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Felipe Lima Santos – MED 5º SEM FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO FAMILIAR SP1 – TEM QUE ESPERAR Nessa situação problema, temos como objetivos de aprendizagem: • Diferenciar infecção viral da bacteriana, quanto ao quadro clínico, epidemiologia, e exames complementares; • Entender a etiologia, fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico e tratamento das IVAs (Rinofaringite, Faringoamigdalite e rinossinusite); • Compreender os mecanismos de transmissão das doenças virais e bacterianas; • Diferenciar os tipos de antibioticoterapia? (Antibioticoterapia profilática, empírica e dirigida); • Conceituar taxa de incidência, taxa de prevalência, período de incubação e período de transmissão; • Caracterizar o quadro gripal quanto a mecanismo, quadro clínico, diagnóstico e tratamento. DIFERENCIAR OS TIPOS DE INFECCÇÃO Os agentes infecciosos podem lesionar os tecidos em três diferentes maneiras: • Matar a célula de forma direta, entrando em contato ou dentro dela; • Liberando toxinas que destroem as células à distância, enzimas que degradam os componentes do tecido ou que danificam os vasos sanguíneos, causando necrose isquêmica; • Induzir respostas imunes que causem dano tecidual. MECANISMOS DA LESÃO VIRAL Os vírus podem danificar diretamente as células hospedeiras entrando nelas e replicando-se. A predileção de certos vírus a infectar células específicas e não outras é chamada de tropismo tecidual e é determinada por vários fatores: receptores da célula hospedeira, fatores da transcrição celular que reconhecem o intensificador viral e as sequencias promotoras, barreiras anatômicas e por fim temperatura local, pH e defesas do hospedeiro. Uma vez que os vírus entram nas células hospedeiras, eles podem destruir ou causar dano tecidual de várias maneiras: • Os vírus inibem as sínteses de DNA, RNA ou de proteína das células hospedeiras; • As proteínas virais podem-se inserir na membrana plasmática da célula hospedeira e danificar diretamente sua integridade ou promover a fusão celular; • Os vírus podem causar a lise da célula hospedeira pela replicação dos vírus; Felipe Lima Santos – MED 5º SEM • Podem também manipular a apoptose através de proteínas decodificadas por vírus, que induzem essa morte celular. Há também a teoria que vírus liberam genes que INIBEM a apoptose, sugerindo que a morte celular apoptótica pode ser uma estratégia do corpo para proteger o hospedeiro, eliminando as células infectadas. Esses vírus que inibem a apoptose podem intensificar a replicação viral, promover infecções persistentes ou cânceres induzidos por vírus; • As proteínas virais na superfície das células infectadas podem ser reconhecidas pelo sistema, e os linfócitos podem atacar essas células infectadas; • O vírus pode danificar as células envolvidas na defesa antimicrobiana do hospedeiro, gerando infecções secundárias; • A destruição de um tipo de célula pode causar a morte de outras células que dependem delas; • Alguns vírus podem causar a proliferação e transformação celular, gerando cânceres. MECANISMOS DE LESÃO BACTERIANA Virulência Bacteriana O dano bacteriano aos tecidos do hospedeiro depende da habilidade da bactéria em se aderir as células hospedeiras, invadir células e tecidos ou liberar toxinas. As bactérias patogênicas têm genes virulentos que decodificam proteínas que conferem essas propriedades. Os genes de virulência são frequentemente encontrados agrupados em conjuntos denominados ilhas de patogenicidade. Aderência Bacteriana às células hospedeiras As adesinas são moléculas de superfície bacteriana que se ligam às células hospedeiras. As adesinas bacterianas são limitadas no tipo estrutural, porém têm uma ampla variedade da especificidade da célula hospedeira. Virulência das Bactérias Intracelulares Diferentemente dos vírus, que infectam uma grande variedade de células hospedeiras, as bactérias intracelulares facultativas infectam tanto as células epiteliais, os macrófagos, ou ambos. O crescimento das bactérias em células pode permitir que as bactérias escapem de certos mecanismos efetores da resposta imune, ou pode facilitar a propagação das bactérias. As bactérias têm um número de mecanismos para a entrada nas células hospedeiras. Algumas bactérias utilizam a resposta imune do hospedeiro para obter a entrada nos macrófagos. Uma vez no citoplasma celular, as bactérias tem diferentes meios de interação. Toxinas Bacterianas Qualquer substância bacteriana que contribui para uma doença pode ser considerada uma toxina. Elas podem ser endotoxinas, que são componentes da célula bacteriana, e exotoxinas, que são proteínas secretadas pelas bactérias. Felipe Lima Santos – MED 5º SEM A endotoxina bacteriana é um lipopolissacarídio, um grande componente da parede celular externa das bactérias Gram-negativas. A resposta ao LPS bacteriano pode ser benéfica e prejudicial ao hospedeiro. Benéfica quando o LPS ativa a imunidade, induzindo as citocinas e quimiocinas. No entanto, altos níveis de LPS tem papel importante na coagulação intravascular disseminada no choque séptico. As exotoxinas bacterianas são proteínas secretadas que causam lesão e