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PLANEJAMENTO E REDES DE DISTRIBUIÇÃO_05

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DESCRIÇÃO
Planejamento de redes de distribuição como etapa estratégica das operações logísticas e de
suprimentos. Definição da quantidade, localização e capacidade das instalações da cadeia para o
fluxo de produtos e serviços dos pontos de produção aos pontos de consumo.
PROPÓSITO
Apresentar os problemas de estudo de rede, métodos e ferramentas para o desenvolvimento dos
projetos e as principais variáveis de decisão, bem como as oportunidades e benefícios das redes de
distribuição para a eficiência das organizações.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer os fundamentos do planejamento da distribuição física
MÓDULO 2
Empregar o cálculo da melhor localização
MÓDULO 3
Identificar as principais métricas espaciais e redes de transporte
INTRODUÇÃO
O processo de Planejamento de Redes de Distribuição está na camada de decisões estratégicas de
qualquer organização. A definição da quantidade e localização de suas instalações industriais e de
distribuição trazem compromissos de longo prazo, altos investimentos e definirão os níveis de
eficiência e de serviço em que a cadeia de suprimentos irá operar. Este tipo de análise exige um
elevado nível de dados, modelos matemáticos, ferramentas computacionais e um processo sólido
de análise de cenários e variáveis quantitativas e qualitativas para eleger a melhor configuração de
rede para o negócio.
 
Fonte: Vagner Ramos da Silva.
 Cadeia básica de distribuição.
MÓDULO 1
 Reconhecer os fundamentos do planejamento da distribuição física
PLANEJAMENTO DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
VARIÁVEIS DE DECISÃO DE PLANEJAMENTO
DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
Devido ao alto grau de complexidade do Planejamento de Redes de Distribuição, é fundamental
mapear e eleger as variáveis que deverão ser mensuradas e analisadas dentro desse processo.
Quanto maior a profundidade e o conhecimento a respeito do negócio, maiores serão as chances
de sucesso no desenho da rede, pois mais alinhada ela estará em termos de custos e,
consequentemente, mais adequado será o nível de serviço prestado para seus clientes. O resultado
esperado é a definição de como os produtos fluirão desde os pontos de origem da cadeia produtiva
até os centros de demanda.
De maneira não exaustiva, pode-se elencar algumas variáveis centrais que a organização deve
considerar em seus estudos de planejamento de distribuição física, tais como:
Níveis de serviço ao longo da cadeia;
Composição de custos;
Níveis de estoques;
Malha de transportes;
Variáveis qualitativas.
Planejar os níveis de serviço ao longo da cadeira consiste em definir os tempos de ciclo que cada
uma das instalações deverá operar. Para cada elo da cadeia, haverá um tempo de processamento
e um tempo de transferência, que também podem ser chamados de lead-time (LT – tempo de
espera) e transit-time (TT – tempo de trânsito), respectivamente.
 Escolha uma das Etapas a seguir.
LEAD-TIME
TRANSIT-TIME
ORDER CYCLE TIME (OCT)
O lead-time será definido como o tempo necessário para um produto ser liberado a partir do
momento em que o pedido é feito. Normalmente, quanto mais ágil for o processo e menor o lead-
time, mais eficiente será a cadeia e menor será a alocação de recursos em determinada atividade,
gerando, também, menor custo operacional.
Já o transit-time significa o tempo de trânsito, ou seja, o tempo necessário para movimentar
produtos ou cargas fisicamente entre dois pontos. Esses dois pontos podem ser mensurados dentro
da cadeia de produção ou dentro do fluxo de entrega final ao cliente, dependendo do elo da cadeia
que se deseja analisar.
Um outro conceito importante a ser empregado na definição do nível de serviço é o Order Cycle
Time (OCT) ou Tempo de Ciclo do Pedido, que pode ser calculado através do somatório do lead-
time e do transit-time.
OCT = LT + TT 
(ORDER CYCLE TIME = LEAD-TIME + TRANSIT
TIME)
 
A análise de custos dentro da definição das Redes de Distribuição talvez seja uma das variáveis
mais importantes e que exigirá elevado grau de granularidade e profundidade. Como as definições
de quantas unidades possuir e qual será sua localização são decisões de longo prazo e que geram
alto custo de mudança, a construção de uma rede com custos evitáveis ou não eficientes poderá
onerar o custo logístico total durante muitos anos.
Sabe-se que os custos logísticos possuem grande representatividade dentro das organizações e
esta é uma importante disciplina para os profissionais da área. Segundo artigo do Instituto de
Logística e Supply Chain (ILOS), os custos logísticos no Brasil representaram 11,9% do Produto
Interno Bruto (PIB) em 2015.
 ATENÇÃO
Outra variável de grande importância e que também impacta diretamente os custos logísticos é a
definição dos níveis de estoque ao longo de toda a cadeia de suprimentos. O planejamento da rede
de distribuição deverá se debruçar sobre o tema e mensurar as quantidades e valores dos
estoques, desde matérias-primas a produtos acabados.
As decisões sobre estoques normalmente envolvem discussões sobre disponibilidade, custo de
manutenção de estoques, custos de aquisição, cobertura de estoques, lotes econômicos de
compras, entre outras. Com base na abrangência e importância do tema, o estudo sobre estoques
requer um olhar atento para a tomada de decisão.
No que se refere à malha de transportes, o planejamento de redes de distribuição definirá
diretamente todos os movimentos de cargas entre os pontos da cadeia, cobrindo distâncias,
frequências, volumes, modais que serão utilizados, entre outras questões.

Notadamente, o custo de transporte é o maior dentre os custos logísticos, daí sua relevância neste
processo. O desenho da malha de transportes costuma ter alta complexidade e exige a montagem
de cenários através de ferramentas de simulação e otimização para o alcance de altos níveis de
eficiência.

Por último e igualmente importante, pode-se destacar as variáveis qualitativas que devem ser
consideradas dentro do planejamento de redes de distribuição. Dependendo do segmento e de
como está configurada a cadeia produtiva e de distribuição, questões qualitativas podem trazer
diferencial competitivo ou ser um ponto de fraqueza para a organização.
De maneira exemplificativa, alguns critérios qualitativos podem cobrir: disponibilidade e nível de
escolaridade da mão de obra na região, questões sindicais, disponibilidade de recursos como
energia elétrica e água, condições das vias de acesso, possibilidade de integração de modais de
transporte e questões políticas.
O PLANEJAMENTO DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
E A LOGÍSTICA REVERSA
É bastante comum que as discussões e análises sobre o planejamento de redes de distribuição
despertem maior interesse em definir o fluxo de atendimento ao consumidor, conhecido também
como fluxo direto. A cadeia normalmente é pensada e desenhada para conduzir, de maneira
eficiente, matérias-primas, produtos semiacabados e produtos acabados até o ponto final de
consumo. No entanto, dependendo da indústria, da estratégia de negócio ou até mesmo por
obrigações legais, o fluxo reverso é tão ou mais importante do que o fluxo direto.
 VOCÊ SABIA
O fluxo reverso é muito conhecido dentro da disciplina de Logística Reversa, e pode ser definida,
segundo a Lei n° 12.305 de agosto de 2010, como “um conjunto de procedimentos e meios para
recolher e dar encaminhamento pós-venda ou pós-consumo ao setor empresarial, para
reaproveitamento ou destinação correta de resíduos”.
A necessidade de retorno de matérias pode ser devida a uma série de necessidades ou
oportunidades. Uma empresa pode ter a necessidade de retornar embalagens e materiais de
transporte como paletes, equipamentos fornecidos em contratos de comodato, como impressoras,
produtos danificados em garantia, entre outros. Além disso, o retorno e reaproveitamento desses
produtos e materiais pode ser um novo negócio para a mesma empresa ou outro parceiro, como
nas indústrias de reciclagem de alumínio e plástico, por exemplo.
O crescente debate sobre a responsabilidade dosfabricantes e distribuidores para a correta
destinação de resíduos sólidos tem levado ao aumento da importância da logística reversa para
quase todos os segmentos. Além das obrigações legais que muitos precisam cumprir, são
notadamente crescentes a consciência e a exigência dos consumidores com a responsabilidade
socioambiental. Clientes estão mais conscientes e mais exigentes quanto ao tratamento de
resíduos e como suas empresas e marcas lidam com o tema.
 
