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PSICOLOGIA SOCIAL


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23/09/2020 Psicologia Social
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PSICOLOGIA SOCIAL
CAPÍTULO 1 - QUAIS SÃO OS
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E
TEÓRICOS DA PSICOLOGIA SOCIAL?
Tais Regina Ferraz da Silva
INICIAR
23/09/2020 Psicologia Social
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Introdução
Vamos começar este primeiro capítulo compreendendo a Psicologia Social enquanto
conhecimento científico e, para isso, é interessante refletir sobre alguns pontos: o que é
Psicologia e Psicologia Social? Como se deu a evolução desta ciência? O que é a
abordagem sócio-histórica e o que a distingue das demais? Quais são as bases da
inserção do indivíduo na sociedade? Que temas fundamentais podem contribuir para o
entendimento da Psicologia Social?
Seguindo estes quesitos, conceituaremos a Psicologia, e contaremos sua história para,
na sequência, enfatizar a Psicologia Social. Nossos estudos serão guiados pela
abordagem sócio-histórica, que será estudada com mais profundidade. Vamos entrar
em contato com os principais temas que vêm servindo como alicerces da construção do
conhecimento em Psicologia Social. Iniciaremos por aqueles mais básicos, sobre o
Indivíduo, a Linguagem e a Cultura, que contribuem para a compreensão do ser
humano, enquanto sujeito participante da sociedade distinto das outras espécies.
Ao final, teremos o entendimento sobre dois conceitos que estão na raiz dos estudos
dos demais temas que interessam a Psicologia Social, a Ideologia e as Representações
Sociais.
Vamos lá? Acompanhe este capítulo com atenção! 
1.1 A evolução da Psicologia Social
23/09/2020 Psicologia Social
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A Psicologia Social é o segmento da Psicologia que estuda o comportamento do ser
humano na relação com outros seres humanos, grupos, organizações e instituições
sociais. Já a Psicologia é uma ciência que tem como objeto de estudo o ser humano e
seus fenômenos psicológicos, enquanto processos desenvolvidos em nosso mundo
interno, construídos a partir de nosso contato com o mundo externo, ou seja, a
Psicologia é a ciência que estuda a subjetividade humana (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA,
2001).
Essas definições sintetizam os estudos iniciados no final do século XIX, que passaram
por múltiplos questionamentos, contradições e discussões entre estudiosos e suas
produções científicas.
  A seguir, acompanharemos a evolução destes conceitos, desde sua origem até
chegarmos à concepção atual sobre este tema.
1.1.1 A fundação da Psicologia enquanto ciência
Enquanto conhecimento, a psicologia já gerava questionamentos desde a antiga Grécia,
com Sócrates, Platão, Aristóteles, mas o marco fundamental para que a Psicologia fosse
reconhecida como ciência foi a fundação do primeiro laboratório de Psicologia
Experimental, em 1879, na Universidade de Leipzig, Alemanha, pelo cientista Wilhelm
Wundt. 
Com a Revolução Industrial em curso, os questionamentos da ciência não ficaram
alienados deste contexto e paradigmas científicos se construíram neste período. O
Positivismo de Augusto Comte – que é considerado o pai da Psicologia Social – foi o
responsável pela exigência de maior rigor científico, também nos estudos de ciências
humanas. Neste momento histórico, os temas de psicologia, que antes eram tratados
pela filosofia, como pensamentos, percepções e sentimentos humanos, passaram a
constar na pauta de estudos científicos. Isso significa que a psicologia passou a
desenvolver-se com métodos e técnicas que, objetivamente, permitiam a compreensão
dos fenômenos humanos. 
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Foi nesse contexto que Wundt e seus contemporâneos, Gustav Fechner, Edward
Titchener e William James, encontraram terreno fértil para plantar os fundamentos da
Psicologia Científica. Assim, a ciência foi sendo gerada e iniciou-se a criação de uma
linguagem própria para descrever os fenômenos psicológicos, completando as
características necessárias para que um conjunto de conhecimentos seja considerado
científico: objeto específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicas,
processo cumulativo do conhecimento e objetividade (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA,
2001).
Essa foi uma época produtiva, que desenvolveu ideias contraditórias relacionadas à
descrição dos fenômenos psicológicos. Já nos primeiros anos se formaram escolas de
pensamento, que colocam ao centro de seus interesses, diferentes objetos de estudo,
como a consciência, a percepção, o comportamento observável ou o inconsciente. Os
autores Bock, Furtado e Teixeira (2001) afirmam que podemos falar em “Psicologias”,
por não existir uma corrente de pensamento única, que satisfaça as necessidades de
entendimento de todos os estudiosos. 
Figura 1 - A revolução industrial trouxe grandes mudanças à nossa sociedade e influenciou a ciência, que
buscou responder questões daquele período. Fonte: conrado, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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O livro “Psicologias – uma introdução ao estudo da psicologia” (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001) se tornou
um clássico e é indicado para quem está interessado em ter uma visão geral do estudo da psicologia. Além de
contar com mais detalhes o que estamos estudando neste capítulo, também aborda as principais teorias e
temáticas estudadas por esta ciência. 
Durante o século XX, desenvolveram-se três principais teorias: o Behaviorismo, a Gestalt
e a Psicanálise. 
O Behaviorismo foi desenvolvido por John Watson e teve grande aceitação nos Estados
Unidos. Os estudos eram baseados no comportamento observável e foram enriquecidos
pela introdução da “análise experimental do comportamento” proposta pelo psicólogo
Burrhus Frederic Skinner. Para ele, o comportamento poderia ser controlado pelo
estímulo às respostas esperadas e tanto o comportamento reflexo como o intencional
podiam ser condicionados.
A corrente Gestalt nasce na Europa como contraposição aos estruturalistas, que
estudavam os fenômenos psicológicos separadamente. Os principais estudiosos foram
Max Wertheimer e Wolfgang Köhler. Para eles, o ser humano precisa ser estudado em
sua totalidade, pela percepção, tida como o fenômeno central. Esses autores
propuseram que “o todo é maior do que a soma das partes” e que o comportamento
precisava ser estudado levando em consideração o contexto no qual o sujeito se insere.
