Buscar

Tecnicas de manejo - odontopediatria

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

135
Rev. Odontol. Univ. Cid. São Paulo
2016; 28(2): 135-42,mai-ago
ISSN 1983-5183
TÉCNICAS DE MANEJO COMPORTAMENTAL NÃO FARMACOLÓGICAS NA 
ODONTOPEDIATRIA
BEHAVIORAL MANAGEMENT TECHNIQUES NON-PHARMACOLOGICAL IN 
PEDIATRIC DENTISTRY
Lívia Fernandes Pires da Silva*
Nathalia de Carvalho Freire**
Rodrigo Silva de Santana***
José Massao Miasato****
Resumo
É habitual, na vivência odontológica, deparar-se com variados tipos de comportamentos indesejados, gerados 
principalmente pelo medo, ansiedade, birra ou dor, interferindo no atendimento odontológico. Nesses casos, 
o odontopediatra poderá utilizar técnicas de manejo comportamental não farmacológicas, auxiliando, assim, 
no tratamento do paciente infantil. Entretanto, para que tais técnicas sejam mais efetivas, é necessário conhecer 
suas possíveis restrições quanto à faixa etária e perfil de cada criança, de modo a promover e estabelecer se-
gurança e qualidade ao atendimento. Este trabalho tem como objetivo revisar e discutir por meio de literaturas 
as técnicas de controle comportamental em odontopediatria.
Descritores: Odontopediatria • Criança • Controle comportamental • Ansiedade ao tratamento odontológico
Abstract
It is customary in the dental experience to face different kinds of unwanted behaviors, and these are generated 
mostly by fear, anxiety, tantrums or pain, thus interfering with dental care. In these cases, the dentist can use 
behavioral management techniques non-pharmacological, thereby assisting in the treatment of child patient. 
However in order to such techniques be more effective, it is necessary to know their potential restrictions on 
the age and profile of each child in order to promote and establish safety and quality service. This work aims to 
review and discuss through the literatures the behavioral control techniques in pediatric dentistry.
Descriptors: Paediatric dentistry • Child • Behaviour control • Dental anxiety
**** Graduanda em Odontologia – Unigranrio – Duque de Caxias, RJ. Email: liviapires26@gmail.com
**** Graduanda em Odontologia – Unigranrio – Duque de Caxias, RJ. Email: nathaliafreire683@gmail.com
**** Graduando em Odontologia – Unigranrio – Duque de Caxias, RJ. Email: digo_ever@yahoo.com.br
**** Professor da disciplina de Odontopediatria – Unigranrio – Duque de Caxias, RJ. Email: jmassao@gmail.com
•• 136 ••
Silva LFP
Freire NC
Santana RS
Miasato JM
Técnicas 
de manejo 
comportamental 
não 
farmacológicas 
na 
Odontopediatria
Rev. Odontol. 
Univ. Cid. São 
Paulo 
2016; 28(2): 
135-42,mai-ago
ISSN 1983-5183
Introdução
Embora a área odontológica tenha 
avançado consideravelmente ao passar 
dos anos, ainda existe a sensação inde-
sejada relacionada ao medo/ansiedade e 
expectativa do paciente infantil. No âmbi-
to da odontopediatria, essa sensação pode 
ter uma proporção maior ou menor, de 
acordo com cada criança1.
O comportamento de uma criança 
diante do profissional pode ser bastante 
imprevisível, levando-se em consideração 
que existem fatores psicológicos relevan-
tes ao tratamento. Entretanto, o odontope-
diatra deve ter em mente que cada criança 
possui reações distintas quanto à aborda-
gem odontológica, pois fatores externos 
podem influenciar negativamente na co-
laboração do atendimento2.
O primeiro contato da criança deverá 
ser visto de maneira importante e necessá-
ria, e que os pais possam prepará-la psico-
logicamente, a fim de minimizar possíveis 
anseios com relação ao tratamento3. Des-
se modo, o contato inicial com o odonto-
pediatra não deve ser meramente técnico, 
mas sim com o intuito de construir uma 
boa relação entre ambos, para que a 
criança se sinta única e respeitada4.
