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Infecções de Vias Aéreas em Pediatria

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Pediatria Bruna Marques Dadona 
Infecções de vias aéreas superiores (IVAS) 
1. Resfriado comum 
- Muito comum na prática pediátrica 
- Etiologia viral: rinovírus, adenovírus, parainfluenza, 
influenza, vírus sincicial respiratório, coronavírus 
- Inflamação do epitélio da nasofaringe: edema da 
mucosa, aumento da produção de secreção local com 
alteração dos movimentos ciliares e descamação 
celular 
- Sintomas leves: 
 - Locais: obstrução nasal, coriza, espirros, tosse seca, 
odinofagia leve 
 - Sistêmicos: febre baixa, cefaleia leve, mialgia leve 
 - Obs: sinais de gravidade – febre alta, uso de 
musculatura acessória, diminuição do MV, gemência, 
crepitação, dispneia, batimento de asa nasal e edema 
 - Obs: em casos leves na oroscopia espera-se 
encontrar hiperemia leve e edema leve e na otoscopia 
espera-se hiperemia leve da membrana timpânica 
 
 
 
2. Gripe 
- Quadro sistêmico mais exuberante: queda de estado 
geral, febre alta, mialgia importante, cefaleia, 
prostração, hiporexia 
- Acometimento local mais intensei: maior inflamação 
da mucosa da naso/orofaringe 
- Maior chance de complicações: pneumonia viral e 
infecções bacterianas secundarias 
- Etiologia viral: influenza (H1N1), parainfluenza, VSR, 
coronavírus 
 - Obs: imunoglobulina presente nas mucosas é a IgA 
 - Obs: VSR: vírus sincicial respiratório pe um vírus 
responsável pela maioria dos casos de infecções do 
trato respiratório inferior em bebês. Em climas 
temperados é mais comum nos meses de inverno e em 
climas tropicais é mais comum nos meses chuvosos 
 - Obs: hemograma viral: linfocitose, leucocitose com 
plaquetopenia 
 - Obs: hemograma bacteriano: neutropenia, o mais 
comum é o quadro de leucocitose com neutropenia 
com desvio à esquerda 
 
- Tratamento 
 - Não existe um tratamento específico 
 - Antibióticos não tratam resfriado comum e nem gripe 
 - Controle de sintomas: antitérmicos, analgésicos e 
lavagem nasal com soro fisiológico 
 - Evitas: descongestionantes e xaropes 
 - Obs: descongestionantes em crianças menores de 2 
anos pode levar a um quadro toxico grave, simulando 
a um quadro séptico 
 
 
 
Pediatria Bruna Marques Dadona 
 
 - Obs: sinusite: inflamação dos sinus da face 
 - Obs: otite media aguda: inflmação da tuba auditva 
 
3. Otite média aguda (OMA) 
- Infeção/inflamação da orelha media com aumento na 
produção de secreção e, consequentemente, aumento 
da pressão intra-auricular 
- Uma das principais complicações do resfriado comum 
- Uma das doenças infecciosas mais comuns em 
pediatria: ate os 3 anos de idade, 85% das crianças já 
apresentaram ao menos um episódio de OMA 
- Fatores de risco 
 - Do hospedeiro: idade < 3 anos, fenda palatina, 
síndrome de Down, DRGE, atopias, falta de 
aleitamento materno 
 - Ambiente: inverno, creches/escolas, tabagismo 
passivo, uso de mamadeira (mamar deitado), chupeta, 
baixo nível socioeconômico 
- Patogênese 
 - Anatomia: tuba auditiva mais curta e mais inclinada 
na criança até os 3 anos de idade, dificultando a 
ventilação da orelha media e facilitando a progressão 
de vírus e bactérias (contiguidade) 
 - Imunologia: imaturidade imunológica. A incidência 
diminui a medida em que aumenta a produção de IgA, 
IgG e IgM próprias 
- Normalmente precedida de um quadro de resfriado 
comum, em que a infecção viral predispõe uma 
infecção bacteriana secundaria (lesão epitelial) 
- Agentes 
 - Vírus: até 40% dos casos a depender da faixa etária 
 - Bactérias: pneumococos, H. influenzae e Moraxella 
catarrhalis 
- Diagnóstico 
 - História clínica + exame físico 
- Tratamento 
 - Sintomáticos: analgésicos e anti-térmicos 
 - Antibióticos: amoxacilina, amoxacilina + clavulanato, 
azitromicina (7 a 10 dias) 
- Opção: observação clínica e controle de sintomas nas 
primeiras 72 horas em crianças maiores e sem sinais de 
alarme. No entanto, há dificuldade no seguimento 
próximo desses doentes 
- Sinais de alarme/gravidade: otalgia intensa, febre 
alta, toxemia, outras infecção associadas, 
deformidades craniofaciais, imunodeficiências 
- Complicações: mastoidite, meningite, OMA 
recorrente, resistência antimicrobiana 
 
 
 
