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gehealthcare.com.br 2 Seja bem-vindo, Este material é a continuação de um diálogo cujo princípio coincide com a história da radiologia na medicina. Desde o começo, o setor é pautado pelo desafio de garantir a qualidade do diagnóstico e a eficácia de procedimentos com o máximo de proteção. Todas as regulamentações — tanto nacionais quanto internacionais — e esforços dos fabricantes são feitos para atingir esse objetivo. Com a RDC 330 da Anvisa, norma que regulamenta os serviços de saúde que oferecem modalidades assistenciais em Radiologia no Brasil, não é diferente. Publicada em 20 de dezembro de 2019, a regulamentação já está vigente e atende ao desafio de introduzir diretrizes para tecnologias recentes. Sabemos, contudo, que a garantia de proteção e de qualidade não depende só de governos ou da fiscalização, mas de uma cultura que coloque em harmonia todos os envolvidos. Como fabricante, e em consonância com o seu compromisso social, a GE Healthcare é um agente ativo no desenvolvimento dessa cultura de proteção e de qualidade. Esse livro é mais uma prova desse compromisso. Conte sempre conosco. TOGETHER #4BetterHealth! Boa leitura! Rafael Palombini Presidente e CEO da GE Healthcare para a América Latina 3 Guia de leitura O material que você vai começar a ler agora não tem a intenção de ser um guia sobre a RDC 330 da Anvisa. Nosso principal objetivo é que esta obra ajude a esclarecer pontos importantes e amplie a visão e a discussão sobre o tema. Dividimos em nove capítulos, para tornar a leitura menos cansativa e mais dinâmica. No capítulo 1, você vai encontrar um panorama sobre radiação e proteção. No capítulo 2, mostramos brevemente as Diretrizes Internacionais e abordamos a fiscalização local. O capítulo 3 apresenta a RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) de número 330 da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O texto explica a estrutura da resolução e quais são as principais mudanças em relação à Portaria 453, de 1998, agora revogada. No capítulo seguinte, 4, entrevistados e especialistas da GE Healthcare discorrem sobre os principais pontos de atenção da Resolução e expõem em detalhes os três principais pilares da norma: 1) radioproteção; 2) educação permanente; e 3) garantia de qualidade. Comentários gerais sobre as instruções normativas e anexos da RDC que trazem requisitos técnicos de modalidades assistenciais estão no capítulo 5. Já no capítulo 6, vocês vão conhecer mais as soluções da GE Healthcare que podem ajudar no cumprimento da norma. Na leitura, vocês terão mais detalhes sobre parâmetros importantes dos softwares de equipamentos e de soluções para a redução de dose, como o DoseWatch. O capítulo 7 traz dicas para organização da rotina. No capítulo 8, a GE Healthcare dá o seu recado final e, para finalizar, no 9, vocês terão acesso às referências adicionais que podem ser úteis em um futuro próximo. Lembrem-se sempre que esse livro é um diálogo inicial e que a norma, apesar de vigente, ainda está em discussão e muitos dos seus desdobramentos podem ser alterados ao longo do tempo. Nós, da GE Healthcare, sabemos que a regulamentação se destina aos serviços de saúde, que são os responsáveis pelo seu cumprimento, mas queremos ser seu parceiro nesse projeto. Sigamos juntos e em frente! 4 Aviso legal e agradecimentos Um esforço conjunto foi realizado para a acuidade e precisão das informações deste material, mas ele não substitui normas oficiais e o disposto na RDC 330 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Agradecemos a nossos colaboradores e parceiros. Eles dedicaram tempo e conhecimento para tornar esse livro possível. Enfatizamos, contudo, que toda a responsabilidade sobre o conteúdo é da GE Healthcare. • Dr. Alair Augusto Sarmet Moreira Damas dos Santos – Presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem entre 2019 e 2020 • Angélica Marques - Gerente de Assuntos Regulatórios da Abimed (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde) • Profa. Helen Khoury – Professora titular do Departamento de Energia Nuclear da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). • Joffre Moraes - gerente de estratégia regulatória da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios) • Fernando Balduíno - Gerente de Garantia da Qualidade da GE Healthcare • Jayme Bulhões – Gerente de Suporte Técnico da GE Healthcare • Karolina Torres - Líder de Assuntos Regulatórios da GE Healthcare • Leonardo Gross - Líder para a América Latina de Soluções Digitais de Serviços da GE Healthcare • Luis Carlos Conte – Engenheiro Técnico da GE Healthcare • Dr. Marcos Menezes – Presidente da Sobrice (Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular) entre 2019 e 2020. • Mariana Costa - Especialista em Aplicações da GE Healthcare • José Marcelino Araújo – Gerente de Serviços para as modalidades de MR e MICT • Rafael Magalhães - Líder para a América Latina de Marketing Clínico de Tomografia da GE Healthcare • Renato Dimenstein – Presidente da ABFM (Associação Brasileira de Física Médica) entre 2020 e 2021 • Rodrigo Souza - Líder para a América Latina de Marketing Clínico de Intervenção da GE Healthcare • Walmoli Gerber - Diretor da Acate (Associação Catarinense de Tecnologia) e Diretor da Brasilrad Física Médica • Suzy Cabral - Gerente Sênior de engenharia clínica e processos do Centro de Diagnóstico do Grupo Fleury. 5 Sumário 1 – Radiação e seus impactos ............................................................................................................. 6 1.1 – Radioproteção ................................................................................................................................................................ 9 1.2 – Princípios da radioproteção................................................................................................................................... 10 1.3 – Responsabilidade social .......................................................................................................................................... 14 2 – Um olhar sobre a regulamentação ............................................................................................. 15 2.1 – A fiscalização local ..................................................................................................................................................... 18 3 – RDC 330: Panorama e objetivos ................................................................................................. 19 3.1 – Estrutura da RDC 330 ............................................................................................................................................... 21 3.2 – Entendendo as mudanças ...................................................................................................................................... 23 3.3 – Inclusão de serviços .................................................................................................................................................. 24 3.4 – Agilidade para acompanhar o setor ................................................................................................................... 25 4 – RDC na prática: pontos de atenção ........................................................................................... 26 4.1 – Sobre responsabilidades no serviço .................................................................................................................. 28 4.2 – Gestão de documentos ........................................................................................................................................... 29 4.3 – Proteção radiológica .................................................................................................................................................29 4.3.1 – Níveis de dose ...................................................................................................................................................... 30 4.3.2 – Recursos e ferramentas para diminuição da dose .............................................................................. 30 4.4 – Sinalização e iluminação ......................................................................................................................................... 32 4.5 – Requisitos de Infraestrutura ................................................................................................................................. 32 4.6 – Educação permanente ............................................................................................................................................. 32 4.7 – Garantia de qualidade .............................................................................................................................................. 34 4.7.1 – Garantia de qualidade dos equipamentos da GE .................................................................................. 35 5 – As instruções normativas ........................................................................................................... 37 6 – Soluções GE .................................................................................................................................. 41 6.1 – Para todo o serviço: DoseWatch e Dose Excellence Program ................................................................ 42 6.2 – Recursos importantes na tomografia ............................................................................................................... 43 6.2.1 – Reconstrução iterativa (ASiR, ASiR-V, True Fidelity) ...........................................................................44 6.3 – Mamografia e Senographe Pristina: imagem em 3D com menor dose ............................................45 6.4 – Soluções para a radiologia intervencionista ................................................................................................. 