O atendimento odontológico infantil 
requer o gerenciamento comportamental 
da criança, de forma a viabilizar exames 
e intervenções relacionados à promoção 
de saúde. A abordagem deve se adequar à 
idade, ao gênero, ao estado de saúde geral 
e aos fatores familiares da criança5. O ma-
nejo do comportamento terá como auxílio 
o emprego de técnicas farmacológicas e 
não farmacológicas, com o propósito de 
controlar o paciente durante o atendimen-
to.
As técnicas de manejo comportamen-
tal podem ser amplamente utilizadas na 
abordagem da criança no consultório 
odontológico, possibilitando, assim, a oti-
mização do atendimento. Entretanto, para 
o sucesso do atendimento, o profissional 
deve ter conhecimento e embasamento 
suficiente para discernir uma técnica da 
outra, elegendo a mais adequada para 
cada criança3.
O estudo em questão lança mão das 
técnicas não farmacológicas de manejo 
comportamental como um fator importan-
te no tratamento odontopediátrico. Levan-
do em consideração as diversas maneiras 
de abordagem infantil.
Revisão de Literatura
O controle de um comportamento in-
desejado na odontopediatria é quase sem-
pre avaliado através da identificação com-
portamental e não apenas da faixa etária. 
Sendo assim, faz-se necessário conhecer 
os diferentes tipos de comportamento in-
fantil para a correta aplicação das técnicas 
de controle. Deve-se ressaltar que a comu-
nicação entre a criança e o profissional é 
um fator que influencia positivamente na 
colaboração do paciente e na aplicação 
das técnicas de manejo comportamental 
não farmacológicas6. O comportamento 
apresentado pelo paciente infantil dará ao 
profissional a possibilidade de lançar mão 
de algumas possíveis técnicas de manejo, 
viabilizando, assim, o controle durante o 
tratamento odontológico. As técnicas não 
farmacológicas de manejo comportamen-
tal em odontopediatria são utilizadas a fim 
de gerar segurança e tranquilidade duran-
te o atendimento, sendo as mais utiliza-
das: comunicação verbal, comunicação 
não verbal, dizer-mostrar-fazer, controle 
de voz, reforço positivo, distração, mode-
lo, mão-sobre-a-boca e contenção física5.
A comunicação verbal é aplicada de 
modo a expressar verbalmente os proce-
dimentos, dizendo ao paciente o que será 
realizado em seu tratamento5, enquanto 
a comunicação não verbal tem como 
base o contato, a postura, a expressão fa-
cial e a linguagem corporal para orientar o 
comportamento do paciente, reforçando o 
que foi dito verbalmente1.
Dizer-mostrar-fazer
Essa técnica é uma das mais utilizadas 
na odontopediatria, pois ela envolve ex-
plicações verbais dos procedimentos, uti-
lizando frases/palavras adequadas ao nível 
de desenvolvimento do paciente (diga); 
sendo feita em seguida uma demonstra-
ção visual e tátil, buscando tranquilizar o 
paciente infantil (mostre); e a partir da uti-
lização dessa explicação e demonstração, 
deve-se concluir o procedimento (faça)5. 
O “dizer-mostrar-fazer” pode ser aplicado 
Silva LFP
Freire NC
Santana RS
Miasato JM
Técnicas 
de manejo 
comportamental 
não 
farmacológicas 
na 
Odontopediatria
•• 137 ••
Rev. Odontol. 
Univ. Cid. São 
Paulo 
2016; 28(2): 
135-42,mai-ago
ISSN 1983-5183
em conjunto com comunicação verbal e 
não verbal e reforço. A técnica tem por 
objetivo ensinar a importância do atendi-
mento odontológico, deixando o paciente 
à vontade em relação ao atendimento, e 
assim adaptando-o para se obterem res-
postas positivas para os procedimentos. É 
uma técnica indicada para todos os tipos 
de pacientes1, 7.