 - Obs: imagens de uma otoscopia de uma otite média 
aguda 
 
Pediatria Bruna Marques Dadona 
 
4. Rinossinusite Bacteriana 
- Inflamação / infecção da mucosa naso ssinusal 
- Anatomia: os seios paranasais só se formam 
plenamente a partir dos 4 anos de idade. Antes disso 
os seios esfenoidais e etmoidais já estão presentes, 
mas tem tamanho muito pequeno. Por isso, a 
rinossinusite é rara antes dos 4 anos 
- História natural 
 - Resfriado comum que dura mais de 10 dias, com 
aumento da quantidade de secreção (geralmente de 
aspecto mais purulento), febre alta e dor facial 
- Diagnóstico 
 - História + Exame físico 
 - RADIOGRAFIA DE FACE NÃO AJUDA NO 
DIAGNOSTICO DE RINOSSINUSITE 
- Em casos complicados: tomografia computadorizada 
 - Diagnóstico diferencial: corpo estranho e rinite 
alérgica 
- Agentes 
 - Vírus 
 - Bactérias: pneumococos, H. influenzae, M. catarhalis, 
Streptococcus beta-hemolítico do grupo A e S. aureus 
 - Obs: O S. aureus é o mais preocupante 
 
 - Obs: imagem do sinal da vela 
- Tratamento 
 - Antitérmico, analgésico, corticoides nasais 
 - Antibióticos: amoxacilina, amoxacilia + clavulanato, 
azitromicina 
- Complicações: celulite periorbitária, meningite, 
osteomielite 
 
 
5. Amigdalite / tonsilite / faringite 
- Função das amigdalas é umunológica: produção de 
imunoglobulinas. “Primeira linha de defesa do trato 
respiratório” 
- Principal etiologia é viral. Na maioria das vezes o uso 
de antibióticos não esta indicado 
- Quando bacteriana: estreptococo beta-hemolítico do 
grupo A 
- Rara antes dos 3 anos de idade: IgG materna ainda 
presente e amigdalas em desenvolvimento 
- Diagnóstico 
 - Febre alta 
 - Odinofagia 
 - Sintomas gerais: cefaléia, mialgia, queda do estado 
geral, vômitos 
 - Hipertrofia, hiperemia, petéquias e exsudato 
faringotonsilar 
- Linfadenopatia submandibular dolorosa 
- Teste de detecção do antígeno estreptocócico (ASLO) 
- Consideração especial: mononucleose infecciosa 
- “Doença do beijo” 
- Etiologia viral: EBV 
- Altamente linfonotrópico: causa edema do tecido 
linfático (linfadenopatia em varias cadeias) com 
hipertrofia importante das tonsilas palatinas, inclusive 
com exsudato, esplendomegalia e hepatomegalia 
- Diagnostico difícil. Normalmente suspeitado após 
falha do tratamento com antibióticos. “Monoteste” e 
Pediatria Bruna Marques Dadona 
sorologia podem ajudar, mas são de difícil 
interpretação em crianças menores de 5 anos 
- Rash cutâneo após uso de amoxacilina é característico 
do quadro 
- Sem tratamento especifico 
 
- Complicações 
 - Não supurativas: febre reumática e glomerulonefrite 
aguda 
 - Supurativas: abscessos (peritonsilar, retrofaríngeo, 
cervical) 
 - Escarlatina: reação de hipersensibilidade às toxinas 
do EBHA 
 
 
- Tratamento 
 - Quadros virais (incluindo mononucleose): alívio dos 
sintomas, hidratação e atenção para sinais de 
complicação 
 - Quadros bacterianos: uso de antibióticos encurta a 
evolução da doença e reduz o risco de complicações 
 - Antibióticos de escolha: penicilina e amoxacilina (10 
dias para evitar FR) 
 - Opções para casos de alergia: macrolídeos e 
cefalosporinas 
- Tratamento cirúrgico 
 - Tonsilectomia / Amidgalectomia 
 - Principal indicação: obstrução de via aérea superior 
 - Classificação de Brodsky para determinar o grau de 
obstrução de acordo com o tamanho das amigdalas 
 - Amigdalites recorrentes: mais de 7 episódios por ano 
 
6. Estridor 
- Som produzido pela passagem de ar por uma via 
aérea de grosso calibre estreitada 
- Vias aéreas superiores 
 - Supraglótica: ausência de calibragem permite fácil 
colabamento. Estridor principalmente inspiratório ecom grande potencial de gravidade 
 - Glótica e subglótica: das cordas vocais até a traquéia 
(antes da entrada no tórax). A sustentação 
cartilaginosa impede parcialmente o colapso. Estridor 
pode parecer tanto na inspiração quanto na expiração 
 
 
7. Laringite / Laringotraqueobronquite 
- “Síndrome do Crupe” 
- Comumente de etiologia viral: parainfluenza, 
influenza e VSR 
- A inflamação do epitélio se inicia na nasofaringe e se 
dissemina por contiguidade através do trato 
respiratório. De acordo com o nível acometido, os 
sinais e sintomas serão variados 
Pediatria Bruna Marques Dadona 
- Apresentação clinica inicial de resfriado comum, 
evoluindo com obstrução de vias aéreas superior em 
graus variados 
- Grande maioria é leve, sem obstrução aérea 
importante 
- Atenção para sinais de insuficiência respiratória 
- Tratamento 
 - Alívio de sintomas gerais 
 - Corticoesteroides 
- Nebulização com adrenalina 
 - Cuidados intensivos (IOT) 
 
8. Epiglote 
- Infecção bacteriana, supraglotica, com rápida 
evolução para sepse e insuficiência respiratória grave 
- Incidência vem diminuindo graças a ampla cobertura 
vacinal 
- Principal agente: Haemophilus influenza 
- Apresentação clinica: desconforto respiratório 
progressivo, com piora durante o choro ou agitação e 
sinais de sepse/toxemia 
- Diagnóstico: anamnese + exame físico 
- Tratamento: suporte ventilatório e antibioticoterapia 
de amplo espectro

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