45 6.4.1 – Soluções para centro cirúrgico – Arcos em C ......................................................................................... 45 6.4.2 – Menos dose na fluoroscopia e Innova Breeze ....................................................................................... 47 6.4.3 – Detector exclusivo nos angiógrafos com 84% de aproveitamento .............................................. 47 6.4.4 – Autoright: imagem otimizada na intervenção .......................................................................................48 6.4.5 – Softwares de anatomia virtual 3D ..............................................................................................................48 6.5 – Soluções para radiografia convencional .......................................................................................................... 49 6.5.1 – Raios-X – Radiation Dose Structured Reporting ................................................................................... 49 6.5.2 – Raios-X – Repeat/Reject Analysis ................................................................................................................ 49 6.5.3 – Raios-X - Autogrid ............................................................................................................................................... 49 6.6 – Recursos Educacionais ............................................................................................................................................ 50 7 – Organizando sua rotina ............................................................................................................... 51 8 – Recado da GE ................................................................................................................................ 53 9 – Referências para saber mais ...................................................................................................... 55 6 1 – Radiação e seus impactos 7 1 – R A D I A ç ã O E S E U S I M P A C T O S Muitos só lembram dela quando atinge proporções trágicas e noticiadas pelas mídias, como foram os acidentes de Chernobyl (1986), Goiânia (1987) e Fukushima (2011). Mas essa energia está presente também no nosso cotidiano na forma de ondas e partículas invisíveis — como no caso do solo e alimentos. Radiação é energia em movimento e, nesse percurso, interage com os corpos que encontra em sua trajetória. Tipos específicos de radiação permitem exames, tratamento do câncer e até a datação de fósseis para entendermos a história humana. Algumas formas dessa energia, entretanto, podem ser deletérias à saúde se seus benefícios não forem equilibrados com seus riscos. Pode parecer complexo — e até dar um pouco de medo — mas, como em muitas outras situações, o princípio básico para a garantia da segurança é a união da informação, dos protocolos e da atenção. Para ilustrar esse princípio, podemos pensar na maneira como tomamos Sol. “Se nos expormos no horário do meio-dia, por três horas seguidas, o corpo vai sofrer”, exemplifica 8 1 – R A D I A ç ã O E S E U S I M P A C T O S “Apesar deste extraordinário benefício, as aplicações médicas representam 99,97% da exposição do ser humano à radiação, representando também um risco” Profa Helen Khoury “Quando a tomografia começou, os equipamentos utilizavam uma dose de radiação muito alta, o que melhorou com a constante evolução da tecnologia”, diz o Dr. Alair Sarmet, presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem entre 2019 e 2020. “A regulamentação, treinamentos e o envolvimento de toda a sociedade são fundamentais para continuar essa diminuição de dose.” “Apesar deste extraordinário benefício, as aplicações médicas representam 99,97% da exposição do ser humano à radiação, representando também um risco”, acrescenta a Profa. Helen Khoury, professora titular do Departamento de Energia Nuclear da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Outro fator importante no setor médico é que o tipo de radiação utilizada em alguns procedimentos, como a tomografia e a radiografia, é a do tipo ionizante. Mariana Costa, especialista em aplicações da GE Healthcare. “Inicialmente, você tem um processo de descamação da pele. Se fizer essa mesma prática a longo prazo, os efeitos vão ser um pouco mais graves.” A analogia acima ajuda a entender o princípio de como evitamos danos com a aplicação da informação e um pouco de cuidado. Embora na prática médica o cenário seja mais complexo, podemos ter uma atitude tranquila — desde que entendamos a dimensão de nossa responsabilidade e saibamos o que fazer. De fato, o setor recebe especial atenção porque, embora haja um esforço de empresas como a GE Healthcare no sentido de reduzir a dose de radiação a cada imagem, há um aumento nos pedidos de exames. 9 1 – R A D I A ç ã O E S E U S I M P A C T O S Uma radiação ionizante é aquela que interage de modo que o elétron se separa do átomo. E por que isso requer cuidados? “Porque você pode promover uma modificação na estrutura básica no tecido e molécula, afetando as células”, responde Marcelino Araújo, gerente de serviços para MR e MICT da GE Healthcare. Apesar de seus riscos, contudo, é essa radiação que tem um poder de penetração que permite a visualização do interior do corpo humano e o diagnóstico de vários tipos de doenças. “As aplicações médicas das radiações ionizantes são aceitas em todo o mundo como um instrumento indispensável para proteger e melhorar a saúde humana”, informa a professora Helen Khoury. 1.1 – Radioproteção Com o crescente uso de tecnologias que emitem radiação ionizante na medicina, também aumentam as normativas e estudos que mostram a necessidade de utilizá-la de maneira a diminuir o risco à saúde com o melhor diagnóstico possível.O princípio que melhor exprime esse ponto é o ALARA, sigla em inglês para As Low As Reasonable Achievable. Ele significa que todo o profissional envolvido no processo deve ter em mente um equilíbrio entre a necessidade clínica do diagnóstico e/ou tratamento e a menor exposição possível do paciente à radiação. Contudo, não se trata de uma tarefa fácil, tampouco simples, embora o princípio seja claro. Um estudo publicado em 2009 no New England Journal of Medicine1 selecionou 655.613 indivíduos que realizaram ao menos um procedimento de exposição à radiação ionizante no período de 2007 a 2009. Em torno de 20% dessas pessoas tinham exposição considerada moderada. A dose média cumulativa desses indivíduos foi de 2,4 mSV, sendo que os exames de tomografia e de imagem nuclear responderam por 75,4% dessa dose. O estudo concluiu que exames eram uma importante fonte de emissão de radiação ionizante nos Estados Unidos. Por isso, a aplicação da regulamentação e o desenvolvimento de uma cultura de radioproteção com qualidade do diagnóstico se faz urgente em todo o setor. É isso que a Anvisa, a agência reguladora, outras entidades e empresas do setor, como a GE Healthcare, têm tentado fazer. 1 FAZEL, R.; KRUMHOLZ, H. M.; WANG, Y.; et al. Exposure to Low-Dose Ionizing Radiation from Medical Imaging Procedures. New England Journal of Medicine, v. 361, n. 9, p. 849–857, 2009. Massachusetts Medical Society. Disponível em: <https://doi.org/10.1056/NEJMoa0901249>. Acesso em: 6/12/2020. 1 0 1 – R A D I A ç ã O E S E U S I M P A C T O S “Nosso papel é cuidar dos equipamentos para que o objetivo seja atingido. Trabalhamos para que os pacientes examinados nos nossos equipamentos recebam a menor dose de radiação possível e não sejam expostos desnecessariamente”, diz Mariana Costa, da GE Healthcare. 1.2 – Princípios da radioproteção Para falar sobre os princípios da radioproteção, convidamos a Profa. Helena Khoury, professora titular do Departamento de Energia Nuclear da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e uma das maiores experts do país sobre o tema. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde publicou em 20 de dezembro de 2019 a RESOLUçãO - RDC Nº 330, que tem como objetivos: estabelecer os requisitos sanitários para a organização e o funcionamento de serviços de radiologia diagnóstica ou intervencionista bem como, regulamentar o controle das exposições médicas, ocupacionais e do público decorrentes do uso de tecnologias radiológicas diagnósticas ou intervencionistas. Esta Resolução procura 1 1 1 – R A D I A ç ã O E S E U S I M P A C T O S regulamentar e apoiar a implementação de cultura de segurança nos serviços de radiologia diagnóstica e intervencionista do país de modo a reduzir os riscos da radiação ionizante e manter a qualidade dos processos e dos resultados esperados. De acordo com UNSCEAR cerca de 10 milhões de pessoas se beneficiam diariamente do diagnóstico por imagem em todo o planeta. As aplicações médicas das radiações ionizantes são aceitas em todo o mundo como um instrumento indispensável para proteger e melhorar a saúde humana. Apesar deste extraordinário benefício, estas aplicações representam 99,97% da exposição do ser humano à radiação devido às fontes de radiação artificial, representando também um risco. Nas últimas décadas a comunidade internacional começou a se preocupar com a exposição à radiação devido aos procedimentos de radiodiagnóstico e de intervencionismo. Vários documentos foram lançados pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) visando fornecer as informações sobre a proteção radiológica no uso das radiações para aplicações médicas, de modo a reduzir os riscos e aumentar os benefícios. A figura 1 mostra a capa de alguns documentos da IAEA, que estão disponíveis na internet e que tratam da proteção radiológica