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Site: ESKADA | Cursos Abertos da UEMA Curso: Dificuldades de Aprendizagem 3

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03/04/2021 Livro Unidade 3
https://eskadauema.com/mod/book/tool/print/index.php?id=1883 1/21
Livro Unidade 3
Site: ESKADA | Cursos Abertos da UEMA
Curso: Dificuldades de Aprendizagem
Livro: Livro Unidade 3
Impresso por: Ildete Pereira de Souza Magno
Data: sábado, 3 abr 2021, 00:24
https://eskadauema.com/
03/04/2021 Livro Unidade 3
https://eskadauema.com/mod/book/tool/print/index.php?id=1883 2/21
Sumário
1. Aula 1- Introdução
2. Aula 2 - O Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação ou Disgrafia
2.1. Breve apontamento da descrição histórica
2.2. Identificação e diagnóstico
2.3. Possíveis causas
2.4. Estratégias para intervenção
3. O Transtorno Específico da Articulação da Fala ou Dislalia
3.1. Breve apontamento da descrição histórica
3.2. Identificação e diagnóstico
3.3. Possíveis causas
3.4. Estratégias para intervenção
4. O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade - TDAH
4.1. Breve apontamento da descrição histórica
4.2. Identificação e diagnóstico
4.3. Possíveis causas
4.4. Estratégias para intervenção
5. Resumo
03/04/2021 Livro Unidade 3
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1. Aula 1- Introdução
Os Transtornos do Neurodesenvolvimento, de maneira geral, trazem prejuízos à aprendizagem, visto que se apresentam na forma
de Deficiência Intelectual, Transtornos da Comunicação, Transtorno do Espectro Autista, Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade,Transtorno Específico da Aprendizagem e Transtornos Motores, podendo se apresentar ainda de forma associada, o
que ocasiona prejuízos ainda maiores a vida de crianças e adultos com essas dificuldades. Os Transtornos da Comunicação, os Transtornos
Motores e o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade são também objetos de estudo das dificuldades de aprendizagem por estarem
diretamente ligados ao uso das habilidades acadêmicas funcionais e por provocarem problemas na autoestima e nas relações sociais. 
Os Transtornos Motores ligados ao uso da coordenação influenciam diretamente no ato de escrever e se demonstra evidente
no desenvolvimento da coordenação durante os primeiros momentos da criança com o processo de alfabetização, já que influencia no
processo da escrita, fazendo que a criança apresente uma “letra feia”, considerada um problema para professores e pais. 
Os Transtornos da Comunicação se direcionam para a aquisição da linguagem e da fala. As dificuldades na articulação da fala, em que
a criança apresenta trocas evidentes no uso dos fonemas, como na troca do “r” pelo “l” traz também prejuízos significativos à aprendizagem
durante a idade escolar e, se não tratados ocasionam problemas emocionais e sociais a pessoa com o déficit. 
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade - TDAH é um Transtorno do Neurodesenvolvimento que se apresenta por um
padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento e no desenvolvimento, segundo o DSM-
5(2014) muitas crianças que têm TDAH também possui um transtorno específico da aprendizagem. 
Para a avaliação inicial e intervenção dos Transtornos Motores, dos Transtornos da Comunicação e do Transtorno de Déficit de
Atenção/ Hiperatividade, se faz necessário o apoio de uma equipe com especialização na área, formada por profissionais que visem atender
e busquem a superação do problema.
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2. Aula 2 - O Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação ou
Disgrafia
A Disgrafia Transtorno do Motor do Neurodesenvolvimento categorizado com um Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação que tem
como código 315.4 no DSM-5 (2014) e F82 no CID-10 (2008). 
Caracterizada como transtorno da “letra feia”, a Disgra a é uma dificuldade na habilidade da escrita. Alves (2012, p.125) afirma que é
uma “dificuldade de coordenar movimentos dos símbolos gráficos, é uma dispraxia da escrita”. Letra feia não é apenas sinônimo de preguiça,
mas em muitos casos ocorre o transtorno motor do neurodesenvolvimento conhecido como disgrafia (Figura 1).
