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DOENCAS PULMONARES RESTRITIVAS ! D E F I N I Ç Ã O uma doença restritiva tem como característica mecânica a baixa complacência pulmonar (grau de distensão no qual os pulmões se expandirão por cada unidade de aumento na pressão transpulmonar), como, por exemplo, quando se tem uma menor produção de surfactante alveolar; as varias doenças que causam reducao ou restrição dos volumes pulmonares podem ser divididos em dois grandes grupos, de acordo com o comprometimento anatômico: doenças de causa parenquimatosa: doenças pulmonares intersticiais (DPIs) doenças de causa extraparenquimatosa D O E N Ç A S I N T E R S T I C I A I S Definição —————————————— são afecções heterogêneas, agrupadas em função de achados clínicos, radiológicos e funcionais semelhantes, embora o termo �doença� pulmonares parenquimatosas dif��usas�� seja considerado mais adequado, o termo �doenças� intersticiais dif��usas�� é consagrado pelo uso; caracterizada pelo acometimento difuso e bilateral dos septos alveolares, que se apresentam inflamados na sua fase inicial e fibrosados nas fases mais avançadas, contudo, muitas das patologias deste grupo também apresentam outros tipos de lesão, tais como o preenchimento alveolar (pneumonia) e lesão das vias aéreas distais;(bronquiolite), outro ponto importante na definição é o fato de se excluírem as causas infecciosas; Patologia —————————————— lesão característica das fases iniciais é a alveolite (ou simplesmente, pneumonite), definida como o acúmulo de células inflamatórias nos septos alveolares que se encontram espessados e edemaciados, as células inflamatórias também extravasam para o lúmen, formando exsudatos alveolares; o epitélio do alvéolo está lesado, havendo degeneração dos pneumócitos tipo I (células planas) e proliferação dos pneumócitos tipo II (células cuboides); as células inflamatórias que predominam são macrófagos, linfócitos e/ou neutrófilos e, em determinadas entidades, eosinófilos, em um subgrupo de doenças, o infiltrado de macrófagos e linfócitos forma nódulos de granuloma na parede dos alvéolos; — diversas doenças incluídas neste grupo possuem a característica de não se resolverem com a reconstituição do parênquima pulmonar, em vez disso, o infiltrado inflamatório acaba se convertendo em um processo fibrótico— a fibrose ocupa os septos alveolares e preenche os seus espaços aéreos, levando à destruição progressiva do parênquima, formam-se múltiplas áreas císticas com paredes fibróticas, que podem ser visualizadas na radiografia de tórax ou TC, sendo descritas como “pulmão em favo de mel” ou “faveolamento pulmonar”; Fisiopatologia ———————————— a infiltração e a fibrose parenquimatosa progressiva reduzem a complacência pulmonar e os volumes pulmonares, revelando um padrão restritivo na prova de função pulmonar; na espirometria, o VEF1,0 reduz proporcionalmente à CVF, ou a CVF reduz mais que o VEF1,0, mantendo normal ou elevado o índice de VEF1,0/ CVF; — os fluxos expiratórios forçados estão todos normais, se o padrão for restritivo puro — com a progressão da doença, todos os volumes pulmonares podem se reduzir; nas fases avançadas, para manter o volume-minuto, o paciente torna-se cronicamente taquipneico; a redução da complacência estática aumenta o trabalho da musculatura respiratória, principal elemento que explica a dispneia desses pacientes; Principais entidades —————————— Investigação Clínica ————————— as causas mais comuns de PID são a fibrose pulmonar idiopática, as colagenoses (artrite reuma- toide, esclerodermia) e as pneumoconioses; — principal sintoma relacionado às pneumopatias intersticiais difusas é a dispneia aos esforços, seguida pela tosse seca — a evolução pode variar desde um curso insidioso (anos) até uma forma abrupta (dias); o que chama atenção do quadro é o padrão radiológico que mostra um infiltrado bilateral difuso desde o início do quadro; sintomas - dispneia - �tosse - fadiga �- sibilos são incomuns exame fisico - taquipneia � - diminuição da expansibilidade - estertores em velcro: ocorrem do meio até o final de cada inspiração do paciente, ou em todo o tempo inspiratório [achado sensível e específico para DPI] - grasnidos: som musical audível principalmente na fase inspiratória com duração menor que os sibilos [incomuns nas DPIs mas podem favorecer a presença de acometimento de pequenas vias aéreas] - baqueteamento digital história - idade, sexo, tabagismo - uso de medicamentos -exposição ocupacional e ambiental - história familiar de DPI -sintomas DRGE -achados sistêmicos (sarcoidose, DTC) exames complementares -� auto-Acs: FAN, FR, Ro, La, Sm, RNP, anti-CCP, CPK, aldolase - SpO2 em repouso e após esforço (teste do degrau) -� espirometria, medida de volumes pulmonares e medida da capacidade pulmonar de difusão - tomografia de tórax em alta resolução (TCAR) inspirada e expirada -broncoscopia: LBA e BTB - biópsia pulmonar cirúrgica Classificação ———————————— etiologia desconhecida etiologia conhecida Diagnósticos diferenciais ———————— - Edema pulmonar � - Asma / DPOC - � Infecções - � Neoplasia Dificuldade diagnosticas ———————— DPI (imunocompetente ————————— F I B R O S E P U L M O N A R ` I D I O P Á T I C A importante causa de PID, acometendo pacientes entre 40-60 anos, sem preferência de sexo; radiografia de tórax tipicamente mostra um infiltrado reticular ou reticulonodular bilateral de predo- mínio nas bases; TCAR é fundamental para avaliarmos a ex- tensão do comprometimento pulmonar e a fase da doença, além de ser suficiente para confirmar o diagnóstico em casos típicos (sem necessidade de biópsia); devemos excluir outras doenças que podem provocar alterações semelhantes, como LES, artrite reumatoide, esclerodermia e asbestose; padrão histopatológico esperado denomina-se Pneumonite Intersticial Usual (UIP), que se caracteriza pela presença, numa mesma amostra tecidual, de três padrões concomitantes (aspecto em “colcha de retalhos”): (1) alveolite mononuclear; (2) fibrose alveolar; (3) áreas de faveolamento. — tecidos brônquico e vascular são poupados. — Padroes tomográficos ————————— Diagnóstico ————————————— P N E U M O N I A ` H I P E R S E N S I B I L I D A D E exposição continuada a determinados agentes orgânicos (fungos, bactérias termofílicas, pro- teínas animais) ou inorgânicos (isocianatos) pode propiciar uma alveolite granulomatosa por uma reação de hipersensibilidade do tipo III (dependente de imunocomplexos) e IV (tardia, mediada por linfócitos T helper); exposição aguda a esses agentes pode levar à febre, mal-estar, tosse e dispneia após cerca de 6-8h, melhorando em alguns dias.; forma subaguda da doença necessita de uma exposição mais prolongada, podendo evoluir para uma síndrome febril associada à dispneia grave, com necessi- dade de hospitalização; forma crônica é a que mais se parece com a PID, evoluindo insidiosamente com dispneia aos esforços, tosse e períodos de febre ou exacerbação do quadro, após novas e repetidas exposições ao agente antigênico; deve-se sempre suspeitar de pneumonite por hipersensibilidade quando a história profissional ou de determinados hobbies de vida são compatíveis com a exposição a um determinado antígeno; o padrão radiológico pode ser um infiltrado reticulonodular ou nodular difuso bilateral; padrão da TCAR pode ser sugestivo: infiltrado nodular broncocêntrico; padrão histológico —————————— S A R C O I D O S E doença sistêmica caracterizada pela presença anatomopatológicade granulomas de células epitelioides não caseosos; diagnóstico de sarcoidose só pode ser estabelecido após a exclusão de causas conhecidas de inflamação tecidual granulomatosa = biópsia sempre necessária A síndrome de Löfgren é uma manifestação da sarcoidose que incluia tríade: eritema nodoso, adenopatia hilar e artrite; pacientes com quadro de febre, aumento de parótidas, uveíte anterior (olho vermelho) e paralisia facial têm a síndrome de Heerfordt.
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