cidadão se propõe uma ação popular e no meio do caminho o cidadão desiste dessa ação, porém ela não será extinta, o MP na condição de protetor da sociedade é notificado para dar seguimento à ação, pois não pode dispor de algo que não é meu, então o poder judiciário tem que apurar até o final.
	Tudo isso está dentro daquilo que foi necessário adaptar do nosso sistema constitucional para a incorporação de uma dimensão que traga no seu conteúdo está preocupação com coletivo, atura pensando no outro, quebra-se o sentimento individualista e implementa-se a através da terceira dimensão uma cultura que deve estimular o altruísmo e preocupação com a coletividade.
	
	Há autores que falam de uma quarta ou quinta dimensão, mas não há consenso na doutrina sobre essas dimensões. A primeira estaria ligada a uma ideia de fraternidade, de paz, e gira em torno de uma amplificação da proteção mundial dos direitos fundamentais, ou seja, seria uma dimensão que se ampara na construção de direitos fundamentais a partir de tratados internacionais. Então seria a expansão dos DF para além da sua estrutura constitucional.
	E por outro lado, há quem defenda que essa nova dimensão que se deve discutir a questão seria outra, a questão é entender para o conjunto de DF o impacto imposto por novas tecnologias, como a vida eterna. Há a discussão entre cientistas da possibilidade de se criar um clone do indivíduo para que à medida que seus órgãos vitais apresentassem falência, então o substitui pelo clone, com isso, aumentando a vida, indo além dos limites do corpo humano. Precisa-se discutir os efeitos éticos dessa questão. (Filme: uma prova de amor).
	Os avanços tecnológicos produzem questionamentos diante dos DF, exemplo da fertilização in vitro, pois fecunda-se normalmente mais de um óvulo, porém se o primeiro vingar o que fazer com os outros fecundados? Descartar? Utilizar para uso de pesquisas? Então, esses aspectos precisam ser repensados, não se trata de dimensões passadas e sim do agora.
*DF à internet (a ONU discute sobre isso)
*Crítica de Jairo Chafer: 
	Ele diz que foi uma bobagem a separação geracional, dimensional dos DF, isso pode até ter tido um recurso didático para falar sobre a evolução dos DF, mas isso não gerou uma melhoria de aplicação dos DF, pois, por exemplo, quando se observa o embate entre DF individuais e os DF sociais, o direito individual que está perdendo a sua propriedade em detrimento do Estado para atender aos interesses da coletividade, então ele diz que um discurso geracional ou dimensional promete que se vai ter uma adesão, uma adição, DF de novas dimensões são adicionados aos novos DF, porém o que está ocorrendo verdadeiramente na prática é uma oposição, e essa oposição tem destruído principalmente os DF individuais, e o discurso jurídico é o de que não existe DF absoluto, todos os DF são relativos. A questão de ser relativo seria uma abertura para a tortura, por exemplo, e vale ressaltar que a CF de 88 não há margem alguma para esse tipo de conduta. 
	O DF individuais são tão importantes quanto os sociais e são frutos de uma conquista histórica feita pelos seres humanos, contra a opressão, a exclusão, contra a qualquer tipo de atentado a dignidade do ser humano, a existência dos DF individuais são parte do que a segura ao ser humano uma condição digna, eles são essenciais. Trata-se de um problema hermenêutico (interpretação), e não de um problema de relativização.
	A interpretação no BR é infantil, com uma grande retórica, baseada na vontade de cada um. O que se deve olhar não é para a questão dimensional, mas sim aprender a lidar melhor com a interpretação dos DF, pode haver colisões, mas quem vai responder é o sistema jurídico e não o subjetivismo do intérprete. O que no BR se diz que é a nova hermenêutica constitucional, na verdade no mundo inteiro é a velha. 
	A grande preocupação do Chafer é o que sai desse conflito de gerações que é de um lado os direitos individuais e do outro os direitos coletivos. Recentemente se teve um debate no STF sobre a relativização da presunção de inocência, a presunção de inocência gera princípios com consequências da sua existência, como o in dubio pro reo, a interpretação ela deve ser benéfica ao réu, pois presume-se que ele é inocente, então não há certeza sobre a sua condição de culpabilidade.