A Disgra a se caracteriza pela lentidão no traçado das letras que geralmente são ilegíveis, pois a pessoa apresenta déficit na área
motora que faz com que ela não consiga realizar no plano motor o que é observado no plano visual (ALVES, 2012).
A Disgra a pode se apresentar de forma associada à Dislexia, a Disortografia a e a Discalculia, assim como a outros transtornos. A pessoa
que tem este transtorno na coordenação motora pode chegar a ter outros comprometimentos de ordem cognitiva, emocional e neurológica.
O conceito etimológico indica que disgrafia “se origina dos “dis” (desvio) + “grafia” (escrita), ou seja, é “uma perturbação de tipo funcional que
afeta a qualidade da escrita do sujeito, no que se refere ao seu traçado ou à grafia”” (TORRES; FERNÁNDEZ, 2001, p. 127 apud COELHO,
2014, p. 7).
Coelho (2014) lembra que criança no início da idade escolar pode apresentar naturalmente problemas no traçado das letras que pode ser
corrigido com o uso da caligrafia, porém quando esta apresenta disgra a os prejuízos são mais perceptíveis e de difícil resposta com
a intervenção.
Um dos fatores que caracteriza um Transtorno Motor são a permanência e duração da dificuldade mesmo com intervenção, no caso
do transtorno de um Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação o fato se verifica na dificuldade da aquisição e a execução de
habilidades motoras coordenadas.
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2.1. Breve apontamento da descrição histórica
Segundo Portellano (1995) o termo Disgrafia nasceu a partir do termo Agrafia que é um distúrbio neurológico que tem causas na perda
na capacidade de se comunicar por meio da escrita introduzido por Ogle em 1867 para se referir a distúrbios adquiridos na estrutura devido a
danos cerebrais. A partir do termo agrafia, o austríaco Dr. Josef Gerstmann em 1940, em seu livro “Brainstorms” descreve o termo Disgrafia
para caracterizar as perturbações na escrita de um grupo que ele pesquisava.
O neurologista alemão Joseph H. Horacek, em continuidade aos estudos de Gerstmann, descreveu esta condição como uma
completa incapacidade de escrever e associou a incapacidade a trauma cerebral de um acidente ou lesão.
Apesar da continuidade dos estudos por vários pesquisadores somente em 1981, o psicólogo americano John E. Exner propõe a existência
de um centro de escrita, localizada na base do segundo giro frontal, oposta a área motora a mão.
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2.2. Identificação e diagnóstico
O CID-10 (2008) descreve como um transtorno específico do desenvolvimento motor (F82) que se caracteriza como um comprometimento
grave do desenvolvimento da coordenação motora, não atribuível exclusivamente a um retardo mental global ou a uma afecção neurológica
específica, congênita ou adquirida.
O DSM-5 (2014) apresenta a categoria Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (Quadro 1 – Anexo C - Material
Complementar) incluso na categoria de Transtorno Motor (Quadro 2 – Anexo C - Material Complementar) sendo este um tipo de Transtorno
do Neurodesenvolvimento.
Alves (2012) ressalta que a criança que tem disgrafia tem dificuldades em organizar o texto no caderno, em obedecer às margens das
folhas e respeitar os limites; em sua escrita apresenta espaço irregular entre as palavras, linhas e entrelinhas. O traçado é de tamanho muito
pequeno ou muito grande; exerce pressão na escrita ou não há prensa; algumas de suas letras são irregulares e muitas vezes retocadas e
distorcidas; o caderno geralmente apresenta rasuras. Faz movimentos contrários ao da escrita convencional, apresentando inversões ou
“escrita espelhada”; escreve com irregularidade no espaçamento das letras na palavra e faz mau uso do espaço gráfico disponível na folha; a
direção de sua escrita é inadequada, ora oscila para cima ou para baixo; tem dificuldade na escrita e no alinhamentodos números. Tem
desorientação espacial; dificuldade ao copiar do quadro ou do caderno e expressa lentidão exagerada na escrita ou para executar tarefas.