Controle de voz
Trata-se de uma técnica na qual o volu-
me e o tom da voz deverão ser adaptados 
conforme a necessidade, de modo a in-
fluenciarem ou direcionarem o comporta-
mento do paciente infantil8, instruindo de 
forma clara e sucinta e estabelecendo, en-
tão, um guia para o comportamento dese-
jado. Essa técnica é primordial no manejo 
das crianças, pois os pacientes menores 
normalmente não cedem ao apelo verbal; 
dessa forma é indicado que o profissional 
fale baixo continuamente. A entonação é 
um fator importante, devendo ser utiliza-
da com o intuito de atrair a atenção da 
criança. A expressão facial do odontope-
diatra também deve refletir essa atitude de 
confiança, pois, com a existência de um 
comportamento perturbador por parte da 
criança, o controle de voz poderá restabe-
lecerrapidamente uma relação entre den-
tista e paciente. Assim, a criança obterá a 
orientação e o profissional terá a coopera-
ção dela. O controle da voz tem o intui-
to de captar a atenção e a cooperação da 
criança, podendo, assim, evitar compor-
tamentos negativos do paciente infantil. A 
técnica é indicada para todos os tipos de 
pacientes e contraindicada para deficien-
tes auditivos9.
Distração
Essa é uma técnica que tem como 
principal objetivo desviar a atenção da 
criança para evitar um possível descon-
forto com algo do qual ela possa vir a ter 
receio. O dentista deve utilizar procedi-
mentos eficientes para estimular a criança 
ao tratamento odontológico, pois a tensão 
psicológica gerada pela situação dentro 
do consultório pode acarretar ansiedade 
e medo no paciente. O profissional deve 
tornar o ambiente favorável ao tratamen-
to, alcançando, desse modo, melhor resul-
tado. Podem ser utilizadas estratégias de 
manejo como músicas, vídeos e histórias 
infantis. A música é a mais importante para 
auxiliar no tratamento odontopediátrico, 
pois ela pode diminuir o nervosismo e ali-
viar os sons de alguns aparelhos10,11. Po-
demos também acrescentar métodos que 
complementem e colaborem para melhor 
aproximação entre o paciente e o profis-
sional, como conversar com a criança so-
bre outros assuntos e permitir que utilize 
algum brinquedo desde que não atrapalhe 
o procedimento1. Essa técnica citada pode 
ser indicada para qualquer faixa etária in-
fantil, sem contraindicações5.
Reforço Positivo 
É um processo de motivação do 
comportamento positivo da criança 
através de elogios, gestos positivos, ex-
pressão facial etc. Essa técnica visa re-
compensar comportamentos desejados, 
tendo como principal objetivo o retorno 
desse bom comportamento9. Pacientes in-
fantis podem estar nervosos ou ansiosos e 
assim não cooperarem ou não seguirem as 
instruções. Caso eles se sintam ameaça-
dos por algum motivo em particular, isso 
dificultará a sua cooperação. Em caso de 
comportamentos negativos, o profissional 
deve se manter calmo e evitar falar pala-
vras como “Pare”, “Não faça”, tentando 
sempre explicar e pedir gentilmente para 
que a criança se mantenha calma e que re-
alize o que está sendo proposto. Para pa-
cientes infantis abrir a boca é uma grande 
demonstração de confiança, e elogiá-los 
repetidamente por seguirem as instruções 
pode fortalecer essa relação de confiança. 
Podem ser utilizados reforçadores como 
lembrancinhas, brinquedos ou até mesmo 
um simples balão com a luva de proce-
dimento limpa que geralmente é utilizada 
pelo dentista. O reforço positivo pode ser 
usado em todos os pacientes1.
Modelo
Essa é uma técnica na qual o clínico 
utiliza vídeos ou outra criança, que já está 
condicionada e adequada ao tratamento, 
servindo de modelo para o paciente que 
está tendo o primeiro contato com o den-
tista ou já teve alguma experiência não 
tão interessante. Dessa forma, é possível 
ajudá-lo a ter um novo padrão de compor-
tamento, evitando ou reduzindo prováveis 
negações ou medos prévios que possam 
existir no paciente, pois a maior parte do 
•• 138 ••
Silva LFP
Freire NC
Santana RS
Miasato JM
Técnicas 
de manejo 
comportamental 
não 
farmacológicas 
na 
Odontopediatria
Rev. Odontol. 