doença. DIFERENÇAS NO QUADRO CLÍNICO Nas infecções respiratórias, é possível observar a diferença na textura e na cor do muco quando se trata de vírus ou bactéria. Secreções claras e mais líquidas indicam, em geral, que o mal-estar está sendo causado por vírus. Secreções mais densas, esverdeadas ou amareladas, indicam a infecção por bactéria. A mudança da cor se deve à ação de neutrófilos, que são células de defesa que atacam as bactérias e liberam uma proteína de cor verde. INFECÇÕES DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES – IVAS As infecções das vias aéreas superiores (IVAS) são um dos problemas mais comuns encontrados em serviços de atendimento médico pediátricos, resultando em uma morbidade significativa em todo o mundo. As IVAS são a causa mais comum de crianças atendidas por infecção respiratória aguda. As três infecções de vias aéreas superiores mais comuns são: Rinofaringite aguda (“resfriado”), Faringoamigdalite aguda (“infecção de garganta”) e Rinosinussite aguda (“sinusite”). RINOFARINGITE AGUDA – RESFRIADO Este termo abrange quadros como o do resfriado comum e ainda outros englobados sob a denominação de rinite viral aguda. É a doença infecciosa de vias aéreas superiores mais comum da infância. Crianças menores de cinco anos podem ter de cinco a oito episódios por ano. Esta situação é causada quase que exclusivamente por vírus. Entre as centenas deles, os mais frequentes são rinovírus, coronavírus, vírus sincicial respiratório (VSR), parainfluenza, influenza, coxsackie, adenovírus e outros mais raros. Pelo processo inflamatório da mucosa nasal, pode ocorrer obstrução dos óstios dos seios paranasais e tubária, permitindo, por vezes, a instalação de infecção bacteriana secundária (sinusite e otite média aguda). Alguns agentes etiológicos, como o VSR e o adenovírus, podem estar associados à evolução para infecção de vias aéreas inferiores. • Transmissão: através de gotículas produzidas pela tosse e espirros (como um aerossol), ou pelo contato de mãos contaminadas com a via aérea de indivíduos sadios. • Contágio: é significativo em comunidades fechadas e semifechadas, como domicílio, creches (importante na morbidade de lactentes), escolas e outras coletividades. • Período de incubação: dois a cinco dias. • Período de contágio: desde algumas horas antes, até dois dias após o início dos sintomas. Felipe Lima Santos – MED 5º SEM • Doença autolimitada: geralmente desaparece depois de 5-7 dias; • Fatores de risco: lactentes, desnutridos ou imunodeprimidos. QUADRO CLÍNICO________________________________________________________ A rinofaringite pode iniciar com dor de garganta, coriza, obstrução nasal, espirros, tosse seca e febre de intensidade variável, podendo ser mais alta emmenores de cinco anos. Alguns pacientes com essa infecção têm o seu curso sem a presença de febre. Determinados tipos de vírus podem também causar diarréia. Durante a evolução, pode surgir: - Em lactentes: inquietação, choro fácil, recusa alimentar, vômitos, alteração do sono e dificuldade respiratória por obstrução nasal em lactentes mais jovens; - Em crianças maiores: cefaleia, mialgias, calafrios. Ao exame físico, percebe-se congestão da mucosa nasal e faríngea e hiperemia das membranas timpânicas. Este último achado, isoladamente, não é elemento diagnóstico de otite média aguda, principalmente se a criança está chorando durante a otoscopia. Alterações inespecíficas leves da membrana timpânica podem estar somente associadas a infecções de etiologia viral, considerando que esses agentes podem estar associados a infecções de ouvido médio. COMPLICAÇÕES__________________________________________________________ Algumas complicações bacterianas podem ocorrer durante infecções respiratórias virais. Sugerem a ocorrência de alguma delas: persistência de febre além de 72 horas, recorrência de hipertermia após este período, ou prostração mais acentuada. Além disto, o surgimento de dificuldade respiratória (taquipneia, retrações ou gemência) indicam a possibilidade de bronquiolite aguda, pneumonia ou laringite. As complicações bacterianas mais frequentes são otite média aguda e sinusite. Além disso, episódios de infecções virais são um dos fatores desencadeantes mais importantes de asma aguda na criança, principalmente pelos vírus sincicial respiratório e rinovírus. DIAGNÓSTICO___________________________________________________________ O diagnóstico de rinofaringite é essencialmente clínico. O diagnóstico diferencial deve ser feito com manifestações iniciais de várias doenças: sarampo, coqueluche, infecção meningocócica ou gonocócica, faringite estreptocócica, hepatite A e mononucleose infecciosa. O surgimento de um quadro de IVAS de repetição, com sintomas quase que permanentes nos períodos de inverno e primavera, deve fazer o médico suspeitar da existência de rinite alérgica. A identificação de vírus é desnecessária. Em algumas situações de importância epidêmica, pode ser conveniente a pesquisa de vírus respiratórios para melhor controle, ou prevenção, por parte da autoridade sanitária. TRATAMENTO___________________________________________________________ • Repouso no período febril; • Hidratação e dieta conforme aceitação; Felipe