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LICENCIAMENTO AMBIENTAL Ronei Stein Revisão técnica: Vanessa de Souza Machado Bióloga Mestre e Doutora em Ciências Biológicas Professora de Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147 S818l Stein, Ronei Tiago. Licenciamento ambiental / Ronei Tiago Stein ; [revisão técnica: Vanessa de Souza Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2017. 265 p. : il ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-277-5 1. Ciências Biológicas. 2. Licenças ambientais. I. Título. CDU 502.13 Licenciamento_Ambiental_Book.indb 2 07/12/2017 16:18:40 Relatório de Controle Ambiental Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Defi nir Relatório de Controle Ambiental (RCA). Apresentar a relação das atividades minerais com o RCA. Apontar os principais itens que devem constar no RCA. O Relatório de Controle Ambiental (RCA) consiste em estudos relativos aos aspectos ambientais concernentes à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou de um empreendimento que não gera impactos ambientais significativos. Nesse relatório, devem constar a caracterização do ambiente em que se pretende fazer a instalação, a sua localização frente ao Plano Diretor, alvarás e documentos similares, e Plano de Controle Ambiental (PCA) que identifique as fontes de poluição ou degradação, bem como as medidas de controle pertinentes. Neste capítulo, estudaremos o RCA, os seus objetivos e a sua im- portância, bem como a diferença entre RCA, PCA Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Além disso, serão descritos os principais itens que devem constar em um RCA. Definições gerais De acordo com Ferreira e Latini (2013), o RCA é um tipo de estudo ambiental que contribui com a Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), uma vez que, nele, estarão indicadas as não conformidades legais e os impactos ambientais decorrentes da instalação e operação de empreendimentos. No entanto, a omissão da indicação de algum impacto negativo nesse relatório pode com- prometer a sua efi ciência como uma ferramenta da AIA. Introdução Cap_13_Licenciamento_Ambiental.indd 189 07/12/2017 11:22:55 O RCA começou a ser exigido legalmente após a publicação da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº. 10, de 06 de dezembro de 1990, na hipótese da dispensa do EIA e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), para obtenção de licença prévia (LP) de atividade de extração mineral da classe II, prevista pelo Decreto-Lei 227, de 28 de fevereiro de 1967. Porém, a mesma legislação ressalta que deverão ser indicadas as não conformidades legais e os impactos ambientais decorrentes da instalação e operação dos empreendimentos. No RCA, deverão constar as informações que caracterizam o empreendi- mento a ser licenciado, identificando os impactos ambientais que serão gerados. Consequentemente, deve ser desenvolvido um PCA, no qual são propostas as medidas de prevenção, mitigação, compensação e/ou recuperação dos impactos identificados, conforme Resolução CONAMA nº. 237, de 19 de dezembro de 1997 (BRASIL, 1997). Contudo, o RCA tem sido exigido por alguns órgãos ambientais também para o licenciamento de outros tipos de atividades. Entre elas, podem-se citar indústria moveleira, suinocultura, piscicultura, gráficas, sistemas de abastecimento de água, aquicultura, usinas e destilarias, aquisição de dados sísmicos, marítimos e em zona de transição, sistemas de tratamento de água, avicultura, beneficiamento de metais, empresas de pequeno/médio porte, manipulação de carnes e derivados, beneficiamento de materiais em plástico, abatedouros, empreendimentos de irrigação, fábricas de ração, venda de produtos recicláveis, ferro e alumínio, beneficiamento de mármores, granitos e central dosadora de concreto (EMPRESA DE CONSULTORIA EM MEIO AMBIENTE E PROJETOS AGRÁRIOS, [2009]). A AIA é um instrumento de política ambiental adotado atualmente em inúmeras jurisdições (países, regiões ou governos locais), assim como por organizações internacionais, como bancos de desenvolvimento e entidades privadas. É