Fonte: Shutterstock.com
A complexidade do canal reverso pode ser ainda maior do que a do canal direto, por muitas vezes
apresentar grande dispersão geográfica, falta de rastreio e previsibilidade de quando e quanto
material precisará retornar pela cadeia logística.
Essa complexidade deve ser considerada e cuidadosamente planejada dentro do Planejamento de
Redes de Distribuição. Não considerar a importância ou peso desse fluxo dentro da cadeia pode ser
um divisor de águas e sacramentar o fracasso de uma organização. Por outro lado, empresas com
logística reversa eficiente podem colher excelentes resultados operacionais, de reconhecimento e
valorização da marca e até refletir aumento de vendas.
 ATENÇÃO
Um ponto importante a se observar nessa fase de planejamento de redes de distribuição direta e
reversa é que eles podem compartilhar sinergias ou ser independentes, de acordo com a
complexidade e compatibilidade desses canais. Por exemplo, se a logística reversa tratar de
embalagens ou produtos com riscos de contaminação, talvez seja necessária uma cadeia reversa
dedicada e com ativos e processos separados da cadeia de abastecimento direto.
Normalmente e sempre que possível, buscar sinergias entre os fluxos diretos e reversos pode
trazer economias importantes para as organizações. Compartilhar ativos e recursos pode contribuir
para um melhor custo total da operação e proporcionar o melhor nível de serviço para o
consumidor.
A disciplina de Logística Reversa requer um estudo aprofundado e complexo para melhor
entendimento de quantas oportunidades existem no gerenciamento de operações das
organizações.
 
Fonte: Vagner Ramos da Silva, adaptado de MOSSMAN, F. H.; BANKIT, P.; HELFERICH, O. K.
Logistics System Analysis. Washington, DC: University Press of America. 1977.
 Fluxo de logística reversa
INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA O
PLANEJAMENTO DE REDES DE
DISTRIBUIÇÃO
O planejamento de redes de distribuição, diante de sua relevância e complexidade já abordadas,
exigirá um vasto e robusto banco de dados para suportar as análises e tomadas de decisão. Para
muitas organizações, obter esses dados pode ser uma tarefa complexa, mas o esforço para
trabalhar com dados consistentes pode trazer um nível de eficiência fundamental para o sucesso do
negócio.
A necessidade de análise e a abrangência dos dados podem variar muito para cada organização,
mas normalmente cobrem as seguintes bases:
Base de clientes com localização, frequência de compra e faturamento;
Base de todos os produtos por SKU (Stock Keeping Unit – Unidade única de medida);
Custos de transporte para cada etapa da cadeia;
Transit-time para cada etapa da cadeia;
Níveis de estoque nas diferentes unidades;
Custo de armazenagem;
Tamanho médio dos embarques e pedidos;
Custos de processamento de pedidos;
Custo de oportunidade de capital;
Níveis de serviço desejados.
Fonte: Vagner Ramos da Silva.
 Transformação de dados em informação
Todas essas bases irão gerar uma quantidade gigantesca de dados, que podem ser extremamente
ricos, mas ao mesmo tempo trazer grande complexidade. Atualmente, existem diversas ferramentas
de análise de dados que serão objeto de estudo neste momento, mas a facilidade proporcionada
pelas ferramentas precisa ser complementada com análise crítica dos profissionais envolvidos.
O PRIMEIRO E IMPORTANTE PASSO É
TRANSFORMAR ESSA ENORME BASE DE DADOS
EM INFORMAÇÕES RELEVANTES E ÚTEIS PARA O
PLANEJAMENTO DE REDES.
 
Um cuidado importante a ser tomado nesta etapa é não se perder na quantidade de dados
disponíveis. Para tal, é fundamental definir primeiro as informações que se espera obter e quais são
realmente relevantes na análise.
Algumas metodologias podem facilitar este processo de análise de dados e direcionar melhor os
estudos e análises.
DEFINIÇÃO DAS UNIDADES DE ANÁLISE
Dependendo do ramo de atuação da empresa, a unidade de medida relevante para análise pode
mudar drasticamente. Para uma indústria, por exemplo, pode ser mais importante analisar o peso
dos pedidos que são movimentados ao longo da cadeia. Já para uma empresa varejista de bens de
consumo, o valor dos pedidos pode ser mais crucial na construção de sua rede logística.
NESTE UNIVERSO, É IMPORTANTE DEFINIR A
UNIDADE MAIS IMPORTANTE. PESO, POR
EXEMPLO, PODE SER EM QUILOS OU
TONELADAS; VALOR PODE SER EM REAIS,
MILHARES DE REAIS, MILHÕES DE REAIS OU DE
DÓLARES.
 
Pode-se utilizar unidades de movimentação, como caixas e tambores, ou de cubagem, como
metros cúbicos e litros. O fundamental é conhecer as unidades de medida mais relevantes para o
negócio e seguir com as análises necessárias.
NÍVEL DE AGRUPAMENTO DOS PRODUTOS
As empresas podem possuir milhares de itens únicos distintos, conhecidos como SKU (Stock
Keeping Unit). Esta variedade pode ser definida por diferentes cores, tamanhos ou tipos de
embalagens de um mesmo produto, criando uma complexidade nem sempre necessária na análise.
Para contornar esse tipo de situação em um estudo de planejamento de redes de distribuição, é
recomendado o agrupamento desses itens dentro de critérios específicos, que irão facilitar a análise
e garantir robustez na tomada de decisão.
- Um mesmo produto, de cores diferentes, terá os mesmos custos de armazenagem e transporte,
ocupará a mesma cubagem e terá o mesmo custo de processamento de pedido. Logo, pode-se
agrupar a demanda de todas as cores desse produto na base de dados. Outros critérios, como
peso, cubagem e valor, podem ser utilizados neste agrupamento.
 
Fonte: Shutterstock.com
- O agrupamento também pode ser interessante se os produtos serão armazenados e
transportados da mesma forma, ou se irão utilizar os mesmos equipamentos, recursos e canais. As
empresas costumam usar classificações como grupos ou famílias de produtos que podem ser um
ótimo ponto de partida na construção dos critérios de agrupamento de dados.
 
Fonte: Vagner Ramos da Silva
 Árvore de agrupamento de produtos
CUSTOS DE TRANSPORTES E RESPECTIVAS
TARIFAS
Uma das linhas de custo mais importantes no planejamento de rede é a de transportes.
Especialmente no Brasil, com a alta dependência do transporte rodoviário, conhecer os custos de
transporte em cada fase da cadeia é fundamental. O custo de transporte é tão relevante que pode
ser um dos fatores que mudam a decisão de localização dos armazéns.
 DICA
Nesse banco de dados é importante considerar algumas questões como: forma de contratação de
frete (por viagem, por peso etc.), custo das tarifas por quilômetro rodado, frequência de viagens,
custos com pedágio e manutenção, condições das estradas que interferem diretamente na
velocidade média e desgaste dos veículos, fatores de segurança que impactam na contratação de
seguros, entre outras importantes questões.
Nessa fase, é importante e muito sensível a decisão de quais modais de transporte serão utilizados
em cada transferência de produtos na cadeia direta ou na cadeia reversa. Os diferentes modais
apresentam benefícios e custos associados, assim como outras questões (velocidade,
confiabilidade e flexibilidade).
Modal Ferroviário Aquaviário Rodoviário Dutoviário Aéreo
Velocidade Média Muito lenta Rápida Lenta
Muito
rápida
Confiabilidade
no prazo de
entrega
Média Média Alta Alta Alta
Frequência Baixa Muito baixa Alta Alta Média
Disponibilidade
geográfica
Baixa Limitada Muito alta
Muito
limitada
Média
Capacidade de
carga
Alta Alta Média Alta Baixa
Custo Médio Muito baixo Alto Baixo Muito
alto
 