Lima Santos – MED 5º SEM • Higiene e desobstrução nasal: instilação de solução salina isotônica nas narinas, seguida algum tempo depois de aspiração delicada das fossas nasais com aspiradores manuais apropriados. O lactente menor de seis meses de idade pode apresentar muito desconforto com a obstrução nasal causada pela rinofaringite viral. Portanto, este cuidado é especialmente importante nesses lactentes, antes das mamadas e durante o sono. • Antitérmico e analgésico: acetaminofeno ou ibuprofeno. • Descongestionante nasal tópico: quando as medidas higiênicas das narinas não forem efetivas, descongestionantes tópicos podem ser usados com moderação em crianças maiores, em um período máximo de cinco dias de uso (risco de rinite medicamentosa). Não existe nenhuma evidência científica de que essa medicação possa ser utilizada com segurança em crianças menores ou que previna otite média aguda. • Antitussígenos e anti-histamínicos via oral: uso desaconselhável devido à ineficácia e presença de efeitos adversos. A associação de anti-histamínicos com descongestionantes sistêmicos não é eficaz em crianças menores. • Antimicrobianos: apesar de prescritos com frequência nesta situação pelo pediatra, não são indicados por não prevenirem infecções bacterianas secundárias nas infecções virais e poderem causar efeitos adversos, incluindo o aumento de cepas bacterianas resistentes na orofaringe Deve-se, sempre que possível, orientar o paciente ou responsáveis quanto a ser desnecessário o uso de antimicrobianos, por este não combater a infecção viral, não prevenir complicação bacteriana, ser oneroso e poder causar efeitos adversos, além da contraindicação também de antitussígenos e anti- histamínicos. Por fim, orientar para observação do surgimento de dificuldade respiratória, febre alta, prostração, secreção nasal purulenta por mais de 10 dias, otalgia, ou tosse persistente por mais de 10 dias. FARINGOAMIGALITE – INFECÇÃO DE GARGANTA A infecção de garganta pode ser causada por infecções bacterianas ou virais. A maioria dos casos é de origem viral. As infecções de garganta por vírus são processos benignos que se resolvem espontaneamente, ao contrário das bacterianas que podem levar a complicações, como abscessos e febre reumática. O principal sintoma desse quadro é a presença de uma dor de garganta, associada, ou não, à dificuldade para engolir (odinofagia). Faringites Virais As infecções por vírus são mais comuns e autolimitadas. De acordo com a época do ano, há prevalências diferentes dos vírus que causam as faringites. Dessa forma, no inverno, há predomínio de vírus sazonais, como: Rinovírus, Coronavírus, Vírus Sincicial Respiratório VSR e Parainfluenza. Já na primavera e no verão, as infecções são, em sua maioria, por enterovírus. Felipe Lima Santos – MED 5º SEM Faringites Bacterianas O principal agente bacteriano responsável por faringites é o Streptococcus pyogenes (também denominado Streptococcus ẞ-hemolítico do grupo A. Ele está presente na orofaringe de 10 a 20% da população, colonizando-a, sem causar sintomas. QUADRO CLÍNICO________________________________________________________ O quadro clínico comum de todo portador de Faringoamigdalite contem febre e dor de garganta, mas como a doença pode ter etiologia viral ou bacteriana, há achados que direcionam para esse aspecto. Sintomas sugestivos de infecção viral incluem: tosse, rinorreia (corrimento nasal), conjuntivite, rouquidão, diarréia (nos casos de infecção por enterovírus) e presença de vesículas na orofaringe (no caso de infecção por Coxsackie A); enquanto no caso de etiologia bacteriana vômitos, petéquias de palato (manchas de Forchheimer), rash escarlatiforme e linfonodos cervicais aumentados são indicativos. DIAGNÓSTICO___________________________________________________________ Devido à superposição entre sintomas sugestivos de vírus e de bactérias, o diagnóstico clínico é insuficiente. Dessa forma, mesmo com achados sugestivos de S. pyogenes, é necessária a cultura de orofaringe, que apresenta sensibilidade entre 90 e 95%, mas seu resultado demora cerca de 3 dias. É interessante solicitar o antibiograma associado, para verificar se há resistência da bactéria a algum antibiótico. Como alternativa à cultura, o Strep test pode ser realizado, já que o resultado é imediato e não há grande comprometimento da sensibilidade 80 a 90%. Além disso, a especificidade é de 95% e o valor preditivo negativo VPN também é alto, ou seja, sendo o resultado do Strep test negativo, há alta probabilidade de a infecção realmente não ser estreptocócica. O diagnóstico diferencial deve ser feito com: • faringites virais: coriza, tosse, rouquidão e vesículas ou ulcerações na orofaringe; • faringite por micoplasma e clamídia: mais comum em adolescentes; • mononucleose, citomegalovirose, toxoplasmose (com suas manifestações próprias, incluindo comprometimento de órgãos e estruturas a distância); • Faringite meningocócica ou gonocócica (história e dado epidemiológico); • difteria: placas branco-acinzentadas aderentes na orofaringe, invasão eventual da úvula, comprometimento laríngeo; • faringites por outros estreptococos, hemófilos ou moraxela: raras; • outras afecções: tumor de