	
Ler o livro O Processo de Franz Kafka
· Pensamento das Escolas
A teoria dos direitos humanos se dá a partir das teorias jusnaturalistas e encontraremos
AULA 06/03/18
· Clausula de abertura
- Três filtros que nos permitiram se uma norma pode ser ou não considerada de direito fundamental
- Súmulas vinculantes
· Normas de DF e a sua aplicabilidade
(áudio) Que devemos adotar a proposta do professor José Afonso da Silva. O prof José Afonso foi pioneiro nessa tarefa, ele analisa a distribuição das normas constitucionais a partir da noção de eficácia. Temos dois tipos de eficácia, a normativa: o que se analisa é que a partir da estrutura semântica das normas a sua condição de produzir efeitos; já quando se fala de eficácia social: não se quer saber se ela pode ou não ser aplicada, ela já produziu efeitos jurídicos. Muitos chamam a eficácia social de efetividade. Temos também o conceito de eficiência.
Plena: a norma quando está pronta para ser aplicada
Limitada: a que não está pronta para ser aplicada, pois a sua eficácia normativa está condicionada a edição de outra norma regulamentadora.
Contida: ela pode produzir efeitos, todavia, ela admite um grau de restrição, ela pode, 
portanto, mesmo tendo aptidão para assumir efeitos jurídicos, ser restringida. Norma restringível.
 
AULA 13/03
Caso Luth: era um filme que conclamava para as pessoas não assistirem filmes, e isso aconteceu pelo fato de Luth ter feito parte da propaganda nazista. Ele era um jornalista respeitável e então o cineasta querendo a sua reabilitação na sociedade e a produtora estava perdendo dinheiro, então ele processa Luth de acordo com CC alemão e alegam que Luth não tinha o direito de fazer essa campanha, e exigem dele um valor. O cineasta e a produtora ganham. Luth leva para a Suprema Corte o caso. O fato de que naquela época havia uma concepção de que os DF só podiam ser discutidos em situação vertical, ele podia se discutidos entre particulares, então Luth diz que também há uma dimensão horizontal. O que deve prevalecer a Const. Alemã, e na CA exige uma cláusula que garante a liberdade de expressão, então deve garantir a expressão diante dos quesitos reparatórios. 
-O direito subjetivo é aquele que se integra na esfera patrimonial do sujeito. Já que ele faz parte do meu patrimônio, eu posso exercê-lo como eu bem entender, ele faz com que o sentido clássico da relação jurídica se aperfeiçoe. Os DF historicamente quando surgiram eram adequados ao DS, como o direito a locomoção. O DS tem queser interpretados para que cheguem a uma conclusão sobre o conflito gerado por ele, mas a priori a minha liberdade de locomoção não pode ser. 
AULA 15/03/18
Livro: Verdade e Consenso – Lenio Streck
Reviravolta da hermenêutica filosófica, e é uma filosofia que tem como referencia Martin Heidegger e 
	Todos os métodos hermenêuticos não passam de processo de interpretação que dão ao intérprete um alto grau de subjetividade e que partem de uma ideia completamente metafísica de interpretação, pois os métodos estão preocupados com o texto da lei. Interpretação focada na semântica, sintaxe, que se preocupa com o texto. 
	Heidegger na sua obra: Ser e Tempo, ele vai entender que o ser humano não vive fora do plano físico, não vive no plano metafísico. O ser humano está incluído em um contexto histórico, ou seja, se nós queremos entender algo temos que entender dentro do contexto histórico, no contexto em que a obra ou lei foi produzida, os objetivos dela, para que se possa entender ou não. Mudar o foco de onde se inicia o processo de interpretação, se o processo começar no positivismo como uma doutrina filosófica, fez com que a ciência jurídica achasse que a interpretação é uma interpretação de texto, mas na verdade ela é de fatos e não de textos, os textos nos dá respostas desde que se entenda o texto. Uma possibilidade interferência ideológica a partir do processo de interpretação, se a interpretação for de texto, porém se for de fatos se consegue conter essa subjetividade. Filosofia da consciência, ou seja, eu digo o que penso.
	Quem incorpora toda essa crítica é Dworkin, figura do juiz Hércules, o juiz tem que ter uma força sobre-humana, ou seja, quando ele interpreta é o Direito que está interpretando e não ele, interpretação jurídica e não própria. Eros Roberto Grau, o ato de interpretar não é um ato de arbitrariedade, o interprete busca solução jurídica, pois o Direito é uma construção social e ele tem que funcionar para a sociedade. Papel do direito é estabilizar a tensão, encontrar resposta que estabilizem os pontos de tensão dentro da sociedade, já que trabalhamos com conflitos, para apaziguar, compor os conflitos, logo ele não é meu, mas dos outros que estão envolvidos. 