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2.3. Possíveis causas
Para Ardila e Rosselli (2007) existem dificuldades neuropsicológicas que impedem a criança de escrever de forma satisfatória, pois escrever
é uma atividade perceptivo-motora, fator que exige uma integração adequada de maturidade neuropsicológica da criança. Os autores armam
que existem quatro fatores neuropsicológicos que podem causar disgrafia: dificuldades de lateralidade; deficiência em distúrbios
psicomotores, distúrbios da imagem corporal e as funções motoras perceptivas e distúrbios de linguagem de expressão gráfica.
Torres e Fernández (2001 apud COELHO, 2014, p. 8) agrupam em três tipos as causas da disgrafia, sendo elas: maturativas, carateriais
e pedagógicas (Quadro 3 – Anexo C - Material Complementar).
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2.4. Estratégias para intervenção
Além do bom relacionamento com o aluno, o professor deve buscar reforços positivos ao desenvolver as atividades de caligrafia, cópia
e ditado tentado facilitar o processo de reeducação do grafismo.
 
A reeducação do grafismo, segundo Camargo (2008),está relacionada a três fatores: o desenvolvimento
psicomotor, o desenvolvimento do grafismo em si e a especificidade do grafismo da criança(Figuras 2 e 3).
 
Para Camargo (2008), a reeducação do grafismo está relacionada com três fatores fundamentais: desenvolvimento psicomotor,
desenvolvimento do grafismo em si e especificidade do grafismo da criança.
Quanto ao desenvolvimento psicomotor devemos proporcionar situações de 
aprendizagem que se estimule: a postura, controle corporal, dissociação de movimentos, representação mental do
gesto necessário para o traço, percepção espaço-temporal, lateralização, coordenação viso-motora e percepção
corporal (CINEL, 2003).
Para o desenvolvimento do grafismo em si, Camargo (2008) propõe para a melhora das habilidades da escrita o uso de atividades
pictográficas: diferentes técnicas de pintura, desenho e modelagem e de atividades escriptográficas, que visam à melhora dos movimentos e
posição gráfica, em que a criança deve realizar sentada, utilizando lápis e papel em um espaço gráfico limitado.
Em relação à especificidade do grafismo da criança, Camargo (2008) diz que há a necessidade da correção de
erros específicos do grafismo, incluindo as formas, tamanho, inclinação das letras, os enlaces, o aspecto do texto, a
forma de inclinação da folha, a manutenção da margem e da linha.
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3. O Transtorno Específico da Articulação da Fala ou Dislalia
O Transtorno Específico da Articulação da Fala que tem como termo alternativo Dislalia que é um Transtorno da Comunicação que
pode ocorrer durante o neurodesenvolvimento. Este transtorno se caracteriza por problemas na utilização dos fonemas considerado um
problema relativo à consciência fonológica.
Os Transtornos da Comunicação são déficits na linguagem, na fala e na comunicação. Observando que: se entende por Fala “a
produção expressiva de sons da qual se inclui a articulação, a fluência, a voz e a qualidade da ressonância de um indivíduo”, por Linguagem,
“a função e o uso de um sistema convencional de símbolos” e por Comunicação “todo comportamento verbal e não-verbal (intencional ou
não) que influencia o comportamento, as ideias ou as atitudes de outro indivíduo.” (DSM-5, p.41).
Entre os Transtornos da Comunicação descritos pelo DSM-5 (2014) encontram-se transtorno da linguagem, transtorno da fala, transtorno da 
fluência com início na infância (gagueira), transtorno da comunicação social (pragmática) e outro transtorno da comunicação especificado
e não especificado (Figura 4).
O DSM-5 (2014) o categoriza como um Transtorno do Neurodesenvolvimento pertencente ao quadro de Transtorno da Comunicação e tem
código 314.39 o CID-10 (2008) indica que este é um Transtorno Específico da Articulação da Fala - F80.0, em que a utilização dos fonemas
de acordo com a idade é inferior à correspondência de sua idade, apesar de não apresentar aparentes comprometimentos da área de
aptidão linguística.