orofaringe e angina da agranulocitose. COMPLICAÇÕES (BACTERIANA)_____________________________________________ • Abscesso de linfonodo cervical: eritema, edema e flutuação. • Abscessoperiamigdaliano: dor e dificuldade para engolir mais intensas, voz abafada ou anasalada, proeminência da amígdala e do pilar anterior da faringe, deslocamento da úvula para o lado não afetado. • Sepse: toxemia e choque. • Choque tóxico: toxemia, hipotensão, erupção cutânea maculopapular. • Otite média aguda. Felipe Lima Santos – MED 5º SEM • Artrite reacional (não supurativa): durante período agudo da faringite, surge quadro poliarticular que não preenche os critérios de Jones para FR aguda. A importância maior desta situação é a de que alguns desses pacientes venham a apresentar tardiamente cardite silenciosa ou manifesta, com todas as consequências deste comprometimento. • Febre reumática. • Glomerulonefrite estreptocócica. TRATAMENTO___________________________________________________________ • Repouso no período febril. • Estimular ingestão de líquidos não ácidos e não gaseificados e de alimentos pastosos, de preferência frios ou gelados. • Analgésico e antitérmico: acetaminofeno ou ibuprofeno. • Irrigação da faringe com solução salina isotônica morna. TRATAMENTO BACTERIANO________________________________________________ Antimicrobianos: encurtam a fase aguda e reduzem complicações. Os antibióticos de primeira escolha são a penicilina G ou a amoxicilina. • Fenoximetilpenicilina (Penicilina V Oral) Doses: < 27 kg: 400.000 U (250 mg), 8/8 horas, por 10 dias. > 27 kg: 800.000 U (500 mg), 8/8 horas, por 10 dias. • Penicilina G benzatina: garante o tratamento em casos de suspeita de má adesão ao tratamento. Doses: < 27kg: 600.000 U, IM, dose única. > 27kg: 1.200.000 U, IM, dose única. TRATAMENTO VIRAL______________________________________________________ Como a infecção viral é autolimitada, o seu tratamento é somente de suporte, para controle dos sintomas. Pode ser prescrito: • Ibuprofeno gotas; • Extrato de própolis em spray; • Hexomedine spray; Felipe Lima Santos – MED 5º SEM RINOSSINUSITE AGUDA Pode ser definida como infecção bacteriana dos seios paranasais, com duração menor de 30 dias, no qual os sintomas desaparecem completamente. Os agentes bacterianos mais comuns são o Streptococcus pneumoniae, o Haemophilus influenzae não-tipável e a Moraxella catarrhalis. Agentes infecciosos virais podem estar associados a quadros de sinusite. Sua relação como causa isolada em alguns casos, ou mesmo como fator predisponente, ainda não é clara. Alguns outros fatores estão associados à sinusite, como: outro tipo de obstrução do óstio sinusal (não viral), rinite alérgica, rinofaringite viral, adenoidite, tabagismo (ativo ou passivo), desvio de septo, corpo estranho e tumores nasais, imunodeficiências, asma e fibrose cística, atividades de mergulho. QUADRO CLÍNICO________________________________________________________ O início pode ser lento ou súbito. Nas formas leves de sinusite, as manifestações iniciais de IVAS passam a se prolongar por mais de 10 dias ou, após período de melhora clínica, há persistência ou retorno dos sintomas nasais (obstrução e secreção nasal purulenta). Esse quadro pode ser acompanhado de halitose. Costuma haver tosse diurna, com piora à noite. Em alguns casos, pode ocorrer febre. Nas formas moderadas a graves, ou em crianças maiores, as manifestações citadas podem ser mais intensas, acompanhando-se, eventualmente, de edema palpebral, cefaleia, prostração, desconforto ou dor, espontâneos ou provocados, no local do(s) seio(s) afetado(s) ou nos dentes. A celulite periorbitária é um sinal de etmoidite. Ao exame do nariz, pode constatar-se congestão da mucosa e presença de secreção purulenta no meato médio. Na orofaringe pode se observar gota purulenta pós-nasal. DIAGNÓSTICO___________________________________________________________ O diagnóstico de sinusite aguda é clínico. A história clínica, associada aos achados de exame físico anteriormente mencionados, permite a realização do diagnóstico de sinusite na criança. O estudo radiológico de seios da face é raramente necessário. O diagnóstico diferencial deve ser realizado com prolongamento da infecção viral não complicada, rinite alérgica, corpo estranho nasal e adenoidite. A avaliação otorrinolaringológica deve ser solicitada em casos de: • sinusites recorrentes (sinusites bacterianas agudas, separadas por períodos assintomáticos maiores de 10 dias); • sinusite crônica (episódios de inflamação dos seios paranasais com duração maior de 90 dias); • sinusite aguda com dor persistente ou outras complicações locais. EXAMES COMPLEMENTARES_______________________________________________ • Hemograma: apresenta alterações compatíveis com infecção bacteriana aguda. • Cultura de secreção nasal: parece não contribuir para a identificação do agente intra-sinusal, por falta de correlação dos achados das duas localizações. Felipe Lima Santos – MED 5º SEM • Radiografia: não deve ser utilizada para o diagnóstico de sinusite aguda não complicada. Os achados mais comuns para este diagnóstico são presença de nível hidroaéreo, opacificação completa da cavidade sinusal e espessamento da mucosa