Univ. Cid. São 
Paulo 
2016; 28(2): 
135-42,mai-ago
ISSN 1983-5183
aprendizado das crianças é baseada em 
sua observação e imitação de outros10. 
Entretanto, os pacientes observadores 
devem estar dispostos e excitados com o 
fato de estarem assistindo outra criança 
em seu tratamento e o modelo acaba ga-
nhando um status ou prestígio maior, pois 
ela estará servindo de exemplo positivo 
para outra criança. Pais, irmãos, colegas 
e o próprio dentista também podem ser-
vir de modelos, porém podem influenciar 
negativamente caso expressem expectati-
vas negativas para a criança ou, no caso 
dos pais, estejam muito ansiosos. Nessas 
situações é melhor que os pais permane-
çam fora da sala de atendimento, porque 
para o paciente observador é interessante 
ter como modelo uma pessoa com calma 
e confiança. Na técnica modelo se tem 
como objetivo reduzir a ansiedade de uma 
criança com experiência anterior e intro-
duzir uma criança no tratamento odonto-
lógico. Ela é um instrumento importante 
no condicionamento do comportamento 
de crianças em qualquer idade, se mos-
trando mais efetiva em crianças abaixo 
dos 7 anos. Deve-se apenas tomar cuida-
do em casos de urgência, pois o nível de 
estresse e ansiedade da criança pode estar 
elevado e não levar ao o resultado dese-
jado; independente da técnica utilizada é 
importante para o controle da ansiedade 
da criança estabelecer uma boa comuni-
cação entre profissional-paciente7.
Mão-sobre-a-boca (HOME)
É uma técnica de manejo físico que 
tem por objetivo a obtenção da atenção 
e da colaboração da criança durante o 
atendimento odontológico, para que esta 
ouça o que o dentista tem a dizer. Embo-
ra seja uma técnica um tanto controversa 
por conta da aceitação dos responsáveis, 
possui um bom nível de eficácia quando 
corretamente aplicada e consentida pe-
los pais. É uma técnica empregada nos 
momentos de birra, de choro incontrolá-
vel e ataques de ira do paciente infantil, 
quando for impossível manter um diálo-
go adequado com a criança, devendo ser 
empregada juntamente com o controle de 
voz, buscando estabelecer assim uma co-
municação favorável com o paciente e a 
promoção de um atendimento seguro1. O 
método em questão funciona com o pro-
fissional posicionando as suas mãos sobre 
a boca do paciente infantil, com o intuito 
de abafar qualquer som e simultaneamen-
te promovendo a aproximação no ouvido 
da criança buscando uma comunicação 
favorável, recorrendo a uma entonação 
adequada. Quando esta não for eficaz, 
o profissional poderá aplicar a variação 
da técnica, a “mão-sobre-a-boa com res-
trições das vias aéreas”, que consiste em 
colocar as mãos sobre a boca do paciente 
juntamente com o fechamento das vias aé-
reas superiores por no máximo 15 segun-
dos com os dedos polegar e indicador3. 
Havendo a colaboração da criança no 
emprego da técnica, as mãos deverão ser 
retiradas imediatamente e a criança deve-
rá ser elogiada por ter colaborado com o 
atendimento. A técnica mão-sobre-a-boca 
e sua variação são indicadas para crianças 
com grau de entendimento de três anos ou 
mais, livres de problemas mentais, auditi-
vos e que sejam maduras o suficiente para 
corresponderem aos comandos do odon-
topediatra12. Entretanto, é contraindicada 
para crianças incapacitadas, imaturas e 
que estejam sob o uso de medicações que 
alterem o nível de raciocínio. É de suma 
importância que esse método de controle 
seja explicado detalhadamente para que 
os pais estejam de acordo com a aplica-
ção da técnica, sendo então formalmen-
te autorizada por eles, buscando assim a 
otimização do atendimento odontológico. 
