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Resumo - Prevenção e Notificação em Arboviroses, Sarampo e Rubéola


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Júlia Figueirêdo – FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
PROBLEMA 2 – INTERMEDIÁRIA: 
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DE ARBOVIROSSES E 
DOENÇAS EXANTEMÁTICAS: 
ARBOVIROSES – PREVENÇÃO E NOTIFICAÇÃO 
EPIDEMIOLÓGICA: 
A prevenção pessoal contra arboviroses 
baseia-se em evitar a picada do mosquito 
Aedes aegypti. As principais medidas 
individuais que podem ser estimuladas com 
essa finalidade são: 
 Uso de roupas de mangas compridas 
e calças; 
 Instalação de telas em portas e 
janelas; 
 Uso de repelentes de insetos 
registrados (em crianças, só a partir de 
2 anos de idade); 
o Preparações caseiras não devem ser 
utilizadas devido ao maior risco de 
desenvolvimento de reações alérgicas; 
o Num domicílio com um indivíduo 
infectado tanto ele quanto os 
coabitantes devem usar repelente. 
 Limpeza de possíveis focos para 
reprodução do mosquito em 
ambientes domésticos, como calhas, 
pneus e garrafas/caixas d’água; 
 Realização do bloqueio vacinal 
adequado para a febre amarela (dose 
única aos 9 meses). 
Dentre as medidas que podem ser colocadas 
em ação pela Vigilância Epidemiológica 
apresentam caráter geral, abrangendo toda 
a população de uma localidade. Esses 
procedimentos distinguem-se em: 
 Período não-epidêmico: essas 
estratégias têm como objetivo evitar a 
disseminação do Aedes aegypti, 
reduzindo assim o contingente de novos 
casos. Fazem parte desse protocolo: 
o Controle mecânico: consiste no 
impedimento à procriação dos 
vetores de arboviroses, atuando na 
proteção de áreas susceptíveis, e a 
destruição e destinação 
adequadas de focos existentes para 
a reprodução do mosquito. 
Alguns exemplos de ações são a 
intensificação da coleta de lixo, a 
vedação de caixas d’água, e o 
recolhimento de pneus para 
acondicionamento em local fechado. 
o Controle biológico: emprega 
larvicidas biológicos para realizar o 
controle e a eliminação de vetores 
resistentes a inseticidas; 
o Controle legal: consiste na adoção 
de normas com respaldo legal para 
facilitar as ações diretas de combate 
às arboviroses, como a 
responsabilização do proprietário 
pela limpeza de seu terreno; 
o Controle químico: é baseado no uso 
de inseticidas para eliminar larvas e 
mosquitos adultos. Seu uso deve ser 
feito de forma racional, de forma a 
evitar o desenvolvimento de 
resistência aos compostos e 
também conter eventuais impactos 
ambientais; 
o Campanhas publicitárias: têm como 
foco principal a sensibilização da 
população para evitar a formação 
de criadouros para vetores das 
arboviroses, reforçado as medidas de 
proteção individual supracitadas. 
 Período epidêmico: os objetivos das 
medidas implementadas nessa fase são 
a diminuição do número de casos 
graves/óbitos e o controle da situação 
epidemiológica. Para tanto, são 
desenvolvidas campanhas publicitárias 
que orientem a população quanto aos 
sinais de alerta para arboviroses, bem 
como a identificação de localidades 
mais vulneráveis, obtida por meio da 
comparação das curvas endêmicas. 
 Júlia Figueirêdo – FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
A notificação de casos é compulsória e 
semanal para todas as arboviroses, dado o 
caráter endêmico dessas doenças no Brasil. 
Assim, são identificados diversos possíveis 
grupos para classificação, a saber: 
 Caso suspeito: o paciente apresenta 
febre e sinais inespecíficos associados 
a quadros virais, como cefaleia, mal-estar 
e náuseas, estando inserido em contexto 
epidemiológico favorável para o 
desenvolvimento da doença; 
 Caso confirmado laboratorialmente: 
casos suspeitos nos quais exames 
sorológicos ou de isolamento viral 
detectaram anticorpos ou antígenos 
virais específicos (normalmente por meio 
da análise de IgM, IgG e RT-PCR); 
 Caso confirmado por critérios clínico-
epidemiológicos: é realizada em 
situações nas quais a confirmação 
laboratorial não esteja disponível ou 
seja inconclusiva. Tem como alicerce a 
