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Introdução alimentar descomplicada 1

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Introdução
Alimentar
Descomplicada
Introduza os alimentos sólidos 
da forma correta e programe o 
metabolismo do seu filho de forma 
estratégica
Coordenação Editorial
Nyna Gomes - MKT Digital
Imagens
Arquivo pessoal
Banco de Imagens Nyna Gomes - MKT Digital
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
sem a prévia autorização da autora Alice Carvalhais, por es-
crito, sob pena de constituir violação do copyright (Lei 5.988).
1ª edição – Maio / 2018
Todos os direitos reservados à ©Alice Carvalhais
www.alicenopaisdascomidinhas.com.br
INTRODUÇÃO ALIMENTAR DESCOMPLICADA
© Copyright by Alice Carvalhais
Alice Carvalhais
mãe, nutricionista pediátrica, coach de 
crianças, e idealizadora do projeto
“Alice no País das Comidinhas”
Introdução
Alimentar
Descomplicada
Intrução Alimentar Descomplicada
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Desde criança, sonhava em ser mãe (claro que na hora certa). Sem-
pre que passava na frente do espelho, estufava a barriga e ficava imagi-
nando como seria quando o dia chegasse. Aos 19 anos, me casei e meu 
marido conseguiu me enrolar até os 26 para realizar esse sonho! Não 
me pergunte como.
O fato é, que quando descobri que estava grávida, minha vida virou 
de cabeça para baixo. Tudo mais perdeu a importância. Eu só queria ser 
mãe, mais nada!
Quando minha filha nasceu, minha vida renasceu. Era a peça que 
faltava no meu quebra-cabeça. Mergulhei na maternidade e amo tudo 
relacionado a isso.
Sou nutricionista há 11 anos e trabalho com atendimento em consul-
tório praticamente desde que me formei, mas sinto que ser mãe foi um 
divisor de águas para a minha carreira.
Fui contemplada com uma linda princesa, a quem dei o nome de 
Júlia. Mas se filho de peixe, peixinho é, filha de nutricionista…é uma 
criança normal! Que fez cara feia quando comeu a primeira papinha, 
que vomitou quando experimentou beterraba pela primeira vez e que, 
de vez em quando, faz greve de fome.
A introdução alimentar da minha filha foi um caos! Cometi todos os 
erros possíveis e, sem querer, estraguei a relação dela com a comida.
Foi assim que larguei a nutrição geriátrica e mergulhei no mundo da 
nutrição infantil, exatamente para resolver um problema que eu mesma 
criei. Foram longos 2 anos e meio consertando um começo mal come-
çado. E depois de muito aprender, criei o Alice no País das Comidinhas 
para ajudar outras mães a não cometerem os mesmos erros que eu.
Sobre a autora: 
Alice Carvalhais 5
Sou Alice Carvalhais, mãe, nutricionista 
e, agora, sua amiga.
Muito prazer!
Intrução Alimentar Descomplicada
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Dedico esse e-book a todos os meus pe-
quenos clientes que me ensinam todos os 
dias a amar o que faço; e às suas famílias 
por confiarem a mim seus bens mais pre-
ciosos.
À minha filha que foi a minha maior fonte 
de inspiração para mudar o rumo da minha 
carreira e me ensinou na prática os desa-
fios de se alimentar um bebê.
E em especial ao querido Oliver, que ain-
da dentro da barriga da sua mamãe Marina 
(designer gráfica desse e-book) participou 
de cada detalhe para que tudo ficasse tão 
lindo!
Alice Carvalhais 7
Querido Bebê!
Estou mandando para sua família algumas orientações para que 
você conheça os alimentos da forma mais saudável e feliz possível. 
Você vai conhecer um mundo cheio de cores e sabores. Estou orgu-
lhosa em te ajudar a desbravar esse mundo!
Tudo que é bom, só é bom se acontece na hora certa. Até os dois ani-
nhos você só vai comer o que for natural, e nada de açúcar, ok? 
Provavelmente, em algum momento alguém vai querer te dar cho-
colate, batata frita, sorvete, refrigerante... Isso acontece muito, e as 
pessoas geralmente estão bem intencionadas, mas não é legal. Resista 
bravamente e seja muito obediente à mamãe e ao papai. Nem prove 
esses alimentos antes de 2 anos porque isso pode mudar seus parâme-
tros alimentares e estragar sua programação metabólica.
Nos seus primeiros 1000 dias de vida, vamos te programar para ser 
saudável, inteligente e ter um paladar favorável à sua saúde. 
Espero que esse seja um momento muito prazeroso para você.
Beijos com carinho.
Tia Alice
Carta para um bebê 
que vai começar a 
comer
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20 dicas para ser 
feliz na introdução 
alimentar do seu 
filho:
1. Espere seu filho completar 6 meses, mesmo se ele estiver usando 
fórmulas infantis.
2. Não crie muitas expectativas para esse momento. Você pode se 
frustrar. Saiba que em média, na primeira refeição, as crianças aceitam 
um volume de aproximadamente 2 colheres de sopa.
3. Dê as primeiras 7 refeições com a criança no seu colo. Ela está 
acostumada com a amamentação que associa alimentação ao afeto. Deixe 
o cadeirão para depois.
4. Entenda que qualquer coisa que não for leite, pode ser estranha ao 
paladar do seu bebê. É por isso que ele faz careta. Ele estranha o sabor, a 
textura e a consistência. Não tem nada a ver com seus dotes culinários e 
nem com as preferências dele nesse começo.
5. Não encha muito a colher. Quando a gente vai provar um alimento, 
a gente sempre coloca só um pouquinho. Deixe a criança provar primeiro e 
saber o que está por vir.
6. Prefira começar aos poucos. Introduza um grupo alimentar por se-
mana. Isso é importante para você observar como o corpo do seu filho vai 
reagir a cada tipo de alimento, além de ser respeitoso com um organismo 
que nunca comeu alimento sólido.
