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[|saude|da|mulher|i|] INCONTINÊNCIA URINÁRIA Perda involuntária de urina, causando grande impacto na qualidade de vida da paciente. Se caracteriza como uma urgência pessoal, e não médica. HDA: Perguntar: como é a perda urinária? Há sensação de que vai perder urina ou realmente perde? A perda está associada com esforço? (tosse, esforço físico) Perde a noite? De dia? Caracterizar bem a queixa da paciente HPP: Faz uso de alguma medicação? Tem alguma patologia? (Parkinson, AVC, trauma raquimedular, HAS, DM, DPOC) Histórico ginecológico e obstétrico (se já fez alguma perineoplastia que não deu certo) Hábito intestinal Função sexual (dispareunia, alguma alteração) Passado cirúrgico Uso de medicações (diuréticos, antidepressivos, bloqueadores alfa-adrenérgicos e anticoagulantes) Obesidade Grandes multíparas Uso de antidepressivos Pacientes que malham, fazem crossfit 1. De esforço 2. Hiperatividade do detrusor 3. Mista (hiperatividade do detrusor + esforço) 4. De urgência Esforço para micção Hesitação (sempre com sensação de que quer urinar) Sensação de esvaziamento incompleto Jato fraco Gotejamento terminal Manobra de Valsalva: avaliação da perda ao esforço (tossir, soprar) POP-Q: avaliar prolapsos Exame neurológico - reflexo do bulbo cavernoso: avaliar inervação periférica (estimular o clitóris, reflexo cutâneo anal e sensibilidade da região perineal através de um cotonete) *Pode ser descoberto no exame físico PROLAPSO DE PAREDE ANTERIOR OU DE CÚPULA: - Sensação de desconforto pélvico - Alterações miccionais - Incontinência urinária - Urina residual – infecção urinária de repetição PROLAPSO DE PAREDE POSTERIOR: - Obstipação crônica - Manobras para evacuar Exame ginecológico: com a paciente em posição ginecológica, geralmente é possível ver uma estrutura e é preciso definir qual é: bexiga, útero, parede anterior do útero, além de observar se o útero está se exteriorizando Inspecionar genitais internos através da manobra de Valsalva – facilita a visualização de um prolapso de útero associado ao esforço, a paciente tem uma hipermobilidade Identificar parede anterior e posterior da vagina Observar a exteriorização do colo uterino com ou sem tração Inspeção dinâmica para visualizar a perda de urina no caso de uma incontinência urinária de esforço Uso do histerômetro – diferencial com alongamento hipertrófico do colo POPQ – Pelvic Organ Prolapse Quantification Systen Realização do exame ginecológico durante o esforço na posição ortostática, de forma a obter um mapeamento da anatomia vaginal; Termos usados: prolapso de parede anterior e posterior Sempre para dentro a quantificação é (-) e para fora é (+) a: parede vaginal anterior p: parede vaginal posterior ESTÁGIO 0: ausência de prolapso. Os pontos Aa, Ba, Bp coincidem e estão com -3 cm de pontuação. Os pontos C e D estão entre o comprimento vaginal total e CVT -2 cm. Prolapso anterior Prolapso posterior Prolapso da cúpula vaginal Prolapso uterino ESTÁGIO I: o ponto de maior prolapso está localizado 1 cm acima do hímen, acima da posição -1 cm. ESTÁGIO II: a porção mais distal do prolapso está entre 1 cm acima e 1 cm abaixo do hímen, entre a posição -1 cm e +1 cm. ESTÁGIO III: a porção mais distal do prolapso está mais que 1 cm abaixo do hímen, ou seja, acima da posição +1 cm, e no máximo 2 cm a menos que o comprimento vaginal total (não se desloca mais que o CVT -2 cm). ESTÁGIO IV: eversão completa, a porção mais distal do prolapso encontra-se no mínimo, no CVT -2 cm. Diário miccional em 24h PAD test – qualifica a perda urinária antes e após o tratamento da incontinência Exame de urina (EAS < urinocultura + TSA) Estudo urodinâmico – PADRÃO OURO o Estuda do funcionamento do trato urinário baixo (bexiga e uretra) através da: fluxometria, cistometria e do estudo miccional : Fisiologicamente uma bexiga não estoura pela sua capacidade de acomodar volumes crescentes de líquidos sem aumentar o seu gradiente de pressão internamente. Exceto numa situação de trauma, ex: acidente de carro em que o paciente estava com a bexiga cheia. Hiperatividade do detrusor: hipercontração da musculatura, aumentando a pressão do detrusor internamente, acompanhado de urgência miccional, enquanto a paciente tenta inibir a micção. Na falta da disponibilidade de realizar o exame padrão ouro (urodinâmica) o ideal é iniciar o tratamento com anti-colinérgico. : PADRÃO OURO* Avalia-se as fases de armazenamento miccional: Complacência vesical: quanto a bexiga consegue se distender, encher Atividade do detrusor: a partir de que momento ela começa a ter a contração do detrusor para urinar Capacidade vesical: quanto a bexiga enche sem dar vontade de urinar Sensibilidade