na área médica. Figura 1- Documentos da IAEA sobre a proteção radiológica e segurança no uso das radiações ionizantes 1 2 1 – R A D I A ç ã O E S E U S I M P A C T O S Os riscos das radiações ionizantes se refletem em efeitos biológicos que são classificados em efeitos determinísticos e efeitos estocásticos. Os efeitos determinísticos têm um limiar de dose para ocorrerem e sua severidade depende da dose. Abaixo do limiar de dose não se detecta efeito algum. Exemplos: catarata, radio dermite etc. Os efeitos estocásticos não têm um limar de dose para ocorrerem. A probabilidade de aparecer o efeito é proporcional à dose e a sua severidade é constante e independente da dose. São difíceis de serem medidos experimentalmente, devido ao longo período de latência. Exemplos: câncer, efeitos genéticos. O objetivo da proteção radiológica é o de evitar os efeitos determinísticos e de limitar a probabilidade de ocorrência dos efeitos estocásticos, isto é, a redução de indução de câncer. As recomendações da proteção radiológica estão baseadas no conhecimento dos efeitos biológicos e estão embasadas em três princípios básicos: justificativa, otimização e limite de dose, conforme mostra a figura 2. Figura 2- Princípios da Proteção Radiológica Limite de Dose Proteção Radiológica Otimização Justificação O princípio de justificação é a base para o uso das radiações ionizantes em aplicações médicas. Neste princípio nenhuma prática que envolve exposição à radiação deve ser autorizada ou realizada a menos que produza benefícios suficientes para os indivíduos expostos ou para a sociedade, de modo a compensar o 1 3 1 – R A D I A ç ã O E S E U S I M P A C T O S detrimento que esta prática pode causar. Em medicina, o princípio da justificação considera a eficácia, os benefícios e riscos de técnicas alternativas disponíveis com o mesmo objetivo, mas que envolvam menos ou nenhuma exposição às radiações ionizantes. Por exemplo, se a mesma informação para o diagnóstico do paciente pode ser obtida por ultrassom em lugar de uso de raios-x, então a técnica de ultrassom deve ser utilizada pois não justifica expor o paciente ao risco da radiação. O uso das radiações ionizantes em medicina é aceito quando produz mais benefício do que risco, isto é, o benefício esperado é maior do que o obtido por qualquer outra técnica que não utilize radiação. Neste caso, a sua justificação está garantida pois, para o paciente, o benefício do uso da radiação é o adequado diagnóstico. A justificação começa com a indicação do exame radiológico. Depois que um procedimento é justificado, este deve ser otimizado, de modo a produzir uma imagem de qualidade, isto é, uma imagem com visibilidade e nitidez das estruturas anatômicas de interesse para o diagnóstico. Na prática uma imagem com qualidade é aquela que permite a obtenção do maior número de informações com a menor dose no paciente. É importante lembrar que os limites de dose estabelecidos pelos princípios da proteção radiológica são para trabalhadores e público em geral. Não há limites de dose para pacientes. No caso dos pacientes definem-se níveis de referência que correspondem a valores de doses que garantem a obtenção de imagens de qualidade para o diagnóstico. É um valor de dose de radiação especificado para um determinado estudo de imagem e que, caso for excedido, indica a necessidade de uma investigação da técnica radiográfica ou do desempenho do equipamento. Não são limites de dose. Podem ser considerados como limites de investigação e devem ser avaliados em paralelo com a qualidade da imagem. Os níveis de referência de diagnóstico são uma ferramenta prática para promover a otimização dos procedimentos que depende da adequação dos parâmetros de irradiação do paciente bem como das condições de funcionamento dos equipamentos. Por esta razão a RDC 330 identifica os testes que devem ser realizados nos equipamentos de raios-x para garantir o seu adequado funcionamento. No link https://www. in.gov.br/web/dou/-/ é possível obter informações sobreos testes estabelecidos pela RDC 330 para os diversos tipos de equipamentos utilizados em radiodiagnóstico e intervencionismo. É importante lembrar que a adequação dos equipamentos é uma parte para a otimização dos procedimentos radiológicos. O comprometimento e o conhecimento dos técnicos e equipe médica são fundamentais para que se tenha um sistema otimizado, produzindo uma imagem de qualidade para o diagnóstico com a menor dose de radiação no paciente. Programas de capacitação continuada dos técnicos e da equipe médica, bem como o estabelecimento de atitudes e programas de proteção e segurança nos serviços de radiodiagnóstico e de intervencionismo são fundamentais para o estabelecimento de uma cultura de segurança que contribuirá para que se tenha o benefício do uso das radiações ionizantes com o menor risco possível. 1 4 1 – R A D I A ç ã O E S E U S I M P A C T O S 1.3 – Responsabilidade social A radioproteção é a garantia de que conseguiremos avançar no desenvolvimento de novas tecnologias e em sua utilização. O consenso entre especialistas é que boas respostas clínicas dependem necessariamente do uso responsável dessas ferramentas e uma cultura ampla de atenção à segurança. Nesse sentido, diversos atores, desde fabricantes, governos e instituições estão trabalhando juntos para desenvolver uma atenção ampla de radioproteção. “São tecnologias que vieram para o bem, mas não podem ser usadas de forma exagerada ou errada”, diz o Dr. Alair Sarmet, presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem entre 2019 e 2020. “Existem formas de se ter um maior controle da radiação. Ter um maior controle da dose.” Um desses trabalhos é desenvolvido pela Comissão de Proteção Radiológica, presidida pelo Dr. Alair Sarmet, com a ajuda de diversos especialistas (médicos radiologistas, intervencionistas, nucleares, radiologistas pediátricos, físicos médicos) e representantes do CONTER, ABFM, SOBRICE, SBMN, Image Gently, Latin Safe, IRD/CNEN. A comissão desenvolve ações estratégicas para que o tema da proteção radiológica esteja sempre em foco em diversas áreas da medicina. Além do alinhamento entre fabricantes, serviços de saúde, governos e associações, a radioproteção passa pela divulgação científica e comunicação pública. “Pacientes também pressionam médicos por exames que muitas vezes não são necessários. Uma mãe que leva uma criança com sinusite várias vezes ao pronto-socorro, por exemplo, e exige uma radiografia dos seios da face”, diz o Dr. Alair Sarmet. “Ela também deve ser informada dos riscos.” Nos serviços, a radioproteção é urgente e a falta de atenção a diretrizes e regulamentações podem provocar sérios acidentes, bem como medidas de penalização previstas por lei. Além dos exames de diagnóstico, como os de radiologia e de tomografia, há ainda protocolos específicos para a radiologia intervencionista — aquela usada para tratamentos e outras intervenções. Esses procedimentos podem provocar acidentes sérios porque a quantidade de radiação emitida é muito maior se comparada a outros exames diagnósticos, com uma radiografia de tórax. Além disso, médicos e equipes ficam em contato mais próximo com a radiação e o paciente. Por isso, esse tipo de uso de radiação requer uma atenção e responsabilidade dobradas. “O procedimento muitas vezes não é só de diagnóstico, mas também um tratamento. Então, por exemplo, se extrapolou a quantidade de contraste, não se pode parar sem resolver o problema” explica Rodrigo Souza, líder América Latina de Marketing Clínico de Intervenção da GE Healthcare. 1 5 2 – Um olhar sobre a regulamentação 1 6 2 – U M O L H A R S O B R E A R E G U L A M E N T A ç ã O Com o crescente uso da radiação no diagnóstico e na intervenção, a comunidade internacional e nacional tem feito um trabalho extenso de publicações para regulamentar e orientar o setor. A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) possui vários documentos nesse sentido. Só na área de saúde são 19 publicações disponíveis, com parâmetros que envolvem treinamento, doses na radiologia, a geração de imagens em oncologia, dentre outros.2 Essas diretrizes internacionais estão em consonância com as regulamentações nacionais. As normas da Anvisa, por exemplo, dialogam com diretrizes internacionais das quais o Brasil é signatário. Já a RDC 330 atende aos princípios do “Bona: Chamada para a Ação”, uma iniciativa mundial da Agência Internacional de Energia Atômica e da Organização Mundial da Saúde para melhorar a proteção radiológica. Foram publicadas dez (10) ações prioritárias em proteção radiológica.3 1 - Intensificar a aplicação do Princípio de justificação das exposições, mediante os critérios conhecidos como “os 3As” (do inglês “awareness, appropriateness and audit”)4; 2 - Intensificar a aplicação do princípio de otimização, mediante níveis de referência para diagnóstico, programas de garantia de qualidade e soluções para registrar as exposições dos pacientes; 3 - Fomentar a participação dos fabricantes na segurança, para que incorporem características de proteção radiológica nos equipamentos e no software; 4 - Intensificar a formação sobre proteção radiológica para profissionais de saúde; 5 - Desenhar e promover um programa estratégico de investigação sobre proteção radiológica em medicina; 6 - Aumentar a disponibilidade de uma informação mundial melhorada sobre exposições médicas; 7 - Melhorar a prevenção de incidentes e acidentes médicos com radiação; 8 - Fortalecer a cultura da segurança radiológica na assistência sanitária; 9 - Fomentar o diálogo sobre o risco e o benefício da utilização da radiação entre os profissionais de saúde, os pacientes e o público; 10 - Elaborar orientações sobre como aplicar as normas básicas internacionais de segurança na assistência sanitária. No2 Brasil, parte3 do trabalho4 2. As publicações estão disponíveis em: https://www.iaea.org/publications/search/type/human-health-series. Acesso em: dezembro de 2020. 