reconhecida em tratados internacionais como um mecanismo potencialmente eficaz de prevenção do dano ambiental e de promoção do desenvolvimento sustentável. A sua formalização ocorreu pela primeira vez nos Estados Unidos por intermédio de uma lei aprovada em 1969 pelo Congresso americano. A partir de então, a AIA se disseminou, alcançando atualmente o âmbito mundial. Hoje, vários países incorporaram às suas legislações nacionais provisões requerendo a avaliação prévia dos impactos ambientais. Somando-se os procedimentos formais seguidos pelas agências bi e multilaterais de desenvolvimento, pode-se afirmar que a AIA é universalmente empregada, conforme relatos de Sánchez (2008). Relatório de Controle Ambiental190 Cap_13_Licenciamento_Ambiental.indd 190 07/12/2017 11:22:55 Cabe ressaltar que o RCA é um estudo ambiental exigido para empreendimen- tos/atividades que não possuem grande capacidade de gerar impactos ambientais. Porém, a sua estruturação possui escopo semelhante ao do EIA/RIMA, embora não sejam demandados altos níveis de especificidade nas suas elaborações. O RCA é um dos documentos que acompanha o requerimento de licença quando não há exigência de EIA/RIMA. Constitui-se de uma série de informações, levantamentos e estudos que visam à identificação de não conformidades legais e de impactos ambientais, efetivos ou potenciais, decorrentes da instalação e do funcionamento do empreendimento para o qual está sendo solicitada a licença. Dessa forma, é fundamental que, no RCA, sejam apresentados os estudos relativos aos aspectos ambientais, como localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou um empreendimento, desde que não gere impactos ambientais significativos. Mas quais são as informações que devem constar no RCA? Entre as principais informações, destacam-se: caracterização do ambiente em que se pretende instalar, descrevendo, além das atividades a serem desenvolvidas pelo empreendimento, tam- bém as características físicas, biológicas e socioeconômicas da área; localização frente ao Plano Diretor municipal, em que deve ser analisado se o empreendimento realmente poderá ser instalado na área requerida, a fim de não ocasionar impactos na vizinhança; O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) se coloca como uma política necessária e fundamental para o desenvolvimento sustentável de uma cidade. Reflexo dessa necessidade é a sua implementação, que garante a sua obrigatoriedade na maioria das cidades, e a sua presença efetiva nos seus Planos Diretores. O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou da atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e nas suas proximidades. 191Relatório de Controle Ambiental Cap_13_Licenciamento_Ambiental.indd 191 07/12/2017 11:22:55 alvarás e documentos similares devem ser entregues, como identificação do(s) responsável(is) legal(is) e dos responsáveis técnicos do empreen- dimento em questão (contrato social, cartão do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica [CNPJ]), bem como documentação da área (matrícula de terras) onde será instalado o empreendimento; PCA, no qual devem constar as medidas mitigadoras e compensatórias para os impactos ambientais negativos; fontes de poluição ou degradação ambiental, sobre as quais deverá ser descrito se o empreendimento ocasionará emissões atmosféricas (por meio de chaminés), possuirá estação de tratamento de efluentes, gerará resíduos, bem como deverá ser apresentada uma estimativa da quantidade de geração desses poluentes; medidas de controle pertinentes, as quais se resumem em uma descrição dos tipos de análises que serão realizadas e os parâmetros que serão analisados, assim como a sua periodicidade e localização. Atividade de mineração e relação com o RCA Como mencionado, o RCAcomeçou a ser exigido legalmente após a Resolução CONAMA nº. 10/1990, na hipótese da dispensa do EIA/RIMA, para a obtenção de LP de atividade de extração mineral de jazidas da classe II, prevista pelo Decreto-Lei nº. 227/1967, conforme a Figura 1. Figura 1. Exemplo de atividade de mineração classe II. Fonte: kemdim/Shutterstock.com. Relatório de Controle Ambiental192 Cap_13_Licenciamento_Ambiental.indd 192 07/12/2017 11:22:55 De acordo com art. 6º do Decreto nº. 62.934, de 2 de julho de 1968, o qual aprova o regulamento do Código de Mineração, considera-se jazida toda massa individualizada de substância mineral ou fóssil, de valor econômico, aflorando à superfície ou existente no interior da terra; considera-se mina a jazida em lavra, ainda que suspensa. O art. 7º do mesmo decreto apresenta a classificação das jazidas em oito classes (BRASIL, 1968): classe I — jazidas de substâncias minerais metalíferas; classe II — jazidas de substâncias minerais de emprego imediato na construção civil; classe III — jazidas de fertilizantes; classe IV — jazidas de combustíveis fósseis sólidos; classe V — jazidas de rochas betuminosas e pirobetuminosas; classe VI — jazidas de gemas e pedras ornamentais; classe VII — jazidas de minerais industriais, não incluídas nas classes precedentes; classe VIII — jazidas de águas minerais. Uma vez que o RCA é exigido para extração mineral de jazidas de classe II, é importante apresentar as substâncias minerais. Estas, segundo art. 8º do Decreto nº. 62.934/1968, são classificadas em (BRASIL, 1968): classe I — minérios de alumínio, antimônio, arsênico, berílio, bismuto, cádmio, cério, césio, cobalto, cromo, chumbo, cobre, escândio, esta- nho, ferro, germânio, gálio, háfnio, ítrio, irídio, índio, lítio, manganês, magnésio, mercúrio, molibdênio, nióbio, níquel, ouro, ósmio, prata, platina, paládio, rádio, rênio, ródio, rubídio, rutênio, selênio, tálio, tântalo, telúrio, titânio, tungstênio, vanádio, xenotíndo, zinco, zircônio; classe II — ardósias, areias, cascalhos, gnaisses, granitos, quartzitos e saibros, quando utilizados “in natura” para o preparo de agregados, pedra de talhe ou argamassa, e não se destinem como matéria-prima à indústria de transformação; classe III — fosfatos, guano, sais de potássio e salitre; classe IV — carvão, linhito, turfa e sapropelitos; classe V — rochas betuminosas e pirobetuminosas; classe VI — gemas e pedras ornamentais. classe VII — substâncias minerais industriais, não incluídas nas classes precedentes, como anfibólios, areias de fundição, argilas, argilas refra- tárias, andalusita, agalmatolitos, asbestos, ardósias, anidrita, antofilita, bentonitas, barita, boratos, calcários, calcários coralíneos, calcita, caulim, celestita, cianita, conchas calcárias, córidon, crisotila, diatomitos, dolomi- 193Relatório de Controle Ambiental Cap_13_Licenciamento_Ambiental.indd 193 07/12/2017 11:22:56 tos, diamantes industriais, dumortierita, enxôfre, estroncianita, esteatitos, feldspatos, filitos, fluorita, gipso, grafita, granada, hidrargilita, sais de iôdo, leucita, leucofilito, magnesita, mármore, micas, ocres, pinguita, pirita pirofilita, quartzo, quarzitos, silimanita, sais de bromo, salgema, saponito, silex, talco, tremolita, tripolito, vermiculita, wollastonita; classe VIII — águas minerais. Não são apenas as atividades de extração mineral que devem apresentar o RCA. Muitos órgãos ambientais exigem a sua apresentação para empreendimentos que causam pequenos impactos ambientais. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocom- bustíveis (AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS, [200-?]), o processo de licenciamento ambiental das atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural também poderá exigir a apresentação do RCA. Dessa forma, as seguintes licenças e autoriza- ções podem ser exigidas: LP de perfuração (LPper) — para a sua concessão, é exigida a elaboração do RCA, e, após, é autorizada a atividade de perfuração; LP de produção para pesquisa (LPpro) — para a sua concessão, é exigida a elaboração do Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA), e, após a aprovação do EVA, é autorizada a atividade de produção para pesquisa da viabilidade econômica da jazida; licença de instalação (LI) — para sua concessão, é exigida a elaboração do EIA/RIMA, e, após sua aprovação e respectiva realização de audi- ência pública, é autorizada a instalação