Kurt Lewin utilizou-se destes princípios para fundar sua teoria sobre a dinâmica dos
grupos.
A Psicanálise iniciou-se com Freud, que era médico e estudava problemas mentais. Ele
construiu uma teoria consistente baseada na afetividade e na sexualidade humana,
tendo inaugurado o conceito de inconsciente. Para ele, toda a experiência afetiva fica
registrada no inconsciente e contribui para a determinação dos comportamentos dos
indivíduos durante todas as fases do seu desenvolvimento. O indivíduo utiliza
mecanismos de defesa que são inconscientes e deformam a percepção da realidade,
afastando pensamentos que possam ser dolorosos ou desorganizadores do psiquismo
(BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001).
VOCÊ QUER LER?
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Estas ramificações em diferentes abordagens, estimulam debates, por vezes acalorados,
entre os que defendem um ou outro ponto de vista. Porém são debates que não tem
vencedores nem vencidos, ao contrário servem ao amadurecimento da jovem ciência
psicológica.
1.1.2 Encontrando a Psicologia Social
Sendo parte da ciência psicológica como um todo, também a Psicologia Social teve sua
evolução baseada em múltiplas abordagens, com referenciais teóricos legítimos e
plurais. De acordo com Maria Ferreira (2010), todos os teóricos daPsicologia Social têm,
no centro de seus estudos, as relações dos indivíduos, entre si e com a sociedade ou
cultura onde estão inseridos, porém existem oscilações entre os entendimentos
oferecidos pelas diferentes abordagens teóricas.
Dos primeiros livros que marcaram a fundação da Psicologia Social, um foi escrito pelo
psicólogo William McDougall, e outro pelo sociólogo Edward Ross. Ambos mostram
diferentes ângulos de visão sobre os fenômenos relacionados ao tema: um centrado no
indivíduo e outro centrado no contexto. As duas correntes evoluíram separadamente no
início, e a de McDougall, do pragmatismo americano, serviu de base para estudos sobre
atitudes, liderança, fenômenos grupais, comunicação e motivação (FERREIRA, 2010).
A Psicologia Social americana aderiu fortemente a este paradigma, buscando a
compreensão do comportamento social a partir do estudo dos indivíduos em relações
sociais. Sua utilização era, fundamentalmente, a alteração ou a criação de atitudes, a
fim de interferir nas relações grupais tornando-as mais harmônicas, promovendo a
produtividade dos grupos, com intervenções que minimizassem conflitos. 
Essa tendência teve grande desenvolvimento após a II Guerra Mundial, fazendo a
Psicologia Social sempre mais neutra, natural e empírica, deixando de lado a força das
estruturas sociais e dos sistemas culturais como influenciadores dos comportamentos
humanos nas relações sociais.
A descrição dos processos psicológicos do indivíduo inserido em relações sociais, no
modelo difundido pelos norte-americanos, passou a ser considerada pouco fértil, pois
tal entendimento teórico não tinha aplicação prática na solução de problemas ou em
necessidades de transformação social, ou seja, o conhecimento psicossocial produzido
não conseguia explicar, prever ou intervir em comportamentos sociais concretos.
Instaurou-se então a chamada “crise da Psicologia Social” pelo questionamento das
suas bases conceituais e metodológicas. 
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Contraposta aos paradigmas norte-americanos, a Psicologia Social europeia se
desenvolveu com uma maior preocupação com o contexto social, sobretudo após os
movimentos de 1968. Essa corrente criticava a psicologia social americana por ser
ideológica, reprodutora dos interesses da classe dominante e construída em um
contexto específico, dificultando sua aplicação em outros países, com diferentes
condições histórico-sociais (LANE, 2006a).
Na América Latina, o modelo dos Estados Unidos influenciou fortemente o estudo e a
aplicação da Psicologia Social. Porém, no ano de 1976, em Miami, durante o Congresso
Interamericano de Psicologia, foram apresentadas críticas em sintonia com as
europeias, acompanhadas de propostas para uma psicologia mais voltada à realidade.
Neste período, surgiram as associações de Psicologia Social Venezuelana (AVESPO), a
Latino-Americana (ALAPSO) e, após o congresso seguinte, de 1979, em Lima, veio a ser
fundada também a Associação Brasileira (ABRAPSO). Foi no congresso de 1979 que se
consolidou a posição da América Latina em trabalhar na construção de uma nova
Psicologia Social, efetivamente voltada para a compreensão dos fenômenos sociais dos
países ali representados.
Sílvia Lane (1933-2006) é uma personagem central na história da Psicologia Social no Brasil e na América
Latina, por ser uma precursora na mudança de paradigma que ocorreu no final dos anos 1970. Foi fundadora
da ABRAPSO, diretora da Faculdade de Psicologia da USP, escreveu o livro “O que é Psicologia Social”,
primeiro livro com uma abordagem sócio-histórica no Brasil. Coordenou o livro “Psicologia Social – o homem
em movimento”, em um momento carente de referenciais teóricos desta abordagem. No artigo disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v17n1/v17n1a18.pdf
(http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v17n1/v17n1a18.pdf)>, você pode conhecer mais da biografia desta
importante estudiosa da Psicologia Social (SOUZA, 2009).
A nova abordagem apresentou uma perspectiva crítica em relação à hegemonia do
modelo positivista, apontando para uma visão do ser humano como produto histórico-
social e, ao mesmo tempo, como construtor e transformador da sociedade onde está
inserido. Em termos teóricos, a abordagem se apoiou no materialismo histórico,
utilizando-o como referência para estudar os clássicos temas da Psicologia Social, como
VOCÊ O CONHECE?