3. Para mais detalhes sobre as ações, confira documento da Organização Mundial de Saúde. Disponível em: https://www.who.int/ ionizing_radiation/medical_radiation_exposure/Conferencia-Ibero-americana-sobre-Protecao-Radiologica-em-Medicina-CIPRAM. pdf. Acesso em: dezembro de 2020. 4. Na tradução, consciência, adequação e auditoria. Na prática, as diretrizes estabelecem que os serviços e profissionais devem 1) ser conscientes da exposição ao aplicar radiação num paciente, 2) conhecer a indicação clínica dos exames por imagem e 3) realizar auditorias. https://www.iaea.org/publications/search/type/human-health-series https://www.who.int/ionizing_radiation/medical_radiation_exposure/Conferencia-Ibero-americana-sobre https://www.who.int/ionizing_radiation/medical_radiation_exposure/Conferencia-Ibero-americana-sobre https://www.who.int/ionizing_radiation/medical_radiation_exposure/Conferencia-Ibero-americana-sobre 1 7 2 – U M O L H A R S O B R E A R E G U L A M E N T A ç ã O No Brasil, parte do trabalho de aplicação desses princípios é feito pormeio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que coordena todo o programa nuclear brasileiro, mas também possui diretrizes importantes para a radiologia médica. Há ainda o envolvimento do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), o Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) e o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN). Diretrizes também são regulamentadas por diversas portarias que envolvem diferentes órgãos governamentais, como a Anvisa, o Ministério da Saúde e até o Ministério do Trabalho. 1 8 2 – U M O L H A R S O B R E A R E G U L A M E N T A ç ã O 2.1 – A fiscalização local Além das normais federais, há também resoluções e portarias estaduais e municipais que podem trazer novas informações e regras ao setor. Isso é relevanteporque essas regulamentações também determinam a atuação dos serviços. São as vigilâncias locais, por exemplo, que executam as ações de vigilância; ou seja, fiscalizam e aplicam as penalidades — conforme previsto na Lei 8080/9090 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm). Então, para além do que é descrito na RDC, cabe ver como são entendidas e aplicadas diretrizes locais, explica Angélica Marques, gerente de assuntos regulatórios da Abimed (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde). “As vigilâncias sanitárias locais podem interditar o equipamento. Então, é importante se adequar às normas”, diz Angélica Marques. “Seguir as melhores práticas é 99% do caminho.” Karolina Torres, líder de assuntos regulatórios da GE Healthcare, que participou ativamente da discussão das RDCs também salienta esse aspecto. “As autoridades sanitárias locais são autônomas e independentes no planejamento e na condução das ações sanitárias sob sua jurisdição.” Na prática, isso cria discrepâncias de um estado para outro, com alguns, inclusive, já cumprindo muitos dos parâmetros que foram publicados na RDC 330. “Em Santa Catarina, por exemplo, parte da RDC 330 já estava sendo praticada desde 2015 porque há uma regulamentação local”, diz Walmoli Gerber, da Acate. Diversas instituições têm trabalhado no sentido de diminuir a divergência entre diferentes municipalidades, bem como entre o que é exigido pela norma e o que é praticado no mercado. “O trabalho de entidades é de criar um movimento e um diálogo com as vigilâncias locais para que todos os atores estejam alinhados”, enfatiza Joffre Moraes, gerente de estratégia regulatória da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios). “Seguir as melhores práticas é 99% do caminho” Angélica Marques 1 9 3 – RDC 330: Panorama e objetivos 2 0 3 – R D C 3 3 0 : P A N O R A M A E O B J E T I V O S São três os seus pilares: proteção radiológica,5 educação permanente e garantia de qualidade. Ela foi publicada em 26 de dezembro de 2019 no Diário Oficial da União, com adequação dos serviços até 26 de dezembro de 2020. Ou seja, já está vigente. A RDC revoga a Portaria 453 de 1998, realizada antes da criação da Anvisa, e que também fornecia diretrizes básicas para o setor de radiodiagnóstico (ver capítulo 3, item 3.2 sobre mudanças). Essa nova resolução também revoga a Portaria nº 74 de 2006. De forma geral, a indicação da RDC é que o serviço tenha uma cultura de proteção radiológica com 5. Segundo a Anvisa, houve questionamentos sobre serviços de radiologia veterinária durante a consulta pública da RDC 330. A agência informa que saúde animal é de competência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ver Webinar Anvisa do dia 26 de setembro de 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GqDDm49XjVM&ab_ channel=WebinarAnvisa. Acesso em: dezembro de 2020. uma atenção específica à qualidade de imagem — como preconiza o princípio ALARA e as diretrizes internacionais. “A RDC é um instrumento legal para que se possa avaliar tudo o que está sendo produzido em termos de radiologia”, explica Joffre Moraes, da ABIMO. “A RDC traz diretrizes para a implementação de uma cultura de segurança. Vai além de testes de equipamentos e passa por um programa de garantia de qualidade, que envolve toda uma cultura e o treinamento de pessoas”, diz a Profa. Helen Khoury. “O serviço tem que ter um sistema amplo para controlar os níveis de radiação. Esse programa deve prever como ele vai fazer o gerenciamento das tecnologias, como vai fazer o gerenciamento dos processos e dos riscos que estão envolvidos”, explica Fernando Balduíno, gerente de garantia da qualidade da GE Healthcare. Não se pode esperar da resolução, contudo, que a regulamentação indique exatamente tudo o que deve ser feito. Renato Dimenstein, presidente da ABFM (Associação Brasileira de Física Médica) entre 2020 e 2021, salienta que a resolução fornece parâmetros importantes para avaliar a qualidade e a segurança dos equipamentos, mas não fornece detalhes de como realizar os testes. A RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) 330 da Anvisa é direcionada aos serviços de saúde humana5; na prática, clínicas, hospitais e laboratórios que prestam serviços de radiologia. 2 1 3 – R D C 3 3 0 : P A N O R A M A E O B J E T I V O S 3.1 – Estrutura da RDC 330 A RDC 330 da Anvisa possui cinco capítulos; que, por sua vez, estão divididos em seções, subseções e artigos. Cabe salientar que, embora a RDC seja dividida e segmentada, ela não pode ser entendida separadamente. Por exemplo, a discussão sobre educação permanente tem impacto direto na garantia da qualidade e na radioproteção. Isto posto, o primeiro capítulo da Resolução traz os objetivos da norma, para quem ela se destina e algumas definições de termos que serão usados. Toda resolução da Anvisa começa com um capítulo similar. O capítulo II é o elemento central da RDC e o mais longo. Nele, estão os requisitos gerais; ou seja, tudo o que é pedido dos serviços para que eles operem dentro da regulamentação. São quatro seções presentes nesse capítulo. Vale destacar a primeira. Essa seção descreve os requisitos de estrutura organizacional, além do estabelecimento dos três programas centrais da RDC, descritos no Art. 5º: Art. 5º Serviços de radiologia diagnóstica ou intervencionista devem implementar, no mínimo, os seguintes programas, além dos exigidos nas demais normativas aplicáveis: I - Programa de Garantia da Qualidade; II - Programa de Educação Permanente, para todos os profissionais; III - Programa de Proteção Radiológica, quando o serviço utilizar radiações ionizantes para fins diagnósticos ou intervencionistas. Já o capítulo III, mais breve, trata de requisitos para serviços complementares, itinerantes ou móveis, como a telerradiologia. Ele é dividido em três seções: 1) da telerradiologia e do comando remoto de equipamentos; 2) dos serviços de radiologia diagnóstica ou intervencionista itinerantes; e 3) dos fornecedores, dos serviços de manutenção e de assistência técnica. A Anvisa informa que esse item está em conformidade e alinhado com as determinações já estipuladas pela resolução 2.107/14, do 2 2 3 – R D C 3 3 0 : P A N O R A M A E O B J E T I V O S Conselho Federal de Medicina, que versa sobre telerradiologia.6 O capítulo IV, das proibições ou restrições, está muito similar a portaria 453, com poucas mudanças, segundo a Anvisa. Nesse capítulo, estão descritas restrições a procedimentos que não seguem ao princípio da justificação. Por exemplo, é proibida a submissão de seres humanos à radiação para testes ou para fins de emprego. Por fim, o capítulo V apenas trata dos aspectos legais, como período de vigência, e o fato de que o descumprimento do disposto na Resolução constitui infração sanitária sujeita a Lei 6437, de 20 de agosto de 1977. A RDC 330 também teve uma correção publicada em 18 de novembro de 2020 — a RDC 440. Ela traz mudanças no Art. 49, sobre os níveis de restrição de doses no ambiente e no Art. 66, sobre o uso do dosímetro individual. 