Alice Carvalhais 9
7. Varie o cardápio, nada de limitar a alimentação do seu filho a 5 ou 
6 vegetais. Seja ousada! Crie uma biblioteca de sabores na mente da sua 
criança. Quanto mais sabores ela conhecer agora, menor a chance de ela 
ser seletiva no futuro.
8. Prefira nas primeiras refeições alimentos de sabor leve para a 
criança não se assustar e antes de um aninho não use sal. Abuse de ervas, 
especiarias e temperos verdes. Alho e cebola estão liberados também.
9. Nada de peneirar ou liquidificar a comida. Os pedacinhos incenti-
vam a mastigação.
10. Evite TV, tablet e distrações na hora de comer. É melhor comer 
pouco com felicidade e participação do que comer muito de forma distraí-
da.
11. Se durante a refeição o seu filho apertar os olhinhos e devolver a 
comida, não precisa virar ele de cabeça pra baixo, nem chamar os bombei-
ros. Provavelmente ele está tendo um GAG Reflex e não um engasgo. Ele 
está aprendendo a lidar com o alimento na boca. Isso faz parte do processo 
e é um fator de proteção que salva vidas. Mas, por uma questão de segu-
rança, se informe a respeito de como desengasgar uma criança.
12. Deixe a criança pegar na comida e esqueça a bagunça. No começo 
tudo é uma grande brincadeira.
13. Dê à criança toda a oportunidade que ela precisa para se alimentar 
bem, mas não se preocupe com a quantidade ou equilíbrio das refeições 
no primeiro mês e ofereça os alimentos sem neuras e sem rigidez. Nesse 
primeiro momento, o bebê só precisa conhecer a comida.
14. Saiba que antes de um ano o alimento que complementa o leite 
e não o leite complementa o alimento. Isso significa que o leite ainda é a 
principal fonte de nutrientes da criança.
15. Jamais force o seu filho a comer. Acredite que somente ele sabe do 
quanto precisa.
16. Não fique narrando a refeição inteira. Isso pode aumentar o stress. 
Às vezes as novidades precisam de silêncio.
17. Se o seu filho se alimentar bem, elogie, mas não se comporte como 
se ele estivesse fazendo um favor a você. Desde muito cedo as crianças 
precisam entender que comer é um auto comprometimento.
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18. Lembre-se que a forma como a introdução alimentar for condu-
zida, pode determinar o vínculo que a criança terá com o alimento para o 
resto da vida.
19. Falando nisso, como anda a sua relação com a comida? Se não esti-
ver legal, procure um nutricionista para te ajudar. Frustração com o corpo, 
culpa ao comer, descaso, supervalorização, compulsão e repulsa alimen-
tar são comportamentos que seu bebê pode aprender com você, mesmo se 
você tentar esconder.
20. Mantenha a calma e jamais compare sua criança com as outras.Cada criança se comporta de uma forma diferente. Evite comparar seu fi-
lho até com ele mesmo. Crianças não são iguais todos os dias.
10
Alice Carvalhais 11
Porque não devemos
introduzir alimentos sólidos 
antes de seis meses?
Dá uma ansiedade, né? Uma im-
pressão que a vida só com leite não 
tem graça…
Mas “não passe com os carros na 
frente dos bois”. Tudo que é bom, 
só é bom se acontece na hora cer-
ta, quando temos maturidade. Isso 
vale para um monte de coisas na 
vida, inclusive para a alimentação.
Antes de seis meses, geralmente o 
bebê não está preparado para rece-
ber alimentos que não seja o leite 
materno ou fórmula infantil. Sim! 
Mesmo que ele não esteja sendo 
mais amamentado é melhor usar 
fórmula infantil até completar a 
idade certa do que introduzir os al-
imentos antes da hora.
Sabe por que?
-A maioria dos bebê menores de 
seis meses não tem a coordenação 
motora desenvolvida, alguns não 
tem nem controle de tronco e mui-
tos ainda tem o reflexo de ficar com 
a liguinha pra fora. Imagina você 
comendo com o corpo querendo 
tombar e a língua querendo fugir! 
Além disso as chances de engasgos 
são muito maiores.
-Antes dos 6 meses o sistema diges-
tivo e renal da criança pequena são 
imaturos, isso a incapacita de lidar 
com alimentos diferentes do leite e 
pode causar sobrecarga renal, má 
digestão, constipação intestinal e 
desconfortos. Quando o alimen-
to é apresentado precocemente, 
as chances de a criança apresentar 
reações de hipersensibilidade a 
proteínas estranhas e se tornar 
alérgica são muito maiores.
-Se a criança estiver em aleitamento 
materno, aí que é pior ainda. Você 
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troca o melhor e mais completo ali-
mento que existe por uma frutinha 
-
mos nutricionais e imunológicos. 
E ainda corre o risco do seu bebê 
perder o interesse pelo seu leite, fa-
vorecendo o desmame precoce.
-Agora vem o problema mais clás-
sico de todos: a forma como a in-
trodução alimentar do seu bebê é 
-
culo que ele terá com a comida para 
o resto da vida. E é aí que mora o 
perigo. Em geral, o momento de in-
trodução alimentar é considerado 
um momento de crise para o bebê, 
por se tratar de uma novidade. Isso 
independente da idade. Se junto a 
esse momento de crise somarmos 
a imaturidade e ansiedade da mãe 
que é natural, a realidade pode não 
atender as expectativas, gerar frus-
tração, virar um trauma e estragar 
a relação da criança com a comida. 
Isso pode explicar uma futura obe-
sidade, seletividade alimentar, ina-
petência…
ou menos assim:
A mãe prepara a comida com todo 
-
tudo imediatamente e ela contan-
do para as amigas como foi lindo 
e mágico esse momento. A mamãe 
estava contando nos dedos para 
esse dia chegar. A plateia já está na 
sala pronta para aplaudir a criança 
a cada colherada. A máquina já 
está preparada para registrar esse 
nobre momento. Chegou a hora 
e… O bebê trava a boca, faz cara 
de quem não gostou, chora, tem 
ânsia de vômito, come uma col-
herzinha com muita má vontade. 
da mãe que dentro de alguns me-
mal!