 Tabela: Comparativo modais
A decisãoenvolvendo transporte também pode passar pela estratégia de frete próprio ou
terceirizado. Esse tipo de escolha é bastante particular e envolve mais do que as variáveis de custo,
podendo envolver questões estratégicas, de confiabilidade e disponibilidade. Pelo perfil dos ativos,
o modal rodoviário é mais sensível para esse tipo de comparativo, mas existem casos em que
possuir trechos de ferrovias ou dutos próprios são aplicados e extremamente relevantes para o
negócio.
PERFIL DOS EMBARQUES E DOS PEDIDOS
O perfil dos pedidos pode variar muito dependendo do elo da cadeia em um mesmo negócio.
Normalmente, insumos e matérias-primas são enviados em grandes quantidades e em menor
frequência de embarque, privilegiando a ocupação total da capacidade de carga de transporte. Por
outro lado, quando se está no final da cadeia e atendendo diretamente o varejo, os embarques
serão frequentes e de menor peso e cubagem, privilegiando disponibilidade e nível de serviço.
A base de dados para análise deverá contemplar essas variações de perfil de embarques e
pedidos, pois impactam diretamente nos custos de transporte e de processamento de pedidos.
AGRUPAMENTO 
DAS VENDAS
Analisar individualmente a base de dados de vendas de cada cliente pode gerar um esforço até
certo ponto desnecessário. Por exemplo, se existem vários clientes em um mesmo bairro, analisá-
los de forma conjunta terá uma margem de erro muito pequena e facilitará essa operação.
Esse agrupamento de vendas de clientes é bastante usual no projeto de redes de distribuição,
sendo uma boa prática a ser considerada. Uma maneira simples e confiável é utilizar o CEP
(Código de Endereçamento Postal) dos clientes para definir o critério de agrupamento. Vale
destacar que é importante entender a codificação do CEP utilizado em cada país e, a partir disso,
escolher o nível de agrupamento de dados de vendas mais adequado para o tipo de negócio.
MEDIDAS DE DISTÂNCIAS
As distâncias entre as unidades produtivas e clientes constituem uma das mais importantes
informações para o estudo de redes. Por ter impacto direto nos custos de transportes e no nível de
serviço, é fundamental conhecer todos os deslocamentos da cadeia para a construção de análises
e modelos matemáticos sólidos.
Logicamente, deverá ser feita uma ponderação de volume, peso, valor ou frequência para cada
distância, pois cada rota pode ter custos relacionados específicos e um peso diferente das demais.
Para a análise, será necessário o levantamento dos pontos da cadeia e as distâncias que os
conectam. Atualmente, existe uma série de ferramentas de geolocalização e roteirização que
facilitam a obtenção desse tipo de informação.
CUSTOS DAS INSTALAÇÕES
Os custos das instalações logísticas são igualmente importantes no projeto de planejamento de
redes de distribuição. Dependendo da quantidade, tamanho, localização e especificações técnicas
das unidades, os custos de instalações podem ser relevantes no custo logístico total. Basicamente,
as instalações possuem custos fixos, custos de armazenagem e custos de processamento ou
manuseio.
Os principais custos fixos podem ser de aluguel, condomínio, impostos e supervisão. O importante
é que eles não mudam de acordo com o volume movimentado na instalação. O ponto de atenção é
que os custos fixos podem variar para determinado nível de atividade, isso pode ocorrer quando o
crescimento do volume processado for muito relevante.

Já os custos de armazenagem, por sua vez, variam de acordo com o volume que é estocado no
armazém. Esses custos podem estar relacionados a equipamentos de armazenagem, capital
mobilizado em estoque e seguros, por exemplo.
Os custos de processamento ou manuseio são aqueles relacionados aos produtos movimentados
na unidade e variam de acordo com a quantidade. Aqui pode-se listar custos de mão de obra direta,
equipamentos, insumos e embalagens, por exemplo.
 
Fonte: Shutterstock.com
CAPACIDADE DAS INSTALAÇÕES
Outra informação importante a ser levantada ou definida é a de capacidade de cada instalação ao
longo da cadeia de distribuição. Importante ter clareza das capacidades operacionais, em regime de
operação normal, e das capacidades máximas, com horas extras ou turnos adicionais, se for o
caso. Essa informação pode definir sérias restrições na rede e levar à mudança da configuração
das instalações, seus tamanhos, processos internos ou tecnologias empregadas. O mais adequado
é buscar a maximização de capacidade de armazenagem e processamento de cada unidade.
 
Fonte: Shutterstock.com
PLANEJAMENTO DE DEMANDA
Quando se desenvolve um projeto de planejamento de redes de distribuição, a demanda futura é a
que realmente importa para o estudo, ou seja, a demanda passada não terá relevância.
Normalmente, utilizam-se métodos e ferramentas de projeção de demanda futura para subsidiar os
profissionais do projeto. Como exemplo de métodos de previsão de demanda, pode-se citar médias
móveis, suavização exponencial e pesquisa de vendas, já como exemplo de ferramenta o
Llamasoft. Para um desenho de rede, é recomendável a utilização de um horizonte de pelo menos
cinco anos à frente, uma vez que a mudança da localização ou quantidade de instalações costuma
ser bastante custosa.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1- QUAIS SÃO AS VARIÁVEIS CENTRAIS QUE A ORGANIZAÇÃO DEVE
CONSIDERAR EM SEUS ESTUDOS DE DISTRIBUIÇÃO FÍSICA?
A) Níveis de serviço dentro da organização.
B) Composição de preço
C) Níveis de estoques
D) Malha de máquinas.
E) Variáveis quantitativas.
2) ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA QUE CONTÉM A DEFINIÇÃO DE
FLUXO REVERSO:
A) Conjunto de procedimentos e meios para recolher e dar encaminhamento pós-venda ou pós-
consumo ao setor empresarial, para reaproveitamento ou destinação correta de resíduos.
B) Projeto de logística da indústria até o fornecedor, no qual o fluxo padrão é do fornecedor de
insumos até a indústria.
C) Etapas do lixo industrial ou hospitalar até um depósito de armazenamento por um prazo
determinado.
D) O fluxo da matéria prima até a indústria, bem como o fluxo da indústria até o cliente.
E) O fluxo do cliente até a indústria, bem como o fluxo da indústria até o seu fornecedor.
GABARITO
1- Quais são as variáveis centrais que a organização deve considerar em seus estudos de
distribuição física?
A alternativa "C " está correta.
 
Os níveis de estoque variam e devem ser conhecidos para calcular o ponto de ressuprimento, bem
como são insumos para estudos de distribuição física.
2) Assinale a alternativa correta que contém a definição de fluxo reverso:
A alternativa "A " está correta.
 
O fluxo reverso é algo importante e bem conhecido no tema Logística Reversa, e pode ser definida,
segundo a Lei n° 12.305 de agosto de 2010, como “um conjunto de procedimentos e meios para
recolher e dar encaminhamento pós-venda ou pós-consumo ao setor empresarial, para
reaproveitamento ou destinação correta de resíduos”.
MÓDULO 2
 Empregar o cálculo da melhor localização
ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO
LOCALIZAÇÃO
Antes de iniciar os estudos de localização no planejamento de redes de distribuição, é importante
entender a hierarquia de planejamento da organização. Pela complexidade de decisões de longo
prazo, a frequência do planejamento de redes é menor do que as outras atividades de
planejamento.
 
Fonte: Vagner Ramos da Silva, adaptada de STENGER.
Adicionalmente, para organizar e preparar a realização do projeto, primeiro deve-se definir os
objetivos e o alcance do projeto, e na sequência, definir as pessoas responsáveis e verificar os
dados necessários e suas disponibilidades. O grande objetivo e benefício de se organizar o estudo
é determinar a viabilidade do projeto e garantir que os resultados serão úteis e aderentes para a
estratégia da organização.
 