AULA 15/05/2018
Nacionalidade 
O BR adota um sistema bastante eclético para a aquisição de nacionalidade, que leva em conta diversos fatores, pois o BR adota as orientações das nações unidas no sentido de ter regras para a aquisição da nacionalidade com intuito de evitar que seres humanos não possuam um vínculo político com algum estado, ou seja, o vinculo de nacionalidade gera entre o ser humano e o estado um vínculo político que é definido juridicamente, a condição apara q eu a gente possa exercer esse vínculo depende da aquisição da nacionalidade. Quem integra o povo daquele estado não é uma questão quantitativa e sim qualitativa, a partir do vínculo de nacionalidade, esse vínculo estabelece um elo entre o ser humano e o Estado, que dá ao ser humano o direito de exercer direito e deveres, passa o ser humano a ter a proteção do estado e ter obrigações e deveres para com o estado. 
Apátridas, a ONU passa a adotar que os Estados tem que ter critérios amplos e flexíveis para a aquisição de nacionalidade. Critérios que buscam assegurar aos seres humanos a possibilidade de vínculo com o Estado brasileiro. 
O BR adota dois critérios para nacionalidade primária, originária ou nata: territorialidade e parentesco. Essa nacionalidade o indivíduo adquire quando ele nasce, então está relacionada ao momento do nascimento, ela não é adquiria com a vida. Quando se é adquirida depois ela se diz secundária, derivada ou por naturalização. No ponto de vista constitucional a nacionalidade primária (Art. 12, I), já a secundária (Art. 12, II).
Originária:
A: critério da territorialidade – todo aquele que nascer no território BR, exceto se os pais desta criança estrangeiros estiverem no BR a serviço do seu Estado, e não de empresa privado, ou seja, estar a serviço do Estado é estar representando o seu Estado. 
 Critério de parentesco: o filho de pai ou mãe brasileiro nascido no estrangeiro, cujo pai ou mãe que são brasileiros estejam a serviço do Estado brasileiro PE brasileiro nato, critério de parentesco. Todavia, o BR adota mais uma regra ligada a esse critério (Art. 12, I, “c”) que diz que o filho de pai ou mãe BR nascido no estrangeiro é BR nato, desde que: se ele for registrado na repartição pública brasileira competente para tal, ou seja, procurar a embaixada brasileira para fazer o registro da criança como brasileira. 
Segundo hipótese da alínea “c”: filho de pai e mãe nascido no estrangeiro que não tenha sido registrado, ele poderá optar, ou seja, um ato volitivo, uma manifestação de vontade (na maior idade civil e desde que fixe residência no BR – 18 anos), e se a criança for emancipada não será aplicado.
A pessoa tem que ingressar com uma ação judicial na Justiça Federal com fundamento no Art. 109, X.
O efeito da opção de nacionalidade é retroativo. A opção de nacionalidade é declaratória, pois ele declara algo que já existe, já a de naturalização é constitutiva, nesse caso o juiz determina que a relação jurídica passa a existir. 
Causas de naturalização:
1° - ela contempla todos aqueles que forem oriundos de países cujo idioma oficial foi a língua portuguesa, assim, deve fixar residência no BR sem interrupções a pelo menos um ano e possuir idoneidade moral.
2° - os que não tiverem língua portuguesa têm que fixar residência a pelo menos 15 anos e não possuir condenação criminal.
Se o juiz se depara com um pedido de naturalização de um estrangeiro que reside no BR a mais 17 anos aqui e entra com a opção de naturalização, e então ao analisar os autos percebe que o espanhol é filho de pais brasileiros. O juiz não pode mudar a ação, mas o papel dele seria intimar a parte para saber se ela tem interesse ter nacionalidade nata ou naturalização.
Aos portugueses pertencem o direito de serem reconhecidos aqui como brasileiros, se chama o direito de reciprocidade, e isso da o direito de usufruir os mesmo direitos que o cidadão nacional tem, exceto os direitos políticos.
A CF confere a possibilidade do exercício de algumas funções apenas aos brasileiros natos, como: presidente e vice da república, presidente da câmara e senado, ministros do supremo, ministro da defesa, oficiais das forças armadas e os representantes diplomáticos brasileiros. Aos 18 anos quando se alista no exército, os naturalizados podem exercer esse cargo, ou seja, os que não podem ser ocupados os cargos por naturalizados.
No BR a regra é que uma fez adquirida a nacionalidade ela seja mantida, então as hipóteses de perda nacionalidade são excepcionais. O parágrafo 4° do Art. 12
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente, ou venham a residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira ;
c ) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos origináriosde países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b)
os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de trinta anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira .
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos previstos nesta Constituição.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária.
s1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
AULA 17/05/18
Direito Político 
	Quando falamos de DF, estamos um conjunto de direitos subjetivos, individuais que nos são condição de limitar o poder do Estado. Esse conjunto de direitos que conhecemos como DF individuais e sociais, ele representam o que se denomina como direitos civis nos EUA, por exemplo, mas no exercício da cidadania, ele ainda de nos conferir um conjunto de direitos civis e nos trazer um conjunto de deveres fundamentais, a cidadania também nos permite a participação política nas decisões do Estado, assim, surge um novo núcleo de DF, um núcleo que assegura um direito de todo cidadão participar de forma livre isonômica dos processos políticos de decisão do Estado. 
	No BR temos um poder político que diz que o poder é do povo, mas ao mesmo tempo que chancela que o poder é do povo a CF diz que esse poder pode exercer pela representação dos políticos. 
AULA 24/05/18	
	A CF a partir da Emenda Constitucional 16/1997 passa a admitir a possibilidade dos mandatários de cargos do poder executivo que eles possam concorrer a uma reeleição, ou seja, é possível que um gestor do poder executivo, seja ele municipal, poder executivo, seja ele municipal, estadual, federal, ou distrital, possa renovar o seu mandato. O mandatos de cargos do executivo no BR são de 4 anos, e eles podem ser renovados por um período de mais 4 anos. Encerrado esse segundo mandato, ele não pode ser mais renovado, porém isso não impede que o gestor saia e volte de novo. Os cargos do poder executivo o mandato sempre começa no dia 1 de janeiro do ano seguinte a eleição e se encerra no dia 31 de dezembro.
	Ex: Um prefeito se elegeu em 2004, e então ele se reelege em 2008, com isso, o mandato ele se encerra no dia 31 dezembro de 2011. Aí ele saí, em 2012 ele está fora, só que se na eleição de 2016 ele quiser concorrer de novo ele pode e pode também se reeleger, o que não pode é que seja sequencialmente ocorrer a reeleição, ou seja, a reeleição tem que ocorrer apenas uma vez. Encerrado esse período, ele tem que se afastar do cargo e pode disputar qualquer outro cargo. O mandato do prefeito ACM Neto encerra em 2020, assim em 2022 ele concorre ao cargo de governador. 
	Militares: 
Art. 142, V, CF: “o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998.)”
Art. 14, §3°, V, CF: 
“§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
V - a filiação partidária.”
Art. 14, §8°, CF:
“§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.”
Art. 14, §2°, CF:
“§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.”
	A CF tem que ser interpretada sistemicamente. O militar não é alistável quando ele estiver no período de conscrição. O militar que não é elegível é apenas aquele que está durante o serviço militar obrigatório em fase da conscrição, todos os outros militares são elegíveis. 
	A CF diz que o militar não pode se alistar a partido enquanto ele estiver ativo, ou seja, para se candidatar ele tem que pedir licença da corporação. Ele então sai da atividade, se filia ao partido político dentro do período que estabelece a legislação eleitoral, com menos de 6 meses de antecedência pleito eleitoral, então ele se filia ao partido político nesse período, e ele passa a ter inscrição provisória que ele permite disputar a eleição. Com o fim da eleição e se ele foi eleito, ele terá que se afastar da corporação para exercer o mandato e assim tornando a inscrição provisória em definitiva, pois só pode exercer o mandato se ele tiver filiação político-partidária. Se não for eleito, ou o militar volta ou ele sai, mas ele pode voltar, de modo que ele peça o cancelamento da sua inscrição e peça para retornar.
	Mas se ele for eleito teremos duas situações, a primeira é que se contar menos de 10 anos de serviço deverá afastar-se das atividades, ou seja, ele sai da corporação. Porém, se for contado mais de 10 anos de serviço, ele será agregado pela autoridade superior, e se eleito passará automaticamente no ato da diplomação para a inatividade, ou seja, ele será agregado pela corporação e eleito, ele então é colocado na reserva que é a aposentadoria do militar. Essa licença para período eleitoral também serve para qualquer funcionário público. 
	Os políticos que exercem mandatos legislativos, eles não têm limites para reeleição, bem como não se exige deles afastamento para a disputa da reeleição, eles só precisam se afastar se eles forem concorrer a cargo diverso e sem perda do mandato.
Ex: Um Deputado Federal, esse ano então ele pode se candidatar a reeleição, e para isso ele não precisa afastar do seu mandato, ou seja, ele continua exercendo a função de deputado, mesmo que disputando reeleição. Porém se o indivíduo é Deputado Federal e quer disputar o cargo se Senador, aí terá que pedir licença, mas não perde o mandato, ele se afasta, será convocado um suplente no seu lugar e ele irá disputar o cargo de Senador. Nos casos de um Deputado Federal querendo ocupar os cargos de Governador e Presidente da República, ocorrem da mesma forma de Deputado Federal para Senador. 