Mas é claro! A criança mal mal 
sabe administrar a própria linguinha
dentro da boca e você já quer dar 
comida pra ela! Claro que ela não 
vai gostar disso!
Sabe aquela história de que a 
Pois é… Cuide para que a intro-
dução alimentar da sua criança seja 
leve e prazerosa. Você pode fazer 
isso de várias formas, mas a princi-
pal é respeitando as limitações dela 
e esperando a hora certa.
Alice Carvalhais 13
De acordo com o manual de 
orientação do departamento 
de nutrologia da Sociedade 
Brasileira de Pediatria (SBP) 
não há evidencias de que ex-
ista alguma vantagem na in-
trodução precoce (antes de 
seis meses) de outros alimen-
tos, que não o leite materno 
ou fórmula infantil, na dieta 
da criança. Por outro lado, 
os relatos de que essa práti-
ca possa ser prejudicial são 
abundantes.
Então vamos esperar a hora 
certa? Não há porque ter pres-
sa para o que dura para sem-
pre…
Intrução Alimentar Descomplicada
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Por onde
começar?
Intrução Alimentar Descomplicada
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Alice Carvalhais 15
A partir dos 6 meses de idade 
o organismo do bebê já está pron-
to para receber outros alimentos, 
além do leite. A introdução de ali-
mentos sólidos não deve significar 
a suspensão do leite materno. 
Aos seis meses a criança já en-
contra apta a comer todos os gru-
pos alimentares. Segundo a SBP, 
se você quiser começar com um 
pratinho completo, ok. Mas na mi-
nha prática clínica, observo que é 
mais respeitoso com o organismo 
do bebê começar com um grupo de 
cada vez porque cada grupo tem 
seu tempo de digestão e o corpo 
tem mais tempo para processar 
tantas novidades. Faço assim tam-
bém para reduzir as chances de 
constipação intestinal. Mas que fi-
que claro, a ordem abaixo é apenas 
uma sugestão.
Fica assim
1º semana: fruta 1x ao dia (qual-
quer uma)
2º semana: fruta 1x ao dia + le-
gumes 1x ao dia 
3º semana: fruta 1x ao dia + le-
gumes com feijão 1x ao dia
4º semana: fruta 1x ao dia + le-
gumes com feijão e carne 1x ao dia
5º semana: fruta 1x ao dia + le-
gumes com feijão, carne e verdura 
(folha) 1x ao dia
6 º semana: fruta 1x ao dia + le-
gumes com feijão, carne, verdura 
(folha) e Cereal/grão 1x ao dia
7 º semana: fruta 2x ao dia + re-
feição principal completa 1x ao dia
8 º semana: fruta 2x ao dia + re-
feição principal completa 2x ao dia
Obs: Aos seis meses deve-se in-
troduzir água entre as refeições.
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Sugestão de um alimento 
novo para cada dia desse 
comecinho:
1- Mamão
2- Manga
3- Maçã
4- Pera
5- Banana
6- Abacate
7- Laranja
Primeira 
Semana
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Segunda 
Semana
Fruta (no meio da manhã ou da tar-
de) + uma opção abaixo:
1- Abóbora moranga
2- Baroa
3- Inhame
4- Beterraba
5- Cenoura
6- Batata doce
7- Mandioca
Fruta + Legumes variados + 
uma opção abaixo:
1- Feijão carioca
2- Lentilha
3- Ervilha (congelada ou 
seca, evite enlatada)
4- Feijão preto
5- Grão de bico
6- Feijão branco
7- Feijão roxinho
Fruta + Legumes variados + legu-
minosa + uma opção abaixo:
1- Contra coxa de frango
2- Pescoço de peru 
3- Tilápia
4- Musculo moído
5- Pernil desfiado
6- Moela ou coração de galinha
7- Ovo
Terceira 
semana 
Quarta 
Semana
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Fruta + Legumes variados + le-
guminosa + carne/ ovo + uma opção 
abaixo:
1- Brócolis
2- Couve
3- Espinafre
4- Mostarda (folha)
5- Ora-pro-nóbis
6- Alface
7- Repolho
Quinta
Semana
Sexta
Semana
Fruta + Legumes variados + legu-
minosa + carne/ ovo + verdura + uma 
opção abaixo:
1- Arroz
2- Macarrão
3- Aveia
4- Linhaça
5- Canjiquinha
6- Chia
7- Bifum
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Janela
imunológica
Antigamente se postergava a apresentação dos alimentos tidos 
como alergênicos, porém hoje foi descoberto que entre o quarto e o 
oitavo mês é o momento mais propício para se apresentar esses ali-
mentos, reduzindo assim as chances de reações alérgicas - a esse 
momento, damos o nome de janela imunológica. Então é importante 
que sua criança tenha contato com alimentos considerados alergênicos 
como clara de ovo, peixe, carne de porco e glúten. Seguindo o esquema 
acima, ao final da sexta semana todos esses alimentos já terão sido 
oferecidos.
“Não é vantagem atrasar a apresentação desses alimentos, pelo 
contrário, quando se oferece esses alimentos antes dos 6 meses ou 
muito depois, as chances de desenvolver alergias alimentares são 
maiores.” (SBP, 2014)
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Pratinho
equilibrado
Uma refeição equilibrada deve conter várias cores e alimentos de 
todos os grupos. Uma sugestão é que elas contenham 2 tipos de ali-
mentos que viram massinha, 2 legumes coloridinhos, um verdinho, um 
elemento da turma do feijão, uma proteína animal e um cheirinho + 1 
colher de azeite extra virgem fresco.
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Alimento que vira “massinha”: 
Batata inglesa, batata doce,mandioca, arroz, milho, fubá, baroa, 
inhame, cará, macarrão (cevadinha, quinoa, aveia, amaranto podem 
servir de charme em conjunto com outro mais tradicional). Obs: Pro-
porcionalmente, os alimentos desse grupo precisam estar em maior 
quantidade. Suponhamos que a criança coma 1 colher de sopa de cada 
grupo, do carboidrato, ela deve comer duas, que podem ser de um mes-
mo tipo ou de dois tipos diferentes.