A dislalia pode se apresentar associada a outros transtornos do neurodesenvolvimento, neurológicos e de ciências. Na dislalia os erros mais
frequentes afetam os fonemas / r / / s / / l / / k // Z / / ch / e outros encontros consonantais, seja por omissão, substituição ou
distorção (LÓPEZ LLORENTE, 2013).
Segundo Pascual (1995), a dislalia corresponde a um distúrbio na articulação dos fonemas, quer pela ausência ou alteração de alguns sons
ou pela substituição específica deles injustamente por outros. Isso ocorre por conta da incapacidade de formar ou pronunciar
corretamente determinados fonemas ou grupos de fonemas.
Moreno González e Ramírez Villegas (2012, p.38) indicam que entre as classificações que têm sido utilizadas para definir dislalia, as
mais relevantes são de Carrió Rovira(et al., 1991), Pascual (1995) e Valverde e Cols. (1992) que apontam a dislalia orgânica, a dislalia
evolutiva e a dislalia funcional (Quadro 4 – Anexo C - Material complementar)
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3.1. Breve apontamento da descrição histórica
Smith (2008) lembra que os transtornos da comunicação tem sido objeto de estudo há muitos anos apesar da
falta de organização sobre o diagnóstico e dos elementos para intervenção. A autora lembra que nos Estados
Unidos durante a década de 10 no século XX, cabia a um professor itinerante a tarefa de ajudar crianças que
apresentavam gagueira. Porém, naquela mesma década, nas escolas de Nova York houve um programa
fonoaudiológico para atender crianças com gagueira.
De acordo com Smith (2008) o aumento da necessidade da precisão do tratamento fonoaudiológico, ocasionou
em 1914, por meio deSmileyBlanton,a fundação da primeira clínica de fonoaudiologia na Universidade de
Wisconsin.
Uma década depois, funda-se a American Academy for Speech Correction conhecida hoje como American
Speech- Language- HearingAssociation - ASHA liderada por Robert West, que influenciou uma tentativa de
empregar especialistas para tratar crianças com transtorno da fala na escolas, entretanto, os recursos eram
limitados e não se obteve êxito.
 
Com a segunda grande guerra, foram desenvolvidos programas militares e pesquisas clínicas para a
identificação de pessoas que possuíam problemas na fala e perda de audição. Essas pesquisas mostraram-
se eficazes e os cursos universitários de fonoaudiologia passaram a ter maior abrangência e procura, assim
como os tratamentos em parceria com as escolas, incluindo o tratamento não apenas da gagueira, mas também
de outros transtornos da comunicação (SMITH, 2008).
Até durante a primeira metade do século XX, os profissionais que atuavam com problemas de comunicação da
criança foram chamados de corretores de fala ou professores da fala e tinham foco em áreas relacionadas à gagueira, problemas relativos a
voz e das dificuldades da articulação. Com o aprofundamento da área, depois da segunda metade do século XX, estes profissionais
receberam novos títulos, chamados de terapeutas ou clínicos da fala. Na década de 70, a American Speech-Language-HearingAssociation
propôs o termo fonoaudiólogo com intuito de “refletir a extensão dos serviços por eles prestados” (SMITH, 2008, p.151).
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3.2. Identificação e diagnóstico
Conforme López Llorente (2013) para a identificação da dislalia é importante fazer um diagnóstico completo da situação da criança, para que
se possa ter o melhor quadro de tratamento de acordo com suas causas, o CID-10 (2008) (Quadro 5 – Anexo C - Material Complementar),o
aponta como um Transtorno específico da articulação da fala e o DSM-5 (2014) explica que entre os seus critérios diagnósticos deve
se observar as perturbações na inteligibilidade da fala (Quadro 6 – Anexo C - Material Complementar).