Ex: Rodrigo Maia anuncia que será candidato a Presidente da República, se ele levar adiante esse processo, ele terá que pedir licença da Câmara dos Deputados, ele não perde o mandato, e assim quem assume temporariamente a Câmara dos Deputados é o primeiro Vice-Presidente e não o suplente dele, e aí conduzirá a Casa até o retorno do Presidente da sua licença para disputar o cargo de Presidente da República. 
	OChefe do Poder Executivo pode ser candidato a reeleição, não precisa ser afastado do mandato, ele só precisa se afastar se ele quiser disputar outro cargo, aí ele terá que sair do cargo com 6 meses de antecedência (desincompatibilização) e assim assumindo o seu Vice-Presidente. O único cargo que não exige desincompatibilização é o de Vice-Presidente, Vice-Governador, Vice-Prefeito, ele podem disputar eleições sem ter que renunciar ao cargo. 
Art. 14, §10, CF:
“§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.”
	É uma ação de natureza constitucional, a ação de impugnação de mandato, o prazo para a interposição dessa ação é de 15 dias da data da diplomação.
	Diplomação: o ato de diplomação, ele garante aquele que foi eleito no processo político, o direito a tomar posse de exercer o mandato. Então, encerra a eleição, é divulgado o resultado oficial, os eleitos (aqueles que vão assumir mandato) são chamados para um ato solene, no qual eles recebem um diploma que registra que aquela pessoa foi eleita para o mandato, e esse diploma que da o direito da pessoa tomar posse na data marcada. Se for o Chefe do Executivo a posse é no dia 1 de Janeiro, e seu for o Chefe do Legislativo é no dia 1 de Fevereiro do ano subseqüente a eleição, porém no dia 31 de Janeiro tem a sessão preparatória onde todos têm que estar presentes, que é quando se vai eleger um dirigente, e todos têm que estar empossados, então eles são empossados um dia antes do dia em que começa os trabalhos do legislativo. Este ato solene da diplomação é a partir dele que se conta o prazo de 15 dias para a interposição da Ação de Impugnação de um mandato eleitoral, por motivos de: abuso do poder econômico, corrupção, fraude no processo eleitoral. Essa Ação deve ser divulgada de forma célere, pois caso ela seja julgada improcedente, ela tem que impedir que a pessoa assuma. 
	O Brasil tem um Congresso Nacional formado por Deputados e Senadores, o mandato deles se encerra no dia 31 de Janeiro de 2019, e quem dará posse ao Presidente é o Congresso Nacional, pois o Presidente toma posse perante o Congresso Nacional, então o Congresso Nacional que empossa o Presidente, não é o novo Congresso, é o Congresso da legislatura anterior, ou seja, é o Congresso que está hoje, ele que irá empossar o novo Presidente ano que vem. Eles saem do recesso deles, vão para a sessão de posse e voltam ao recesso deles, e que não foi reeleito não precisa nem ir, mas quem foi reeleito tem que estar presente, para a votação da mesa diretora do dia 1° de Janeiro tomar posse. 
Ações Constitucionais
	Alguns autores chamam essa matéria de remédios constitucionais, pois muitas dessas ações podem ser usadas de forma preventiva. Porém remédio não se toma preventivamente, pois se toma remédio quando se está doente, mas essa ideia de remédios constitucionais passa uma falsa sensação de que essas ações somente poderiam ser utilizadas para debelar violações de direito, só que não é isso. 
	Então chamemos essas ações de ações constitucionais, que são ações previstas pela CF com o objetivo central de assegurar, de garantir a efetivação de Direitos Fundamentais.
	Até então estudamos um conjunto de Direitos Fundamentais materiais, e como protegê-los? Como garantir que eles sejam efetivados? Claro que se tem todo um sistema processual do Estado brasileiro com a previsibilidade ações que podem ser utilizadas para a defesa desses Direitos Fundamentais, mas de uma forma cautelosa para garantir maior efetividade a esses direitos, foram criadas algumas ações e colocadas materialmente dentro da CF para essa finalidade. Com isso, a CF traz como normas materiais a previsibilidade de ações que poderão ser utilizadas para a defesa dos Direitos Fundamentais, ou seja, a finalidade das ações constitucionais é a de garantir efetividade aos Direitos Fundamentais.