Fonte: Vagner Ramos da Silva, Adaptado de Alan J. Stenger.
Adicionalmente, para organizar e preparar a realização do projeto, primeiro deve-se definir os
objetivos e o alcance do projeto, e na sequência,definir as pessoas responsáveis e verificar os
dados necessários e suas disponibilidades. O grande objetivo e benefício de se organizar o estudo
é determinar a viabilidade do projeto e garantir que os resultados serão úteis e aderentes para a
estratégia da organização.
 Imagem 1 - Projeto da rede logística, etapa de organização. / Imagem 2 - Projeto da rede
logística, etapa de organização.
REDES ENXUTAS VERSUS REDES ÁGEIS
Para o estudo de localização, normalmente é importante diferenciar como as cadeias de
suprimentos serão gerenciadas.
 DICA
Uma forma de gerenciamento tem ênfase na eficiência, e utiliza uma metodologia conhecida como
redes de suprimentos enxutas.
Outra forma é enfatizar a responsividade e flexibilidade, metodologia chamada de redes de
suprimentos ágeis.
Essa clareza é importante porque até empresas que estão em um mesmo segmento podem
competir de diferentes formas. Bons exemplos são as empresas de vestuário, que podem ter
produtos clássicos que pouco mudam ao longo do tempo e ter outros produtos de moda que duram
apenas uma estação. A demanda pelo produto clássico será relativamente estável e previsível, já a
demanda do produto de moda de estação será muito mais incerta.
Essa diferenciação moldará de forma distinta as redes de distribuição das organizações ou até
mesmo das linhas de produtos de uma mesma organização. A localização e a função das
instalações serão grandemente afetadas e devem contemplar o modelo de gerenciamento adotado.
MÉTODOS PARA O ESTUDO DE
LOCALIZAÇÃO
Os estudos de localização precisam seguir uma lógica funcional e também uma hierarquia para a
definição de quais instalações estarão em cada localidade. Esse funil de hierarquia funciona como
um método e, ao mesmo tempo, como uma ferramenta funcional para o projeto de localização.
O primeiro nível de decisão está em âmbito global, quando deve ser definida a região ou
continente.
O segundo nível se refere a uma sub-região ou país.
Em seguida, deverá decidir a cidade e por último os endereços de atendimento, onde podemos
constatar grande granularidade de informações.
 
Fonte: Vagner Ramos da Silva , adaptada de Frank H. Mossman, Paul Bankit e Omar K. Helferich.
 Hierarquia das decisões de localização.
PROBLEMAS DE LOCALIZAÇÃO
Para a discussão do projeto de redes de distribuição, é recomendada a classificação dos problemas
de localização. Desta forma, um número limitado de categorias poderá cobrir os principais
problemas.
FORÇA DIRECIONADORA
Normalmente, a localização de uma unidade é baseada em um fator central. No caso de
instalações fabris ou armazéns, a questão econômica é mais preponderante. Para unidades de
varejo, a receita potencial de determinada localização é determinante e pode ser baseada na
população daquela região, no nível de renda, entre outros fatores. No caso de hospitais, por
exemplo, a facilidade de acesso e meios de transporte poderá ser a principal força direcionadora de
decisão.
NÚMERO DE INSTALAÇÕES
Há uma grande diferença de complexidade para o estudo de uma localização única contra o estudo
de múltiplas instalações. Além dos custos das unidades, o custo de transporte acaba sendo um
fator igualmente dominante na análise, considerando todas as transferências que serão feitas ao
longo da cadeia.
DESCONTINUIDADE DAS ESCOLHAS
Dentro dos métodos do estudo de localização, pode-se dividir em contínuos ou discretos. O
primeiro explora cada uma das localizações possíveis até se escolher a melhor opção. Já os
métodos discretos partem de opções identificadas por serem razoavelmente viáveis, faz o
aprofundamento até a escolha da melhor alternativa. Este último método costuma ser bastante
utilizado na prática.
GRAU DE AGREGAÇÃO DE DADOS
Como visto anteriormente, o projeto de planejamento de redes de distribuição pode trabalhar com
uma enorme quantidade de dados para uma análise de modelos complexos e computacionais. No
entanto, é bastante razoável trabalhar com critério de agregação de dados, pois não mudará a
precisão da decisão, principalmente para instalações industriais e logísticas. Uma análise mais
granular de dados pode ser importante para localização de unidades de varejo.
HORIZONTE DE TEMPO
O horizonte de tempo para o estudo de rede pode ser estático ou dinâmico. O método estático
considera um espaço de tempo definido e limitado como, por exemplo, a base de dados de um ano.
Já o método dinâmico pode abranger muitos anos de uma só vez, principalmente para casos de
múltiplas instalações e altos custos de mudança.
LOCALIZAÇÃO DE INSTALAÇÃO ÚNICA
Embora existam modelos matemáticos complexos e ferramentas computacionais sofisticadas para
o planejamento de redes, é importante conhecer os métodos e ferramentas conceituais e
matemáticos aplicados. Um modelo estático de localização contínua muito utilizado para
instalações únicas é conhecido como centro de gravidade, p-gravidade, método do mediado ou
método centroide. É um modelo simples que considera os custos de transportes e o volume de
cada elo na cadeia dentro da análise.
O objetivo é minimizar a soma do volume de um ponto multiplicado pelo custo de transporte para
embarcar para o ponto, multiplicado pela distância até o ponto, que é o custo total de transporte.
Conforme (BALLOU, 2005):
 