Ressalta-se que não se deve confundir o Transtorno da Fala com Transtorno da 
Linguagem 315.32, a qual o segundo se caracteriza por dificuldades persistentes na aquisição e no uso da
linguagem falada, na linguagem de sinais ou outra devido a déficits na compreensão ou na produção. Segundo o
CID-10 (2008), o Transtorno da Linguagem refere-se a um Transtorno Receptivo de Linguagem - F80.2, a pessoa
que apresenta este transtorno tem dificuldades na capacidade de compreensão da linguagem que se mostra abaixo
do nível correspondente à sua idade mental, que geralmente está prejudicada e são comuns anormalidades na
articulação, se caracteriza por Agnosia auditiva congênita, surdez verbal e por transtorno de desenvolvimento como
a Afasia de Wernicke e afasia ou disfasia de compreensão (receptiva).
Pascual (1995) diz que para um diagnóstico completo da dislalia (Figura 5) funcional são necessários diferentes testes e que se proponha
um estudo profundo das causas. O autor aponta o uso da anamnese para colher dados pessoais da criança e da situação familiar que
deverão ser fornecidos pelos pais, atendo-se a dados sobre o desenvolvimento da linguagem e da fala, do desenvolvimento psicomotor, da
personalidade e escolaridade.
Após a anamnese obtêm-se dados sobre a articulação da criança e, por meio de um rigoroso exame que possibilita conhecer os
defeitos existentes na pronúncia da criança e, onde ocorre a falha e qual seu nível, se inicial, intermediário ou final; qual o tipo de expressão:
linguagem repetida, dirigida ou espontânea (PASCUAL, 1995).
É relevante para estudar o nível intelectual da criança para esclarecer se os problemas são causados por uma dislalia funcional ou por
uma deficiência intelectual, nas quais os transtornos da comunicação podem apenas ser uma característica, deste modo é necessário mais
do que um teste para o estudo da capacidade intelectual e para que se considerem os resultados precisos.
As crianças com dislalia têm dificuldades em sua capacidade motora, deste modo é importante para detectar problemas no
desenvolvimento motor, verificando se ela realiza os movimentos básicos como a coordenação estática, coordenação dinâmica das mãos, a
coordenação movimentos rápidos e dinâmicos gerais, movimentos simultâneos ou sinestésicos e o movimento orofacial motor, o qual a
criança deve saber operar os organismos envolvidos na articulação e mobilidade avaliando exerce língua e os lábios que nos informe se há
falhas na elevação da língua, ao abrir e fechar a boca, nos movimentos de rotação da língua, fazer exercícios fazendo-o mostrar um pouco
da língua sem abrir a boca, juntar os lábios e fazer a expressão de um sorriso, morder o lábio inferior com os dentes superiores e vice-versa.
Verificar também a conduta da respiração e do relaxamento (PASCUAL, 1995).
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A criança com dislalia também apresenta dificuldade quanto à percepção e orientação espacial, por isso devemos observar a
organização perceptiva em que ocorre na criança a função viso-motor associado com a capacidade da fala e a organização do espaço que
considera como a criança orienta-se no espaço, se já adquiriu os conceitos de direita e esquerda. Devemos também analisar se ela (a
criança) tem percepção temporal e de ritmo, observando o tempo que desenvolve espontaneamente uma atividade motora e sua
regularidade, a reprodução das estruturas rítmicas, em que a criança tenha que fazer uma estrutura rítmica que escutará e, a compreensão
do simbolismo dessas estruturas e sua reprodução, as quais indicarão uma estruturação temporal e rítmica do sujeito. 
Devemos observar os aspectos relativos à percepção e discriminação auditiva, analisando a capacidade de discriminação de som,
dos fonemas e das palavras e se há desajustes relacionados à personalidade e as relações familiares.
Apesar da importância de se considerar todos estes fatores Pascual (1995) lembra que apenas eles não são suficientes para se identificar as
causas e fechar o diagnóstico completo de um caso de dislalia e que apenas um médico neurologista juntamente com a terapia
fonoaudiológica poderão, de fato, confirmar um quadro de dislalia funcional.