Coloridinho:
Couve-flor, palmito fresco, tomate, jiló, beterraba, abobrinha, mo-
ranga, chuchu, quiabo, cenoura, berinjela, vagem, vagem de ervilha, 
maxixe, nabo, rabanete, repolho roxo, pimentão, pepino.
Verdinho: 
Acelga, agrião, alface, mostarda, taioba, repolho verde, almeirão, 
brócolis, couve, espinafre, rúcula, chicória, ora-pro-nobis.
Somente no almoço ou no jantar
Turma do feijão:
Feijão (jalo, branco, preto, carioca, fradinho, azuki, roxinho, de cor-
da), Bolinha da ervilha (seca ou congelada), grão de bico e lentilha.
Alimento que vira “massinha”: 
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Aproximadamente 30g no almoço e no jantar
Proteína animal: 
Tilápia, salmão, carne de porco, todas as carnes de boi (não precisa 
ser só músculo, pode ser filé, lagarto, picanha, acém, pá, chã...), fran-
go e peru (todas as partes dele. Só não vale pé e cabeça! Quanto mais 
próxima ao osso ou mais escura for a carne, mais nutritiva é. Ex: Coxa, 
contra coxa, peito, moela, fígado (só orgânico)), pescoço desfiado. Car-
nes raras como rã, capivara, cordeiro e outras também são permitidas. 
Cogumelo acima de um ano. Ovos são boas fontes de proteína e não de 
ferro, mas eles podem substituir as carnes esporadicamente.
À vontade
Cheirinho: 
Salsinha, cebolinha, manjericão, coentro, orégano, tomilho, alecrim, 
salvia, salsão, alho poró, alecrim, alho, cebola, ervas finas desidrata-
das. Lembrando que antes de um ano nada de sal! Especiarias vão mui-
to além de sabor, elas possuem muitas propriedades funcionais. 
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Azeite:
Para cada concha de comi-
da, use uma colher de sopa de 
azeite extra virgem. Isso ajudará 
no funcionamento intestinal do 
seu bebê. 
Alice Carvalhais 23
Intrução Alimentar Descomplicada
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Seguem abaixo algumas 
opções:
Batata + aveia, cenoura, chuchu, couve, feijão preto, moela de frango 
e cebolinha.
Mandioca, beterraba, vagem, ora-pro-nobis, feijão carioca e lagarto 
desfiado e tomilho.
Baroa, tomate, repolho roxo, mostarda, ervilha e pescoço de peru 
(desfiar com as mãos para não correr o risco de ter pedacinho de osso) 
e orégano.
Milho liquidificado, cenoura, vagem da ervilha, brócolis, feijão roxo e 
músculo moído e ervas finas.
Macarrão + cevadinha, tomate, abobrinha, rúcula , grão de bico, ovo 
cozido e manjericão fresco.
Inhame, abóbora moranga, couve flor, mostarda, lentilha, peito de 
frango desfiado e salsinha.
Arroz empapado + quinoa, chuchu, tomate, brócolis, feijão branco, 
salmão desfiado e coentro.
Batata doce, cenoura, abobrinha, feijão carioca, coxa de peru desfia-
da e alecrim.
Angu + baroa, moranga, quiabo, mostarda, feijão carioca, fígado 
(prefira orgânico) e salsão.
Batata doce, cenoura, abobrinha, espinafre, feijão preto, coração de 
galinha picadinho e cebolinha.
Arroz integral empapado + amaranto, cará, repolho roxo, berinjela, 
ervilha seca, Tilápia e manjericão.
Alice Carvalhais 25
Mandioca, chuchu, tomate, rúcula, lentilha, patinho picadinho e sal-
sinha.
Macarrão, milho verde cozido e batido, almeirão, feijão branco, ovo 
cozido e orégano.
Inhame, aveia, vagem, moranga, taioba, feijão carioca, contra-coxa 
de frango desfiada e alho.
Batata, baroa, ervilha fresca, tomate, manjericão, feijão preto, peda-
cinhos de omelete de queijo e ervas finas.
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O que o meu bebê 
pode, não pode e 
deve comer?
Como “bombar” o seu leite: Suplemen-
tação materna de DHA melhora o perfil lipídico do leite materno e in-
fluencia na coordenação motora, na visão e inteligência do lactente. 
Beba bastante líquido e deixe seu bebê mamar o quanto quiser, isso 
aumentará sua produção de leite.
O que não pode: Tudo que for artificial, carnes cru-
as, cogumelo, tudo que tiver nos ingredientes nomes desconhecidos e 
tudo que for adoçado ou salgado. 
O que pode: Tudo que for natural, tudo que não tiver sal, 
nem açúcar e nem mel, e que não tiver efeitos colaterais conhecidos.
O que deve: Ovo, carne de porco, glúten e peixe: devem 
ser apresentados entre o sexto e oitavo mês.
Oleaginosas, amendoim e frutos do mar: Apenas após um ano. Fi-
que atento!!! O fato de a criança conhecer o alimento já grandinha não 
significa que ela não terá reações. Nunca teste nada de noite e nem em 
viagens.
Alice Carvalhais 27
Quem é melhor: Não existe a melhor fruta, o melhor 
legume, o melhor feijão, o melhor carboidrato ou a melhor carne. Esse 
é o momento de criar uma biblioteca na cabeça da sua criança. Aposte 
na variedade, sempre com equilíbrio e moderação.
Papinha ou BLW: O que você se sentir mais segura 
e confiante. Lembrando que você não precisa escolher apenas um. E 
não impeça seu filho de interagir com o alimento, ainda que você opte 
pela forma tradicional.
Quantidade: Cada um sabe de si. Quem vai te dizer 
quanto precisa comer é o seu bebê. Mesmo não sabendo falar, eles sa-
bem comunicar muito bem. Fique tranquilo! Deus te deu um radar per-
sonalizado. Você vai entender!
Engasgos: Bebês nunca devem se alimentar sozinhos. 