1° - Mandado de Segurança:
Art. 5°, LXIX, CF:
“conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.”
	Diz que nos casos que não couber Habeas Corpus ou Habeas Data quando for ato ilegal ou abusivo de autoridade, houver a violação de um direito líquido e certo.
	Precisa-se ter um ato ilegal ou abusivo praticado por uma autoridade, então um ato que é praticado em sentido contrário ao que está na legalidade, ou praticado de forma abusiva, abusivo no sentido de excesso, como o abuso de direito. Diferente do ilegal, em tese o ato abusivo tem natureza jurídica, só que o ato é praticado para além dos limites do que o direito admite. É difícil uma to abusivo que não seja ilegal, via de regra, o ato abusivo também tem características de legalidade, ele pode ter sido uma legalidade direta, mas é no mínimo uma ilegalidade indireta, uma violação de princípios, por exemplo. Esse ato ilegal ou abusivo tem um ato concreto, um agir da administração pública, uma ação da administração pública. Uma lei não é uma ação da administração pública, pois lei é lei e ato é genérico e abstrato, o ato é concreto.
	O STF disse que não cabe mandado de segurança contra lei em tese, pois a lei em tese é abstrata, genérica, e só se pode admitir mandado de segurança contra atos concretos, nunca contra atos genéricos, então o STF na súmula 266 disse que não cabe mandado de segurança contra lei em tese.
	 Esse ato ilegal abusivo tem que ser atribuído a uma autoridade pública, e esse conceito de autoridade pública ganha elasticidade no mandado de segurança, pois a ideia de autoridade pública na sua origem ela significa que há um agente público que tem poder decisório, ou seja, poder de tomar decisão, por exemplo, um serventuário (aquele que presta serviço provisório) da receita federal convoca o indivíduo e lhe dá ciência de um ato da receita que é ilegal, e que pode atingi-lo, aquele funcionário que deu ao indivíduo ciência do ato, ele não necessariamente é autoridade, ele pode estar apenas cumprindo um ato de sua atribuição, mas quem decidiu foi o seu superior, então autoridade responsável pelo ato não é necessariamente aquela que lhe da ciência do ato, mas é aquela que tomou a decisão pela prática do ato, então a ideia de autoridade nesse caso está associado a um agente público com poder decisório, ou seja, com poder de praticar o ato. Não há como dizer quem são as autoridades públicas, pois depende do órgão, cada órgão tem o seu organograma que está em lei, então se quer entender quem são as autoridades responsáveis por um ato, tem que se conhecer a lei do órgão público que praticou o ato, a lei que regulamenta aquele órgão, é lá que se encontra quem é responsável por tomar que tipo de decisão. 
	Todo ato ilegal ou abusivo tem que ser atribuído a uma autoridade, então é preciso identificar quem é o responsável pela prática do ato, tem que saber quem tem competência para a prática do ato, traduzindo isso em técnica jurídica, e obviamente ele é um agente público, ou seja, um agente que representa a administração pública.
	Não se têm somente agentes públicos na qualidade de autoridade pública, por exemplo, existem serviços concedidos, permitidos ou autorizados para a exploração da iniciativa privada, que são serviços públicos, a Faculdade Baiana de Direito é autorizatária de serviço público, a prática dos atos que seriam atos da administração público na faculdade, são equiparados como seção de diploma, aplicação de regras atinentes a Lei de Diretrizes Bases da Educação Nacional, qualquer problema que porventura se tiver na instituição em relação a atos ilegais ou abusivos pelos dirigentes da instituição, com poder de tomar decisão, e que afete um desses atos, que deveriam ser atos administrativos podem ser impugnados com mandado de segurança. 
Ex: Um aluno completou todos os créditos e o diretor da faculdade disseque não iria que não iria o conceder o diploma, assim cabe o mandado de segurança, pois o diretor não tem poder para impedir o aluno de colar grau se ele concluiu todos os créditos, ou seja, caberia o mandado de segurança nesse caso. 
Ex2: O aluno pagou a mensalidade, mas a faculdade está o cobrando indevidamente, nesse caso não cabe mandado de segurança, pois isso não é um ato administrativo, isso é um ato decorrente da relação consumerista que o aluno possui com a instituição. 
	Os concessionários, pedicionários e autorizatários dos serviços públicos, na prática dos atos que dão consecução a esses serviços públicos, eles se equiparam a administração pública e os seus dirigentes então passam a ser entendidos ou ficção jurídica como autoridades públicas, ou seja, ele não é considerado como se fosse para efeitos jurídicos, assim o que viabiliza a propositura de um mandado de segurança. Então, os alunos não são consumidores o tempo inteiro, quando se paga uma faculdade se tem direito a prestação de serviço educacional, as ações jurídicas das prestações de serviço educacional elas não consumeritas, elas são regidas pela Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional e dentro da autonomia concedida da instituição seguindo o regimento interno da própria instituição. 