da parede lateral do seio maxilar maior do que 4 mm. • Tomografia computadorizada: útil na refratariedade ao tratamento adequado, ou na suspeita de complicações ósseas, orbitárias ou intracranianas. • Punção aspirativa: indicada em crianças com imunodeficiência ou casos graves refratários ao uso de antimicrobianos apropriados. • Endoscopia nasal: na suspeita de fatores anatômicos nasais predisponentes. TRATAMENTO___________________________________________________________ • Repouso inicial. • Umidificação do ar em lugares muito secos. • Analgésico e antitérmico: acetaminofeno ou ibuprofeno. • Descongestionantes tópicos ou sistêmicos: não existem evidências científicas do seu benefício nesta doença. TRATAMENTO ESPECÍFICO_________________________________________________ - Antimicrobianos: vários antibióticos de amplo espectro podem ser utilizados no tratamento da sinusite aguda. As alternativas mais frequentemente recomendadas são: • Amoxicilina: é ainda a droga de primeira escolha25. Dose: 60-80mg/kg/dia, VO, 8/8h, por 14-21 dias. • Cefuroxima ou amoxicilina associada ao ácido clavulânico: em casos de suspeita de agentes produtores de beta-lactamase (dado epidemiológico ou ausência de resposta ao tratamento com antimicrobianos de primeira escolha). • Claritromicina e azitromicina são outras alternativas de tratamento. • Está indicada a substituição do antimicrobiano inicial, se não houver atenuação das manifestações em 72 horas. Casos graves devem ser hospitalizados e tratados com antibióticos intravenosos. Alguns autores têm demonstrado que o curso de uma sinusite aguda não complicada pode não ser modificado com o uso de antimicrobiano, havendo uma elevada tendência à cura espontânea. Novos estudos são necessários para avaliar melhor o papel do uso de antimicrobianos na sinusite aguda não complicada, antes de adotar-se uma conduta de suspensão da indicação de antibacterianos nesta doença. • Corticoide: alguns estudos demonstraram que o uso de corticoide tópico nasal, associado ao antimicrobiano, pode ser benéfico na melhora dos sintomas de sinusite aguda em crianças e adolescentes. O uso de corticoide sistêmico pode estar indicado em casos de pacientes com sinusite aguda, associados à história prévia e sintomas agudos sugestivos de rinite alérgica ou asma. • Tratamento cirúrgico: a critério do especialista, para drenagem do seio afetado por aparecimento de alguma complicação. Felipe Lima Santos – MED 5º SEM TRANSMISSÃO DOS MICRÓBIOS Para que haja a transmissão da doença, o microrganismo deve sair do hospedeiro. Dependendo da localização da infecção, a liberação pode ser efetuada pela retirada de pele, por tosse, espirro, defecação ou urina, ou através de insetos vetores. Alguns micróbios são mais fortes e podem sobreviver por períodoslongos em poeira, alimentos ou água. A transmissão pessoa-pessoa pode ocorrer por via respiratória, fecal-oral ou sexual. Os microrganismos menos fortes precisam ser passados, rapidamente, de pessoa a pessoa, com frequência, por contato direto. Os vírus que infectam as glândulas salivares são principalmente transmitidos por beijo ou conversação. Outros patógenos são disseminados principalmente por contato íntimo prolongado ou contato de mucosa, como ocorre durante a transmissão sexual, incluindo vírus, fungos, protozoários e artrópodes. Bactérias e fungos transmitidos pela via respiratória são infectivos somente quando as lesões são abertas as vias aéreas. Muitos patógenos, estendendo-se dos vírus aos helmintos, podem ser transmitidos pela via fecal-oral, pela ingestão de alimentos e água contaminado por fezes. Os vírus transmitidos pela água envolvidos em surtos epidêmicos incluem os das hepatites A e E, da poliomielite e o rotavírus. Um número de organismos pode ser transmitido através do contato sexual, alguns, como Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, são disseminados, geralmente, por intercurso sexual, enquanto outros, como Shigella e Entamoeba histolytica são disseminados tipicamente por outros meios, mas também pelo sexo. O local inicial da infecção de uma IST pode ser uretra, vagina, cérvix, reto ou faringe oral. Os organismos que causam essas infecções tendem a ter vida curta fora do hospedeiro, assim eles dependem geralmente da disseminação direta. Importante lembrar que a infecção com uma IST aumenta o risco de ISTs adicionais, porque os fatores de risco são comuns pra todas elas, explicando porque há a associação entre clamídia e gonorreia nos USA, a ponto de quando o diagnóstico de uma é feito, as duas são tratadas. TIPOS DE ANTIBIOTICOTERAPIA ANTIBIOTICOTERAPIA PROFILÁTICA A antibioticoterapia profilática pode ser definida como o uso profilático de antibióticos em pacientes que não apresentam sinais ou sintomas de infecções, com o objetivo de prevenir o seu surgimento em situações de alto risco. Estas situações correspondem a pacientes portadores de determinadas doenças e/ou que são submetidos a procedimentos que favorecem o surgimento de infecções. Baseia-se na ideia de que se os antibióticos conseguem matar ou impedir o crescimento de bactérias em infecções estabelecidas, podem também fazê-lo no sangue ou em sítios específicos evitando que se