TC = custo total do transporte
Vi = volume no ponto i
Ri = taxa de transporte até o ponto i
di = distância até o ponto i da instalação a ser localizada
A localização da instalação é encontrada pela resolução de duas equações para as coordenadas da
localização. Essas coordenadas do centro de gravidade exato são:
Mín TC  =  ∑  ViRidi (1)
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A di da distância é estimado por:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
onde K representa um fator de escala para converter uma unidade de uma coordenada em uma
medida mais comum de distância, por exemplo, quilômetros.
O processo de solução envolve as seguintes etapas:
Determine as coordenadas X, Y para cada ponto de fonte e demanda, juntamente com os
volumes e as tarifas lineares de transporte.
Aproxime a localização inicial das fórmulas para centro de gravidade omitindo os termos de
distância di, como a seguir:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Usando a solução para X e Y da etapa 2, calcule di conforme a equação (4) (o fator escalar K
não precisa ser utilizado neste ponto).
Substitua di nas equações (2) e (3) e resolva-as para as coordenadas revisadas X e Y.
Recalcule di a partir das coordenadas revisadas X e Y.
X  =   e  Y   =  
∑  ViRidi
∑  ViRi(2)
∑  ViRidi 
∑  ViRi(3)
di = K √(Xi − X)2 + (Yi − Y)2
(4)
X  =   e  Y   =  
∑  ViRiXi
∑  ViRi(5)
∑  ViRiYi 
∑  ViRi(6)
Repita as etapas 4 e 5 até que as coordenadas X e Y não mudem por sucessivas iterações, ou
até que mudem tão pouco que continuar o cálculo não seja proveitoso.
Finalmente, calcule o custo total da melhor localização, se desejar, mediante a utilização da
equação (1).
AVALIAÇÃO DO MODELO DE INSTALAÇÃO ÚNICA
Além do modelo de centro de gravidade apresentado, existem outros modelos de localização única
como técnicas gráficas e métodos de aproximação. Todos esses modelos variam de acordo com o
grau de precisão em retratar a realidade e sua facilidade de aplicação para se atingir uma solução
ótima.
Certamente nenhum desses modelos se apresentará como completo e capaz de cobrir todas as
variáveis e características desejadas. No entanto, proporcionam diretrizes importantes da solução,
com elevado grau de representatividade e que auxiliarão na tomada de decisão da equipe do
projeto. O que importa é a sensibilidade dos resultados do modelo de localização em relação a uma
representação pobre da realidade.
Para ficar mais clara a utilização desses modelos de localização única, pode-se destacar
algumas suposições que eles utilizam:
VOLUMES DE DEMANDA
Parte do pressuposto que os volumes de demanda estejamconcentrados em determinado ponto,
mas, na verdade, estão espalhados por diversos clientes. A utilização dessa demanda agregada é
útil para trazer margens de erro no cálculo de custo de transporte para atender cada cliente versus
atender o ponto agregado.
CUSTOS VARIÁVEIS
Esses modelos se concentram em custos variáveis, não considerando as diferenças de custo de
capital necessário para se ter armazéns em várias localizações ou outros custos relacionados ao
funcionamento das instalações e manutenção de estoques.
TARIFAS DE TRANSPORTE
A utilização de tarifas de transporte pode não retratar variações reais de custo para longas
distâncias. Maiores distâncias, condições diferentes das vias e diferentes custos de pedágio
exigiriam tarifas específicas para cada trecho da malha.
DISTÂNCIAS REAIS
O modelo considera rotas em linha reta entre as instalações, mas na prática a distância a ser
percorrida depende do trajeto da via ou linha da ferrovia por exemplo. Essa questão é fácil de ser
contornada utilizando-se distâncias reais por meio de ferramentas com mapas e roteirização.
Um ponto de atenção importante é que este tipo de modelo de localização única pode não ser
capaz de representar cenários dinâmicos de variação de demanda ou de custos.
LOCALIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES MÚLTIPLAS
Os projetos de redes de distribuição mais comuns e aplicados nas organizações são os de
instalações múltiplas. À exceção de empresas muito pequenas, as organizações possuem diversas
unidades em todo o seu sistema logístico. A complexidade também é maior porque dificilmente
pode-se tratar essas unidades de maneira independente em termos de viabilidade econômica,
assim como a combinação de soluções possíveis cresce exponencialmente.
Para auxiliar nesse cenário de maior complexidade, algumas perguntas-chave podem ser úteis ao
longo do projeto.
- Quantos armazéns a rede de suprimentos deveria ter? Qual deveria ser sua capacidade e em que
ponto deveriam estar localizados?
- De quais pontos de demanda cada armazém deveria ficar encarregado? Quais armazéns
deveriam ser atribuídos a cada fábrica ou fornecedor?
- Quais produtos deveriam ser estocados em qual armazém? Quais produtos deveriam ser
embarcados diretamente das fábricas ou dos fornecedores aos clientes?
Alguns modelos foram desenvolvidos ao longo do tempo para auxiliar a responder esse tipo de
pergunta. Certamente softwares de simulação são muito utilizados para o projeto de instalações
múltiplas, mas alguns métodos matemáticos são importantes neste cenário. Pode-se dividir em três
métodos matemáticos: exatos, de simulação e heurísticos.
MÉTODOS EXATOS
Os métodos exatos apresentam condições matemáticas ótimas para resolver os problemas de
localização com considerável precisão. No entanto, podem requerer elevada base de dados e
grande tempo de processamento computacional.
MODELO DE MÚLTIPLO CENTRO DE GRAVIDADE
O projeto de localizações múltiplas pode ser analisado pelo método de centro de gravidade em um
formato de multilocalizações. Como visto anteriormente, é um modelo baseado no cálculo para
minimização do custo de transporte para se deslocar determinado volume entre pontos. Para
trabalhar com múltiplas instalações, surge a necessidade de arbitrar localizações aos pontos de
origem e destino, criando conglomerados de pontos iguais ao número de instalações de interesse.
 DICA
Uma maneira de abordar tal problema é configurar os conglomerados mediante a concentração dos
pontos mais próximos entre si. Depois de encontrar as localizações de centro de gravidade, os
pontos são novamente atribuídos a essas localizações. Assim, novas localizações de centro de
gravidade são encontradas para os conglomerados revisados. O processo continua até que não se
encontra mais mudança alguma.
Dentro desse modelo, à medida que se aumenta o número de instalações, é comum a
diminuição dos custos de transporte. Entretanto, essa redução dos custos de transporte é
compensada com o aumento dos custos fixos dos armazéns e de manutenção de estoques. O
modelo ótimo deverá buscar o equilíbrio para o menor custo total entre transporte e instalações.
Por mais que este modelo possa chegar a um resultado ótimo, seu esforço de modelagem e
processamento computacional pode ser significativamente grande, além de possuir as restrições já
abordadas.
PROGRAMAÇÃO LINEAR COMBINADA
Com o crescimento das cadeias de suprimentos globais e a maior complexidade na construção de
modelos capazes de retratar a realidade considerando múltiplas variáveis, os modelos
computacionais têm sido objeto de grande desenvolvimento nos últimos anos. A busca por esses
modelos tem usado técnicas da administração para enriquecer as análises e aperfeiçoar maneiras
de resolver os projetos de rede de distribuição.
Alguns métodos conhecidos foram desenvolvidos ao longo do tempo como programação de metas,
métodos de árvores de decisão, programação dinâmica, entre outros. O modelo mais promissor e
utilizado tem sido o de programação linear inteira combinada.
 
Fonte: Shutterstock.com
Um dos principais benefícios do modelo de programação linear é considerar os custos fixos de
maneira ótima, o que não é devidamente levado em conta nos outros modelos discutidos.
O método de programação linear permite, em linguagem descritiva, resolver o problema de número,
tamanho e localização de armazéns de uma cadeia de suprimentos, buscando a minimização dos
custos fixos e variáveis ao longo da rede de distribuição.
MÉTODOS DE SIMULAÇÃO
Os projetos de planejamento de redes de distribuição buscam encontrar soluções otimizadas que
retratem a realidade. No entanto, um modelo que melhor descreve o mundo real, poderá ser o mais
consistente e confiável para a tomada de decisão. Portanto, quando se entende que a exata
descrição do problema é prioritária, o uso de simulações pode ser o método mais adequado.
Para configurar as ferramentas de simulação, o ponto de partida mais importante é estabelecer o
cenário real atual e calibrar a ferramenta para o cenário conhecido. Essa exata descrição e
configuração do cenário ou problema permitirá cenários de simulação mais robustos
Um modelo de simulação para um problema de localização é uma representação matemática de
uma rede logística por meio de demonstrações algébricas e lógicas manipuláveis por computador
ou pelos softwares especializados. A partir da representação realista das interações econômicas e
estatísticas, os modelos de simulação são usados para medir os impactos de várias configurações
e cenários diferentes.
Os modelos algorítmicos buscam encontrar a melhor quantidade, localização e capacidade das
instalações, ao passo que os modelos de simulação buscam a melhor rede por meio da repetição
da aplicação do modelo em datas diferentes, opções de armazéns e padrões de alocação distintos.
A exatidão dos resultados depende da habilidade dos usuários em configurar e retratar a realidade
dentro da ferramenta, assim como na capacidade de selecionar as melhores localizações que
devem ser analisadas.
 
Fonte: Shutterstock.com
A utilização de métodos de simulação tem sido vasta e crescente ao longo dos anos. O aumento da
capacidade de processamento dos computadores e a aprimoramento dos softwares, que permitem
um número crescente de parâmetros e restrições, elevaram o patamar das análises dos projetos de
redes de distribuição. Profissionais especialistas e altamente treinados prestam consultorias para as
grandes empresas ao redor do mundo, permitindo a construção de redes cada vez mais
conectadas, integradas e eficientes.
É NOTÓRIO O AVANÇO DA TECNOLOGIA A FAVOR
DE CONSTRUÇÕES MAIS ROBUSTAS E QUE
MELHORAM O NÍVEL DE SERVIÇO PRESTADO
PARA OS CLIENTES.
 
A população, em geral das principais cidades do mundo, percebe esse feito prático, com entrega de
produtos e serviços cada vez mais rápidos, customizados e com menor custo. Serviços como
entregas no mesmo dia ou no dia seguinte à compra, é um exemplo prático da evolução das redesde distribuição.
MÉTODOS HEURÍSTICOS
Os métodos heurísticos buscam contribuir com a redução do tempo necessário para se encontrar
uma solução. No desenho de redes de suprimentos, este método pode estabelecer critérios ou
regras a serem aplicadas no processo de resolução do problema, permitindo que soluções
adequadas sejam encontradas com rapidez.
Embora os modelos heurísticos não garantam uma solução ótima, podem ser aplicados para a
redução dos cenários de análise ou para direcionar a escolha dos cenários construídos pelos outros
métodos estudados anteriormente. Essa simplificação pode retratar a realidade de maneira
satisfatória e com qualidade suficiente para a construção de uma eficiente rede de abastecimento.
 