Contenção física
Trata-se de uma técnica que conta com 
o manejo de restringir fisicamente os mo-
vimentos impróprios do paciente infantil 
na intenção de viabilizar o tratamento 
odontológico. Essa restrição da liberda-
de dos movimentos poderá ser aplicada 
parcialmente ou totalmente, fazendo-se o 
uso de diversos meios e aparatos como: 
mãos, cintos, fitas e envoltórios de te-
cidos9. A técnica em questão é uma das 
últimas opções de escolhas dos odontope-
diatras, pois não se aplica a todos os ti-
pos de crianças, devendo ser empregada 
apenas naquelas menores de três anos de 
idade que não cooperam e possuem um 
grau mínimo de maturidade, naquelas 
com algum tipo de deficiência mental que 
também não colaboram ou naquelas com 
alguma deficiência física que impossibili-
Silva LFP
Freire NC
Santana RS
Miasato JM
Técnicas 
de manejo 
comportamental 
não 
farmacológicas 
na 
Odontopediatria
•• 139 ••
Rev. Odontol. 
Univ. Cid. São 
Paulo 
2016; 28(2): 
135-42,mai-ago
ISSN 1983-5183
te o manuseio, tendo-se em vista o intuito 
de minimizar possíveis riscos de acidentes 
durante o atendimento e também propor-cionando, desse modo, um atendimento 
seguro e de qualidade13. A utilização des-
se manejo comportamental deverá ser fei-
to juntamente com o consentimento por 
escrito detalhado dos pais. Devendo ser 
explicado a eles o método de escolha para 
que não enxerguem o uso da técnica como 
uma forma de punição ou agressão pelo 
fato de a criança apresentar um comporta-
mento não cooperativo, reduzindo, então, 
a possível existência de queixas clínicas, 
problemas éticos e legais5. Essa técnica 
comumente é aplicada em crianças meno-
res em situação de urgência odontológica, 
dispensando, assim, o uso da técnica de 
anestesia geral. Não deve ser aplicada em 
crianças cooperativas, quando não hou-
ver a possibilidade de aplicação segura 
devido a algum problema físico e/ou sis-
têmico ou quando a criança previamente 
apresentar uma resposta negativa quanto 
ao uso de outras técnicas. Lembre-se que 
é oportuno avaliar o nível de cooperação 
da criança antes de escolher qualquer que 
seja a técnica de manejo comportamental.
Discussão
Baseando-se nas literaturas, é oportu-
no que a avaliação dos variados compor-
tamentos infantis perante o atendimento 
odontológico anteceda a inserção dos 
métodos de controle comportamental 
para que estes não sejam empregados de 
modo aleatório, pois é necessário identifi-
car o potencial de cooperação e possíveis 
limitações de cada criança, antes de lan-
çar mão de alguma das variadas técnicas 
de manejo comportamental. 
É importante ressaltar a importância 
da participação dos pais no consultório 
odontológico durante o atendimento na 
primeira infância, pois nessa fase o afas-
tamento entre a criança e seus pais pode 
gerar angústia ou potencializar o medo, o 
que impede a cooperação. Entretanto, em 
pacientes não colaboradores a presença 
dos pais pode dificultar a capacidade de a 
criança realizar o que é solicitado; nesses 
casos é melhor que os pais se retirem da 
sala de atendimento5.
Perante um comportamento coopera-
tivo ou não cooperativo, pode-se aplicar 
a técnica que melhor se adeque, desde 
que esta vise à segurança e ao conforto 
no atendimento. Algumas dessas técnicas 
possuem ampla indicação na odontope-
diatria, que são as de manejo verbal, en-
quanto outras possuem suas contraindica-
ções e polêmicas, que são as técnicas de 
manejo físico.
Em relação à aceitação dos pais, foi 
visto que, dentre as técnicas de mane-
jo comportamental, as de manejo verbal 
são as que recebem maior aceitação pelos 
pais, sendo as de manejo físico mais re-
pudiadas, ao ponto de muitos pais afirma-
rem que nunca aceitariam esses tipos de 
técnicas14.