de novos empreendimentos de produção e escoamento. Para sua concessão, é exigida a elaboração do Relatório de Avaliação Ambiental (RAA) e, após a aprovação do RAA, são autorizadas novas instalações de produção e escoamento onde já se encontra implantada a atividade; licença de operação (LO) para atividade de exploração e produção marítima — para sua concessão, é exigida a elaboração do PCA, e, após a aprovação, é autorizado o início da operação de produção; Relatório de Controle Ambiental194 Cap_13_Licenciamento_Ambiental.indd 194 07/12/2017 11:22:56 LO para atividade sísmica — para a sua concessão, é exigida a elabo- ração do Estudo Ambiental (EA), e, após a aprovação, é autorizada a atividade de levantamento de dados sísmicos marítimos. O órgão ambiental fixará as condicionantes das licenças citadas. As licenças são compostas por dois grupos de condicionantes: ■ as condicionantes gerais, que compreendem o conjunto de exigências legais relacionadas ao licenciamento ambiental; ■ as condicionantes específicas, que abrangem um conjunto de restri- ções e exigências técnicas associadas, particularmente, à atividade que está sendo licenciada. Principais itens que devem constar em um RCA Como descrito anteriormente, o RCA é um estudo ambiental exigido para empreendimentos/atividades que não possuem grande capacidade de gerar impactos ambientais. O RCA deve ser apresentado quando for requerida a LP. A sua estruturação possui escopo muito semelhante ao do EIA/RIMA, embora não sejam demandados altos níveis de especifi cidade em sua elaboração. Conforme a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (MINAS GERAIS, [200-?]), o RCA deverá conter as informações que permitam caracterizar o empreendimento a ser licenciado. O seu objetivo principal é descrever os resultados dos levantamentos e estudos realizados pelo empreendedor, os quais permitirão identificar as não conformi- dades legais referentes à poluição, decorrentes da instalação e da operação do empreendimento para o qual está sendo requerida a licença. Ou seja, o RCA é constituído de estudos referentes aos aspectos ambientais relacionados a locali- zação, instalação, operação e ampliação de um empreendimento/atividade que não gere impactos ambientais significativos. Tais análises contêm informações relativas à caracterização do ambiente em que se pretende instalar a atividade e à sua localização frente ao Plano Diretor municipal, leis de uso e ocupação do solo, entre outros. A Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais (MINAS GERAIS, 1997) aponta que o conteúdo básico do RCA deverá abordar os seguintes aspectos: descrição do empreendimento a ser licenciado; definição do processo de produção; 195Relatório de Controle Ambiental Cap_13_Licenciamento_Ambiental.indd 195 07/12/2017 11:22:56 minimização da geração e/ou reaproveitamento de efluentes e resíduos sólidos; caracterização das emissões; diagnóstico das áreas de entorno do empreendimento. O RCA deverá conter as informações que permitam caracterizar o empreendimento a ser licenciado e, como objeto principal, os resultados dos levantamentos e estudos realizados pelo empreendedor, os quais permitirão identificar as não conformidades legais referentes à poluição. Assim, o RCA será o documento norteador das ações mitigadoras a serem propostas no PCA, visando solucionar os problemas detectados (MINAS GERAIS, 1997). Para facilitaro entendimento dos principais itens que devem constar no RCA, trazemos a sua definição no Quadro 1. Item Descrição Caracterização do empreendimento Descrever o empreendimento a ser licenciado, abordando: razão social, nome fantasia, Cadastro Geral de Contribuintes criado pelo Ministério da Fazenda (CGC/MF), inscrição estadual, endereço do estabelecimento industrial, endereço para correspondência, telefone/fax e nome da pessoa para contatos; área construída e área não construída, bem como se há perspectivas de ampliação da indústria e/ou diversificação da produção, informando como e quando ocorrerão a ampliação e/ ou diversificação, se for o caso. Quadro 1. Principais itens que devem