Todos os cuidadores devem saber desengasgar uma criança. Não espe-
re acontecer. No YouTube tem vídeos do corpo de Bombeiros explicando 
os procedimentos.
Consistência: diferente do que muitos pensam, a mas-
tigação é inconsciente. Experimente colocar um chiclete na sua boca e 
não mastigar. Basta se distrair que a mastigação irá começar sem que 
você perceba. Por isso, é tão importante que a alimentação do bebê JA-
MAIS seja liquidificada ou peneirada. Os pedacinhos estimulam a mas-
tigação. Comece amassando com um garfo e evolua de forma que com 
um aninho a criança já possa comer a consistência da comida da casa.
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Redinhas alimentadoras de frutas 
e vegetais: Evite o uso. Isso é semelhante a comer algo com 
a embalagem. Comer vai muito além de fazer nutrientes descer “goela 
abaixo”, envolve prazer. A introdução alimentar é uma fase de muitas des-
cobertas e diferentes sensações (táteis, olfativas, visuais e de paladar). 
Não prive seu filho desse prazer. Além disso, as redinhas não estimulam a 
mastigação e algumas são de difícil higienização.
Tirar glúten e lactose: Ao excluir essas subs-
tâncias, você manda ao corpo o recado de que ele não precisa aprender a 
lidar com elas. Assim a tolerância, que é dose-dependente, vai diminuindo 
e com o tempo o glúten e a lactose realmente começam a fazer mal.
Farinhas no leite: A maioria das farinhas disponíveis 
no mercado (Farinha láctea, Neston, Mucilon, Nutren, Pediasure, Susta-
gem e outras) possuem corantes, sabor e aroma artificial, além de açú-
car, o que vicia o paladar da sua criança. Você concorda que uma criança 
que toma várias mamadeiras durante a infância adoçadas, coloridas e com 
cheirinho terão mais dificuldades no futuro de aceitar alimentos naturais 
como o leite puro, por exemplo? Então quer começar certo? Troque essas 
farinhas por aveia, se necessário. Lembrando que não são todas as crian-
ças que precisam de farinhas.
Suco: Contra indicado antes de um ano por ter alto índice glicêmi-
co e baixo teor de fibras. Prefira a fruta.
Adoçar: Antes de dois anos, evite adoçar as refeições da sua 
criança para que ela conheça o sabor natural de cada alimento. Lembre-
-se: o sabor doce é inato ao ser humano e o salgado é muito bem aceito. O 
amargo e o azedo precisam ser ensinados por você.
Alice Carvalhais 29
Sal: somente depois de um aninho. Antes disso, abuse de alho, ce-
bola, ervas e outros temperos naturais.
Água: ofereça a partir de seis meses, várias vezes por dia. Não 
existe volume ideal, porque isso depende de quanto o bebê mama e nin-
guémconsegue fazer o bebê tomar mais água do que ele quer. Incentive 
sem forçar.
Água de coco: não deve ser consumido com frequência 
e nem substituir a água.
Lanche: Pão, bolo e biscoito é dispensável para qualquer 
pessoa. Em geral eles não entram para somar, e sim para substituir 
leite, comida ou fruta, o que não é interessante. Por esse motivo não 
devem fazer parte da rotina.
Sobremesa: Fruta sempre será a melhor opção e pode 
aumentar a absorção do ferro da comida em até 20x.
Quando a criança pode começar a comer a comida da casa: A partir 
de um aninho, desde que a comida da casa seja saudável
Alice Carvalhais 29
Intrução Alimentar Descomplicada
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Alice Carvalhais 31
Você conhece o
método BLW?
Esqueça papinhas, purês e processadores e simplesmente deixe que 
o bebê se alimente sozinho. Essa é a proposta do BLW (Baby Led Wea-
ning - desmame guiado pelo bebê, traduzido do inglês), que substitui as 
papinhas por pedaços grandes de frutas e legumes e os talheres pelas 
próprias mãos.
Você coloca a criança no cadeirão e não usa potes ou colheres, apenas 
pedaços de alimento colocados diretamente na bandeja, de tamanhos que 
o bebê consiga segurar e se alimentar com as mãos, escolhendo o que 
comer, na quantidade e velocidade que quiser. A idéia é ir estimulando o 
bebê a se acostumar com sabores e texturas novas enquanto o aleitamen-
to materno - ou complemento de fórmula - é a principal fonte de nutrição 
do bebê.
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Algumas dúvidas que surgem:
Posso dar qualquer tipo de alimento?
O ideal é começar com alimentos macios e cortados em filetes lon-
gos, de forma que a criança possa segurar com a mãe toda e morder 
(ex: batata inglesa, batata doce, moranga, abobrinha, baroa e chuchu 
cozidos. Abacate, mamão, manga, melão, melancia). Grãos pequenos 
como arroz, feijão e cereais devem ser oferecidos em forma de boli-
nhos até a criança aprender a fazer o movimento de pinça com os de-
dos. Além disso, muito cuidado com folhas cruas porque, ao morder, a 
criança pode rasgar um tamanho grande, não conseguir triturar e se 
engasgar. Alimentos redondos e pequenos como grão de bico ao dente, 
amendoim, uva e tomates cerejas inteiros, também devem ser evitados 
por serem escorregadios.
A partir de seis meses qualquer bebê 
pode fazer o BLW?
Não! Não basta ter a idade. Veja abaixo alguns sinais que mostram 
se o bebê já está pronto:
Senta-se sem esforço (com ou sem apoio)
Segura o pescoço mantendo a cabeça ereta
Leva as mãos à boca
Demonstra interesse pela comida
Vale lembrar que no caso de crianças prematuras, deve-se conside-
rar a idade corrigida.
E se o bebê não tiver dentes?
O BLW não deve acontecer antes dos seis meses, e após essa idade, 
é muito comum bebês ainda serem totalmente “banguelinhos”. Inde-
pendente de os dentinhos já terem apontado ou não, a gengiva já é bem 
durinha e consegue triturar alimentos macios.
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Mas o bebe não engasga?