Dentre as técnicas de manejo verbal 
estão a dizer-mostrar-fazer, controle de 
voz, reforço positivo, distração, modelo, 
comunicação verbal e não verbal. Tais 
técnicas visam atrair a atenção da crian-
ça, minimizando a ansiedade. Os esclare-
cimentos, através de explicações verbais 
e demonstrações, reduzem o fator “des-
conhecido” que acentua as emoções de 
medo e ansiedade5.
Cada uma dessas técnicas possui seu 
objetivo principal, tendo as palavras 
como instrumento principal na sua aplica-
ção. Na dizer-mostrar-fazer é apresentado 
algo desconhecido para a criança, os ins-
trumentais odontológicos, promovendo a 
familiarização antes da execução do trata-
mento. No controle de voz tem-se grande 
eficácia para interceptar comportamentos 
impróprios, sendo utilizados comandos 
súbitos e firmes para interromper qualquer 
ação negativa que esteja sendo praticada3. 
Por sua vez, a técnica de reforço positivo 
tem como foco o uso de elogios para a 
volta de comportamentos desejados, mas 
também se faz o uso de “lembrancinhas” 
e expressões faciais positivas, assim como 
da comunicação não verbal, que além de 
expressões faciais utiliza a postura e lin-
guagem corporal do profissional9.
A técnica de distração é baseada em 
desviar a atenção do paciente de possíveis 
procedimentos que possam ser desagra-
dáveis, podendo ser utilizados músicas e 
vídeos. Em estudos mais antigos não se 
mostrou eficiente, como no estudo de Sta-
rk et al. (1989), mas foi eficaz ao ter sido 
•• 140 ••
Silva LFP
Freire NC
Santana RS
Miasato JM
Técnicas 
de manejo 
comportamental 
não 
farmacológicas 
na 
Odontopediatria
Rev. Odontol. 
Univ. Cid. São 
Paulo 
2016; 28(2): 
135-42,mai-ago
ISSN 1983-5183
usada de forma contingente ao comporta-
mento de colaboração da criança por In-
gersoll (1984), citados por Brandenburg e 
Haydu (2009)2.
Na técnica “modelo” a criança assiste 
a uma demonstração de um atendimento 
odontológico através de uma fita de ví-
deo, teatrinho, ou assiste ao atendimento 
de outra pessoa. Sendo uma técnica com 
média aceitação dos pais15.
Nas técnicas de manejo físico, conta-se 
com a contenção física (ativa ou passiva) 
e com a técnica mão-sobre-a-boca (home 
ou homar). Essas técnicas também fazem 
parte do grupo não farmacológico, entre-
tanto são aplicadas de modo a restringir 
movimentos inapropriados da criança 
durante o atendimento odontológico, pre-
zando instalar, manter e aumentar bons 
resultados no tratamento16.
A técnica de restrição física, seja ela 
ativa ou passiva, é um método que deve 
possuir a autorização por escrito de forma 
detalhada dos pais, pois, na ausência des-
se consentimento formalizado, problemas 
éticos e legais poderão ser gerados. A téc-
nica consiste em conter fisicamente o pa-
ciente infantil por meio de mãos, cintos, 
fitas, lençóis entre outros. É indicada para 
crianças imaturas, pacientes especiais 
ou para tratamento de urgências destes, 
dispensando assim a anestesia geral. Na 
maior parte, as crianças sem o uso de con-
tenção física não são cooperadoras e os 
pais acabam aceitando a utilização dessa 
técnica, porém ainda é um procedimento 
com pouca aceitação1.
A técnica de mão-sobre-a-boca é 
utilizada a fim de possibilitar o tratamen-
to odontológico em crianças ausentes de 
necessidades especiais, que demonstrem 
comportamentos desafiadores, histéricos, 
extremamente não cooperativos se im-
peditivos na realização do tratamento17. 
Segundo Levitas, citado por Ferreira et al. 