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v17n1/v17n1a18.pdf
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linguagem, processos grupais, comunicação, mas também inaugurando novas
temáticas, como as representações sociais. Os recursos metodológicos reducionistas
foram abandonados, privilegiando aqueles mais adequados à compreensão de
fenômenos complexos, entendidos no seu caráter dinâmico e sistêmico, com métodos
qualitativos. Tendo como referência o pressuposto de que o ser humano é um ser social,
a nova abordagem propõe que toda a Psicologia seja Psicologia Social, e neste sentido,
todas as áreas desta ciência devem se guiar pela mesma concepção histórico-social do
ser humano (BERNARDES, 2013).
1.1.3 Psicologia Social no Brasil
A Psicologia Social dos Estados Unidos influenciou fortemente os estudos brasileiros,
pois muitos cientistas e professores obtinham por lá suas formações complementares
ou convidavam seus professores para lecionarem em cursos das faculdades brasileiras.
O primeiro livro de Psicologia Social publicado no Brasil, foi a tradução de uma obra dos
Estados Unidos. Os estudos giravam em torno de cultura e personalidade, diferenças
individuais, atitudes e opiniões, interação social, dinâmica de grupo, patologia social,
política interna e internacional (LANE, 2006b).
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Em 1962 foi regulamentada a profissão de Psicólogo e criados os primeiros cursos de
Psicologia no Brasil. O mundo acadêmico começou a sentir alguma insatisfação pela
falta de foco na realidade cotidiana e nos problemas sociais brasileiros, nos conteúdos
de Psicologia Social (LANE, 2006b). Esta realidade contribuiu para que, também no
Brasil, se vivenciasse a crise da Psicologia Social, que já estava amadurecendo em
outras partes do mundo.
Os campos de atuação em Psicologia Social eram bastante limitados aos interesses da
classe dominante, e giravam em torno da gestão de recursos humanos, publicidade e
marketing. O único campo menos influenciado era o das universidades, mas mesmo ali,
havia poucas possibilidades de promover ações concretas e transformadoras junto à
comunidade, pois até aquele momento não havia conhecimento científico suficiente
que traduzisse nossa realidade social (LANE, 2006b).
Figura 2 - Na Psicologia Social, o pesquisador estuda a inserção social dos indivíduos e também faz parte da
população pesquisada, mas se destaca por ser ele a ter a “lente de aumento” na mão. Fonte: CoraMax,
Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Segundo Bernardes (2013), o documento de criação da ABRAPSO expressa o interesse
do grupo brasileiro em redefinir o campo da Psicologia Social, propor novas
metodologias e novas práticas sociais, buscando construir um referencial teórico
baseado em diferentes princípios epistemológicos. Nos anos seguintes, foram
apresentadas propostas concretas para uma Psicologia Social fundada em bases
materialista-históricas e voltada para trabalhos comunitários (LANE, 2006a).
VOCÊ SABIA?
Você sabia que a produção de conhecimento em Psicologia Sócio-Histórica é bem
significativa? Desde 1986, a ABRAPSO edita a revista Psicologia e Sociedade, que você
pode acessar no endereço: <http://www.abrapso.org.br/conteudo/view?
ID_CONTEUDO=539 (http://www.abrapso.org.br/conteudo/view?ID_CONTEUDO=539)>.Até 2001, publicou 13 números, depois passou a publicar na plataforma Scielo
<www.scielo.org (http://www.scielo.org)>, na qual também é possível acessar outras
revistas e artigos desse campo de conhecimento. Na busca pelo assunto Sócio-Histórica,
há uma lista de 29 títulos. 
A partir da década de 1980, iniciou-se uma produção de conhecimento específico da
realidade brasileira, fundamentada pela nova abordagem crítica da Psicologia Social.
Despontam autores como Sílvia Lane, Ana Bock e Wanderley Codo, publicando
embasamento teórico para uma revisão dos conceitos e para orientar novas pesquisas
na área. Foram então retomados temas como linguagem, consciência, identidade,
processos grupais, instituições sociais e incluído o tema das representações sociais, que
veio adquirindo grande importância na compreensão da dinâmica social. Estava assim
formado o embrião da Psicologia Sócio-Histórica.
1.2 Psicologia Sócio-histórica
http://www.abrapso.org.br/conteudo/view?ID_CONTEUDO=539
http://www.scielo.org/
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Na década de 1980, no Brasil, iniciou-se o desenvolvimento de uma nova abordagem no
estudo da Psicologia Social, pois faltava uma visão mais integral do ser humano, uma
visão mais concreta, referente a sua inserção no mundo material de modo atuante e
construtivo da própria realidade, não somente sujeito a ela.
Bock e Gonçalves (2007) ilustram sinteticamente esta insatisfação, citando os extremos
escolhidos pelos cientistas, na definição do objeto de estudo da Psicologia, já desde o
início, por exemplo, entre Titchener, que “concebeu o homem como dotado de uma
estrutura que permite que a experiência se torne consciente”, e James, “que pensou o
homem como um organismo que funciona em um ambiente e a ele se adapta”. Estas
visões dicotômicas “apenas ocorrem no balanço do pêndulo: interno/externo;
psíquico/orgânico; comportamento/vivências subjetivas; natural/ social;
autonomia/determinação" (BOCK; GONÇALVES, 2007, p. 8). Para qualquer lado que vá o
pêndulo, o entendimento sobre os fenômenos será incompleto, pois faltará o outro
lado. Isso mostra que a necessidade de encarar as contradições presentes nos
fenômenos psíquicos a fim de avançar na sua compreensão.
Este contexto histórico e científico apresentou-se como terreno fértil para o
desenvolvimento da Psicologia Sócio-Histórica, enquanto ciência capaz de produzir
conhecimento, utilizando seus fundamentos filosóficos e metodológicos. Vamos
entender isso melhor a seguir. 
1.2.1 Construindo a abordagem Sócio-Histórica
A Psicologia Sócio-Histórica toma como base de estudos a Psicologia Histórico-Cultural
de Vigotski (1896-1934), que propõe uma possibilidade de superação das visões
dicotômicas, critica posições consideradas reducionistas e incentiva a construção de
uma Psicologia dialética (BOCK; GONÇALVES, 2007).
