Arbitragem no Brasil: Conceito, História e Aspectos Relevantes

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Teoria Geral do Processo
O PODER JUDICIÁRIO: A ARBITRAGEM
O PODER JUDICIÁRIO: A ARBITRAGEM
1. CONCEITO E ASPECTOS GERAIS 
2. HISTÓRIA DA ARBITRAGEM NO BRASIL
3. ASPECTOS RELEVANTES DA LEI DE ARBITRAGEM
4. VANTAGENS E PERSPECTIVAS
1. CONCEITO E ASPECTOS GERAIS 
1.1 Conceito de Arbitragem
Por arbitragem, entende-se o processo fundado no acordo de vontade das partes que atribuem ao árbitro a função de julgar definitivamente, substituindo e afastando a jurisdição estatal (MUNIZ, 2006).
1. CONCEITO E ASPECTOS GERAIS 
1.2 o caráter não-jurisdicional da arbitragem
Allorio: “a essência da jurisdição estaria no instituto da coisa julgada. De fato, segundo o autor, o poder de declarar o direito (com coisa julgada) é a nota fundamental da atividade jurisdicional: a forma do processo declaratório aliado à coisa julgada que ultima esta atividade é a representação nodal da função jurisdicional”. 
Carnelutti: “a jurisdição é a atividade do Estado responsável pela justa composição da lide”. 
1. CONCEITO E ASPECTOS GERAIS 
Chiovenda: a jurisdição representa "a função do Estado que tem por escopo a atuação da vontade concreta da lei por meio da substituição, pela atividade de órgãos públicos, da atividade de particulares ou de outros órgãos públicos, já no afirmar a existência da vontade da lei, já no torná-la, praticamente, efetiva". 
1. CONCEITO E ASPECTOS GERAIS 
1.3 - A Constitucionalidade da Arbitragem
Carlos Alberto Carmona (2009, p. 38): “O art. 32 determina que a decisão final dos árbitros produzirá os mesmos efeitos da sentença estatal, constituindo a sentença condenatória a título executivo que, embora não oriundo do Poder Judiciário, assume categoria de judicial.”
“Enfim, o argumento mais preciso para fulminar a alegação de ausência de jurisdicionalidade da Lei 9.307/97 é, justamente, aquele referente à desnecessidade de homologação da sentença arbitral por parte do Poder Judiciário.” (CARMONA, 2009, p. 47)
1. CONCEITO E ASPECTOS GERAIS 
Nelson Nery Jr. e Rosa Maria Nery (1999, p. 1726): “A arbitragem não ofende os princípios constitucionais da inafastabilidade do controle judicial, nem do juiz natural. A Lei de Arbitragem deixa a cargo das partes a escolha, isto é, se querem ver sua lide julgada por juiz estatal ou por juiz privado. Seria inconstitucional a Lei de Arbitragem se estipulasse arbitragem compulsória, excluindo do exame, pelo Poder Judiciário, a ameaça ou lesão a direito. Não fere o juiz natural, pois as partes já estabelecem, previamente, como será julgada eventual lide existente entre elas
2. HISTÓRIA DA ARBITRAGEM NO BRASIL
No ambiente brasileiro a arbitragem surgiu, pela primeira vez, na Constituição do Império de 1824, no art.160.
No Código Comercial de 1850, as questões de contrato de locação mercantil deviam ser resolvidas por meio da arbitragem.
1866, foi revogada a obrigatoriedade da arbitragem pela lei nº 1350, de 14 de setembro. 
2. HISTÓRIA DA ARBITRAGEM NO BRASIL
Entre 1895 e 1967 houve a valoração e também não valoração do sistema arbitrário. 
A Atual Constituição Federal de 1988 referiu-se a arbitragem no art. 4°, §9°, VII, bem como o art. 114, §1°. 
3. ASPECTOS RELEVANTES DA LEI DE ARBITRAGEM
Poderá utilizar a arbitragem as pessoas capazes, administração pública direta e indireta, assim estabelecida em seus contratos a utilização deste instrumento em caso de litígios;
As partes poderão escolher livremente as regras de direito, a ser aplicada na arbitragem, não contrariando os bons costumes e a ordem pública. Pode escolher também os princípios gerais do direito e as regras internacionais de comércio.
A ADM pública sempre pelo uso do direito e respeitar o princípio da publicidade.
3. ASPECTOS RELEVANTES DA LEI DE ARBITRAGEM
Havendo a necessidade de realizar a arbitragem e uma parte resistir, poderá a parte interessada levar a demanda ao poder judiciário a fim de lavrar o compromisso. O juiz tentará a conciliação do conflito e por comum acordo a celebração do compromisso arbitral. 