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3.3. Possíveis causas
Conforme o DSM-5 (2014) as possíveis causas da dislalia são os fatores genéticos e fisiológicos, pois os transtornos da fala têm
traços hereditários, porém não devem ser esquecidos os aspectos culturais e sociais que influenciam diretamente na aquisição dos fonemas.
Pascual (1995) ao apontar as causas da dislalia funcional explica que ela ocorre pela combinação de vários fatores que trazem déficit a
fala das crianças, indicando causas relacionadas às habilidades motoras empobrecidas, dificuldade na percepção do espaço e do tempo,
falta de compreensão ou discriminação auditiva, fatores psicológicos, ambientais, hereditários e a deficiência intelectual.
Sobre a pobreza nas habilidades motoras, Pascual (1995) explica que é importante destacar que não há uma relação direta entre o grau
de atraso motor e o grau de defeito de fala em atraso da pronúncia, por esta razão, os defeitos desaparecerão ao mesmo tempo em que
desenvolve habilidades motoras nas, pois aos poucos a criança adquire agilidade e coordenação dos movimentos para falar corretamente.
A dificuldade na percepção do espaço e do tempo pode iniciar no período em que a criança começa a imitar movimentos e som, já a falta
de compreensão ou discriminação auditiva é perceptível quando a criança não consegue imitar sons diferentes, pois não é capaz de
discriminá-los.
Os fatores psicológicos apontados por Pascual (1995) ressaltam a sua importância como geradores dos transtornos da fala e da linguagem
e, que muitas vezes estão associados a outras causas. 
Quanto aos fatores ambientais é interessante ressaltar que estes estão ligados à evolução da criança e aos elementos de suas
capacidades pessoais, os quais irão definir seu processo de maturação.
Os fatores hereditários, quando presente, podem ser reforçados pela limitação dos erros cometidos ao se falar com familiares, sem que
essas deformações articulatórias existam de fato. No caso da de ciência intelectual, em muitos casos o transtorno da fala dá-se de forma
associada.
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3.4. Estratégias para intervenção
Para a intervenção López Llorente (2013) aponta que existe uma série de condições para se estabelecer o tratamento para a
dislalia funcional. Após o diagnóstico, o tratamento deve se basear nas causas do fracasso, revelando as causas do problema na articulação
da criança e se utilizando de técnicas baseadas em princípios pedagógicos, que tenham como objetivo promover a participação ativa da
criança a partir de suas possibilidades e não de suas limitações.
Assim como nos outros transtornos, devemos buscar um tratamento multidimensional, não se concentrando em apenas corrigir o
problema, mas também estender o apoio as atividades que envolvam toda a comunicação, sendo sempre fortalecida pela intervenção
fonoaudiológica direcionada aos problemas articulatórios e ao aspecto funcional.
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4. O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade - TDAH
De acordo com DSM-5 (2014) o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é um Transtorno do Neurodesenvolvimento que traz à
pessoa déficits de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade.
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4.1. Breve apontamento da descriçãohistórica
O TDAH como é comumente conhecido, é tema de estudos desde metade do século XIX, em que Hoffman registrou o comportamento
daqueles que eram “idiotas loucos” ou que tinham “insanidade impulsiva”.
Contudo, os primeiros registros sobre a possível identificação e diagnóstico do TDAH ocorreu a partir de 1901 com Demoo, quando registrou
um grupo de crianças que apresentava labilidade afetiva, falta de inibição e atenção, mudavam-se de lugar a todo instante. Porém, o uso do
termo criança hiperativa surge em 1902 com o médico inglês Still ao descrever o que ele chamou de defeito mórbido do controle
mental (DIAS; WAJNSZTEIN, 2010).
Com o início da Primeira Guerra Mundial, os estudos aparentaram estar adormecidos quando durante os anos de 1916 a 1927 houve a
descrição da Encefalite de von Economo ou Encefalite letárgica que acometeu a Europa e América do Norte naqueles anos.