Em linha com a fundamentação marxista da Psicologia Histórico-Cultural, a Psicologia
Sócio-Histórica adota o materialismo histórico e dialético, como fundamento filosófico,
teórico e metodológico. Sua concepção de ser humano é de indivíduo ativo e
participante da história e da sociedade, e esta última é concebida como uma construção
histórica dos seres humanos que produzem sua vida material em suas atividades, por
seu trabalho. Já as ideias, são representações da realidade material, e levam em si as
contradições que se expressam nelas. A história é concebida como o movimento
constante do fazer humano, que produz ideias (inclusive a Psicologia) a partir da base
material (BOCK; GONÇALVES, 2007).
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É dessa forma que a Psicologia Sócio-Histórica estuda a subjetividade humana e sua
construção a partir de relações sociais concretas, ao mesmo tempo em que estuda as
relações sociais construídas com a inserção dos indivíduos nos grupos, organizações e
instituições.
É nessa relação dialética que a psicologia sócio-histórica trabalha. Afirma a
materialidade, mas nega o determinismo estrutural e a ordem natural dos
fenômenos, apresentando uma concepção muito profícua de que a materialidade
já contém a subjetividade historicamente incrustada, o que significa que a
materialidade não é física, e que a subjetividade não é ideia pura: ambas são
configuradas e configuram a história pela mediação do trabalho (SAWAIA, 2014, p.
5).
A Psicologia Sócio-Histórica é bastante criticada pelas tendências da corrente do
liberalismo, pois além de propor uma nova linha teórico-metodológica, também abriu
espaço no estudo dos indivíduos em sociedade dentro da própria cotidianidade, com o
Figura 3 - A concepção de ser humano, para a Psicologia Sócio-Histórica, é de indivíduo ativo e participante
da história e da sociedade. Fonte: Rena Schild, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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objetivo de construir conhecimento coerente com as necessidades de intervenção na
realidade política, econômica e social brasileira.
VOCÊ SABIA?
Apesar das críticas, a literatura científica não possui obras publicadas especificamente
sobre a crítica da Psicologia Sócio-Histórica, mas registra várias obras críticas ao
liberalismo. Mas é possível acessar esse conhecimento em obras relacionadas com
Administração de Empresas, Economia, Negócios e Direito, que tratam o ser humano
como peça na engrenagem do mercado. É difícil encontrar nelas uma argumentação
explícita, mas se percebem ideias que aparentemente têm a intenção de contribuir para o
desenvolvimento dos indivíduos, mas defendem a competição, o revanchismo, o
individualismo, demonstrando caráter ideológico.
Em síntese, o novo paradigma que se apresentou, trouxe uma alternativa para a
abordagem dos fenômenos psicológicos. Os indivíduos não são retirados das suas
atividades cotidianas para serem estudados, muito pelo contrário. A participação do
estudioso em um contato mais próximo ao objeto de estudo é fundamental, a fim de
tratar com situações reais e cotidianas, não contaminadas por artificialismos ou
relações de submissão. Tal metodologia é eventualmente criticada por aqueles que
ainda estão presos à neutralidade científica desejada por Augusto Comte nos
primórdios da Psicologia Social, porém se mostra muito coerente com os princípios da
Psicologia Sócio-Histórica, que não está interessada somente na descrição dos
fenômenos, mas sim compreender as situações concretas a fim de propor
transformações, diferentemente das outras abordagens.
1.3 Indivíduo, linguagem e cultura
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O indivíduo objeto de nossos estudos é um ser inserido em uma cultura que é diferente
da de outras espécies, pois a cultura humana continua a desenvolver-se e a tornar-se
mais complexa, considerando a aquisição da linguagem (BONIN, 2013).
Portanto, vamos prosseguir nossos estudos abordando os temas indivíduo, linguagem e
cultura, pois são as bases do entendimento da inserção do indivíduo na sociedade. 
Vamos entender melhor esses temas a seguir.
1.3.1 O indivíduo
Uma velha discussão que os interessados por psicologia eventualmente trazem à baila:
os comportamentos humanos são biologicamente determinados, ou são socialmente e
culturalmente determinados? Vejamos a seguir.
Uma característica do indivíduo, que está na base de tudo o que ele pode vir a ser, é o
fato dele ser biológico, possuir um corpo, um sistema neurológico, um sistema
endócrino. Ao longo de sua evolução, houve um aprimoramento do seu cérebro, dando
aos filhotes humanos a faculdade de, ao entrarem em uma história que já começou,
poderem ser inseridos nela com o auxílio da família e das demais instituições,
exatamente partindo do aparato biológico disponível. Porém será no decorrerdo seu
desenvolvimento que fará contato com a cultura que rege seu grupo, por meio das inter-
relações sociais, ou seja, a sociedade com suas regras, valores, crenças e costumes. Por
intermédio de seu amadurecimento biológico, o indivíduo aperfeiçoará as estruturas
físicas que lhe permitirão ao longo do tempo, conhecer e aderir aos hábitos e costumes
do seu grupo social. Para tanto, o desenvolvimento da linguagem tem função
fundamental (BONIN, 2013).
A aquisição da fala, mediada pelos familiares, trará consigo a construção e organização
complexa do pensamento, pois o ser humano aprende a simbolizar. Essa faculdade será
utilizada na construção da consciência de si e possibilitará o estabelecimento de
relações mais complexas com os demais. A partir daí será capaz de se auto ajustar,
planejando suas ações, construindo o seu ser no mundo e tendo consciência de si
mesmo. O indivíduo será inserido em grupos, aprenderá como viver em sociedade e
reproduzirá os comportamentos entendidos como certos (BONIN, 2013).
O indivíduo não absorve passivamente as características culturalmente impostas. Ele
entra na sociedade, em um determinado momento histórico, e aprende a cultura
vigente, mas sendo um ser que atua no seu ambiente, também será inserido na
realidade na qual se encontra. O indivíduo constrói a sociedade e é construído por ela.