vesical: qual é a capacidade que essa bexiga tolera em ml, com quantos ml ela começa a sentir vontade de urinar TESTE DE PRESSÃO DE PERDA DE ESFORÇO: Infunde 200 ml de líquido Posição ortostática Solicitar a paciente que faça manobra de Valsalva Registra-se, através do computador, a menor pressão que ocorre a perda urinária para que tenha incontinência urinária IMPORTANTE: IUE (incontinência urinária de esforço) é definida como perda urinária na ausência de contração do detrusor durante o esforço (Valsalva) Valores de perda: ▪ < 60 cm H2O – deficiência do esfíncter intrínseco ▪ > 90 cm H2O – hipermobilidade do colo vesical, sugestivo de causa medicamentosa ▪ Entre 60-90 – zona cinzenta/mista: não se sabe se é uma IUE ou por hiper-reatividade. A conduta é caracterizar bem a paciente para que o manejo seja definido entre cirurgia ou medicamentoso. : Avalia o esvaziamento vesical Suspeita-se de obstrução infravesical quando com uma pressão de detrusor de 60 cm H2O, e não ocorre micção Quantificação de: Complacência vesical Sensibilidade vesical Pressão de perda Esvaziamento (um dos sintomas é a sensação de esvaziamento incompleto, gotejamento, jato urinário fino) : (IUE): Geralmente por causa anatômica: tratamento é cirúrgico Fisioterapia: reeducação do assoalho pélvico 1 - Cirurgia via vaginal - Kelly Kennedy (pouco utilizada atualmente, taxa de cura da incontinência de somente 40%). É muito utilizada para quem tem prolapso de parede anterior, posterior e de bexiga. 2 - Cirurgia endoscópica: colocação de sutura na fáscia vaginal até a aponeurose do reto abdominal através da agulha 3 - Cirurgia retropúbica: Burch: fixa-se a fáscia vaginal ao ligamento de Cooper. Muito utilizada para quem tem prolapso de cúpula. Desvantagens: prolapso de parede posterior da vagina, instabilidade do detrusor, dificuldade miccional e obstrução uretral. 4 - SLINGS (a mais feita): colocação de fitas sintéticas ou tecidos autólogos suburetrais com o objetivo de sustentar e alongar a uretra. Este é o mais utilizado, usamos fita cirurgia, é transobturatório. Temos uma agulha que vem essa fita com tecido parecido com tela de marlex e é utilizado para levantar o prolapso que está acontecendo naquela região. Desvantagem: por ser um tecido artificial pode causar reação resultando num prolapso de tela. TVT (Tension - free Vaginal Tape) SLING sintético. Técnica Delorme e cols - passagem de agulha através do forame transobturatório evitando o risco de lesão vesical e uretral. Hoje tem usado muito os pessarios que são como se fossem donuts, e é usado para pacientes idosas com incontinência urinária devido a obstrução. : DULOXETINA: inibe a recaptação de serotonina e noradrenalina. Seu mecanismo de ação é através do estímulo contínuo e progressivo do esfíncter no sacro da micção durante o enchimento. Lembrando que esse é um tratamento quando eu não posso fazer a cirurgia por algum motivo já que o tratamento da IUE geralmente é cirúrgico.: Hipercontração dos receptores colinérgicas, é uma patologia funcional e não anatômica Contração involuntária do detrusor excedendo à pressão uretral e causando a incontinência urinária : Medicamentoso: com anticolinérgicos ou com drogas que vão bloquear os receptores colinérgicos/muscarínicos na bexiga. Anticolinérgicos: BROMETO DE PROPANTELINA – 15 a 30 mg a cada 6 horas Ação mista (antiespasmódica e anticolinérgica): CLORIDRATO DE OXIBUTININA – 2,5 a 10 mg 3x ao dia Bloqueadores de canal de cálcio: TERODILINA – 12,5 a 25 mg a cada 12 horas Inibidores da prostaglandina: INDOMETACINA 25 a 50 mg 4x ao dia Técnicas comportamentais: retreinamento vesical, biofeedback, eletroestimulação, psicoterapia e hipnose. : Diagnóstico diferencial de incontinência urinária Muito comum no momento pós radio e braquiterapia em pacientes com histórico de CA de endométrio, ovário, colo de útero, podem evoluir para cistite crônica A paciente sente dor ao encher a bexiga e por conta da dor acaba não conseguindo ter complacência miccional. Geralmente essas pacientes já passaram por vários médicos para tratar a dor e acabam sendo tratadas como uma infecção urinária Na urodinâmica essa paciente tem baixa complacência, dor, urgência vesical e baixa vesical < 350 ml Etiologia desconhecida Dor ao enchimento vesical Urgência miccional Frequência aumentada : Através da uretrocistoscopia, em que uma câmera é inserida intra uretral para visualizar a bexiga e definir a causa do problema. A paciente apresenta petéquias e úlceras na parede da bexiga, nesse caso o diagnóstico diferencial é câncer, e por isso devemos solicitar a biópsia : Infiltrado inflamatório com presença de eosinófilos sem sinais de neoplasia : Dimetilsulfato Anti-histamínicos (hidroxizina)