O neurologista romeno Constatin von Economo foi o primeiro a apresentar as principais características da doença que trazia aos
adultos sequelas semelhantes as manifestações da Doença de Parkinson e fazia com que as crianças apresentassem alterações no
comportamento e hiperatividade (TOLEDO; SIMÃO, 2003).
Com os avanços dos estudos na área da aprendizagem, em 1960 um grupo de pesquisadores de Oxford diz que aquele quadro deveria
ser chamado de disfunção cerebral mínima por conta do comportamento que a crianças acometidas apresentavam.
Mas em 1980 a descrição no DSM-III indicava a Síndrome do Déficit de Atenção com ou sem hiperatividade e residual – DAS que mais
tarde, em 1987, no DSM-III-R tornou-se o Distúrbio de Décit de Atenção/Hiperatividade ou DDAH. Já na atualização do DSM-IV em 1994, o
termo utilizado passou a ser Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ou TDAH, considerado o termo ainda atual.
O DSM-5 (2014) apresenta o Transtorno de Décit de Atenção e Hiperatividade como um Transtorno do Neurodesenvolvimento categorizado
com os códigos 314.00 – 314.01 e pelo CID-10 (2008) entre os códigos F90.0 – F90.9 de acordo com suas especificidades.
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4.2. Identificação e diagnóstico
O TDAH deve ser diagnosticado a partir de acompanhamento clínico e, que se possível iniciado durante a infância e contínuo na vida do
sujeito, pois se manifesta em diversas situações da vida.
Apesar do avanço dos estudos clínicos em geral, ainda não há de fato exames laboratoriais que comprovem o TDAH, por isso a
necessidade de observação e avaliação por meio de acompanhamento realizado a partir da análise da vida do sujeito.
Quantos aos exames gráficos como o eletroencefalograma – EEG já é possível observar algumas anormalidades que já foram
relacionadas com o TDAH, mas ainda há necessidade de avanço das técnicas e dos estudos que comprovem essa relação. Considerando
isto, ressalta-se a importância do acompanhamento do médico neurologista ou psiquiatra fazerem parte da equipe multidisciplinar para o
atendimento e devidos apoios à pessoa com TDAH e a sua família.
Ainda que o quadro geral do TDAH (Quadro 7 – Anexo C: Material Complementar) seja o padrão: desatenção, e/ou hiperatividade-
impulsividade, é importante destacar que há formas destas se apresentarem e que apenas a equipe médica poderá dar os subsídios para
avaliar os critérios diagnósticos, determinar os subtipos e indicar as especificidades aparentes em cada caso conforme o quadro a seguir.
Os subtipos previstos pelo DSM-5 (Quadro 8 – Anexo C: Material Complementar) são os mais aceitos no que se
refere às classificações entre as últimas pesquisas na área como ressaltam Dias e Wajnsztein (2010) e autores
como Smith e Strick (2012) também concordam com esta organização para o TDAH.
Além dos subtipos para a classificação é necessário observar a especificação (Quadro 9 – Anexo C: Material
Complementar), pois pode acontecer de acordo com o DSM-5 (2014) que os critérios tenham sido todos
preenchidos anteriormente e não preenchidos nos últimos 06 meses e o sintoma ainda indicar prejuízos no
funcionamento social, acadêmico ou profissional.
A chamada tríade é baseada em comportamentos que se associados conjuntamente são o TDAH e se isoladas,
apresentam-se de forma distinta e não geram o transtorno em si, fato que tem feito muitas crianças não acometidas
com o transtorno está sendo rotuladas como desatentas, hiperativas ou impulsivas.
A desatenção, por exemplo, segundo o DSM-5 (2014, p.61) caracteriza-se como um
comportamento de “divagação em tarefas, falta de persistência, dificuldade de manter o foco e desorganização – e
não constitui consequência de desa o ou falta de compreensão”.