associação epidemiológica com um 
caso previamente confirmado em 
laboratório. Essa prática é muito 
importante para evitar a superlotação 
em períodos de maior incidência de 
casos. 
 Caso descartado: representa casos 
suspeitos que apresentem análise 
laboratorial negativa/não reagente 
para arboviroses ou com histórico 
epidemiológico incoerente ou que 
aponte para outras doenças. 
Ressalta-se que, em caso de óbito 
decorrente de arboviroses, a 
notificação deve ser imediata, 
comunicando o ocorrido à Secretaria 
Municipal de Saúde em até 24h do 
evento. 
DOENÇAS EXANTEMÁTICAS – BLOQUEIO VACINAL 
E NOTIFICAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA: 
A vigilância epidemiológica em doenças 
exantemáticas, principalmente sarampo e 
rubéola, tem como objetivo a detecção e 
notificação imediata de casos suspeitos, 
evitando assim o surgimento de surtos ou 
epidemias. 
As principais medidas preventivas 
associadas às moléstias exantemáticas de 
notificação compulsória dizem respeito à 
execução correta do esquema vacinal 
(inicialmente, duas doses aos 12 e 15 meses 
de idade, porém, na ausência destas, podem 
ser administradas até os 29 anos de idade, 
com apenas 1 sendo necessária entre os 30 
e 49 anos). O isolamento de pacientes com 
quadro sintomático semelhante pode auxiliar 
a impedir a disseminação comunitária 
desses vírus. 
Bloqueios vacinais podem ser 
realizados emergencialmente em até 
72h do contato com uma paciente 
suspeito ou confirmado para sarampo 
ou rubéola. 
A eliminação da transmissão 
comunitária ocorre com 95% da 
população de uma localidade 
vacinada. 
A notificação de casos de sarampo e 
rubéola deve ser realizada de forma 
imediata (até 24h da detecção). Nesses 
formulários, são inclusos diversos tipos de 
possibilidades clínicas e epidemiológicas, a 
saber: 
 Caso suspeito: o paciente apresenta 
febre e exantema maculopapular, 
acompanhado por sinais inespecíficos 
associados a quadros virais, como 
cefaleia, mal-estar e náuseas, inserido 
em situações favoráveis para o 
desenvolvimento dessas doenças 
(viagem ou contato com viajantes de 
áreas endêmicas), independentemente 
do estado vacinal; 
 Caso confirmado laboratorialmente: 
casos suspeitos com detecção de 
 Júlia Figueirêdo – FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
antígenos virais ou anticorpos 
específicos (normalmente por meio da 
análise de IgM, IgG e RT-PCR); 
 Caso confirmado por critérios clínico-
epidemiológicos: é realizada em 
situações nas quais a confirmação 
laboratorial não esteja disponível ou 
seja inconclusiva. Tem como alicerce a 
associação epidemiológica com um 
caso previamente confirmado em 
laboratório e a identificação de sinais 
típicos da doença; 
Dentre os casos confirmados, é possível 
identificar as seguintes classificações: 
o Caso importado: é uma infecção que 
ocorre fora do país, cerca de 12 a 23 
dias antes do surgimento do 
exantema; 
o Caso relacionado com importação: 
contraído localmente a partir de uma 
cadeia de contaminação iniciada num 
caso importado; 
o Caso com origem de infecção 
desconhecida: é impossível rastrear 
a origem da infecção; 
o Caso primário: representa o caso 
introdutor do surto num grupo, não 
necessariamente obedecendo ordem 
cronológica (vários casos podem 
estar associados a uma só fonte); 
o Caso índice: fonte nacional de 
infecção, representa o primeiro 
caso dentro de uma cadeia 
epidemiologicamente relacionada; 
o Caso secundário: é todo caso 
ocorrido após contato com o índice; 
o Caso autóctone: primeiro caso 
interno identificado após 12 meses 
de circulação viral sustentada 
numa localidade. 
 Caso descartado: representa casos 
suspeitos que apresentem análise 
laboratorial negativa/não reagente, 
sintomas melhor explicados por outro 
diagnóstico ou com histórico 
epidemiológico incoerente ou que 
aponte para outras doenças. 
 
Critérios para investigação laboratorial de casos 
suspeitos para sarampo ou rubéola 
 
Critérios de investigaçãoepidemiológica para 
suspeitas de sarampo ou rubéola

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