6. A resolução do CFM é de 2014 e define e normatiza o uso da telerradiologia no Brasil. Disponível em: https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2014/2107. Acesso em: dezembro de 2020. A regulamentação também possui anexos, as instruções normativas (INs). São oito instruções para modalidades assistenciais que envolvem diversas diretrizes e testes (ver capítulo 5). Sobre as instruções, foi publicado em 25 de novembro de 2020 a RDC n° 440. Ela altera a RDC n° 330; e a Instrução Normativa n° 78, que modifica as INs anteriormente publicadas. A alteração publicada tem como objetivo adequar os regulamentos ao Decreto 10.229/20, bem como prorrogar o prazo de vigênciadas instruções referentes à Ultrassom (58) e à Ressonância Magnética (59) por mais 12 meses. Na prática, o período de adaptação dos serviços para essas modalidades passou a ser até dezembro de 2021. “A RDC 330 é um instrumento legal para que se possa avaliar tudo o que está sendo produzido em termos de radiologia” Joffre Moraes https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2014/2107 2 3 3 – R D C 3 3 0 : P A N O R A M A E O B J E T I V O S 3.2 – Entendendo as mudanças A RDC 330 surge da necessidade da incorporação de diversas tecnologias, como a radiologia digital, a telerradiologia e os serviços em unidades móveis. Como mencionado, a resolução também incorporou diretrizes para ultrassom e ressonância magnética, além dos sistemas digitais. A Portaria 453/1998, que regulamentava o setor anteriormente, era considerada defasada; e, por isso, muitas vezes não praticada pelo mercado. A avaliação de especialistas, entretanto, é que ela tenha tido um papel importante quando foi publicada — inclusive histórico. “A Portaria 453 foi feita depois do acidente de Goiânia para controlar as radiações ionizantes e se centrava em sua maioria nos sistemas analógicos de imagem”, diz Renato Dimenstein, presidente da Associação Brasileira de Física Médica entre 2020 e 2021. “Quando ela foi publicada, foi muito importante. Trazia limites de dose para exposição do público e dos profissionais”, avalia Suzy Cabral, gerente sênior de engenharia clínica e processos do Centro de Diagnóstico do Grupo Fleury. “Ela tinha todo um olhar de cuidado para não expor o paciente ou os que circulam em sala.” 2 4 3 – R D C 3 3 0 : P A N O R A M A E O B J E T I V O S “O grande mérito da RDC 330 é que ela encampa os sistemas digitais” Renato Dimenstein 3.3 – Inclusão de serviços A Portaria 453 já estabelecia cuidados em relação à radiografia convencional, mamografia, tomografia, densitometria óssea e radiografia odontológica, que são fontes de radiação ionizante. Além da inserção da ressonância magnética e do ultrassom, a RDC 330 adicionou a subseção IV (Capítulo II), com requisitos para desativação dos serviços e equipamentos. Outro ponto adicional é o capítulo III, que traz diretrizes para os chamados serviços complementares e suplementares. Em resumo, são todos os serviços itinerantes ou de telerradiologia que não eram uma realidade no país quando a portaria 453 foi desenvolvida. De 1998 até 2020, muitas foram as mudanças na área de radiologia e as diretrizes estavam muito obsoletas para as tecnologias atuais. Outro ponto é que a Portaria 453, por questões históricas até, tinha mais foco na proteção radiológica das radiações ionizantes — e não tanto na qualidade da imagem. “O grande mérito da RDC 330 é que ela encampa os sistemas digitais”, comenta Dimenstein. Nesse quesito, a RDC 330 traz parâmetros específicos para a melhoria do controle de qualidade das imagens — e isso também explica o motivo pelo qual foram inseridos equipamentos de ultrassom e ressonância, que não são fontes de radiação ionizante. Outro ponto da RDC 330, segundo a Profa. Helen Khoury, é o fato de que ela identifica um responsável legal pelo serviço — um fator que pode contribuir para um olhar mais atento aos procedimentos internos. 2 5 3 – R D C 3 3 0 : P A N O R A M A E O B J E T I V O S 3.4 – Agilidade para acompanhar o setor A RDC 330 também traz alterações no texto de modo que os avanços tecnológicos e o controle de qualidade ficassem nas instruções normativas, explica Renato Dimenstein. Segundo o especialista, isso faz com que a resolução tenha mais agilidade. Essa separação é importante, na avaliação de Dimenstein, porque a resolução anterior demorou anos para ser modificada, justamente porque a regulamentação mais geral é mais difícil de ser mexida. “As instruções normativas são mais suscetíveis a mudanças de novas tecnologias.” Na prática, isso significa que não havia divisão por modalidades assistenciais no texto da norma. Com isso, se um serviço quisesse saber o que se aplica à fluoroscopia, por exemplo, era preciso analisar a norma na íntegra. Agora, basta ler a Instrução Normativa de número 53. “O setor de diagnóstico é muito impactado com essas novas tecnologias. Se toda vez que tiver uma nova tecnologia, for alterar a RDC e passar por consulta pública, a regulamentação não vai acompanhar o desenvolvimento tecnológico”, diz Walmoli Gerber, da Acate. “Ficou tudo mais dinâmico.” Joffre Moraes, da ABIMO, concorda com a avaliação. “Ficou menos engessada”, avalia. “Se você tem a necessidade de corrigir algo, já está segmentado.” 2 6 4 – RDC na prática: pontos de atenção 2 7 4 – R D C N A P R á T I C A : P O N T O S D E A T E N ç ã O A implementação da RDC 330 que, segundo a própria Anvisa, limita-se a permitir, proibir e obrigar depende de uma série de ajustes culturais e de protocolos estabelecidos nos próprios serviços de saúde. Abaixo, alguns comentários de especialistas sobre a RDC 330 podem auxiliar nesse processo. Os comentários não esgotam tudo o que está contido na Resolução, mas servem como um diálogo para sua implementação. Novamente, apesar de estarem segmentados, são itens que dialogam entre si. Por exemplo, as atribuições do supervisor legal atendem ao mesmo tempo a muitos elementos da garantia de qualidade e da proteção radiológica, bem como do treinamento. 2 8 4 – R D C N A P R á T I C A : P O N T O S D E A T E N ç ã O “Os técnicos devem estar atentos, sugerindo ajustes para baixar a dose, ou mostrando como usar menos quadros por segundo” Rodrigo Souza 4.1 – Sobre responsabilidades no serviço Um ponto de atenção da Resolução é sobre as responsabilidades tanto do supervisor de proteção radiológica quanto de todos os membros da equipe. Esse item está descrito detalhadamente no capítulo II, seção II — embora haja menções a essas atribuições em outros trechos da RDC. O supervisor de proteção radiológica deve fazer os controles das doses utilizadas nos exames para ajudar a identificar pessoas ou equipes que estão utilizando doses diferentes para um mesmo procedimento. Uma ferramenta que pode ajudar nesse processo é o DoseWatch. Trata-se de uma plataforma digital da GE Healthcare que simplifica a coleta, análise e interpretação de métricas de dose e parâmetros de aquisição de todos os equipamentos de imagem emissores de radiação para dar suporte às instituições de saúde. Isso permite um atendimento eficaz, mais seguro e centrado no paciente (ver capítulo 6). Além disso, quando a Anvisa pede definição clara de cadeias hierárquicas de cada indivíduo e atribuição de responsabilidades, isso envolve tanto o fluxo de trabalho em toda a organização, quanto definições dentro da sala do procedimento — o que é de especial atenção na radiologia intervencionista. Em radiologia intervencionista, o procedimento é dirigido por médicos, que podem estar tão atentos no que estão fazendo que deixam de otimizar recursos do equipamento. Por isso, Rodrigo Souza, da GE Healthcare, ressalta o papel dos técnicos para a garantia da segurança. “Os técnicos devem estar atentos, sugerindo ajustes para baixar a dose, ou mostrando como usar menos quadros por segundo”, explica. “Também é possível sugerir ajustes de visualização e utilizar recursos avançados de entendimento da anatomia que contribuem para a diminuição da radiação e meios de contraste.” 2 9 4 – R D C N A P R á T I C A : P O N T O S D E A T E N ç ã O 4.2 – Gestão de documentos Na subseção III, do capítulo II, a RDC estipula a gestão dos documentos. O artigo 16 exige, por exemplo, que todos os documentos que demonstrem estar o estabelecimento em acordo com a Resolução devem ser arquivados no prazo mínimo de cinco (5) anos. Segundo a Anvisa, a infração sanitária prescreve em cinco (5) anos. Se a Vigilância Sanitária local encontrar uma inconformidadehoje, ela tem esse prazo para instaurar um processo administrativo e sanitário. No artigo 17, o inciso número cinco (5) destaca que é preciso manter os documentos atualizados, disponíveis e rastreáveis. Na prática, o serviço precisa manter um dossiê de suas atividades de proteção radiológica, educação permanente e garantia de qualidade para apresentar à fiscalização. Em resumo, a fiscalização analisará as evidências do que foi feito; portanto, é fundamental manter uma boa gestão da documentação. 4.3 – Proteção radiológica Esse é um item extenso da RDC (seção IV do capítulo II) e envolve diversos processos que conversam entre si, como a garantia de qualidade e a necessidade de treinamento da equipe. O programa de proteção radiológica se aplica aos serviços que se utilizam de radiações ionizantes. Não se aplica, por exemplo, às clínicas de ultrassom ou a serviços que só tenham equipamentos de ressonância magnética. Os serviços que não contam com radiação ionizante só precisam implementar o programa de educação permanente e de garantia de qualidade, segundo a Anvisa. A seguir, especialistas comentam alguns cuidados que, na prática, podem atender ao que é exigido pela regulamentação. Importante ressaltar que se trata de um assunto extenso, que demanda equipe multidisciplinar. Além disso, a proteção depende de uma série de ações que precisam ser estabelecidas dentro dos serviços, com a ajuda do fabricante e de protocolos internacionais variados. 