instale um processo infeccioso. O uso de profilaxia antimicrobiana em cirurgias periodontais se justifica pelo fato de que o surgimento de infecções pós-operatórias locais é facilitado pela presença de um corpo estranho. A presença do corpo estranho aumenta a susceptibilidade local à infecção por reduzir a concentração bacteriana necessária para desencadeá-la, dificultar a função de neutrófilos e macrófagos na área e aumentar a patogenicidade dos microrganismos quando aderidos à Felipe Lima Santos – MED 5º SEM superfície do material, formando um biofilme microbiano. Além disso, apesar da ocorrência de infecção pós-operatória local não ser comum, tampouco fatal, que são as duas situações onde se indica profilaxia antimicrobiana, esse tipo de infecção pode pôr em risco todo o sucesso do tratamento já que leva, na maioria dos casos, à perda enxerto e/ou membrana. Os procedimentos cirúrgicos que supostamente se beneficiam da profilaxia com antibióticos são os classificados pelo National Research Council Wound Classification Criteria (Critérios de Classificação de Feridas do Conselho Nacional de Pesquisas) como Classes II ou “Limpa-contaminada”, cujo índice esperado de infecção é de em torno de 10%, Classes III ou “Contaminada”, onde é esperado um índice de 20% e as Classes IV ou “Sujas”, cujos índices de infecção esperados são de 40%. Condições cirúrgicas que influenciam aumentando os índices esperados de infecção e exigindo o uso de antibióticos profiláticos são aqueles procedimentos com duração maior que 3 horas e/ou inserção de corpos estranhos como materiais implantares (enxertos ósseos, membranas ou implantes), mesmo em cirurgias classificadas como Classes I ou “Limpas”, que são as cirurgias eletivas em áreas de baixo índice de bactérias residentes e que permitem boa desinfecção local pré-operatória. O uso da profilaxia antimicrobiana com o intuito de prevenir infecções locais, na ferida cirúrgica, teve status de comprovação e protocolo científico com os estudos de Burke em 1961. O estudo demonstrou, em animais, que o momento ideal de administração do antibiótico para que tenha efeito profilático era uma hora antes da contaminação, e que a eficácia era reduzida a cada hora até que, se administrado 3 horas após a invasão bacteriana, o antibiótico não exercia mais nenhum efeito profilático. Apenas se o procedimento cirúrgico tiver duração maior que 4 horas (no caso da amoxicilina ou eritromicina), é recomendada a administração de uma nova dose intraoperatória. ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA A antibioticoterapia empírica é utilizada quando o agente infeccioso não é identificado, mas existe risco para a espera da identificação do mesmo. A escolha da antibiótico terapia empírica deve ser realizada e aplicada de maneira cuidadosa na emergência, local comum de desta prática. Estudos apontam que mortalidade na sepse é maior em pacientes que receberam antibióticos com resposta ineficiente para o tratamento inicial do quadro infeccioso. A escolha adequada do antibiótico empírico reduz as chances, drasticamente, de evolução do quadro de sepse para choque séptico. O tratamento empírico não prescinde, contudo, da coleta de amostras para cultura antes do início da antibioticoterapia empírica. A coleta deve ser feita em todos os casos para, posteriormente, confirmar ou redirecionar o tratamento antimicrobiano. Outra prática recomendada é a utilização de exames bacterioscópicos que são realizados rapidamente e resultam em informações úteis para direcionar a terapêutica. Resultados de um estudo publicado no JEM com 85 pacientes com choque séptico admitidos na emergência, demonstraram que quando não submetidos a antibiótico terapia adequada na admissão os pacientes evoluíam com patógenos resistentes. Todavia, alguns destes pacientes apresentavam Felipe Lima Santos – MED 5º SEM histórico recente de internação em ambiente hospitalar ou domiciliar. Estes pacientes apresentavam muitas vezes um quadro de sepse pulmonar, para o qual a escolha antibiótica estava adequada, entretanto concomitantemente possuíam patógenos resistentes na cultura de urina. Este grupo de pacientes, dos quais a maioria apresentava urosepse, deve ser reconhecido em uma abordagem inicial como pacientes com alto risco para infecção com patógenos resistentes. ANTIBIOTICOTERAPIA DIRIGIDA Quando um patógeno foi isolado e os resultados dos testes de sensibilidade estão disponíveis, o tratamento deve ser individualizado com um antibiótico específico. A monoterapia é preferível para reduzir os riscos de toxicidade antimicrobiana e seleção de patógenos resistentes. As doses e os esquemas posológicos adequados são cruciais para aumentar a eficácia e reduzir os efeitos tóxicos. Além disso, a duração do tratamento deve ser a menor possível. Tratamentos desnecessariamente longos resultam no desenvolvimento de resistência. A TERAPIA COMBINADA É EXCEÇÃO. Quando o patógeno é isolado, não deve haver razão para utilizar vários antibióticos, exceto quando existem evidências convincentes demonstrando o contrário. O uso de dois antimicrobianos quando um é suficiente aumenta a toxicidade e causa danos desnecessários à flora bacteriana e fúngica protetora