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Alguns exemplos de regras qualitativas que podem ser estabelecidas são: disponibilidade de mão
de obra, nível de escolaridade da região, questões sindicais, custos de insumos como energia
elétrica e disponibilidade de água, condições das vias de acesso, custos com pedágio, integração
com outro modais, entre outros.
PONDERAÇÃO DE FATORES
Dentro dos métodos heurísticos um dos mais conhecidos é o de ponderação de fatores. É um
método simples e racional para confrontar e avaliar alternativas de macrolocalização, dando pesos
distintos para diversos fatores.
Fator
locacional
Importância
(peso)
Notas Notas ponderadas
Cidade
1
Cidade
2
Cidade
3
Cidade
1
Cidade
2
Cidade
3
Acesso a
mercados
8 10 7 9
10 x 8
= 80
56 72
Custo e
disponibilidade
de materiais
5 6 6 8 30 30 40
Custo e
disponibilidade
de mão de
obra
5 7 8 10 35 40 50
Atitude da
comunidade
4 7 7 6 28 28 24
Disponibilidade 4 5 7 7 20 28 28
de bons locais
Custo do
espaço
4 9 7 6 36 28 24
Infraestrutura
local de
utilidades e
serviços
3 6 9 7 18 27 21
Qualidade de
vida
3 8 10 9 24 30 27
Totais 271 267 286
 
 Tabela de ponderação de fatores.
Na Tabela 1, é possível observar que as notas ponderadas são obtidas pela multiplicação das notas
de cada fator e de cada cidade, pelo fator (peso) de ponderação. A pontuação das cidades é obtida
com o somatório das notas ponderadas.
Neste exemplo de ponderação de fatores, a Cidade 3 seria a escolhida para a instalação do
armazém.
AVALIAÇÃO SELETIVA
A abordagem seletiva pode ser combinada com o método de múltiplos centros de gravidade. Essa
abordagem tem valor especial nos casos em que não se dispõe de informações completas para o
problema de localização, sendo principalmente útil para eleger ou reduzir as localizações
candidatas e que deverão ser integralmente avaliadas.
A escolha de localizações específicas para avaliação é uma forma efetiva para levantar questões
práticas nos projetos de redes e garantir as combinações desejadas para estudo. A maioria dos
projetos desse tipo passam por uma avaliação seletiva.
PROGRAMAÇÃO LINEAR DIRIGIDA
Dentro dos modelos heurísticos, a aplicação da programação linear é parte importante da
metodologia do projeto. Como visto, a programação linear é bastante consistente para encontrar
resultados com um grande número de variáveis e restrições. No entanto, sua fraqueza comum é
não considerar custos fixos e custos não lineares, mas que podem ser considerados com os
modelos heurísticos, criando um modelo mais completo e eficiente.
AVALIAÇÃO DOS MÉTODOS DE MÚLTIPLAS 
INSTALAÇÕES
Os métodos de múltiplas instalações são os mais empregados para a realidade das organizações.
Grandes cadeias industriais ou empresas varejistas possuem diversas instalações com diferentes
funções e capacidades para atender seus fluxos diretos e reversos.
As razões básicas para a preferência pelos modelos de localização residem no fato de eles
proporcionarem suporte de decisão quando a gerência precisa resolver um problema de grandes
consequências; são suficientemente robustos para duplicar uma ampla variedade de redes
logísticas em detalhes aceitáveis para fins de planejamento; são de aplicação barata, pois os lucros
de sua utilização superam em muito os custos da aplicação; os dados por eles requeridos são de
fácil obtenção na maioria das empresas. Esses modelos tiveram uma longa trajetória na
representação da realidade desde os modelos iniciais dos economistas rurais.
MODELO DE LOCALIZAÇÃO DINÂMICA
Apesar dos avanços dos modelos estudados até aqui, com o aumento da complexidade e maior
capacidade de análise, esses modelos são naturalmente estáticos, ou seja, retratam uma fotografia,
um momento temporal escolhido pela equipe do projeto.
Como as variáveis de custos mudam ao longo do tempo e a demanda também oscila com o passar
dos anos, utilizar dados do passado para a construção da rede pode trazer riscos significativos. A
configuração ótima da rede é aquela que consegue equilibrar cenários ao longo do horizonte de
planejamento, mantendo a solução ótima ao longo do tempo.
Essa discussão acaba sendo mais ampla do que definir a quantidade e a localização das
instalações ao longo dos anos. Alterações constantes de rede costumam apresentar elevados
custos de mudança e riscos de ruptura de abastecimento, não sendo assim muito recomendadas.
 DICA
Uma alternativa para reduzir os custos de mudança, e trazer um pouco mais de flexibilidade para
mudança de cenários, é a utilização de operadores logísticos com armazéns compartilhados.
Apesar dos prós e contras, esse tipo de contratação costuma apresentar uma importante
flexibilidade para algumas organizações. Quando as organizações utilizam grandes instalações
próprias, questões como rescisão de contratos de locação, movimentação de estoques e
equipamentos podem ser altamente custosas e complexas.
Existem algumas formas de se descobrir a melhor configuração com o passar do tempo. Primeiro,
as melhores localizações costumam apresentar condições similares ao longo dos anos. Segundo, a
cada ano pode-se fazer uma análise retrospectiva e validar se a configuração ótima continua válida
ou se precisa de algum ajuste. Em terceiro lugar, a configuração ótima pode ser encontrada com o
passar do tempo de maneira a mostrar em que momento um ajuste é necessário.
LOCALIZAÇÃO DE VAREJO E CENTROS DE
SERVIÇOS
A localização das unidades de varejo ou de prestações de serviços normalmente estão na ponta
das cadeias de distribuição.
As variáveis de análise para a localização dessas instalações costumam ser diferentes das
variáveis estudas anteriormente para as unidades fabris e armazéns logísticos. Questões como
microlocalização, facilidade de acesso, integração com transporte público, disponibilidade de
estacionamento, fluxo de pessoas, entre outros, podem ser extremamente relevantes.
Portanto, os modelos vistos para o desenho de redes não cobrem essas variáveis com precisão,
não sendo assim modelos recomendados para esse tipo de estudo. Já os modelos heurísticos e o
método de ponderação de fatores podem ser empregados com eficiência para a localização de
varejos e centros de serviços.
OUTROS PROBLEMAS DE LOCALIZAÇÃO
Dentro dos diversos problemas enfrentados pelos projetos de planejamento de redes de
distribuição, a quantidade de questões e possíveis modelos são muito extensos. Para ampliar o
conhecimento do tema, podemos destacar mais alguns problemas comuns de localização.
 Escolha uma das Etapas a seguir.
HUB & SPOKE
INSTALAÇÕES DE RISCO
MICROLOCALIZAÇÃO
Modelo bastante utilizado por empresas de aviação e grandes empresas de entregas expressas ao
redor do mundo. O modelo de Hub & Spoke (centro e distribuidores) utiliza um conceito de
utilização de hubs (centros) entre os pontos de origem e destino, sendo também conhecido como
uma instalação de transferência. O objetivo é minimizar os custos de transporte, organizando o
tráfego entre os centros. Esses centros funcionam também como pontos de consolidação de carga
para posterior destinação ao ponto de entrega final.
Diferentemente de instalações de distribuição que costumam ficar mais próximas dos pontos de
demanda, instalaçõesde risco podem ter uma lógica bastante diferente. Fábricas de produtos
químicos, depósitos de lixo, estações de tratamento e prisões são localizadas com o intuito de
manter uma distância considerável dos centros com grandes populações. As questões de
segurança são muito mais relevantes do que as de otimização de custos de transporte, por
exemplo.
Soluções do projeto de planejamento de redes de distribuição muitas vezes apresentam como
respostas uma região geográfica como uma cidade. No entanto, essa amplitude geográfica pode ter
impacto relevante no acesso a rodovias ou ferrovias, por exemplo, exigindo uma análise de
microlocalização. Em casos de regiões de demanda concentrada, também pode ser necessário
esse tipo de análise. Embora os modelos estudados anteriormente possam ser aplicados para os
estudos de microlocalização, as bases de dados e variáveis de análise podem ser bastante
distintas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1 - HÁ UMA GRANDE DIFERENÇA DE COMPLEXIDADE PARA O ESTUDO DE
UMA LOCALIZAÇÃO ÚNICA COM RELAÇÃO AO ESTUDO DE MÚLTIPLAS
INSTALAÇÕES. ALÉM DOS CUSTOS DAS UNIDADES, QUAL OUTRO
IMPORTANTE CUSTO ACABA SENDO IMPORTANTE NA ANÁLISE?
A) Custo do terreno.
B) Custo de transporte.
C) Custo de pesquisa de mercado.
D) Custo de estoque.
E) Custo de aquisição de veículos.
2 - A LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DE VAREJO OU DE PRESTAÇÕES DE
SERVIÇOS NORMALMENTE ESTÃO NA PONTA DAS CADEIAS DE
DISTRIBUIÇÃO. AS VARIÁVEIS DE ANÁLISE PARA A LOCALIZAÇÃO
DESSAS INSTALAÇÕES COSTUMAM SER DIFERENTES DAS VARIÁVEIS
ESTUDADAS PARA AS UNIDADES FABRIS E ARMAZÉNS LOGÍSTICOS.
QUAL OPÇÃO ABAIXO NÃO PODE SER CONSIDERADA UMA VARIÁVEL DE
ANÁLISE DE LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DE VAREJO OU DE
PRESTAÇÕES DE SERVIÇO:
A) Microlocalização.
B) Facilidade de acesso.
C) Integração com o transporte público.
D) Histórico de abertura de negócios similares.
E) Fluxo de pessoas.
GABARITO
1 - Há uma grande diferença de complexidade para o estudo de uma localização única com
relação ao estudo de múltiplas instalações. Além dos custos das unidades, qual outro
importante custo acaba sendo importante na análise?
A alternativa "B " está correta.
 