(2003)12, nessa técnica deve o cirurgião-
-dentista colocar a mão sobre a boca da 
criança, cuidando para não restringir-lhe a 
respiração (variação da técnica), dizendo 
em baixo tom, próximo ao ouvido, que, 
para retirar a mão, a criança deve parar 
de gritar e escutar, pois somente preten-
de conversar e olhar seus dentes12. Caso o 
paciente infantil insista em não colaborar, 
o profissional deverá aplicar a variação 
da técnica, que seria a mão sobre a boca 
com restrição das vias aéreas. Embora seja 
aceita pela American Academy of Pedia-
tric Dentistry (AAPD), a técnica mão-so-
bre-a-boca mantém-se como a mais con-
troversa dentre as técnicas de limitação 
usadas por odontopediatras, devendo ser 
utilizada somente com o consentimento 
dos pais, que devem estar formalmente de 
acordo com a possibilidade de sua aplica-
ção. Entretanto, algumas razões apontam 
para que tal técnica seja aplicada sem a 
necessidade de autorização dos pais, por 
ser considerada de difícil explicação por 
conta de seus efeitos, duração e descri-
ção, podendo causar, desse modo, uma 
recusa de natureza meramente emocional 
por parte dos pais12. O cirurgião-dentista 
deve ter pleno domínio de manejo para 
execução da técnica, para que não a uti-
lize de forma a gerar possíveis lesões no 
paciente infantil. A aplicação da técnica 
HOMAR do ponto de vista psicológico, 
legal e comportamental levanta bastante 
questionamento, por assumir um papel 
com característica punitiva. É significati-
vo notar por que HOMAR torna-se eficaz 
quando HOME não apresenta eficácia: o 
paciente apresenta-se desconfortável por 
conta da restrição das vias aéreas, pro-
movendo assim o sucesso da técnica16. 
Quando adequadamente usada, a técnica 
fará com que a criança aceite o tratamen-
to odontológico, sendo tratada de forma 
a descobrir que as razões para evitar o 
tratamento são ineficazes. Sendo assim, 
o paciente infantilpassará a desejar tra-
tamentos futuros e o impacto psicológico 
logo será positivo12.
Conclusão
Do exposto, pode-se concluir que, na 
odontopediatria, existem variadas téc-
nicas à disposição do cirurgião-dentista 
para abordar os diversos tipos de compor-
tamentos infantis, sendo elas de manejos 
verbais ou físicos, dentre as quais será uti-
lizada a técnica de eleição que for mais 
apropriada para empregar na fase de de-
senvolvimento do paciente infantil. 
Agradecimentos
• Agradecemos primeiramente а Deus 
Silva LFP
Freire NC
Santana RS
Miasato JM
Técnicas 
de manejo 
comportamental 
não 
farmacológicas 
na 
Odontopediatria
•• 141 ••
Rev. Odontol. 
Univ. Cid. São 
Paulo 
2016; 28(2): 
135-42,mai-ago
ISSN 1983-5183
REFERÊNCIAS
pоr nos tеr dado saúde е força pаrа 
superar аs dificuldades.
• Aos nossos amigos e familiares por 
todo o amor, incentivo e apoio nos 
momentos mais difíceis.
• À Karinny Gonçalves por todo o com-
panheirismo e auxílio na elaboração 
do nosso trabalho de conclusão de 
curso.
• Em especial ao Prof. Dr. José Massao 
Miasato pela oportunidade е apoio na 
elaboração deste trabalho.
1. Zanetti G, Punhangui M, Frossard W, 
Oda N. Conduta Clínica frente aos 
diferentes tipos de comportamento 
infantil. UNOPAR Cient, Ciênc Biol 
Saúde 2001 out; 3(1):69-75.
2. Brandenburg O, Haydu V. Contribui-
ções da análise do comportamento em 
odontopediatria. Psicologia: Ciência e 
Profissão 2009 29(3):462-75.
3. Albuquerque C, Gouvêa C, Moraes R, 
Barros R, Couto C. Principais técnicas 
de controle de comportamento em 
Odontopediatria. Arquivos em Odon-
tologia 2010 46(2):110-5.
4. Moraes A, Sanchez K, Possobon R, 
Costa Júnior Á. Psicologia e odontope-
diatria: a contribuição da análise fun-
cional do comportamento. Psicologia: 
Reflexão e Crítica 2004 17(1):75-82.