Não existe mais risco de engasgar com BLW do que com qualquer 
outro método de introdução alimentar. Pelo contrário, a probabilidade 
de engasgos pode ser maior se outra pessoa estiver oferecendo a co-
mida, pois o bebê não tem controle do que entra na boca e não escolhe 
o momento que quer engolir.
 No BLW, o bebê comanda e aprende a colocar em sua boca exata-
mente aquilo que vai conseguir mastigar e engolir (mesmo sem dente), 
além disso, o bebê passa a entender o mecanismo do engasgo e come-
ça a evitar que aconteça, partindo o alimento em pequenos pedaços na 
boca ou amolecendo-o, antes de engolir. Claro que isso é um aprendi-
zado e no começo, a criança vai tentar engolir pedaços maiores, mas só 
assim para ela descobrir que não dá. Quando isso acontece, é comum 
a criança ter o que chamamos de Gag-Reflex. Parece um princípio de 
engasgo (Vulgo “descer quadrado”), mas em geral as crianças se re-
solvem sozinhas.
De qualquer forma, nunca deixe seu bebê comendo sem supervisão 
e lembre-se que engasgos podem acontecer até mesmo com leite ou 
saliva. Todas as pessoas envolvidas nos cuidados com o bebê devem 
saber os procedimentos de desengasgo. No You Tube tem vários vídeos 
DO CORPO DE BOMBEIRO. Não deixe de assistir.
E se o bebê não comer o suficiente?
Na fase da introdução alimentar, você não dá comida e complementa 
com o leite. Você dá o leite e complementa com comida. Sim, a comida 
é apenas um complemento. A criança está sendo apresentada aos ali-
mentos e não está interessada no seu valor nutricional. Ela quer saber 
o sabor e a textura. Tudo é uma grande brincadeira. Isto porque o que 
parece motivar os bebês para fazer essa transição é a curiosidade, e 
não fome. Então, nada de stress. Faça das refeições momentos agradá-
veis. Não crie metas para o seu bebê. Ele é só um bebê!
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Quais as principais vantagens desse 
método?
1. É prazeroso para o bebê e lindo de se ver!
2. Não tem stress de ficar sofrendo porque a criança não comeu di-
reito e você pode dispensar o famoso aviãozinho.
3. Dá autonomia para a criança e respeita o nível de saciedade dela. 
O bebê vai comer exatamente o quanto precisa. Nem mais, nem menos.
4. A criança se sente socialmente inserida no momento da refeição.
5. Estimula a mastigação.
6. A criança cria uma relação positiva com a alimentação e fica mais 
receptiva a novos alimentos.
O BLW é melhor do que a papinha 
amassada?
Cada forma de oferecer a comida tem suas vantagens e desvanta-
gens. E você não precisa “vestir a camisa” de nenhuma delas. A melhor 
forma de alimentar um bebê é aquela onde todos se sentem seguros e 
confiantes. Nada te impede de associar as duas formas de alimentar, 
o que chamamos de alimentação participativa. Nela a criança recebe a 
comidinha na boca e sempre tem algo nas mãos para colocar na boqui-
nha quando quiser.
E como deve ser a consistência se eu optar 
pela forma tradicional de alimentar o bebê?
É importante que tenham pedacinhos pequenos, então amasse so-
mente com um garfo, e se possível, ofereça os alimentos separada-
mente para que a criança tenha a oportunidade de conhecer o sabor 
isolado de cada alimento e tirar suas próprias conclusões. 
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Higienização:
Alimentos como frutas, legumes e verduras devem ser higienizados, 
tendo em vista que esses podem ser consumidos crus. A correta higie-
nização elimina os micróbios patogênicos e os parasitas.
Para higienizar corretamente:
1. Selecionar, retirando as folhas, partes e unidades deterioradas;
2. Lavar em água corrente os vegetais folhosos, folha a folha, e as 
frutas e legumes um a um;
3. Colocar de molho por 10 minutos em água clorada, utilizando pro-
duto adequado para este fim (ler o rótulo da embalagem), na diluição 
de 1 colher de sopa para cada litro de água;
4. Enxague com água filtrada.
5. Depois desse processo, só toque no alimento com as mãos ou com 
utensílios bem lavados.
Obs: Geralmente as águas sanitárias que possuem a concentração 
certa para ser usada na higienização de vegetais possuem as orienta-
ções específicas para higienização de vegetais no modo de usar.
Alimentos que forem submetidos ao calor devem ser lavados, mas não 
precisam ser sanitizados.
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E se eu não puder fazer 
comida fresquinha todos 
os dias?
O Congelamento pode ser uma mão na roda de quem tem uma rotina 
apertada. A maioria dos alimentos pode ficar congelado após prepa-
rado por até 3 meses, mas com um mês o sabor da comida congelada 
começa a ser alterado, então sugiro não passar disso.
Uma dica para variar o cardápio do seu bebê, é fazer vários tipos di-
ferentes de comida, congelar em forminhas de gelo e fazer diferentes 
misturas cada dia. De uma vez só, você faz papinhas variadas para seu 
bebê consumir por um mês.
Por exemplo, você pode fazer uma forma com feijão, uma com lenti-
lhas, uma com frango desfiado, uma com carne moída, umacom pei-
xe, uma com baroa, uma com cará, uma com arroz branco, uma com 
arroz integral, uma com cenoura, uma de brócolis, uma com tomate 
e outra com beterraba. Daí cada dia você destaca os “gelinhos” e faz 
uma mistura diferente. 
Para deixar ainda mais saborosa, você pode congelar sem tempero 
e refogar na hora. E para variar ainda mais, tenha em casa temperos 
frescos plantados em vasinhos ou aqueles desidratados mesmo. Aí um 
dia você coloca orégano, no outro tomilho, no outro salsinha, no outro 
coentro, no outro manjericão, no outro cebolinha... A comidinha fica 
prática, deliciosa e diferente todos os dias.