do paciente. Há situações especiais nas quais as evidências favorecem o uso de tratamento combinado: • evitar a resistência à monoterapia; • acelerar a rapidez da atividade microbicida; • aumentar a eficácia terapêutica com a utilização de combinações sinérgicas, ou ampliar a atividade microbicida de um fármacocom base em uma mutação produzida pela resistência a outro antimicrobiano; • reduzir a toxicidade (i.e., quando um nível de eficácia com um único antibacteriano pode ser alcançado apenas com doses tóxicas para o paciente e um segundo fármaco, administrado simultaneamente, permitir a redução da dose do primeiro). As situações clínicas nas quais se recomenda terapia combinada são: tratamento de pacientes com Aids; tratamento antiviral para hepatites B e C; tratamento das infecções por M. tuberculosis, M. avium-intracellulare e M. leprae (hanseníase); combinações de doses fixas dos antimaláricos; tratamento da infecção por Cryptococcus neoformans com flucitosina e anfotericina B; tratamento empírico dos pacientes com neutropenia febril; e pacientes com Aids avançada e febre. A combinação de uma sulfonamida com um inibidor da DHFR (p. ex., trimetoprima) tem ação sinérgica em razão da inibição de etapas sequenciais da síntese de folato pela bactéria; uma combinação de doses fixas de sulfametoxazol e trimetoprima é ativa contra microrganismos que poderiam ser resistentes se as sulfonamidas fossem utilizadas isoladamente. Felipe Lima Santos – MED 5º SEM CONCEITOS INCIDÊNCIA Incidência é a taxa de manifestação de uma determinada doença, ela serve para mensurar o surgimento da doença em tal região, sendo o calculo da sua taxa feito pelo número de novos casos divido pela população suscetível. PREVALÊNCIA O número de casos de uma doença em uma população, durante um período específico de tempo, servindo para medir a proporção da população que já possui a doença. Sua taxa é calculada usando o número de indivíduos afetados em determinado momento, dividido pelo número total de pessoas. PERÍODO DE INCUBAÇÃO Um período de incubação mede o tempo da exposição do micróbio patogénico ao início da doença. Isto fornece a informação valiosa sobre a dinâmica da transmissão da doença, assim como facilita a aplicação de medidas de controle não-farmacêuticas apropriadas, tais como o contacto que segue e que calcula a duração da quarentena home para os povos que são contaminados pelo micróbio patogénico ou veio em contacto com uma pessoa contaminada. Além disso, o período de incubação pode ajudar profissionais de saúde eficazmente a diagnosticar uma doença baseada em sintomas observados e na história clínica do paciente. Há diversos fatores de determinação para o período de incubação, incluindo a rota da transmissão do micróbio patogénico, a carga do micróbio patogénico (uma quantidade de micróbio patogénico incorporou o corpo), e a funcionalidade do sistema imunitário do anfitrião. A maneira a mais segura de calcular o período de incubação é estudar metodicamente os relatórios do caso que envolvem pacientes com a única exposição do micróbio patogénico. No caso dos pacientes que são expor aos tempos múltiplos do micróbio patogénico, é impossível determinar que exposição provocou o início da doença. PERÍODO DE TRANSMISSÃO Intervalo de tempo durante o qual uma pessoa ou animal infectado elimina um agente biológico para o meio ambiente ou para o organismo de um vetor hematófago, sendo possível, portanto, a sua transmissão a outro hospedeiro. QUADRO GRIPAL A influenza (gripe) é doença infecciosa aguda de origem viral que acomete o trato respiratório e a cada inverno atinge mais de 100 milhões de pessoas na Europa, Japão e Estados Unidos, causando anualmente a morte de cerca de 20 a 40 mil pessoas somente neste último país. O agente etiológico é o Myxovirus influenzae, ou vírus da gripe. Este subdivide-se nos tipos A, B e C, sendo que apenas os do tipo A e B apresentam relevância clínica em humanos. O vírus influenza apresenta altas taxas de mutação, o que resulta frequentemente na inserção de novas variantes virais na comunidade, para as quais a população não apresenta imunidade. São poucas as opções disponíveis para o controle da influenza. Felipe Lima Santos – MED 5º SEM Os vírus influenza A apresentam maior variabilidade e, portanto, são divididos em subtipos de acordo com as diferenças de suas glicoproteínas de superfície, denominadas hemaglutinina (H) e neuraminidase (N). Existem 15 tipos de hemaglutinina e 9 tipos de neuraminidase identificadas em diferentes espécies animais. Atualmente são conhecidas três hemaglutininas (H1, H2 e H3) e duas neuraminidases (N1 e N2) presentes nos vírus influenza do tipo A adaptados para infectar seres humanos MECANISMO A capacidade do vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 de causar doença decorre de sua habilidade em provocar ataque celular ou citotoxicidade direta, por exemplo, acarretando lesão sobre o epitélio respiratório e liberação de citocinas e mediadores inflamatórios secundários à infecção viral. A resposta individual do hospedeiro à agressão de seus órgãos e tecidos, relacionada à intensidade da sua resposta inflamatória e dos mecanismos de defesa citotóxicos é