Já a hiperatividade é “se a atividade motora excessiva (como uma criança que corre por tudo) quando não
apropriado ou remexer, batucar ou conversar em excesso” e a impulsividade são “ações precipitadas que ocorrem
no momento sem premeditação e com elevado potencial para dano à pessoa”, que podem “ser reflexos de
um desejo de recompensas imediatas ou de incapacidade de postergar a gratificação” (DSM-5, 2014, p. 61).
Como o TDAH inicia na infância é possível perceber a ação da tríade em situações escolares como na falta de
atenção na execução de tarefas simples como copiar uma atividade, se relacionar com professores e colegas ou
mesmo prestar atenção na aula. Os prejuízos da TDAH continuam a aparentes na vida adulta, seja na dificuldade
de concluir a leitura de um livro ou em adaptar-se na rotina do trabalho.
 
A pessoa com TDAH também é influenciada diretamente pelo ambiente social e cultural em que estar envolvido e
pelas intervenções clínicas ou pedagógicas que lhe forem propostas, podendo aos poucos superar o déficit.
Em resumo os principais sinais para que se suspeite de um quadro de TDAH são (Figura 6):
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4.3. Possíveis causas
As possíveis causas do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade estão nas questões comportamentais
relacionadas ao temperamento, questões ambientais, genéticas e fisiológicas.
O DSM-5 (2014) aponta que dentro das questões relacionadas ao temperamento, pois se associa a níveis
menores de inibição comportamental, de controle à base de esforço ou de contenção, a afetividade negativa e/ou
maior busca por novidades, porém não é específico do TDAH.
As questões ambientais são indicadas por causas pré-natais como: o uso de drogas e
álcool pela mãe durante a gestação e pós-natais como em crianças abaixo do peso e
ainda, fatores relacionados ao abuso infantil, negligência, múltiplos lares adotivos, exposição à neurotoxina (p.
ex., chumbo), infecções (p. ex., encefalite).
Quanto às causas genéticas e fisiológicas estão situações hereditárias e por isso a importância do anamnese que
deverá ser realizada pela equipe multidisciplinar. Há comorbidades com outros transtornos, de ciências ou doenças
como: De ciências visuais e auditivas, anormalidades metabólicas, transtornos do sono, de ciências nutricionais e
epilepsia (SMITH; STRICK, 2012).
Segundo o DSM-5 (2014) as interações familiares no começo da infância são causas sozinhas de TDAH, apesar
de poderem influenciar para o desenvolvimento de problemas de conduta.
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4.4. Estratégias para intervenção
Quanto à abordagem terapêutica mais indicada está à adequação das ações 
pedagógicas desenvolvidas durante a vida escolar (Figura 7), a condução terapêutica da equipe multidisciplinar com orientação cognitiva-
comportamental e quando for o caso o tratamento farmacológico que só poderá ser ministrado por médicos habilitados para tal intervenção.
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5. Resumo
Nesta aula, estudamos Transtorno do
Desenvolvimento da Coordenação ou
Disgraa que se caracteriza como um
transtorno do motor
do neurodesenvolvimento que afeta
crianças e adultos. Este transtorno traz
prejuízos para as habilidades escolares e
profissionais, podendo ser associada a
outros transtornos, inclusive de causa
emocional. Envolve desde a incapacidade de segurar um lápis até o traço de uma linha. A disgrafia é perceptível
em qualquer situação que envolve o movimento da escrita seja em desenhos simples das crianças e ou em
atividades de repetição. Estudamos ainda, que a dislalia como é comumente conhecida é um Transtorno Específico
da Articulação da Fala que inicia durante o neurodesenvolvimento da criança e pode atingir a idade adulta. Este
transtorno causa prejuízos na utilização dos fonemas e para intervenção conta com apoio de uma equipe
multidisciplinar. 
Analisamos o Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade – TDAH, o qual é um transtorno que causa à
pessoa déficits de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade que tem início na infância e se
perdura por toda a vida adulta. Suas causas não são totalmente conhecidas e as principais intervenções tem se
apoiado na terapia cognitiva-comportamental e em tratamentos farmacológicos.

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