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O congelamento dos alimentos, se feito da maneira correta, não altera 
muito as propriedades nutritivas. Pelo contrário, um alimento que 
chega fresco do mercado e é preparado logo em seguida e congelado, 
pode ser mais nutritivo do que aquele que foi feito na hora, mas estava 
há muitos dias na geladeira.
 Prefira descongelar em banho maria, ou deixe na geladeira no dia 
anterior.
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Preciso voltar ao trabalho. 
E agora? Devo desmamar?
O aleitamento materno ou fórmula infantil continua sendo a principal 
fonte de nutrientes no primeiro ano de vida. As crianças que ainda estão 
sendo amamentadas devem continuar em livre demanda até um ano e, 
se possível, essa amamentação deve ser continuada até dois anos ou 
mais. Já as que estão em uso de fórmula artificial devem a consumir 
cerca de 3x por dia, dependendo do volume de sólidos.
Na geladeira, o leite cru dura 12 horas, já no congelador o leite cru dura 
15 dias, então uma dica valiosa para quem precisa voltar ao mercado de 
trabalho e quer continuar amamentando é começar a ordenhar e con-
gelar seu leite com 15 dias de antecedência. Assim você retoma suas 
atividades com um bom estoque e pode trabalhar com a tranquilidade 
que leite não vai faltar!
Se você quiser ir tirando o leite aos poucos e ir completando o volume 
do frasco que já está no congelador não tem problema. Colete o leite 
em um copo de vidro esterilizado e seco e coloque o leite recém coleta-
do sobre aquele que já estiver armazenado. Não se esqueça de anotar 
a data que iniciou a coleta, de usar primeiro os de datas mais antigas e 
de consumir dentro de no máximo 15 dias. Descongele em banho maria 
e prefira servir no copinho, em colheres ou seringas para que o bico 
da mamadeira não estimule o desmame. Copos de transição com bicos 
rígidos e squeezes também podem ajudar.
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Como ter um filho 
apaixonado por
comida saudável?
O que determina se a gente gosta de um alimento não é simplesmente 
o sabor, mas também as memórias que ele nos traz e a cultura que 
vivemos.
Quem nunca tomou birra depois de ter comido um determinado alimen-
to e ter passado mal? Talvez o alimento nem tenha culpa de nada e você 
até gostava muito dele, mas sua cabeça ligou as informações e te fez 
criar esse pavor. O mesmo acontece quando comemos um brigadeiro 
por exemplo. Ele não é saboroso simplesmente pelo sabor, mas porque 
lembra infância, festa, alegria, família reunida, momento feliz. E quanto 
às comidas regionais? O que leva tanta gente num mesmo lugar a gos-
tar de um determinado alimento e num outro lugar todo mundo detes-
tar esse mesmo alimento. Não seria o mesmo sabor? A aceitação não 
deveria ser semelhante em todos os lugares? Não! Isso nos prova como 
a cultura e o hábito também influencia na hora da escolha, e atesta que 
comer também é algo educacional.
Então se você quer que o seu filho coma com prazer o que é nutritivo, 
siga essas dicas:
Se alimente bem durante a gestação. Estudos comprovam que o pala-
dar da criança é influenciado pelos alimentos que são consumidos pela 
mãe no período da gravidez.
Se possível, amamente por muito tempo. O leite materno muda leve-
mente o seu sabor de acordo com a alimentação da mãe, isso ajuda com 
que essa criança se acostume com uma variedade de sabores e não 
seja muito seletiva no futuro.
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Se esforce para que a introdução alimentar do seu bebê seja bastante 
prazerosa. Esse é um momento da criança conhecer e se apaixonar por 
tantos sabores e não um momento de tensão do tipo: ele não está co-
mendo o suficiente. 
Não espere seu filho ficar grande para oferecer alimentos amargos e 
azedos. É muito comum as mães acharem que esses sabores fazem 
mal para o bebê e só oferecer o que for adocicado. O sabor doce é ina-
to ao ser humano, os demais sabores precisam ser ensinados. Então 
aproveite o primeiro ano do seu bebê para oferecer alimentos diferen-
tes como kiwi, rúcula, jiló, abacaxi, cravo, canela, coentro, manjericão, 
tomilho… 
Respeite a criança. Não a obrigue a comer o que ela não quer. Talvez 
naquele dia ela não esteja afim de comer agrião, mas em outro dia ela 
vai comer. Se você forçar, criará uma lembrança indesejável na cabeça 
dela e a partir daí ela realmente vai odiar agrião.
Seja um bom exemplo e ensine naturalmente à sua criança que comida 
saudável também é prazerosa. Não faça “Huuuuuuuunnn…” somente 
quando comer pizza ou chocolate, faça isso também para uma fruta 
madura, para uma salada bem feita, para um arroz integral soltinho. 
Eles também merecem ser elogiados.
Nunca use guloseimas como prêmio. Quando você diz “se você comer 
toda a sopa vai ganhar uma bala”, você reforça a ideia de que bala é 
muito melhor do que sopa.
Dê honra a quem merece! Lugar de fruta é na fruteira num lugar visível 
e não escondida dentro de um saco na última gaveta da geladeira. E na 
hora de preparar o almoço ou jantar, gaste sua inspiração inicial capri-
chando numa salada bem feita e variada. 
E agora a dica de ouro…
Crie memórias afetivas com o que é bom! Sempre que puder, faça você 
mesma uma comida saudável fresquinha e monte uma bela mesa. Leve 
seu filho para comprar vegetais com você. Quando leva-lo a um parque 
ou pracinha, ao invés de levar biscoitos, leve uma fruta. Quando maior, 
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se ele receber os amigos em casa, sirva uma salada de frutas ao invés 
de sorvete ou faça um hambúrguer caseiro provando que “comida de 
verdade” também é saborosa. Sirva suco natural na festinha de aniver-
sário ao invés de refrigerante. Quando estiverem assistindo um filme, 
troque o chips por uma manga em cubinhos pra comer de palitinho. 
Tenha sempre um lanchinho saudável em sua bolsa quando saírem. 
Mande lanches nutritivos para ele comer no recreio.