responsável pela forma como o hospedeiro reage à agressão viral e, em consequência, determina as manifestações e variações clínicas. A mortalidade associada à infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 apresenta intensidade similar à da infecção pelo vírus Influenza Sazonal. Associa-se, entretanto, com doença grave em grupos específicos como as gestantes, crianças com menos de dois anos de idade, adultos jovens e em associação com algumas comorbidades. QUADRO CLÍNICO • Presença de febre (37,9 ºC a 39,6 ºC) e tosse (ou piora clínica em pacientes com pneumopatia crônica) de início agudo. • Evolução aguda com acometimento das vias aéreas, e curva térmica, usualmente, declinando após dois a três dias, e normalizando-se no sexto dia de evolução. • Período de incubação entre um a quatro dias. • Transmissão em adultos, usualmente, desde o início das manifestações clínicas até sete dias após; sendo nas crianças, entre sete até 14 dias; e, nos imunossuprimidos, por mais tempo. • Duração clínica máxima de sete dias. • Desenvolvimento súbito de calafrios, mal-estar, cefaleia, mialgia, dor de garganta, artralgias, prostração, rinorreia, e tosse seca. • Potencial associação com diarreia, vômitos, fadiga, rouquidão, vermelhidão da conjuntiva palpebral, tosse e fraqueza persistentes. • Queixas respiratórias mais evidentes com a sua progressão, mantidas, em geral, por três a quatro dias após o desaparecimento da febre • Aumento da temperatura corpórea, em geral, mais acentuado em crianças do que em adultos. • Rouquidão e a linfadenopatia cervical são mais comuns em crianças. • Evolução usual é para a sua resolução completa em sete dias. • Desenvolvimento de alguma complicação quando à temperatura corpórea aumenta por mais de três a cinco dias, sendo a mais comum a pneumonite primária pelo vírus Influenza, ou secundária à infecção bacteriana (condensação pneumônica). Pode associar-se também com miosite, aumento da desidrogenase lática, da creatinina quinase sérica (62%); Felipe Lima Santos – MED 5º SEM linfocitopenia (61%); exacerbação de DPOC; síndrome de Reye e, raramente, miocardite, pericardite, mielite transversa e encefalite. • Fadiga que pode persistir por várias semanas em idosos. • Manutenção de tosse, lassidão e mal-estar por uma a duas, ou até por mais de seis semanas. • Ineficiência de antibioticoterapia na maioria dos pacientes; entretanto, a instalação de pneumonia bacteriana secundária requer a sua administração TRATAMENTO • Cuidados gerais: que visam abordar a higiene pessoal e impedir a transmissão viral para evitar a contaminação de outras pessoas. Devem ser realçados os cuidados para eliminar os riscos de contaminação por intermédio de aerossóis, da tosse e do espirro, e o contacto com as mãos, utensílios e roupas contaminadas. • Repouso: relativo, em geral, durante os sete dias após o início da sua sintomatologia ou até 24 horas após o paciente sentir-se assintomático, sendo determinado, especialmente, pela asteniaassociada. • Dieta: hipercalórica, normoproteica, para impedir a desnutrição; com pelo menos 2 L além da ingestão habitual de líquidos, para promover boa hidratação das vias aéreas. • Vaporização e nebulização: pelo menos três vezes ao dia, para a hidratação das vias aéreas superiores (seios da face) e inferiores, respectivamente. A vaporização pode ser feita sem equipamentos específicos, pela aspiração do vapor de água provocado pela ebulição da água de qualquer vasilha ou de chuveiro, com o cuidado para evitar queimaduras. A nebulização em domicílio pode também ser feita, porém nem sempre está disponível. • Banhos de imersão quentes ou aplicação de bolsas de água quente localizadas: para aliviar a mialgia. • Administração de antitérmicos: para impedir o aumento da temperatura corpórea acima de 39 ºC, ou de qualquer valor; para as pessoas com mais ou menos de sete anos de idade; respectivamente. Não usar ácido acetilsalicílico em pacientes com menos de 18 anos de idade. • Cuidado com a criança: a criança menor de um ano requer vigilância redobrada. A identificação de temperatura > 38,5 ºC com a presença de tosse ou manifestações clínicas influenza-símile, sem características de gravidade ou de complicações, permite a sua manutenção sob cuidado domiciliar, sendo examinada diariamente em sua casa ou no Posto de Saúde até que obtenha melhora. A presença de temperatura maior que 38,5 ºC, com tosse e manifestações clínicas influenzasímile, apresentam risco de complicações quando surgem: dificuldade ventilatória, dor de ouvido, vômitos por mais de 24 horas, e sonolência. Nesses casos, deve ser administrado antibiótico (ver abaixo) e antiviral. • Administração de analgésicos: para controle da dor quando necessário. • Avaliação precoce das complicações clínicas: o acompanhamento clínico é fundamental para detectar instabilidades decorrentes de insuficiência respiratória, metabólica e hemodinâmica, que requeiram abordagem hospitalar. O tratamento domiciliar das crianças pode ser feito na presença de tosse e Felipe Lima Santos – MED 5º SEM aumento leve da temperatura corpórea, com antipiréticos e hidratação. Não usar ácido acetilsalicílico.
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