O custo de transporte acaba sendo um fator igualmente dominante na análise, considerando todas
as transferências que serão feitas ao longo da cadeia.
2 - A localização das unidades de varejo ou de prestações de serviços normalmente estão na
ponta das cadeias de distribuição. As variáveis de análise para a localização dessas
instalações costumam ser diferentes das variáveis estudadas para as unidades fabris e
armazéns logísticos. Qual opção abaixo não pode ser considerada uma variável de análise
de localização das unidades de varejo ou de prestações de serviço:
A alternativa "D " está correta.
 
Esse tipo de avaliação não deve ser considerado no modelo. Todas as demais opções são pontos
relevantes que devem fazer parte da análise de viabilidade.
MÓDULO 3
 Identificar as principais métricas espaciais e redes de transporte
MÉTRICAS ESPACIAIS E REDES DE
TRANSPORTE
GESTÃO ESTRATÉGICA DE PRODUÇÃO E
OPERAÇÕES
Para uma melhor análise e entendimento das métricas espaciais utilizadas no projeto de
planejamento de redes, cabe a reflexão a respeito de alguns aspectos importantes e suas
respectivas funções.
Os depósitos, armazéns ou centros de distribuição possuem função-chave na cadeia logística e são
responsáveis diretos por duas grandes questões: redução do custo total da cadeia de
abastecimento e fornecimento de adequado nível de serviço para o cliente.
Outro ponto crucial é que se faz necessário ter clareza da estratégia e do nível de serviço que será
prestado ao cliente. Nível de serviço é uma disciplina importante, complexa e que pode ter
diferentes vertentes de acordo com a indústria ou posicionamento da organização. Vale lembrar que
entregar antes do prometido pode ser um problema para o cliente, e não uma percepção de bom
nível de serviço.
O grande objetivo da rede de distribuição é o atendimento dos clientes, com adequado nível de
serviço e eficiência. Nível de serviço pode ser entendido como prazo necessário para atender um
pedido, disponibilidade do produto e qualidade na entrega para o cliente, entre outras variáveis de
relevância para o negócio. Para isso, é necessário o atingimento de alguns objetivos de
desempenho em operações.
Objetivos Métricas Descrição
Custo Custo de
produzir
Custo de produzir o produto
Custo de entregar e servir o cliente
Custo de servir
Velocidade
Acesso
Atendimento
Cotação
Entrega
Tempo e facilidade de ganhar acesso à operação
Tempo para iniciar o atendimento
Tempo para cotar preço, prazo, especificação
Tempo para entregar o produto
Confiabilidade
Pontualidade
Integridade
Segurança
Robustez
Sustentabilidade
Cumprimento de prazos acordados
Cumprimento de promessas feitas
Segurança pessoal ou de bens do cliente
Manutenção do atendimento mesmo que algo dê errado
Sustentabilidade, baixo risco
Qualidade Desempenho
Conformidade
Consistência
Recursos
Durabilidade
Confiabilidade
Limpeza
Conforto
Estética
Comunicação
Competência
Simpatia
Atenção
Características primárias do produto
Produto conforme as especificações
Produto sempre conforme as especificações
Características acessórias do produto
Tempo de vida útil do produto
Probabilidade de falha do produto em determinado
período de tempo
Asseio das instalações da operação
Conforto físico dos clientes, oferecido pelas instalações
Características (instalações e produtos) que afetam os
sentidos
Clareza, riqueza, precisão e frequência da informação
Grau de capacitação técnica da operação
Educação e cortesia no atendimento
Atendimento atento
Flexibilidade
Produtos
Mix
Entregas
Volume
Horários
Área
Habilidade de introduzir/ modificar produtos
economicamente
Habilidade de modificar economicamente o mix
produzido
Habilidade de mudar economicamente datas de entrega
Habilidade de alterar volumes agregados de produção
Amplitude de horários de atendimento
Amplitude de área geográfica na qual o atendimento
pode ocorrer
 
 Objetivo de desempenho e operação.
VISÃO SUPRIMENTOS
Quando se analisa a rede com o viés de suprimentos, os armazéns auxiliam no processo de
aquisição de matérias-primas, componentes e demais insumos. Essa função de armazenar lotes
maiores de compra normalmente contribuem para melhores condições comerciais, lotes ótimos e
funcionam também como pulmão de insumos para o restante da cadeia.

No entanto, nos últimos anos, a área de suprimentos das organizações passou a ampliar essa visão
de simplesmente comprar mais barato e armazenar. Além do custo de manutenção de matérias-
primas ou insumos, a dimensão da área de suprimentos foi se tornando cada vez mais estratégica e
com interferência direta no resultado financeiro dos negócios.
Suprir a cadeia de maneira eficiente, com quantidades exatas e no momento exato passou a trazer
ganhos sensíveis, não só de custos, mas passou a permitir ganhos entre os vários atores da cadeia
produtiva e de distribuição.
Mesmo com essa eficiência e modelos mais sofisticados de compras, a rede logística segue tendo
o papel fundamental de prover para a área de suprimentos as instalações e funções-chave dentro
de uma visão integral, do abastecimento como um todo.
VISÃO PRODUÇÃO
Já a função dos armazéns no apoio à produção é permitir a armazenagem de produtos acabados e
depois a destinação ao cliente. Essa é a função-chave dos centros de distribuição, que podem
receber uma grande variedade de produtos e distribuir itens unitários ou uma infinita combinação de
produtos para os consumidores. Essa integração entre produção e centro de distribuição exige
elevado nível de controle, utilizando ferramentas de planejamento cada vez mais sofisticadas.
VISÃO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE
Os centros de distribuição costumam estar no elo final para prestar o adequado nível de serviço
para os clientes. Normalmente localizados próximos aos pontos de demanda,eles permitem
agilidade e flexibilidade para abastecer o mercado consumidor, como lojas de varejo, por exemplo,
e entregar diretamente da casa dos consumidores finais. O tempo de resposta balanceado com o
custo de distribuição são fatores determinantes na localização dessas unidades.
Com o incremento das vendas pela Internet, a criação de centros de distribuição avançados dentro
das cidades vem se tornando uma prática comum e apresentando resultados importantes para as
organizações. Apesar da complexidade e maior custo de locação que costumam apresentar, a
elevação do nível de serviço e otimização dos custos de distribuição, não só viabilizam como
potencializam a utilização desses armazéns.
Adicionalmente, estar perto do ponto de consumo permite entregas rápidas no mesmo dia,
conhecidas como same day delivery, ou entregas um dia após a compra, next day delivery. A
disputa pelo crescimento do e-commerce traz uma dimensão espacial ainda mais sofisticada no
projeto de planejamento de redes de distribuição.
 
Fonte: Shutterstock.com
JUSTIFICATIVAS PARA ARMAZENAMENTO
Os armazéns se justificam dentro do sistema logístico por apresentarem vantagens em serviços ou
custos dentro do fluxo de integração entre fornecedores, fabricantes e clientes. Uma vantagem
competitiva importante que se pode obter com essas instalações é a maior eficiência em custos ou
melhor nível de serviço para os clientes. Para o transporte, os armazéns auxiliam com a
consolidação de cargas e consequente otimização de fretes.
Algumas questões importantes devem ser respondidas dentro do projeto de planejamento de redes
de distribuição.
COMO EXEMPLOS, TEMOS PERGUNTAS EM
RELAÇÃO À QUANTIDADE DE INSTALAÇÕES E
SEUS DIFERENTES TIPOS, A LOCALIZAÇÃO
DESSAS UNIDADES, QUAIS PAPÉIS E SERVIÇOS
PRESTARÃO DENTRO DA CADEIA, QUAIS
PRODUTOS ARMAZENAR E QUAIS CLIENTES
IRÃO ATENDER.
 