	Para tentar mudar o regimento da instituição teria que ser feito uma proposta ao colegiado do curso, o colegiado do curso submete isso ao conselho superior, se o conselho superior da instituição aprovar, ele tem então que submeter isso ao MEC, ou seja, se um dia os alunos e professores quiserem mudar o regimento da Faculdade Baiana de Direito, é preciso que as regras regimentadas estejam todas registradas no MEC, porque o MEC é quem fiscaliza a prestação do serviço público, mas não é um senso público, por exemplo, fornecimento de energia elétrica, o Estado concedeu esse serviço público para instituição privada, mas existe um órgão de controle sobre essa prestação que é o Ministério da Energia, e para ajudar esse Ministério existe um outro órgão de fiscalização e regulação que é Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Então, mais uma vez se tem uma relação consumerista, e uma outra relação que se pauta em regras da administração pública. 
	Todo mandado de segurança deve ter uma autoridade co-autora, que é aquela que pratica o ato ilegal ou abusivo. Esse ato ilegal e abusivo praticado pela autoridade co-autora fere o Direito Líquido e Certo. O professor costuma dizer que o direito líquido e certo é o sólido, ou seja, é o direito inquestionável, há uma certeza da existência do direito ele é quantificável, ou seja, quando se alega que existe um direito líquido certo, é preciso que se comprove essa certeza da existência do direito e já especifique a sua quantificação, isso traz como uma das suas primeiras consequências o fato de que nos mandados de segurança não se admite produção de prova no curso do processo, toda prova do mandado de segurança, ela tem que ser apresentada com a petição inicial, no momento da internação do mandado de segurança. Juridicamente se diz que a prova do mandado de segurança é pré-constituída, ela é constituída previamente a impetração, no mandado de segurança não se pode pedir (?) de testemunha, a prova do mandado de segurança é documental, e se tem documentalmente o que se é necessário para comprovar que o direito existe e é certo, e é quantificado, é líquido, a liquidez vem da quantificação.
Ex: O indivíduo está discutindo via mandado de segurança a cobrança indevida de um tributo, então ele irá dizer de quanto foi essa cobrança indevida desse tributo, o mandado de segurança quer que declare tudo daquele ato referente à cobrança do tributo. No mandado de segurança não se vai receber o tributo de volta, ele não tem efeito financeiro, a finalidade do mandado de segurança é anular o ato, se o indivíduo quiser receber indevidamente, nesse caso específico seria a ação é uma repetição (devolução) de indébito (débito inexistente).
Ex: Um funcionário público que está recebendo menos do que devia receber, e então procura um advogado. O advogado tem que tomar duas medidas, a primeira seria entrar com um mandado de segurança para que o ato do pagamento menor seja estancado, quando estancar e o funcionário estiver recebendo normalmente. O que o funcionário deixou de receber, o advogado então entra com uma ação de cobrança, porque o mandado de segurança não pode interferir em ação patrimonial. 
	Não há produção de provas no curso do processo, e se tiver que produzir prova testemunhal, se tiver que pedir perícia, não se entra com mandado de segurança e sim com ação ordinária.
	O mandado de segurança é assim: o indivíduo impetra com o mandado de segurança, o juiz então manda o ouvir a autoridade co-autora, caso existam terceiros interessados o juiz manda ouvir todo mundo, então ele tem que ouvir a autoridade co-autora e todos os interessados, por exemplo, o Estado seria um interessado, imagina um Secretário de Estado que praticou um ato ilegal abusivo, ele vai responder pelo ato e vai emprestar informações pelo ato que ele praticou, mas o Estado tem interesse, porque a decisão pode afetar o Estado, então o Estado tem que ser ouvido, tem que integrar a relação processual do mandado de segurança. Depois de ter ouvido todos, ouve o MP na condição de fiscal também, MP se manifestou, assim o juiz julga o mandando de segurança e acabou. O líquido do mandado de segurança é sumaríssimo, justamente para que de forma rápida detecte o problema, então a vantagem nesse caso de se ingressar com duas ações é estancar e depois discutir a questão patrimonial, pois se for discutir tudo junto, pode ser que demore muito mais tempo e o indivíduo fique sem receber.
