Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Brenda Amengol 1 RESUMO SOBRE COAÇÃO * Coação é a pressão exercida sobre uma pessoa para que realize um negócio jurídico. Pode incidir sobre a própria pessoa, pessoa próxima ou bens. Concretiza-se na manifestação de vontade viciada pelo uso da violência psicológica. “Coação é toda ameaça ou pressão exercida sobre um indivíduo para forçá-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio.” * De acordo com a doutrina o CC/02 apenas regulamentou a coação relativa, ignorando a existência da coação absoluta. A coação absoluta ou física, em verdade, não consiste em um defeito do negócio jurídico, mas em motivo de completa aniquilação da manifestação de vontade, a qual atingirá o plano da existência do negócio jurídico. O negócio jurídico realizado por coação absoluta será INEXISTENTE, e não inválido. Coação relativa ou psicológica (vis compulsiva) É aquela que deixa opção ao coagido. É esta a prevista no CC/02. Conseqüências: • Efeito: anulável • Ação: anulatória • Prazo: 04 anos – decadencial – contados a partir do dia em que cessar a coação. Coação absoluta (vis absoluta) É aquela que não deixa opção ao coagido. Ex: pessoa sob a mira de uma arma de foto. Neste caso não há manifestação de vontade, logo o negócio é inexistente. Consequências: • Efeito: inexistência do negócio. • Ação: declaratória de inexistência. • Prazo: imprescritível Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Brenda Amengol 2 Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação. * Não caracterizam a coação (art. 153 CC) a) Ameaça de exercício regular de direito (ato lícito) Ex: ameaça de entrar com ação judicial. b)Temor reverencial ou receio de desgosto. (mistura de respeito e medo) Ex: relação entre pais e filhos – patrão e empregado. Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. * Diferentemente do ERRO, a coação não é analisada com base na figura do homem médio, mas sim em cada caso concreto específico. Nesse sentido, vejamos o Art. 152 “No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela”. * Assim como o dolo, a coação também pode ocorrer por terceiros, sendo praticamente o mesmo raciocínio, mas com uma pequena diferença = a SOLIDARIEDADE. Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos. Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto. Brenda Amengol 3 * “A diferença fundamental entre a coação de terceiro e o dolo de terceiro reside no seguinte aspecto: havendo cumplicidade (sabia ou tinha como saber) entre o beneficiário e o coator o negócio é anulado e os envolvidos respondem solidariamente pela indenização devida. Essa solidariedade não existe no dolo, no qual cada um responde apenas proporcionalmente à sua carga de culpabilidade.” Pablo Stolze Gagliano.
Compartilhar