Esse tipo de reflexão é a base do projeto de redes e justifica a necessidade das unidades de
armazenamento.
Para empresas manufatureiras, o projeto de rede começa com a estratégia de marketing e segue
com o planejamento de produção e suprimentos. Para empresas varejistas, a cadeia depende
desde a estrutura de compras até o relacionamento e nível de serviço que deseja prestar para seus
clientes.
REDES DE TRANSPORTES
Os custos de transportes costumam ser os mais relevantes dentro dos custos logísticos totais. Só
esse motivo refletiria a importância de uma eficiente rede de transportes. Mas por outro lado, e
igualmente importante, os transportes também possuem um papel fundamental no nível de serviço
prestado para os clientes.
O equilíbrio entre custo e nível de serviço é o trade-off clássico no desenho de redes de
distribuição e especialmente nas decisões sobre transportes.
TRADE-OFF
Escolha de uma opção em detrimento de outra.
A importância de se ter uma rede de transportes eficaz fica clara quando se compara as malhas de
países desenvolvidos e em desenvolvimento. Como representa parte importante do Produto Interno
Bruto (PIB) de um país, e também traz questões importantes de segurança, gastos energéticos e
poluição, as principais economias globais buscam soluções de eficiência em transportes. E esta
análise e relevância são igualmente importantes para as organizações dentro dos seus modelos de
negócio.
MAIOR CONCORRÊNCIA
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Uma rede de transportes precária limita a extensão dos mercados para áreas próximas aos pontos
de produção. Já com redes eficientes, polos de produção podem atender grandes áreas e
mercados distantes de maneira competitiva. Desta forma, frete eficiente e de qualidade estimula a
competição, uma vez que empresas de diferentes regiões podem competir por diversos mercados
simultaneamente.
ECONOMIAS DE ESCALA
Mercados ampliados significam custos de produção mais baixos. Com o aumento do volume
distribuído nesses mercados, viabiliza-se uma utilização mais intensiva das instalações de
produção, o que normalmente é acompanhado pela especialização da força de trabalho. Mais
ainda, o transporte barato permite igualmente desacoplar os mercados dos pontos de produção.
Isso proporciona um alto grau de liberdade na seleção dos pontos de produção a fim de que se
possa localizá-lo onde quer que exista vantagem geográfica.
PREÇOS REDUZIDOS
A eficiência em transportes traz importantes reduções de custos para as organizações e isso se
reflete nos preços finais dos produtos. À medida que o transporte aumenta em eficiência e passa a
oferecer um desempenho cada vez melhor, a sociedade sai beneficiada pela melhoria do seu
padrão de vida.
OPÇÕES DE SERVIÇOS E SUAS CARACTERÍSTICAS
Para o desenho das redes de distribuição, existe uma infinidade de serviços de transportes dentro
dos principais modais: aquaviário, ferroviário, rodoviário, aeroviário e dutoviário. A combinação do
uso dos diferentes modais em cada etapa da cadeia de suprimentos provavelmente trará opções
ótimas de custo e de nível de serviço.
Com o intuito de facilitar a escolha dos modais e seus serviços, pode-se avaliar algumas
características básicas: preço, tempo médio de viagem, variabilidade do tempo de trânsito, perdas e
danos. Outra premissa importante é a disponibilidade do serviço com a frequência necessária para
a operação.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1 - OS DEPÓSITOS, ARMAZÉNS OU CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO POSSUEM
FUNÇÃO-CHAVE NA CADEIA LOGÍSTICA E SÃO RESPONSÁVEIS DIRETOS
POR DUAS GRANDES QUESTÕES:
A) Formação de preço e logística direta.
B) Aumento do valor agregado ao cliente final e redução da frota de caminhões.
C) Diminuição do estoque industrial e minimização de riscos logísticos.
D) Redução do custo total da cadeia de abastecimento e fornecimento de adequado nível de
serviço para o cliente.
E) Proximidade com o cliente final e possibilidade de prestação de serviço pós venda com mais
qualidade.
2 - O GRANDE OBJETIVO DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO É O ATENDIMENTO
DOS CLIENTES, COM ADEQUADO NÍVEL DE SERVIÇO E EFICIÊNCIA. PARA
ISSO É NECESSÁRIO O ATINGIMENTO DE ALGUNS OBJETIVOS DE
DESEMPENHO EM OPERAÇÕES. QUAL DAS OPÇÕES ABAIXO NÃO
REPRESENTA UM OBJETIVO DE DESEMPENHO EM OPERAÇÕES:
A) Custo
B) Velocidade.
C) Tecnologia.
D) Confiabilidade.
E) Qualidade.
GABARITO
1 - Os depósitos, armazéns ou centros de distribuição possuem função-chave na cadeia
logística e são responsáveis diretos por duas grandes questões:
A alternativa "D " está correta.
 
Os depósitos, armazéns ou centros de distribuição são muito importantes para diminuir o custo total
da cadeia de abastecimento, pois, sem eles, fica oneroso entregar diretamente da indústria para o
cliente. Além disso, são importantes também para que o cliente tenha o volume de produto
necessário no tempo certo.
2 - O grande objetivo da rede de distribuição é o atendimento dos clientes, com adequado
nível de serviço e eficiência. Para isso é necessário o atingimento de alguns objetivos de
desempenho em operações. Qual das opções abaixo não representa um objetivo de
desempenho em operações:
A alternativa "C " está correta.
 
Em vez de tecnologia, deveria aparecer a flexibilidade, que tem como métricas produtos, mix,
entregas, volume, horários e área.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste estudo, foi possível entender a importância do planejamento de redes de
distribuição para as organizações e como esta é uma decisão estratégica para o negócio. Foi
apresentada a importância da base de dados que será utilizada para a construção dos cenários e
alguns métodos para trabalhar esses dados e transformá-los em informações. Foi abordada a
diferenciação entre redes enxutas e redes ágeis e como elas são fundamentais dependendo da
estratégia de negócio. Adicionalmente, foram apresentadas ferramentas, modelos matemáticos e
métodos de desenho de rede e simulação. Por fim, foram destacados fatores relevantes da rede de
transporte e seu peso na decisão dos projetos de planejamento de redes de distribuição.
REFERÊNCIAS
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Alegre: Bookman, 2005.
 
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de
suprimentos. 1. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2004.
 
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B.; BOWERSOX, J. C. Gestão Logística da
Cadeia de Suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
 
BRASIL. Lei n° 12.305 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a
Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Consultado em meio eletrônico
em: out. 2020.
 
CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e de operações: o essencial. 3. ed.
Rio de Janeiro: Atlas, 2017.
 
KRAJEWSKI, L.; RITZMAN, L.; MALHOTRA, M. Administração de produção e de operações. 8.
ed. São Paulo: Pearson Universidades, 2008.
 
LEITE, P. R. Logística reversa: sustentabilidade e competitividade. 3. ed. Local: Saraiva, 2017.
 
LIMA, M.; LOBO; A. Custos logísticos no Brasil 2016. In: ILOS – Especialistas em Logística e
Supply Chain. Rio de Janeiro, 15 jul. 2016. Consultado em meio eletrônico em: 18 out. 2020.
 
NOGUEIRA, A. S. Logística empresarial: um guia prático de operações logísticas. 2. ed. Rio de
Janeiro: Atlas, 2018.
 
SLACK, N.; BRANDON-JONES, A.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 8. ed. Rio de
Janeiro: Atlas, 2018.
EXPLORE+
O ILOS é uma empresa referência no Brasil no planejamento, estruturação e implementação de
atividades relacionadas à logística e ao Supply Chain. Pesquise no site os artigos referentes aos
tópicos estudados.
CONTEUDISTA
Vagner Ramos da Silva
 CURRÍCULO LATTES
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