constar no RCA. (Continua) Relatório de Controle Ambiental196 Cap_13_Licenciamento_Ambiental.indd 196 07/12/2017 11:22:56 (Continuação) (Continua) Item Descrição Processo industrial Caracterizar o processo industrial, especificado: fluxograma do processo de produção, destacando os pontos ou etapas em que há emissão de ruídos, de efluentes líquidos, de efluentes gasosos, de material particulado e geração de resíduos sólidos; se há algum sistema de tratamento para os efluentes citados e qual o destino final de cada um deles; fontes de fornecimento de água para uso industrial, bem como o consumo médio; equipamentos utilizados diretamente no processo de produção; matérias-primas e demais produtos utilizados no processo de produção; layout da área do empreendimento, em escala adequada; balanço de massa do processo produtivo. Minimização da geração e/ ou reaproveitamento de efluentes e resíduos sólidos É indicado que o empreendedor, ou então a consultoria técnica por ele contratada, avalie a possibilidade de intervenções no processo industrial, visando à minimização da geração de efluentes líquidos e atmosféricos e de resíduos sólidos. Essas práticas poderão fornecer ao empreendedor a oportunidade de reduzir seus custos de produção e, como consequência, minimizar os investimentos necessários à implantação e operação dos sistemas de tratamento de efluentes e de resíduos sólidos. Quadro 1. Principais itens que devem constar no RCA. 197Relatório de Controle Ambiental Cap_13_Licenciamento_Ambiental.indd 197 07/12/2017 11:22:56 Item Descrição Caracterização das emissões Ruídos Apresentar laudo de avaliação de ruídos. Efluentes líquidos industriais Informar se o regime de lançamento é contínuo ou descontínuo. No caso de lançamento descontínuo, especificar o volume e a duração média das descargas, bem como o número de descargas por dia e/ou por ciclo de trabalho, no caso de produção em bateladas. No caso de lançamento contínuo de regime variável, especificar os valores máximo e médio de descarga ao longo de um dia, detalhando em que fase do processo produtivo ou intervalos do dia ocorre a descarga máxima. Apresentar análises com a caracterização do efluente. Esgoto sanitário Indicar o tipo de tratamento que será utilizado pelo empreendimento, visando tratar o esgoto sanitário. Efluente atmosférico Informar se as emissões são contínuas ou descontínuas. Esclarecer as fontes de emissões atmosféricas e as formas de tratamento. Resíduos sólidos Descrever todos os tipos de resíduos que serão gerados pelo empreendimento, bem como os locais de armazenamento, formas de tratamento e empresas responsáveis pelo recolhimento. Quadro 1. Principais itens que devem constar no RCA. (Continuação) (Continua) Relatório de Controle Ambiental198 Cap_13_Licenciamento_Ambiental.indd 198 07/12/2017 11:22:56 O Quadro 1 apresenta apenas alguns exemplos dos principais itens que devem constar no RCA. Porém, isso não significa que outros itens não possam exigidos pelo órgão ambiental e apresentados pelo empreendedor. Como sugestão, o órgão Item Descrição Caracterização das áreas de entorno do empreendimento Informar se o estabelecimento industrial está instalado em distrito industrial, zona industrial, zona rural ou zona urbana. Descrever, em linhas gerais, o relacionamento da empresa com a comunidade vizinha. Citar a bacia e sub-bacia hidrográfica, bem como os corpos d’água mais próximos. Especificar a infraestrutura existente no município sede do empreendimento. Apresentar planta de localização do empreendimento, em escala adequada. Quadro 1. Principais itens que devem constar no RCA. (Continuação) 1. Originalmente previsto na Resolução CONAMA nº. 009, de 6 de dezembro de 1990, o PCA deve contemplar os projetos executivos de minimização de impactos ambientais. Com relação aos programas de controle ambiental, assinale a alternativa correta. a) O PCA visa diminuir os impactos ambientais negativos. b) O PCA deve ser apresentado objetivando obter a licença de operação. c) O PCA deverá expor, de forma clara, o empreendimento e sua inserção no meio ambiente com todas as suas medidas mitigadoras. Fonte: Adaptado de Minas Gerais (1997). 