Buscar

QUESTIONÁRIO SOBRE FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Brenda Amengol 
1 
 
QUESTIONÁRIO SOBRE FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO 
1 - Quem pode pedir recuperação judicial? Explique, juridicamente e nos termos 
da lei. 
De acordo com a Lei 11101/05, quem poderá requerer a recuperação judicial é o 
devedor (empresário regular nos termos do art 966 CC) que, no momento do pedido, 
exerça regularmente suas atividades há mais de 2 anos e que atenda aos requisitos de: 
-não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em 
julgado, as responsabilidades daí decorrentes, ou seja, a atividade na recuperação 
judicial deve ser continuada não podendo ser falida; 
-não ter, há menos de 5 anos, obtido concessão de recuperação judicial; não ter há 
menos de (5 ou 8) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano 
especial de que trata a seção V em relação às Micro Empresas e Empresas de Pequeno 
Porte, ou seja, a recuperação já pode ter sido pedida, mas para que seja proposta 
novamente deve-se respeitar o prazo. 
- não ter sido condenado ou não ter, como administrador o sócio controlador, pessoa 
condenada por crime falimentar. 
A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, 
herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. 
 
2 - O que ocorre após o Juiz receber o meu pedido de recuperação judicial? 
Explique, juridicamente e nos termos da lei. 
Analisando a documentação e as informações apresentadas no pedido de recuperação 
judicial, o juiz irá aceita-lo ou não. Se o juiz identificar que a documentação não está 
completa, faltando informações, ele deverá intimar o devedor para que complete, 
emende o pedido (art. 106, da Lei 11101/05). O prazo obedecerá à estipulação do art. 
284 CPC, porém, se para obter as informações o devedor precise se deslocar para outros 
estados, o juiz lhe dará prazo razoável. Depois de preenchidas as lacunas, será dado o 
despacho para início do processamento da recuperação judicial, isso não quer dizer que 
houve deferimento do pedido de recuperação judicial, mas que se abriu a fase de 
verificação da possibilidade de ser concedida a oportunidade de recuperação judicial. 
Após o despacho, o devedor terá o prazo decadencial de 60 dias para apresentar o plano 
de recuperação judicial. Se o pedido não responder aos requisitos da Lei 11101/05, o 
juiz decretará a falência do devedor e isto ocorrerá também se o mesmo não apresentar 
Brenda Amengol 
2 
 
o plano no prazo. Neste plano, o devedor deverá apresentar sua estratégia para sair da 
crise que enfrenta e como pretende adimplir sua dívida perante seus credores. 
 
3 - Como dever ser feito o pedido de recuperação judicial? Explique, juridicamente 
e nos termos da lei. 
O pedido de recuperação judicial visa o deferimento do processamento, através de uma 
petição inicial, de acordo com os requisitos do art. 319. 
A primeira etapa da recuperação judicial é conhecida como fase postulatória, na qual a 
empresa fará, em juízo, o pedido de recuperação. Para isso, terá de expor os motivos 
concretos da sua situação patrimonial, as razões da crise econômico-financeira e 
apresentar uma extensa lista de documentos. A lista completa dos documentos está no 
artigo 51 da Lei de Recuperação Judicial e Falências. Dentre as comprovações 
necessárias, estão: balanço patrimonial; demonstração de resultados acumulados; 
relatório gerencial de fluxo de caixa e de projeção dos últimos três anos; relação 
completa de credores, indicando o endereço de cada um, a natureza, a classificação e o 
valor atualizado do crédito; relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos 
administradores da empresa; extratos atualizados das contas bancárias de eventuais 
aplicações financeiras; certidões dos cartórios de protestos. Uma vez entregues o pedido 
e os documentos completos, o juiz responsável analisará a viabilidade da recuperação. 
Para isso, terá que levar em conta fatores como a importância social, a tecnologia e a 
mão de obra empregadas, o volume do ativo e do passivo, o tempo de existência da 
empresa e o porte econômico da companhia. Estando tudo em ordem, o juiz determinará 
o processamento da recuperação, dando início à fase deliberativa. 
Lembrando que, o devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o 
deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência na AGC. 
 
4- Em quais hipóteses uma pessoa pode ter a sua falência decretada? 
De acordo com o art.94, a falência do devedor poderá ser decretada, quando: 
 I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida 
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o 
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; 
 II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à 
penhora bens suficientes dentro do prazo legal; 
Brenda Amengol 
3 
 
 III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de 
recuperação judicial: a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de 
meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; b) realiza ou, por atos 
inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, 
negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor 
ou não; c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de 
todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; d) simula a 
transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a 
fiscalização ou para prejudicar credor; e) dá ou reforça garantia a credor por dívida 
contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para 
saldar seu passivo; f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos 
suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu 
domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; g) deixa de 
cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. 
 
5 – Discorra sobre a ordem de pagamento dos créditos na falência. 
De acordo com a classificação dos créditos na falência, art. 83, essa deve ser a ordem 
obedecida pelo administrador judicial ao solver as dívidas da massa falida: Paga-se 
primeiro os credores trabalhistas e equiparados; e, se a massa falida ainda comportar, 
que sejam pagos os credores com garantia real; os credores fiscais; os credores com 
privilégio especial; os credores com privilégio geral; os credores quirografários; as 
multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, 
inclusive as multas tributárias; e, se ainda houver créditos, que sejam pagos os credores 
subordinados; 
 
6 – Discorra sobre o processamento da recuperação judicial. 
Estando a petição inicial devidamente instruída com a documentação ora exigida, o juiz 
deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato: a) nomeará o 
administrador judicial; b) determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas 
para que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público 
ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios; c) ordenará a 
suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, permanecendo os 
respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações ação que demandar 
quantia ilíquida, ações de natureza trabalhista, ações de natureza de execução fiscal não 
Brenda Amengol 
4 
 
são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial, e as relativas a créditos; d) 
determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto 
perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores; e) 
ordenará a intimação do Ministério Público e acomunicação por carta às Fazendas 
Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver 
estabelecimento. 
Durante o processo de recuperação judicial, a empresa deve cumprir o estabelecido no 
plano. Enquanto isso, as operações da empresa seguem normalmente. A empresa precisa 
apresentar um balanço mensal para prestar contas ao juiz e aos credores sobre o 
andamento da empresa. O administrador judicial nomeado pela Justiça funciona como 
intermediador entre a empresa, os credores e a Justiça. Caso a empresa não cumpra o 
que está no acordo, o juiz decreta a falência da empresa. 
 
7 – Discorra sobre o plano de recuperação judicial. 
O plano de recuperação judicial é apresentado à Justiça e aos credores como um plano 
de como sair da atual crise, visando a continuidade do respeito aos princípios da 
preservação, da função social e da manutenção da empresa. Ele está baseado na 
negociação e permite que credores e devedores apresentem as condições que acreditam 
ser razoáveis, a fim de permitir a manutenção da fonte produtiva e o estimulo à 
atividade econômica. 
No plano é analisada toda a parte contábil, de produção, estoque e fluxo de caixa da 
empresa. É necessário fazer uma a projeção de como a companhia fará para organizar as 
contas e sair da crise econômico-financeira. É necessário apresentar aos credores como 
as dívidas serão pagas, em qual prazo e como isso será feito. Por exemplo, deverá estar 
discriminado se o pagamento será feito em parcelas fixas, se para isso a empresa 
venderá bens, se irá se desfazer de uma filial.

Continue navegando