É assim que se ensina uma criança a comer direito, e não fazendo ame-
aças, forçando ou “torturando”. E nunca se esqueça, tudo que fizer, 
faça com amor. Esse ingrediente faz milagres!
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Alimentação das
crianças em viagens
As férias chegam e junto com elas, algumas dúvidas e incertezas sobre 
a alimentação dos pequenos fora de casa.
Uma dica bacana é preferir locais onde você mesma possa preparar 
a comidinha da criança ou ligar para o hotel onde ficará hospedada e 
conhecer as possibilidades que ele te oferece.
Em muitos hotéis, você pode pedir que façam uma comidinha especial-
mente para a sua criança, basta dizer o que e como quer que seja pre-
parado (no caso de voos longos, as companhias aéreas também dispo-
nibilizam esse serviço personalizado).
Se ainda assim você não se sentir segura, solicite na cozinha do hotel 
alguns legumes cozidos com casca, assim você mesma descasca e ofe-
rece para a sua criança amassadinho ou como BLW.
Se o seu bebê ainda for muito novinho (menos de1 ano) e você for ficar 
poucos dias fora, não se preocupe caso nesses dias você não consiga 
colocar todos os grupos de alimentos no almoço e no jantar. Foque na 
amamentação ou na fórmula de costume da criança, nas frutinhas e não 
deixe de seguir com a rotina de almoço e jantar, ainda que incompleto.
Se você estiver insegura com a comida do hotel, procure na internet 
empresas sérias, quetenham um nutricionista e que façam papinhas 
naturais congeladas na região onde você irá. Assim você já faz sua en-
comenda, manda entregar no hotel e só tem que cuidar de armazenar e 
descongelar no momento das refeições.
Caso sua criança não queira comer como em casa, não “esquente a 
cabeça” com isso. É muita novidade para ela. Ela está interessada em 
explorar o ambiente, e, muitas vezes, comer parece “perda de tempo”. 
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É comum crianças apresentarem inapetência ou apresentarem mudan-
ças no comportamento alimentar em viagens.
Se sua criança já é maiorzinha, procure manter uma alimentação sau-
dável dentro do que o local te oferece. Se você estiver na praia, por 
exemplo, boas opções são água de coco, suco natural, milho verde e 
peixe assado ou cozido.
Aproveite para oferecer alimentos típicos ou para insistir naquele ali-
mento que seu filho ainda não experimentou. Em viagens, as crianças 
costumam ser mais receptivas às novidades.
Mas atenção, nada de testar alimentos que tenham grandes chances 
de causar alergia como frutos do mar e oleaginosas, por exemplo, pois 
você pode passar aperto por estar em um local desconhecido e não sa-
ber onde procurar socorro. Deixe para fazer isso em casa e somente 
após a liberação pelo seu nutricionista ou pediatra.
Aproveite suas férias e lembre-se que comer é importante, mas não é o 
motivo principal da viagem. Relaxe e descanse!
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A importância dos
primeiros 1000 dias
Os primeiros 1000 dias do seu bebê que incluem da concepção até os 2 
anos de vida, são considerados únicos para o desenvolvimento infantil.
Nesses 1000 dias a qualidade da alimentação da criança é fundamen-
tal e decisiva para a construção de boas estruturas, melhorando, não 
apenas a vida da criança, mas a do adulto que ela será um dia. Nesse 
período, a criança passa por uma programação metabólica que pode 
potencializar a sua saúde em vários sentidos:
1- Crescimento físico e amadurecimento dos órgãos:
Bebês crescem mais do que durante todo o resto de sua vida. Espera-
-se que no primeiro ano de vida o bebê dobre de tamanho e triplique o 
seu peso.
2- Desenvolvimento cognitivo:
Nessa fase os bebês desenvolvem até 80% de suas habilidades cog-
nitivas adultas (inteligência, humor, emoções, etc.) e seus cérebros 
triplicam de tamanho. Nutrientes específicos podem aumentar em até 
30% o QI.
3- Amadurecimento imunológico:
Os bebês nascem com um sistema imunológico imaturo e são neces-
sários 2 anos para que este processo se desenvolva. Está comprovado 
que a nutrição é o primeiro fator de incentivo deste amadurecimento, 
influenciando a proteção natural da criança contra infecções e aler-
gias.
Alice Carvalhais 49
4- Vínculo positivo com a alimentação:
Uma alimentação adequada, bem orientada e apresentada de forma 
leve e sem rigidez nos primeiros 1000 dias pode reduzir de forma sig-
nificante a ansiedade, angústia e estresse durante as refeições, além 
de distúrbios alimentares e insatisfação com corpo. Conferindo um 
vínculo afetivo positivo com aquilo que faz bem.
5- Preferencia de paladar
Os estímulos alimentares oferecidos no começo da vida (texturas, 
cores, sabores, cheiros) podem definir as tolerâncias e preferências 
alimentares e prevenir a seletividade alimentar no futuro.
6-Menor risco de desenvolver algumas doenças:
A nutrição do bebê se inicia no útero e, nos primeiros anos de vida, 
tem um papel permanente no risco de obesidade e das doenças crô-
nicas a ela relacionadas, como diabetes e hipertensão. Além disso, a 
microbiota intestinal adquirida nos primeiros anos de vida passa a ser 
definitiva e ela pode ser manipulada através de hábitos alimentares e 
probióticos, influenciando na produção de serotonina (até o humor do 
seu filho pode ser programado) e absorção e produção de nutrientes 
para o resto da vida.
Como você pode perceber, introduzir os alimentos não é simplesmen-
te “dar comida”, é também carimbar a vida do seu filho rumo a um 
futuro mais saudável e promissor. A infância é como um trem que tem 
a hora certa de passar, se perder, perdeu. 
Ela é um momento fértil para semear boa parte daquilo que você de-
seja que seu filho colha mais para frente. Sua responsabilidade e com-
prometimento nessa fase tão decisiva pode enfeitar de flores e frutos 
a vida quem você mais ama.
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Nutrir bem um 
filho é também 
uma prova de 
amor.

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