	O mandado de segurança, ele pode ser utilizado repressivamente ou preventivamente. Repressivamente quando há um ato ilegal ou abusivo praticado pela autoridade co-autora, e viola o direito do certo, e também ser utilizado preventivamente para evitar que ato ilegal abusivo seja praticado pela autoridade co-autora.
	O mandado de segurança não pode ser utilizado quando o direito tutelado for a liberdade de locomoção ou a liberdade de informação, porque a liberdade de locomoção é protegida por uma ação chamada Habeas Corpus, e a de liberdade de informação pelo Habeas Data. E a CF diz de forma clara que não cabe mandado de segurança quando for possível a utilização do Habeas Corpus ou Habeas Data. 
	O prazo para interposição do mandado de segurança é de 120 dias da data em que se toma ciência do ato ilegal ou abusivo (PAD), ou da possibilidade de acontecer esse ato ilegal ou abusivo, que é um prazo decadencial, ou seja, caduca em 120 dias o direito ao mandado de segurança, não se pode usar o mandado de segurança, pode usar ou ação, mas não o mandado de segurança, pois ele só pode ser impetrado se tiver a prova de que ele foi interposto dentro do prazo. 
Ex de um Processo Administrativo Disciplinar (NÃO CAI): 
	Ele é utilizado para apurar os ilícitos praticados pelos servidores públicos quando eles fazem algo que está proibido ou deixam de cumprir um dever. A legislação do setor público diz quais são os deveres, as suas obrigações e traz um rol de atos que são proibidos, então o servidor deixa de cumprir um dever, a sua obrigação, ou quando ele pratica um ato proibido, ele então irá responder um PAD, que pode gerar suspensão ou até a demissão do servidor público. Para a instauração do PAD têm que se analisar os indícios de autoria e materialidade do ilícito administrativo. O PAD então é instaurado e pode depois aplicar uma sanção. Se não tiver indício de autoria e materialidade para a instauração do PAD, mas se instaura contra o servidor mesmo assim, até então não há um ato ilegal abusivo, esse ato irá surgir no momento em que sem a prova da autoria e materialidade aplicar a sanção, o setor público é obrigado a esperar essa sanção e então entraria com um mandado de segurança preventivo para evitar que o ato ocorresse em função da instauração ilegal ou abusiva do PAD.
	O mandadode segurança pode ser interposto individualmente por aquele que sofreu do abuso do direito líquido e certo, pode haver um litisconsórcio ativo* e mesmo assim se considera que o mandado de segurança é individual, por exemplo, duas pessoas tiveram o mesmo direito afetado e entra-se juntos com o mandado de segurança, há um partilhamento de um direito, é o que se chama de direito individual homogêneo. E sim, é possível a impetração de um mandado de segurança coletivo, todavia a CF restringe quem são os legitimados para a propositura
Art. 5°, LXX, CF:
“o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;”
	Um partido político que tem representação no Congresso Nacional é aquele que tem pelos um deputado ou um senador, ele tem que ter um membro do CN, então ele pode interpor um mandado de segurança coletivo. O mandado de segurança coletivo, ele não deve discutir direito individual, ele tem que discutir direito de coletividade, são os chamados direitos coletivos ou difusos, então são legitimados apenas esse que estão indicados pelo inciso LXX do Art. 5°, desde o direito em discussão, o direito que foi violado seja um direito coletivo ou difuso, apenas ele podem interpor o mandado de segurança coletivo.
Ex: O mandado de segurança coletivo interposto por partido político para evitar que o projeto de lei inconstitucional seja levado à votação. É um mandado de segurança preventivo, ele quer evitar que ocorra a ilegalidade de uma votação de um projeto inconstitucional, e não é impetrado em favor de ninguém, ele é impetrado em favor de uma coletividade, a proteção coletiva contra uma possível admissão de lei inconstitucional. 
	No BR o controle jurisdicional de constitucionalidade é ele repressivo, é contra o ato ou a lei inconstitucional, a hipótese do controle jurisdicional preventivo de constitucionalidade se dá exatamente quando o partido político ingressa com uma ação para evitar que uma lei, um projeto de lei formalmente inconstitucional seja levado à votação. A informalidade tem que ser formal, não pode ser material. 
*No Direito Processual moderno, dizemos que há litisconsórcio quando, em uma relação jurídica processual, um ou dois pólos possuem mais de um sujeito. Ex.: dois autores e um réu; um autor e dois réus, ou duas ou mais pessoas no pólo ativo e duas ou mais pessoas no pólo passivo.
2° - Mandado de Injunção
3° - Habeas Corpus
4° - Habeas Data
5° - Ação Popular 
6° - Ação Civil Pública

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