1.3.2 Linguagem
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Segundo Lane (2006b), a linguagem se formou na medida em que os seres humanos
necessitaram cooperar para sua subsistência. Com o trabalho social e a divisão do
trabalho, os grupos humanos tiveram a necessidade de construir códigos para poder
transmitir informações uns aos outros. As atividades foram se tornando mais
complexas, exigindo uma linguagem mais completa. Com a criação de símbolos, ela
deixou de ter uma utilidade apenas prático-sensorial e foi se tornando mais abstrata, a
fim de atender às novas atividades criadas social e historicamente, como arte, religião,
educação, tecnologias. Assim, a linguagem se tornou um produto e um instrumento
social, podendo ser articulada com significados objetivos, ou abstratos, metafóricos ou,
ainda, nos neologismos e gírias que caracterizam cada época.
A linguagem traz consigo as propriedades de comunicação e significação, orientando-se
no sentido da constituição da consciência dos indivíduos. Assim a palavra reflete a
origem social da consciência. A associação da linguagem com a consciência destaca-se
como chave para a compreensão do processo de humanização, desenvolvendo as
capacidades exclusivas dos seres humanos que seriam planejar, analisar, reformular,
refletir sobre a própria atividade. Com a linguagem, o indivíduo pode operar
mentalmente com objetos ausentes do seu campo de percepção e vivência, pode
evocar imagens, objetos, ações, relações, mesmo quando não está presente para operá-
los mentalmente, utilizando também sua memória (SIQUEIRA; NUERNBERG, 2013). 
Greystoke – a Lenda de Tarzan, o Rei da Selva, é um filme (TOWNE; AUSTIN, 1984), que conta a história de um
garoto que foi criado por macacos. Quando se torna adulto, Tarzan é levado para a civilização e inserido em
uma linguagem e cultura diferentes das que conhecia, com todas as dificuldades que isto pode representar.
Para Vygotsky, citado por Siqueira e Nuernberg (2013), a linguagem é o veículo de
constituição da consciência, a partir do contexto das relações sociais, abrangendo o
conjunto das Funções Psicológicas Superiores, como: raciocínio lógico, memória
voluntária e atenção dirigida.  Lane (2006b) acrescenta que a aquisição da linguagem
uma condição essencial ao desenvolvimento intelectual, ou seja, ser capaz de
VOCÊ QUER VER?
23/09/2020 Psicologia Social
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generalizar, abstrair, imaginar, superando o aqui e agora, planejando, prevendo,
lembrando, simbolizando e idealizando. Vamos compreender  três pontos importantes
de serem tocados, em matéria de linguagem:
o primeiro seria com relação ao sentido das palavras nos diferentes contextos, ou
em diferentes períodos, por exemplo, em 1800, os moradores de uma
determinada rua solicitaram que ela fosse iluminada. Os responsáveis, então,
providenciaram lampiões a querosene e os implantaram em toda a extensão da
rua, deixando os moradores muito satisfeitos. Nos tempos atuais, a ideia de
iluminação urbana é completamente diferente, se nos pedissem para iluminar a
rua, jamais pensaríamos em lampiões;
o segundo ponto é a escrita. Além de criarmos símbolos mentais, também
inventou-se símbolos gráficos para representar no concreto os sons emitidos,
assim podemos perpetuar uma ideia, comprovar que uma comunicação foi feita,
Figura 4 - Os hieróglifos são símbolos gráficos criados pela necessidade de transmissão de informações
históricas, considerados dos mais antigos modos de linguagem escrita. Fonte: Fedor Selivanov,
Shutterstock, 2018.
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e criar poesias, romances, contos, utilizando a criatividade e a fantasia que
também são funções superiores do pensamento humano;
o terceiro ponto se refere ao poder que as palavras podem adquirir, evocando
comportamentos automáticos, podendo serem utilizadas como estratégia de
dominação. Lane (2006b) cita três exemplos: a hipnose, a lavagem cerebral e o
comando militar. O antídoto a este poder está ainda nas palavras, pois podemos
(e devemos) usá-las para questionar, buscar ampliar o sentido, pensar sobre ele e
colocar sempre o pensamento entre a palavra e a ação.
A linguagem, então, é fundamental para a difusão dos valores, crenças e pressupostos
que uma sociedade entende como certos para regular o comportamento de seus
membros, ou seja, para difundir sua cultura.
1.3.3 Cultura
A palavra cultura é um termo rico de significado. Se formos ao dicionário
encontraremos diversas definições. Daquelas apresentadas pelo dicio.com, os que nos
interessam são: “conjunto dos hábitos sociais e religiosos, das manifestações
intelectuais e artísticas, que caracteriza uma sociedade” e “normas de comportamento,
saberes, hábitos ou crenças que diferenciam um grupo de outro”. São dois significados
que se complementam, pois as características de uma sociedade, na prática,
contribuem para que possamos diferenciar um grupo do outro.
Com a palavra cultura, que estamos utilizando neste contexto, a expressão: “esta pessoa
não tem cultura”, não cabe, pois todos têm uma cultura, ou talvez devêssemos dizer que
é a cultura que nos tem, pois os indivíduos nascem e se desenvolvem dentro dela.
Indo além da definição do termo, Bonin (2013, s/p) nos traz uma série de definições,
apontando alguns enfoques diferentes, que ele mesmo introduz: cultura é “um
conjunto de hábitos, instrumentos, objetos de arte, tipos de relações interpessoais,
regras sociais e instituições em um dado grupo”. Ele nos chama a atenção para o fato
que a cultura também se revela nos objetos utilizados e/ou fabricados pelo homem,
pois revelam usos e costumes.
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A escola histórico-cultural, com a qual a Psicologia Sócio-Histórica tem grande
afinidade, entende a cultura como prática coletiva e normativa, envolvendo
expectativas e formas de agir em conjunto. Assim, as ações e interpretações das práticas
cotidianas são transmitidas e repetidas pela história de um grupo e constroem sua
tradição cultural. Ou seja, os membros de uma sociedade ensinam aos inexperientes
aquilo que é tido como certo, pela manutenção do interesse, da apresentação de um
modelo de tarefa e modelos de inter-relações, dando suporte e apoio, segundo o nível
de progresso de sua aquisição. Ao mesmo tempo, a ação dos novatos não é passiva,
mas participantenas tarefas do grupo. Estas tarefas, o modo e os instrumentos para sua
realização e o modo de relacionar-se adequado, além de colocados em prática, vão
sendo percebidos, classificados, interpretados e compartilhados (BONIN, 2013).