Se na cláusula não constar nada sobre a nomeação de árbitros, cabe ao juiz assim o fazer. 
Poderá ser árbitro qualquer pessoa capaz e de confiança das partes. Poderão ser nomeados um ou mais árbitros sempre em número ímpar, inclusive suplentes
3. ASPECTOS RELEVANTES DA LEI DE ARBITRAGEM
A instituição da arbitragem, interrompe a prescrição.
Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral os princípios do contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento.
As partes poderão postular por intermédio de advogado que as represente ou assista no procedimento arbitral.
A sentença arbitral  produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença Judicial.
A sentença arbitral poderá ser anulada, caso tenha alguns “defeitos”.
A parte interessada poderá pleitear ao poder judiciário a anulação da sentença arbitral.
4. VANTAGENS E PERSPECTIVAS 
Ao longo dos anos, tornou-se nítido que o poder judiciário encontra-se sobrecarregado com inúmeros processos. Nesse contexto, concordamos que não se pode negar que a arbitragem significa importante avanço e trouxe diversas vantagens. 
4.1 - A Escolha Do Árbitro
Um juiz, ainda quando auxiliado por um perito, não detém o conhecimento aprofundado a respeito do tema. Realmente, em temas que exigem conhecimento específico em determinada área, será em regra muito mais apropriada uma decisão proferida por um especialista naquele campo do conhecimento. (ARENHART, 2005)
4. VANTAGENS E PERSPECTIVAS 
4.2 - Celeridade
A Lei 9307 determina em seu artigo que o processo de arbitragem não deve se prolongar por mais de seis meses, a contar do compromisso arbitral, salvo em casos especiais, quando pode ter o prazo prorrogado. (PESCE, 2008)
4.3 – Confidencialidade
Através da confidencialidade é possível proteger as partes contra o vazamento de informações que possam prejudicar a imagem delas, ou ainda, até mesmo um prejuízo financeiro, caso estas informações eventualmente se tornem públicas.
4. VANTAGENS E PERSPECTIVAS 
Dados do Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (maior câmara brasileira do setor e responsável por uma parcela expressiva das arbitragens que acontecem no País).
 5 – CASO ARAMCO:
Partes envolvidas: O maior país produtor de petróleo do mundo: a Arábia Saudita; a maior empresa importadora de petróleo do mundo: a ARAMCO; o maior transportador de petróleo do mundo: Aristóteles Onassis.
Justificava-se essa urgência porquanto o valor da causa atingia patamares astronômicos e cada dia de atraso significaria prejuízos para todos os envolvidos.
O julgamento foi quase momentâneo e ocorreu de forma sigilosa e satisfatória para todos, que receberam a solução em silêncio.(Vale lembrar que divulgação de dados poderia trazer prejuízos perante a oscilação da bolsa de valores).
6 – CESAN 
Em 01/07/2014, foi publicada a assinatura do contrato entre a Concessionária de Saneamento Serra Ambiental S.A. e CESAN para Concessão Administrativa para a ampliação, manutenção e operação do Sistema de Esgotamento Sanitário do Município de Serra.
Em 2020 foi publicado extrato de contrato para prestação de serviços de assessoramento, promoção e condução de defesa da Cesan em procedimento arbitral perante Câmara de Arbitragem no Brasil assinado com a empresa Pimentel, Vega, Smilgin, Souza Advogados, no valor de R$1.580.000,00 (um milhão, quinhentos e oitenta mil reais) e prazo de 36 (trinta e seis) meses.
7 - BIBLIOGRAFIA
ARENHART, Sergio Cruz. Breves observações sobre o procedimento arbitral. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 10, n. 770, 12 ago. 2005. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/7161/breves-observacoes-sobre-o-procedimento-arbitral Acesso em: 4 mar. 2021.
CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e processo: um comentário à Lei n. 9.307/96. [S.l: s.n.], 2009.
MUNIZ, Tânia Lobo. Arbitragem no Brasil e a Lei 9.307/96. Curitiba: Juruá Editora, 2006.
 _ Relatório anual do CAM-CCBC – Centro de Arbitragem e MediaçãoDisponívem em: https://ccbc.org.br/cam-ccbc-centro-arbitragem-mediacao/arbitragem-estatisticas/ Acesso em: 4 mar. 2021
ROQUE, Sebastião José. O caso ARAMCO: a arbitragem maior já realizada ditou regras Disponívem em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/29401/o-caso-aramco-a-arbitragem-maior-ja-realizada-ditou-regras Acesso em: 16 mar. 2021