3 0 4 – R D C N A P R á T I C A : P O N T O S D E A T E N ç ã O Do ponto de vista do fabricante, a proteção começa no projeto do equipamento e passa por garantir que o aparelho esteja dentro das normas preconizadas. “Cada aparelho tem uma especificação do fabricante, por exemplo, para a blindagem”, explica Fernando Balduíno, da GE Healthcare. Nos serviços, a proteção radiológica passa por conhecer seus princípios (ver o primeiro capítulo), ter uma conversa próxima com o fabricante, incluir um serviço para realização de testes e ter uma equipe de proteção organizada internamente — além dos treinamentos anuais. O responsável legal deve garantir a estrutura necessária para esses processos. No cotidiano, o supervisor de proteção radiológica deve detectar quando um protocolo não atende ao padrão preconizado em termos de dose, comparando aos níveis de referência de diagnóstico. Ele deve verificar a integridade dos materiais de proteção, o fluxo de trabalho e fazer indicações para melhoria e de treinamento, além de registrar tudo o que é realizado. Cabe também orientar profissionais para o correto uso do dosímetro e para a atenção aos protocolos no momento do exame. Rodrigo Souza, especialista da GE Healthcare, explica que os equipamentos da empresa só serão liberados para uso na condição da concordância dos serviços estarem adequados às normas. 4.3.1 – Níveis de dose No Art. 69, da RDC, a Resolução descreve que o responsável legal do serviço deve providenciar investigação dos casos de doses que excederem os níveis estabelecidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). 7. As informações dessa seção podem ser também vistas em aula do Renato Dimenstein, feita em evento da GE Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=2VeCSQhto9A&t=437s&ab_channel=GEdoBrasil. Acesso em: dezembro de 2020. “Esse é apenas um reforço do que já é efetuado pelos serviços de monitoração pessoal. O ponto importante é que o responsável da instituição fica agora encarregado deste registro”, explica a Profa. Helen Khoury, da UFPE. A Profa. Helen Khoury reforça que esses limites são para funcionários — e não para pacientes, em que são utilizados níveis de referência, um intervalo de dose para um determinado estudo de imagem. A especialista acrescenta que há a necessidade de uma investigação da técnica radiográfica ou do desempenho do equipamento caso o valor de referência seja excedido. 4.3.2 – Recursos e ferramentas para diminuição da dose O posicionamento do paciente pode contribuir para a redução da dose de radiação. Colocá-lo mais ao centro ou reduzir o campo no Scout em tomografia também é um recurso, informa Renato Dimenstein, presidente da ABFM (Associação Brasileira de Física Médica)7 entre 2020 e 2021. Outra forma de redução da dose é a adequação de protocolos. Trata-se de um trabalho conjunto que pode ser feito com a engenharia clínica, médicos radiologistas, representantes de fabricante e físicos. “Monta-se uma metodologia, faz-se a medida de dose e os radiologistas analisam a qualidade da imagem”, informa Renato Dimenstein. Um recurso útil nesse processo é o DoseWatch, que mostra os níveis de dose em todos os equipamentos e possui recursos variados, como uma ferramenta simples para coletar feedback do usuário sobre a qualidade da imagem dos exames, que pode ser integrada ao RIS ou PACS. https://www.youtube.com/watch?v=2VeCSQhto9A&t=437s&ab_channel=GEdoBrasil https://www.youtube.com/watch?v=2VeCSQhto9A&t=437s&ab_channel=GEdoBrasil 3 1 4 – R D C N A P R á T I C A : P O N T O S D E A T E N ç ã O “O DoseWatch também possui uma anotação no software que avisa quando um protocolo de adulto é usado em um paciente pediátrico. Também é possível filtrar exames por peso, IMC, espessura da mama [no caso de mamografia], faixa etária ou gênero”, explica Leonardo Gross, líder para a América Latina de Soluções Digitais de Serviços da GE Healthcare. Outra funcionalidade do DoseWatch é o alerta de pico de dose na pele. Caso ele esteja configurado e ativado, aparecerá um pop-up com “Alerta PSD”. “A lista de trabalho de intervenção pode ser filtrada para exibir todos os alertas de pico de dose na pele”, informa Gross. Os equipamentos da GE na mamografia também disponibilizam três (3) curvas de dose a serem selecionadas pelo operador, de acordo com a orientação clínica, informa Mariana Costa, especialista em aplicações da GE Healthcare. Importante lembrar que, em alguns procedimentos, o valor mínimo de dose é relativo e vai depender da visualização. Isso acontece na tomografia. “O ideal é alcançarmos um valor ótimo e recursos de modulação de dose e reconstrução iterativa presentes nos nossos equipamentos nos ajudam a chegar ao valor ideal para cada estrutura anatômica e cada perfil de paciente a ser estudado”, explica Rafael Magalhães, da GE Healthcare. Na tomografia, há a possibilidade ainda de se utilizar o recurso “Color Coding for Kids” e criar protocolos codificados por cores que obedecem a critérios de peso e idade dependendo da região anatômica a ser estudada, informa Magalhães. Mais detalhes para diminuição de dose e recursos da GE Healthcare estão disponíveis no capítulo 6. 3 2 4 – R D C N A P R á T I C A : P O N T O S D E A T E N ç ã O 4.4 – Sinalização e iluminação Como os serviços já devem se atentar, a RDC 330 reforça a necessidade de sinalização de segurança, como as que avisam sobre a restrição de acesso à sala de exames. Também deve haver sinais para evitar aproximação dos tubos emissores de raios X. De acordo com a resolução, a iluminação deve ser planejada de modo a não prejudicar a avaliação da imagem (Art. 9), bem como uma luz vermelha deve ser acionada durante os procedimentos radiológicos. 4.5 – Requisitos de Infraestrutura No Capítulo II, seção I, subseção I, a Anvisa detalha requisitos para infraestrutura, como a disposição dos equipamentos. Rodrigo Souza, líder para a América Latina de Marketing Clínico de Intervenção da GE Healthcare, indica contatar o fabricante do equipamento antes de construir ou reformar a sala. Segundo Souza, o fabricante também pode fornecer outras indicações que atendem aos requisitos da Anvisa sobre infraestrutura. 4.6 – Educação permanente Na subseção II, do capítulo II, a Anvisa detalha o que deve ser feito em termos de educação permanente. Os treinamentos, segundo a RDC 330, devem acontecer no mínimo uma vez por ano. Elesvalem para toda a equipe, desde os profissionais da limpeza até os que estão lidando diretamente com os equipamentos. A agência informa que todos os profissionais do serviço precisam receber instruções de como proceder quando adentram um ambiente de risco. O treinamento, contudo, pode ser adequado às atribuições de cada profissional. Um trabalhador que atua na recepção pode receber uma orientação diferente do técnico em radiologia, por exemplo. O treinamento garante cuidados simples que fazem a diferença, como manter distância do tubo emissor de raios X em procedimentos de intervenção, utilizar o equipamento de proteção adequado e garantir os melhores protocolos no uso de equipamento. A educação permanente, além do conhecimento, reforça a atenção dos operadores e funcionários. Testes e exemplos práticos servem para enfatizar e despertar a consciência da importância dos processos de trabalho e a atenção necessária. 3 3 4 – R D C N A P R á T I C A : P O N T O S D E A T E N ç ã O Várias associações estão engajadas nos processos de treinamento para harmonizar o setor e garantir a cultura de segurança. Marcos Menezes, presidente da Sobrice entre 2019 e 2020, coloca a educação como vital para a instituição. “A gente acredita que é da educação que vem a transformação.” O Dr. Alair Sarmet, presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem entre 2019 e 2020, reforça que o treinamento é fundamental para que se tenha uma maior aproximação com os técnicos, um grupo essencial para a proteção radiológica. A Profa. Helen Khoury também avalia o treinamento como central. “O comprometimento e o conhecimento dos técnicos e equipe médica são fundamentais para que se tenha um sistema otimizado.” O treinamento junto ao fabricante também pode ser uma opção principalmente porque o conhecimento do aparelho é um dos primeiros requisitos para a garantia da qualidade e da proteção. A GE Healthcare oferece treinamentos após a instalação dos aparelhos, mas eles também podem ser adquiridos pelo serviço a depender da necessidade. A Anvisa também pede que a eficácia desses treinamentos seja demonstrada — seja com a aplicação de questionários, seja com indicadores que mostrem melhoria nos serviços (como diminuição no número de reconvocação de pacientes ou na dose emitida em cada procedimento). Todos os treinamentos devem ser cuidadosamente registrados para serem entregues em caso de fiscalização. Relatórios devem constar a periodicidade em que as aulas foram ministradas, bem como seus temas e as medidas de avaliação descritas no parágrafo acima. 3 4 4 – R D C N A P R á T I C A : P O N T O S D E A T E N ç ã O 4.7 – Garantia de qualidade A garantia de qualidade na RDC 330 (seção III; capítulo II) envolve questões amplas, que passam pelo gerenciamento de tecnologias, qualidade de imagem, estabelecimento de rotinas de trabalho e gerenciamento de riscos. “É importante ressaltar que muitos dos requisitos para garantia da qualidade e segurança já estavam presentes na antiga regulamentação”, diz Angélica Marques, da ABIMED. “As inovações estão mais nas novas instruções normativas 58 e 59”. De todo o modo, a RDC 330 reforça que, no item de gerenciamento de tecnologias, por exemplo, devem ser usados equipamentos registrados na Anvisa, e o serviço precisa ter critérios para instalação, transporte, acionamento, rastreabilidade, entre outros. Tecnologias, no entendimento da Anvisa, não são só equipamentos, mas envolvem também outros insumos utilizados nos serviços, como medicamentos. A RDC 2, de 2010, detalha um pouco mais esse ponto8 . O artigo 42 da RDC 330 estipula que os serviços devem estabelecer, no mínimo, medidas de prevenção, de controle, e de vigilância e monitoramento para garantir a segurança e a qualidade dos procedimentos radiológicos. As subseções detalham um pouco mais cada um desses itens. Especialistas salientam que os serviços vão precisar se estruturar internamente para atender a todos esses requisitos. “Com essas novas diretrizes, a ideia de manutenção ganha um peso diferente para a garantia de qualidade. Então, tem uma mudança cultural que 8. A RDC 2, de 25 de janeiro de 2010, dispõe sobre o gerenciamento de tecnologias em saúde em estabelecimentos de saúde. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/ anvisa/2010/res0002_25_01_2010.html. Acesso em: dezembro de 2020. vem junto”, diz Joffre Moraes, da ABIMO. Sobre os testes de qualidade de imagem, cada equipamento terá uma avaliação específica e esses critérios estão definidos nas Instruções Normativas da RDC 330. Como em toda a RDC, a garantia de qualidade está interligada com a proteção radiológica e os níveis de dose. “A falta de conhecimento técnico para que se ajuste a qualidade da imagem pode levar a um aumento de dose desnecessário”, explica Walmoli Gerber, da Acate. “Outra consequência de não garantir a qualidade é que a imagem gerada simplesmente não permite fazer um diagnóstico”. Dentro da seção III, sobre a garantia de qualidade, a RDC 330 trata especificamente de gerenciamento de risco, que envolve a implementação de ciclos de melhoria e de monitoramento. Nesse quesito, cabe salientar como a garantia de qualidade dos equipamentos e de imagem são determinantes para estabelecer os parâmetros de investigação do procedimento e dose. “Os níveis de referência de diagnóstico são uma ferramenta prática para promover a otimização dos procedimentos”, explica a professora Helen. “Eles também dependem da adequação dos parâmetros de irradiação do paciente bem como das condições de funcionamento dos equipamentos.” A garantia de qualidade também envolve a implementação de processos de trabalho diários e rotinas para casos de emergência — como acompanhar pacientes em relação à função renal e ainda aqueles que tenham recebido altas doses de radiação. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/res0002_25_01_2010.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/res0002_25_01_2010.html 3 5 4 – R D C N A P R á T I C A : P O N T O S D E A T E N ç ã O Os procedimentos nesse item envolvem ainda testes de aceitação e de constância. Os de aceitação são feitos logo que o equipamento é instalado. Já os de constância são realizados periodicamente para a verificação do funcionamento do equipamento. Parâmetros a serem avaliados nesses testes, bem como sua periodicidade, constam nas instruções normativas de 52 a 59, que focam nas modalidades de assistência e tipos de serviços. Lá, estão descritos níveis de tolerância e níveis de restrição — ou seja, os parâmetros em que o equipamento pode funcionar e aqueles em que ele está proibido de operar. 4.7.1 – Garantia de qualidade dos equipamentos da GE A garantia de qualidade e de radioproteção começa quando o produto ainda nem existe concretamente na GE Healthcare. “Todo o projeto de qualquer equipamento é pensado para atender às normas do setor”, explica Fernando Balduíno, gerente de Garantia da Qualidade da GE Healthcare. Após aprovação do projeto, testes específicos são planejados em cada etapa do desenvolvimento do produto. Uma das etapas é a construção de protótipos, em que algumas unidades são desenvolvidas. “Essas unidades são submetidas a toda uma gama de testes e não podem ser comercializadas antes que todas as verificações e validações estejam concluídas”, afirma Balduíno. Depois dos protótipos, começa o processo fabril, em que são realizados testes para garantir que tudo está ocorrendo conforme as instruções de trabalho do produto. Essas verificações garantem que o equipamento seja produzido de acordo com o projeto inicial. Todas as fábricas da GE Healthcare têm certificações de padrão de qualidade internacionais como a ISO 13485 que estabelece requisitos para o Sistema da Qualidade de dispositivos médicos durante todo o seu ciclo de vida.9 A GE também mantém um controle dos fornecedores.Tudo tem especificação, desde um simples cabo de força até mecanismos mais complexos. “Por fim, são realizados testes finais em que se garante que o equipamento está conforme o especificado e pronto para ser comercializado”, explica Balduíno. 9. Para mais informações, ver: https://www.iso.org/iso-13485-medical-devices.html. Acesso em: dezembro de 2020. https://www.iso.org/iso-13485-medical-devices.html 3 6 4 – R D C N A P R á T I C A : P O N T O S D E A T E N ç ã O A GE Healthcare possui uma fábrica em Contagem (MG). Quando há a fabricação de um produto GE no Brasil partindo de projeto internacional, existem ainda protocolos de transferência que garantem que tudo será replicado localmente em conformidade com o projeto original. Além disso, o Sistema de Gestão da Qualidade é objeto de certificação ISO 13485, em que são realizadas auditorias anuais por empresas externas. “É avaliado um conjunto de evidências que mostram que a GE continua executando seus processos de acordo com o planejado”, diz Balduíno. A certificação anual é confirmada a cada três (3) anos pela empresa externa auditora. “Nessa etapa, todo o processo da obtenção da certificação começa do zero”, acrescenta o especialista. “Nessa etapa, todo o processo da obtenção da certificação começa do zero” Fernando Balduíno 3 7 5 – As instruções normativas 3 8 5 – A S I N S T R U ç õ E S N O R M A T I V A S As instruções normativas (INs) são anexos da RDC 330 e tratam de questões técnicas, relacionadas à cada modalidade de assistência e tipos de equipamentos. Esses itens fornecem critérios específicos de segurança para os equipamentos, além de níveis de tolerância e restrição e testes de desempenho. São oito (8) no total: • IN 52 – Radiologia convencional; • IN 53 – Fluoroscopia e Radiologia intervencionista; • IN 54 – Mamografia; • IN 55 – Tomografia Computadorizada; • IN 56 – Radiologia Odontológica Extraoral; • IN 57 – Radiologia Odontológica Intraoral; • IN 58 – Ultrassonografia; • IN 59 – Ressonância Magnética. Todas as instruções acima estão vigentes, com exceção das que versam sobre a ultrassonografia (58) e ressonância magnética (59). O prazo de adaptação dos serviços para essas modalidades foi estendido por dois anos a partir da publicação da RDC 330 — o que, na prática, corresponde a dezembro de 2021. Essa prorrogação foi estabelecida por uma correção na RDC 330 publicada no Diário Oficial da União em 25 de novembro de 2020. Ela traz várias alterações técnicas nas instruções normativas. Angélica Marques, da Abimed, ressalta que muitos desses requisitos já estavam presentes na antiga regulamentação. “Foram trazidas inovações nas Instruções Normativas 58 e 59, uma vez que as tecnologias de ultrassom e ressonância magnética nuclear não constavam na normativa de 1998”, explica. 3 9 5 – A S I N S T R U ç õ E S N O R M A T I V A S “Trata-se de um parâmetro mais específico de acordo com o que mundialmente já se utiliza.” Mariana Costa Quanto à IN 54 sobre a mamografia, Mariana Costa, especialista em aplicações da GE, explica que muitas práticas já são conhecidas da Portaria 453, com exceção dos itens relacionados à tecnologia digital. 10 Ela lembra que desde que a tecnologia entrou no país a GE oferece um guia de controle de qualidade baseado nas principais normativas internacionais. “São guias como o ACR (americano) e o Guia Europeu de Qualidade, nos quais a Anvisa também se baseia”, informa Mariana Costa.11 Uma atualização bem-vinda dessa IN é que a dose da mama deixou de ser um parâmetro avaliado na pele e passou a seguir a avaliação de dose glandular. “Trata-se de um parâmetro mais específico de acordo com o que mundialmente já se utiliza.” Jayme Bulhões, gerente de suporte técnico da GE Healthcare, indica que os serviços podem se basear em normas internacionais, como o Protocolo Español de Control de Calidade em Radiodiagnóstico ou da Associação Americana de Físicos na Medicina (AAPM). Um bom recurso também é o livro “A medical Physicist’s guide to IEC”. 10. O Colégio Americano de Radiologia possui diversos guias que podem ser úteis no cumprimento dos parâmetros da RDC. Um deles é o “Practice Parameters and Technical Standards”. Disponível em: https://www.acr.org/Clinical- Resources/Practice-Parameters-and-Technical-Standards. Acesso em: dezembro de 2020. 11. Outro recurso útil para maior definição de testes é o “European guidelines on quality criteria for diagnostic radiographic images”. Disponível em: https://op.europa.eu/en/publication-detail/-/publication/d59ccc60-97ed-4ce8- b396-3d2d42b284be. Acesso em: dezembro de 2020o A instrução normativa de número 52, sobre a radiografia convencional, não traz muitas alterações em relação à norma anterior e a consulta a guias da American College of Radiology (ACR)10 e Guia Europeu de Qualidade em Radiologia11 podem servir de auxílio para essa IN e para as demais. Já a instrução 53, de radiologia intervencionista, por exemplo, define que antigas técnicas de geração de raios X não devem mais ser utilizadas. “Isso porque as novas tecnologias aumentam o rendimento e a qualidade do feixe de raios X, o que permite significativa redução de dose na captação de imagem”, diz Luiz Carlos Conte, engenheiro técnico da GE Healthcare. https://www.acr.org/Clinical-Resources/Practice-Parameters-and-Technical-Standards https://www.acr.org/Clinical-Resources/Practice-Parameters-and-Technical-Standards https://op.europa.eu/en/publication-detail/-/publication/d59ccc60-97ed-4ce8-b396-3d2d42b284be https://op.europa.eu/en/publication-detail/-/publication/d59ccc60-97ed-4ce8-b396-3d2d42b284be 4 0 5 – A S I N S T R U ç õ E S N O R M A T I V A S Além disso, o fabricante pode fornecer os valores de referência que vêm de fábrica, mas o papel dele, no caso só da compra do equipamento, limita-se a essa etapa inicialmente. Bulhões informa que a GE Healthcare já possui muita informação para execução dos testes de qualidade de imagem em vários de seus equipamentos e seus manuais podem ser utilizados pelo serviço. “Alguns desses testes são aplicáveis para obter os dados da RDC 330”, explica. O especialista lembra, contudo, que se trata de uma empresa global, com testes que não foram criados especificamente para cumprir a RDC, embora possam fornecer alguns parâmetros. Apesar de ser responsabilidade dos serviços a realização de testes de aceitação e de constância (descritos no artigo 3 da RDC 330), além de todos os itens preconizados na RDC, a GE Healthcare está sempre atenta ao tema e as suas nuances. 