Figura 5 - Podemos ver, graficamente, uma representação do significado de cultura, na qual percebemos o
caráter dialético do termo. Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2018.
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VOCÊ SABIA?
Até pouco tempo as mulheres deviam se casar virgens. De onde partiu esta ideia? Alguns
diziam que era uma questão religiosa, mas o ponto de partida foi uma questão
econômica. Os donos das terras queriam ter certeza que os herdeiros fossem legítimos,
então seus filhos deviam casar com mulheres virgens e fiéis. Em concordância, os pais de
mulheres queriam que suas filhas permanecessem virgens até o casamento, do contrário
perderiam seu valor, que não era moral, mas econômico. Uma não-virgem não seria aceita
na família do dono da terra e ter uma filha não casada significava continuar sustentando-a
economicamente. A religião, que tinha muito interesse em colaborar com o dono da terra,
contribuiu muito com a difusão desta crença entre os fiéis seguidores. A regra foi
defendida ao longo do tempo, vindo a fazer parte da cultura, então servia também para
quem não tinha terras e quem não ia casar com o filho do dono. Sua força ficou mantida
mesmo quando o sistema econômico já havia mudado (SARTI, 2000).
Em conclusão, Bonin (2013), considera necessário o estudo da produção e reprodução
do simbólico, os agentes, os receptores e as condições de produção, além dos processos
de formação de valores, a legitimação de status, a exclusão, as estratégias de resistência
e de aceitação, por serem estas as informações que servem para identificar uma
determinada cultura.
Em síntese, cultura é um conjunto de regras não escritas que regulam o comportamento
de um determinado grupo social. As pessoas acham que estas regras estão certas,
acham que devem ser seguidas, as seguem, ensinam aos seus descendentes e cobram
dos seus pares. A cultura de um povo tem uma construção lenta, pois se baseia em
símbolos, crenças e valores institucionalizados, que se tornam pressupostos de base
para qualquer pensamento ou ação, portanto são reproduzidos, sem serem
questionados, gerações após gerações.
1.4 Ideologia e representações sociais
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Para uma boa compreensão da dinâmica de inserção do ser humano no mundo que o
circunda, existem dois conceitos fundamentais que precisamos explorar: ideologia e
representação social. Ambos influenciam a formação de instituições sociais, a
construção da subjetividade humana, os processos grupais, a comunicação interpessoal
e mediática, enfim, todos os demais processos que interessam à Psicologia Social, pois
envolvem todo o desenvolvimento de uma sociedade e de seus integrantes.
Você pode encontrar uma conceituação mais detalhada e completa sobre ideologia no livro da conhecida
Coleção Primeiros Passos da Editora Brasiliense “O que é Ideologia” (CHAUÍ, 2008), da filósofa brasileira
Marilena Chauí, professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. 
Ideologia e representações sociais são constructos relativamente recentes das ciências
humanas, políticas e sociais. Chauí (2008) nos conta que o termo ‘ideologia’ surgiu no
início do século XIX, em um livro de Destutt de Tracy, chamado “Eléments d’Idéologie”,
que tinha como objetivo elaborar uma ciência sobre a gênese das ideias. Já o termo
representações sociais é ainda mais recente, segundo Oliveira e Werba (2013). O termo
foi utilizado pela primeira vez por Serge Moscovici, em seu estudo sobre a
representação social da Psicanálise.  Vamos entender melhor esses dois conceitos
importantes a seguir. 
1.4.1 Ideologia
A concepção do termo ‘ideologia’ teve sua evolução desde a Grécia antiga. Guareschi
(2013) conta que Machiavelli, discutindo o uso que os príncipes faziam de força e fraude
para ganhar o poder, expõe ideias semelhantes às utilizadas na atualidade pelos
poderes dominantes, com o intuito de se legitimarem. O filósofo Francis Bacon (1561-
1626) se aproximava da concepção atual do conceito de ideologia, com a teoria sobre as
quatro classes de ídolos que nos dificultam chegar mais próximos da verdade. Os ídolos
seriam: o das cavernas (nossas idiossincrasias, nosso caráter); da tribo (superstições,
paixões); da praça (inter-relações humanas pela linguagem) e do teatro (transmissão de
tradições e doutrinas dogmáticas e autoritárias pelo teatro, que hoje seriam os nossos
meios de comunicação social).
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Posteriormente à criação do termo por Tracy, foi Karl Marx a utilizá-lo como uma “forma
falsa” que a classe dos proprietários usava para legitimar suas atitudes e políticas de
exploração dos operários.
Então o que é ideologia? Guareschi (2013) afirma que é um conceito complexo e de
difícil formulação. Ele apresenta um raciocínio baseado na composição de possíveis
entendimentos apresentados pelos estudiosos ao longo do tempo. Para ele, ideologia
vem apresentada com conotação positiva ou negativa, e também pode ser identificada
em duas dimensões, ou material-concreta, ou dinâmica-prática. No cruzamento destes
dois eixos, ele formula quatro tipos de tendências de compreensão quanto à definição
de ideologia.
Observando a figura acima, vemos que no quadrante 1, o sentido dado à ideologia é
positivo e material. Um autor com esta visão seria Mannheim, pois para ele significa a
cosmovisão das pessoas. No quadrante 2, com sentido positivo e dimensão prática, está
a visão de Therborn, que vê a ideologia como uma maneira de se criar e manter
relações sociais. No quadrante 3, o sentido é negativo e concreto, conforme Marx, com
“as ideias da classe dominante”. Já no quadrante 4, a ideologia é uma prática negativa,
que serve para criar ou manter relações assimétricas e injustas, que seria a visão de
Thompson (GUARESCHI, 2013).