5. Ferreira J, Aragão A, Colares V. Técni-
cas de controle do comportamento do 
paciente infantil : revisão de literatura. 
Pesqui Bras Odontopediatria Clín Inte-
gr 2009 9(2):247-51.
6. Toledo-Ayrton O. Odontopediatria 
: fundamentos para a prática clínica. 
São Paulo: Premier; 2005.
7. Roberts J, Curzon M, Koch G, Martens 
L. Review: behaviour management 
techniques in paediatric dentistry. Eu-
ropean archives of paediatric dentis-
try : official journal of the European 
Academy of Paediatric Dentistry 2010 
Aug;11(4):166-74.
8. Castro A, Oliveira F, Paiva Novaes M, 
Araujo Ferreira D. Behavior guidan-
ce techniques in Pediatric Dentistry: 
attitudes of parents of children with 
disabilities and without disabilities. 
Special care in dentistry : official pu-
blication of the American Association 
of Hospital Dentists, the Academy of 
Dentistry for the Handicapped, and 
the American Society for Geriatric 
Dentistry 2013 Sep-Oct;33(5):213-7.
9. Klatchoian D, Noronha C, Toledo O. 
Adaptação comportamental do pa-
ciente odontopediátrico. In: Massara 
MLA RP, editor. Manual de referência 
para procedimentos clínicos em odon-
topediatria. São Paulo: Santos; 2010. 
p. 49-71.
10. Costa Junior ÁL. Psicologia aplica-
da à odontopediatria: uma introdu-
ção. Estud Pesqui Psicol 2002 jul-
-dez;2(2):46-53.
11. Rocha R, Rolim G, Moraes A. Procedi-
mento preparatório para atendimento 
de pacientes não colaboradores em 
odontopediatria. Acta Comportamen-
talia 2015 23(4):423-35.
12. Ferreira K, Watanabe S, Jorge M, Pai-
va S, Pordeus I. Mão-sobre-a-boca: 
avaliação do uso da técnica em Belo 
Horizonte. Belo Horizonte. JBP – Rev 
Ibero-amOdontopediatr Odontol Bebê 
2003 6(34):477-89.
•• 142 ••
Silva LFP
Freire NC
Santana RS
Miasato JM
Técnicas 
de manejo 
comportamental 
não 
farmacológicas 
na 
Odontopediatria
Rev. Odontol. 
Univ. Cid. São 
Paulo 
2016; 28(2): 
135-42,mai-ago
ISSN 1983-5183
13. Shitsuka R, Shitsuka C, Moriyama C, 
Corrêa F, Delfino C, Corrêa M. Desen-
volvimento e avaliação da eficiência 
da estabilização protetora na odonto-
pediatria: um estudo piloto. RFO, Pas-
so Fundo 2015 jan-abr;20(1):59-63.
14. Machado M, Nagano H, Silva J, Bosco 
V. Participação dos pais na tomada de 
decisões no atendimento odontológi-
co de seus filhos. Revista de Odonto-
logia da Universidade Cidade de São 
Paulo 2009 21(1):38-44.
15. Fúccio F, Ferreira K, Watanabe S, Jor-
ge M, Pordeus I, SM P. Aceitação dos 
pais em relação às técnicas de mane-
jo do comportamento utilizadas em 
Odontopediatria. J Bras Odontopedia-
tr Odontol Bebê 2003 6(30):146-51.
16. Sousa C, Barbosa A, Toledo O. Uso de 
técnicas aversivas de controle de com-
portamento em odontopediatria. J Bras 
Odontopediatra Odontol Bebê 2003 
6(69):76-82.
17. Lopes Junior C, Carvalho S, Silva R, 
Peres A. Técnica da mão-sobre-a-boca 
em odontologia: implicações jurídicas 
e reflexões bioéticas. Arq ciênc saúde 
2005 abr-jun;12(2):97-101.
 Recebido em 10/06/2016 
 Aceito em 08/08/2016

Outros materiais