199Relatório de Controle Ambiental Cap_13_Licenciamento_Ambiental.indd 199 07/12/2017 11:22:57 ambiental deve ser consultado antes de o RCA ser iniciado, para que possam disponibilizar o termo de referência (TR) e sanar eventuais dúvidas. d) Cabe ao empreendedor elaborar o PCA. e) O PCA não é considerado uma exigência legal. 2. De acordo com a Resolução CONAMA nº. 23, de 07 de dezembro de 1994, os interessados em exercer atividades de exploração e lavra de jazidas de combustíveis líquidos e de gás natural devem obter as LPs para perfuração (LPper) e de produção de pesquisa (LPpro). Para que a LPpro seja concedida, é necessária a apresentação de qual tipo de estudo ambiental? a) Estudo de Impacto Ambiental. b) Estudo de Viabilidade Ambiental. c) Relatório de Controle Ambiental. d) Relatório de Avaliação Ambiental. e) Plano de Controle Ambiental. 3. Com relação ao RCA, assinale a alternativa correta. a) É obrigatório apenas quando a atividade/empreendimento ultrapassar divisas municipais. b) É exigido unicamente por órgãos ambientais estaduais e federais. c) A estruturação do RCA possui escopo semelhante ao do EIA/RIMA. d) É exigido apenas para atividades de extração mineral. e) O RCA deve apresentar somente os impactos ambientais negativos. 4. O RCA deverá conter as informações que permitam caracterizar o empreendimento a ser licenciado e, como objeto principal, os resultados dos levantamentos e estudos realizados pelo empreendedor, os quais permitirão identificar as não conformidades legais referentes à poluição, sendo ele entregue na etapa de LP. Entre as alternativas a seguir, qual está correta em relação aos itens que devem constar no RCA? a) Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. b) Cronograma de implantação do empreendimento/atividade. c) Planta baixa do empreendimento. d) Minimização da geração e/ ou reaproveitamento de efluentes e resíduos sólidos. e) Memorial de cálculo estrutural do empreendimento. 5. O RCA começou a ser exigido legalmente após a Resolução CONAMA nº. 10/1990, na hipótese da dispensa do EIA/RIMA, para obtenção de LP de atividade de extração mineral da classe II. Com base nessa afirmação, a classe II é considerada qual tipo de jazida? a) Jazidas de gemas e pedras ornamentais. b) Jazidas de combustíveis fósseis sólidos. c) Jazidas de substâncias minerais metalíferas. d) Jazidas de fertilizantes. e) Jazidas de substâncias minerais de emprego imediato na construção civil. Cap_13_Licenciamento_Ambiental.indd 200 07/12/2017 11:22:59 AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. Guia para o licenciamento ambiental das atividades marítimas de exploração e produção de petróleo e gás natural. [200-?]. Disponível em: <http://www.anp.gov.br/meio/guias/guia_licen- ciamento/capitulo03.htm>. Acesso em: 4 dez. 2017. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 237, de19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental. Disponível em: <http://www.mma.gov. br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=107>. Acesso em: 4 dez. 2017. BRASIL. Decreto nº. 62.934, de 02 de julho de 1968. Aprova o Regulamento do Có- digo de Mineração.1968. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ decreto/1950-1969/D62934.htm>. Acesso em: 4 dez. 2017. EMPRESA DE CONSULTORIA EM MEIO AMBIENTE E PROJETOS AGRÁRIOS. Relatório e Plano de Controle Ambiental (RCA)/(PCA). [2009]. Disponível em: <http://www.ecomapa. com.br/ecomapa/servicos.asp?cod=6.>. Acesso em: 4 dez. 2017. FERREIRA, R. R.; LATINI, R. O. Relatório de Controle Ambiental (RCA) como ferramenta para identificar impactos sobre a fauna decorrentes da operação de empreendimentos minerários: um estudo de caso da mineradora Sobrapedras, São Thomé das Letras, MG. 2013. Disponível em: <http://www3.izabelahendrix.edu.br/ojs/index.php/aic/ article/view/488/433>. Acesso em: 4 dez. 2017. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Susten- tável. Estudos Ambientais necessários ao licenciamento. [200-?]. 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