O Jovem Karl Marx (BONITZER, P.; PECK, 2017) é um filme que conta a história da juventude de Marx e seu
encontro com Friedrich Engels, parceria que produziu estudos e publicações importantes para ampliarmos
nossos conhecimentos de filosofia, sociologia, economia, enfim, o contexto para a formação da subjetividade
humana (MEDEIROS, 2017). Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/revista/983/um-punk-chamado-
karl-marx (https://www.cartacapital.com.br/revista/983/um-punk-chamado-karl-marx)>.
 Quadro 1 - O
esquema construído com base nos quadros apresentados por Guareschi (2013), busca situar graficamente
as diferentes visões teóricas do termo ‘ideologia’. Fonte: elaborado pela autora, adaptado de Guareschi
(2013).
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Para Guareschi (2013), a visão do quarto quadrante é a mais adequada, pois ideologia é
um conjunto de ideias falsas, enganadoras e que podem trazer prejuízos, empregado
por instituições com função de criar ou reproduzir relações de dominação. Dessa forma,
é preciso analisar em cada caso se as ideias são enganadoras e prejudiciais e se a
instituição que as emprega contribui para criar ou reproduzir ações de dominação. A
ideologia, então, assume a dimensão uma estratégia de ação. Esta visão pode ser
observada implicitamente em Marx, quando emprega ideologia como um sistema de
representações utilizado para sustentar relações existentes de dominação, pela
orientação das pessoas para o passado ou para ideiasque desviam-nas da busca por
mudanças sociais.
Antes de prosseguir, vamos esclarecer o significado de dominação. Continuemos, então,
com Guareschi (2013, p. 85), que tão claramente propõe sua definição:
é uma relação, e se dá quando determinada pessoa expropria poder
(capacidades) de outro, ou quando relações estabelecidas de poder são
sistematicamente assimétricas, fazendo com que determinados agentes, ou
grupos de agentes, não possam participar de determinados benefícios, sendo
assim injustamente deles privados, independentemente da base sobre a qual tal
exclusão é levada a efeito.
Existem diversas maneiras de se estabelecerem estratégias de dominação. Uma delas é
a universalização, por exemplo, quando vem dito que a globalização é um fenômeno
que contribui para o crescimento de todas as nações, pois tal afirmação é uma falácia.
Na verdade os países que possuem mais recursos e tecnologias se beneficiam da
globalização bem mais do que aqueles menos desenvolvidos. Podemos citar também a
legitimação e justificação, com o exemplo de uma empregada doméstica que afirma “é
rico quem poupa”, pois tal expressão esconde uma situação desigual e por vezes injusta,
já que em grande parte dos casos é rico quem explora o trabalho dos outros. A
estigmatização (ligar determinados estereótipos a indivíduos ou instituições) e a
sacralização (referendar características sobrenaturais a acontecimentos ou pessoas)
também são estratégias que podem contribuir para a criação e perpetuação de
situações de dominação (GUARESCHI, 2013). Uma outra estratégia, ainda, seria a da
naturalização, por exemplo, a ideia liberal de que todas as pessoas são iguais por
natureza e cada uma deve buscar sua própria realização, enquanto as desigualdades
são evidentes na nossa sociedade (SIKORSKY; RAMPAZZO, 2009). 
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O termo ‘ideologia’ passou a fazer parte do vocabulário da Psicologia Social
principalmente após o movimento de crítica que nos levou à fundação da Psicologia
Sócio-Histórica. É importante identificar o ideológico nos movimentos de construção
social, pois nossas instituições, via de regra, tendem a reproduzi-lo, e quando não
identificado e questionado, ele persiste, oportunizando todo o tipo de situação de
dominação, discriminação e exclusão social.
1.4.2 Representações Sociais
Figura 6 - A instituição escolar pode ser um exemplo de ideologia, como mostra a figura, reproduzindo
relações de dominação. Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2018.
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Serge Moscovici iniciou os estudos sobre “representações sociais” motivado pela sua
insatisfação com os pressupostos positivistas e funcionalistas que não conseguiam
estudar a realidade em todas as suas dimensões. Oliveira e Werba (2013) citam a
definição elaborada pelo próprio Moscovici:
por Representações Sociais entendemos um conjunto de conceitos, proposições
e explicações originado na vida cotidiana no curso de comunicações
interpessoais. Elas são o equivalente, em nossa sociedade, aos mitos e sistemas
de crença das sociedades tradicionais: podem também ser vistas como a versão
contemporânea do senso comum (MOSCOVICI apud OLIVEIRA; WERBA, 2013, p.
92).
Então, podemos dizer que as representações sociais são traduções de assuntos
complexos para uma linguagem mais habitual para um dado grupo e, sendo baseadas
no senso comum, são formadas não apenas por conteúdo objetivo, mas carregam
consigo afetos e sensações. 
O estudo das representações sociais em Psicologia Social nos leva a conhecer como um
grupo constrói o seu conjunto de saberes e a descrever como eles afetam a sua
realidade prática, uma vez que são as representações sociais que direcionam suas ações
cotidianas. Segundo Oliveira e Werba (2013), o estudo das representações sociais nos
ajuda a entender as diversas dimensões da realidade: física, social, cultural e cognitiva,
de forma objetiva e subjetiva.
A construção das representações sociais se inicia com a entrada na consciência do
indivíduo de algo diferente de tudo que ele tem registrado no seu psiquismo. O
processo interno é aquele de rejeitar o que é estranho, pois a tendência é negar novas
informações, percepções, sensações, que possam em qualquer modo nos
desestabilizar. O novo deverá ser integrado com algo que já faça parte da subjetividade
do indivíduo. Para tanto, existem dois processos básicos geradores de representações
sociais: a ancoragem e a objetivação.
A ancoragem é o processo utilizado para classificar e encontrar um lugar onde ‘encaixar’
o desconhecido dentro de algo que já seja familiar. Assim, a ancoragem implica em um
juízo de valor, pois precisamos classificar a nova ideia, pessoa ou objeto e posicioná-la
em uma categoria que já comporta semelhante dimensão valorativa e precisa ser
‘ajustado’, a fim de poder ser posicionado dentro dela (OLIVEIRA; WERBA, 2013).