4 1 6 – Soluções GE 4 2 6 – S O L U ç õ E S G E Cada um dos itens abaixo é uma amostra de como a GE Heatlhcare pode ser útil não só no cumprimento da RDC 330, mas na garantia de qualidade de todo o serviço. As soluções passam por ferramentas educacionais, consultorias e diversos ajustes nos equipamentos. Confira. 6.1 – Para todo o serviço: DoseWatch e Dose Excellence Program DoseWatch é a solução digital da GE Healthcare projetada para garantir a coleta e monitoramento preciso de dados dosimétricos de pacientes expostos à radiação ionizante ou injeção de meios de contraste, em tempo real e sem necessidade de processos manuais. O recurso pode ser utilizado em toda a rede de atendimento e com múltiplas modalidades de imagem, independente do seu fabricante. O programa fornece notificações e relatórios ao usuário. Os dados ajudam a avaliar a dose em função de cada protocolo e indicação clínica. Essa avaliação também pode ser feita por equipamento utilizado — o que permite avaliar as práticas do serviço para melhoria contínua do programa da garantia da qualidade e de segurança do paciente. “A solução amplia a segurança do paciente de exames de tomografia computadorizada, intervenção, mamografia e radiografia/fluoroscopia através de ferramentas como o cálculo de dose no órgão. Também há estimativas para crianças, adultose gestantes, além da estimativa de doses de acordo com o tamanho e idade”, explica Rafael Magalhães, líder para a América Latina de Marketing Clínico de Tomografia da GE Healthcare. Ao otimizar a dose e meios de contraste sem comprometer a qualidade necessária das imagens, o recurso ajuda a cumprir às exigências de regulamentações e acreditações locais. 4 3 6 – S O L U ç õ E S G E O DoseWatch também lê o relatório de dose de cada equipamento: o Dose Report, outro programa disponível em todos os aparelhos da GE Healthcare. Nos procedimentos em fluoroscopia, por exemplo, o Dose Report já fornece a dose em tempo real e o operador do procedimento já consegue diminui-la na hora por meio desse feedback. Já o Programa de Excelência em Dose (www.gehealthcare.com.br/products/dose- management) é um serviço de consultoria para ajudar o serviço de radiologia diagnóstica a acelerar a medição, o rastreamento de dose de radiação e os processos de justificação e otimização. O programa ajuda no gerenciamento de riscos, simplifica relatórios e contribui para imagens com qualidade na menor dose possível. “Nossos especialistas podem ajudar a criar uma equipe de dose e a personalizar um plano de várias etapas para apoiar a visão e KPIs na gestão e na construção da cultura de dose, além do aprimoramento do atendimento ao paciente”, explica Leonardo Gross. 6.2 – Recursos importantes na tomografia Nos tomógrafos da GE Healhcare, há a possibilidade de limitar diretamente no equipamento a dose de radiação. Com essa configuração, se o limite de dose for ultrapassado, um alerta é emitido. “Isso auxilia o operador a seguir os critérios de controle de dose determinados pela instituição ou pelo próprio médico que desenvolveu o protocolo”, explica Rafael Magalhães, líder para a América Latina de Marketing Clínico de Tomografia da GE Healthcare. Ainda, os equipamentos de tomografia possuem um portfólio extenso de tecnologias Smart Dose que ajudam a chegar ao valor de dose ideal, com excelente qualidade. O AutoMA, por exemplo, é um sistema de controle de exposição automático que ajusta automaticamente valores de mA, e por consequência, a dose de radiação emitida para se chegar à qualidade diagnóstica desejada. Pacientes possuem estruturas anatômicas distintas, o que faz com que a escolha dos parâmetros de aquisição ideais seja um tanto desafiadora sem o auxílio do recurso. Por exemplo, para pacientes com baixo Índice de Massa Corporal (IMC), o sistema pode sugerir 100 mA; para pacientes com elevado IMC, 200 mA, explica Rafael Magalhães, da GE Healthcare. “Com isso, é possível aplicar a melhor dose para o diagnóstico do paciente.” Abaixo, Magalhães detalha outros recursos que podem ser observados nos tomógrafos da GE: • kV Assist (Assistente de kV) – ajuda a estabelecer protocolos para cada paciente, de acordo com a indicação clínica e a área a ser examinada (para saber mais sobre o kV ver item 1.5 no capítulo 1). • ODM - Organ Dose Modulation (Modulação de Dose de Órgão) – cria um escudo virtual para partes sensíveis à radiação, como olhos e tórax anterior, reduzindo automaticamente a dose. • Relatório de dose (dose reporting) – fornece acesso ao CTDIvol e DLP com o registro do paciente antes e depois do exame (ver item 1.4 para mais informações). “Isso auxilia o operador a seguir os critérios de controle de dose determinados pela instituição ou pelo próprio médico que desenvolveu o protocolo” Rafael Magalhães 4 4 6 – S O L U ç õ E S G E • Verificação de dose (dose check) - fornece alertas de dose prospectivos e avisos se os níveis de dose pré- determinados forem excedidos. 6.2.1 – Reconstrução iterativa e Deep Learning (ASiR, ASiR-V, TrueFidelity) A GE possui recursos de reconstrução iterativa e de inteligência artificial que atuam na redução de dose e no aprimoramento da qualidade de imagem, informa Rafael Magalhães.12 A tecnologia de RI ASiR (Adaptative Statistical Iterative Reconstruction) auxilia na redução de dose do paciente. O ASiR pode aprimorar a detectabilidade de baixo contraste ou pode ajudar médicos a obterem diagnósticos confiáveis com doses mais baixas. Na prática clínica, o uso do ASiR pode reduzir a dose do paciente dependendo da necessidade clínica, seu tamanho e localização anatômica. Outro recurso é o ASiR-V, uma nova tecnologia de RI que oferece ainda menores níveis de ruídos na imagem e pode ainda reduzir uma dose emitida ao paciente. “A ferramenta reduz rotineiramente a dose em até 82% para pacientes em todas as idades”, explica Magalhães. O GE TrueFidelityTM Deep Learning Image Reconstruction é uma tecnologia revolucionária para abrir uma nova era de reconstrução de imagens de TC. Utilizando o mecanismo de reconhecimento de imagem por Deep Learning projetado pela GE, o GE TrueFidelity TM Deep Learning Image Reconstruction pode gerar imagens TrueFidelity CT com excelente resolução espacial, detecção de baixo contraste e textura de imagem de aparência natural, tudo ao mesmo tempo. Todos estes são alcançáveis mantendo uma dose de radiação baixa e sem efeito do rendimento normal da TC de rotina. Magalhães reforça que uma consulta com um radiologista e um físico deve ser feita. Com a ajuda desses profissionais, é possível determinar a dose apropriada para obter a qualidade de imagem diagnóstica de acordo com a necessidade clínica específica. 12. Para mais detalhes de como a reconstrução iterativa reduz a dose e ruído na imagem, confira o estudo “Benefits of ASiR-V Reconstruction for Reducing Patient Radiation Dose and Preserving Diagnostic Quality in CT Exams”. Disponível em: https://www.gehealthcare.co.uk/-/media/6862ed3b10424182924e03a49f4a46d7.pdf. Acesso em: dezembro de 2020. https://www.gehealthcare.co.uk/-/media/6862ed3b10424182924e03a49f4a46d7.pdf 4 5 6 – S O L U ç õ E S G E 6.3 – Mamografia e Senographe Pristina: imagem em 3D com menor dose Além de todas essas ferramentas de gestão de dose, todos os mamógrafos da GE possuem dentro do software opção de análise de rejeitos e repetições. Essa ferramenta auxilia no entendimento dos motivos das repetições de imagem. “Isso mostra quais procedimentos precisam ser melhorados e quais operadores treinados”, diz Mariana Costa, especialista em aplicação da GE Healthcare. Ainda, desenvolvido pela GE Healthcare, o mamógrafo Senographe Pristina traz tecnologia 3D com maior precisão diagnóstica e menor dose. Trata-se do único mamógrafo do mercado que possibilita imagens 3D com o mesmo nível de dose de radiação das mamografias 2D. Esse dado foi comprovado por estudos apresentados ao FDA, que comparou o Senographe Pristina 3D com outros equipamentos aprovados pela agência norte-americana.13 Outros recursos do aparelho, bem como mais detalhes de como usá-lo para diminuição de dose, 13. Comparação da dose do paciente aplicada pelos dispositivos DBT aprovados pela FDA a partir de fevereiro de 2018 para uma mama de densidade média, com base nos dados apresentados em [1-2] e nos dados em arquivo. A comparação de dispositivos inclui o GE SenoClaire, GE Senographe Pristina 3D no modo STD, Hologic Selenia Dimensions, Siemens Mammomat Inspiration, Fuji Aspire Cristalle [1. Bouwman, R. W. and al., et. 2015, Physics in Medicine & Biology, pp. 7893-7907; 2. NHSBSP Equipment Reports 1306, 1404, 1307, and on Fujifilm AMULET Innovality.] estão disponíveis na plataforma de educação da GE, que os clientes poderão acessar assim que adquirirem o produto. 6.4 – Soluções para a Radiologia intervencionista 6.4.1 – Soluções para centro cirúrgico – Arcos em C Os arcos cirúrgicos de tecnologia de painel digital, OEC Elite CFD e OEC ONe CFD, utilizam o detector de tipo CMOS, que permite a otimização da exposição à radiação, enquanto mantém a qualidade da imagem. O equipamento OEC ONE CFD é utilizado, por exemplo, em procedimentos de Cateter Venoso Central (CVC). A intervenção
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