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Carvalho (2010), citando Leite, um pesquisador que realizou o estudo da representação
social da miséria relata um exemplo de ancoragem: os estudantes universitários
sujeitos da pesquisa assistiram um filme sobre a vida e o trabalho de catadores de lixo e,
ao serem chamados a interpretar a condição social de pobreza, se detiveram no que os
pobres não tinham, e não naquilo que tinham, faziam ou eram. Como os universitários
não tinham ideia prévia de situações de extrema pobreza, representaram-na como
ausência de emprego, casa, educação, comida, tomando como paradigma suas próprias
condições de vida para interpretar aquela realidade a que buscavam dar um sentido.
A objetivação, por sua vez, é a concretização visível de uma realidade. Neste processo,
se busca unir um conceito com uma imagem para reproduzi-lo no mundo exterior.
Carvalho (2010) apresenta um exemplo de objetivação citando Schulze, que
pesquisando sobre representações sociais de pacientes com câncer identificou que,
quando solicitados a explicar as causas da doença, representavam-na em seus corpos
como bola, tumor ou pinta de sangue seco. dando uma imagem concreta a algo que,
para eles, era apenas uma ideia.
As representações sociais não são estanques nem definitivas, elas podem mudar, na
medida que os integrantes do grupo aprofundam seu conhecimento ou alteram seu
sentimento sobre a realidade na qual se referem e os compartilhem com seus pares.
1.4.3 Relação entre ideologia e representações sociais
Existe relação entre ideologia e representações sociais?
Oliveira e Werba (2013) apontam uma diferença fundamental entre os conceitos, pois se
a ideologia for definida como algo pronto e acabado, as representações sociais não
poderão ter nenhuma relação com ela, já que estas são dinâmicas, podendo, então
sofrerem transformações. Em um segundo momento, as autoras trazem a definição de
ideologia proposta por Thompson: “ideologia é o uso das formas simbólicas para criar
ou manter relações de dominação” (THOMPSON apud OLIVEIRA; WERBA, 2013, p. 97).
Então, se ideologia é o uso de formas simbólicas utilizadas na criação ou na reprodução
de ações de dominação, seria possível concluir que as representações sociais, sendo
formas simbólicas, podem ser ideológicas, porém essa afirmação não pode ser feita
dessa forma. Para afirmarmos que uma representação social é ideológica, será
necessário, antes, verificar se ela está servindo para criar ou reproduzir relações de
dominação.
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CASO
No dia 19 de fevereiro de 2018 foi publicada uma matéria (RATIER, 2018) sobre
uma situação que pode ilustrar alguns assuntos tratados neste capítulo, como
cultura, ideologia e representações sociais. A protagonista é umabolsista do
curso de Direito de uma conceituada universidade brasileira, em sua formatura.
Em seu discurso de oradora da turma, ela revela a ideologia dominante que exclui
as pessoas pobres, apresenta algumas representações sociais sobre como os
pobres estudam e nos faz compreender algumas características da cultura
brasileira, apontando alguns pressupostos de base sobre quem está autorizado a
ocupar qual espaço na educação de qualidade. A bolsista conta sua trajetória e de
seus colegas bolsistas, bastante discriminados, às vezes sem intenção consciente,
por colegas e professores. Você pode ler mais no site:
<https://novaescola.org.br/conteudo/10128/quem-e-a-aluna-bolsista-
cujo-discurso-de-formatura-viralizou-na-rede
(https://novaescola.org.br/conteudo/10128/quem-e-a-aluna-bolsista-
cujo-discurso-de-formatura-viralizou-na-rede)>.
Para um entendimento mais objetivo, podemos utilizar os exemplos de ancoragem e de
objetivação descritos precedentemente. 
Como vimos, no exemplo de objetivação, pacientes de câncer, quando solicitados a
explicar as causas da doença, representavam-na em seus corpos como bola, tumor ou
pinta de sangue seco. Esta representação social é inócua, não está nem criando, nem
reproduzindo relação de dominação. Já no exemplo de ancoragem, os estudantes
universitários identificam a pobreza como não ter aquilo que eles têm. Eles não
conseguiram observar que aquelas pessoas pobres, os catadores de lixo, também têm
algo, são alguém, desenvolvem uma atividade. Esta representação já se aproxima
bastante de uma forma simbólica reprodutora de uma situação de dominação.
Enfim, tanto ideologia quanto representações sociais são temáticas essenciais no
estudo da Psicologia Social, em particular, dentro da perspectiva da Psicologia Sócio-
Histórica, portanto, é importante mantê-las em mente para compreender melhor nosso
objeto de estudos.
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Síntese
Concluímos o primeiro capítulo sobre Psicologia Social. Nele você pôde conhecer os
fundamentos históricos e teóricos desta disciplina, que são base para aprofundar os
temas referentes à Psicologia Social.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
conhecer a definição e a história da Psicologia e da Psicologia Social enquanto
ciência;
entender as bases teórica e epistemológica da abordagem Psicologia Sócio-
Histórica, pois é ela que está fundamentando os nossos estudos de Psicologia
Social;
aprender os temas que estão na base da inserção do ser humano na sociedade e
que fundamentam o estudo da Psicologia Social: o indivíduo, a linguagem e a
cultura;
compreender os conceitos de ideologia e representações sociais, que são pontos
importantes para o estudo da Psicologia Social na abordagem Sócio-Histórica.
Bibliografia
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<http://www.abrapso.org.br/conteudo/view?ID_CONTEUDO=539
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24/03/2018. 
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<http://pablo.deassis.net.br/wp-content/uploads/Psicologia-social-contemporanea-
Maria-da-Graca-Correa-Jacques.pdf (http://pablo.deassis.net.br/wp-
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utm_source=tag_novaescola&utm_medium=facebook&utm_campaign=Conte%C3%BA
do_Site&seguidores_ne&utm_content=inclusao
(https://novaescola.org.br/conteudo/10128/quem-e-a-aluna-bolsista-cujo-discurso-de-
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