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Maria DE LourDEs spazziani
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PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO
EM PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
PLANEJAMENTO 
E AVALIAÇÃO
EM PROJETOS 
DE EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-2978-5
9 7 8 8 5 3 8 7 2 9 7 8 5
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
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mais informações www.iesde.com.br
Planejamento e Avaliação em 
Projetos de Educação Ambiental
Maria de Lourdes Spazziani
Pedro G. Fernandes da Silva
IESDE Brasil S.A.
Curitiba
2012
Edição revisada
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
© 2006 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor 
dos direitos autorais.
Capa: IESDE Brasil S.A.
Imagem da capa: Shutterstock
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
S726p
 
Spazziani, Maria de Lourdes.
 Planejamento e avaliação em projetos de educação ambiental / Maria de Lourdes Spazziani, 
Pedro G. Fernandes da Silva. - 1.ed., rev. e atual. - Curitiba, PR : IESDE Brasil, 2012. 
 226p. : 28 cm
 
 Inclui bibliografia
 ISBN 978-85-387-2978-5
 
 1. Educação ambiental. 2. Gestão ambiental. I. Fernandes-da-Silva, Pedro G. II. Título. 
 
12-5026. CDD: 363.7 
 CDU: 504
 
16.07.12 31.07.12 037534 
IESDE Brasil S.A.
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
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mais informações www.iesde.com.br
Sumário
Impacto Ambiental I ............................................................................................................7
Ecologia e análise ambiental ...................................................................................................................7
Histórico ..................................................................................................................................................10
Áreas afetadas ..........................................................................................................................................14
Desenvolvimento sustentável ..................................................................................................................14
Impacto Ambiental II ...........................................................................................................19
Legislação geral e resoluções do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) ..............................19
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) ..................................................................................................20
EIA/RIMA – elaboração ..........................................................................................................................21
Manual de Licenciamento Ambiental .......................................................................................29
Atividades relacionadas ...........................................................................................................................29
Esferas de exigência ................................................................................................................................34
Tipos de licença .......................................................................................................................................35
Obtenção das licenças ..............................................................................................................................36
Procedimentos da Feema .........................................................................................................................39
Recomendações .......................................................................................................................................41
Prazos para licenciamento .......................................................................................................................42
Funcionando ............................................................................................................................................42
Cancelamento ..........................................................................................................................................43
Custos ......................................................................................................................................................43
Responsabilidades e penalidade ..............................................................................................................43
Sanções ....................................................................................................................................................44
Estudos de caso I ..................................................................................................................47
Abordagem sistêmica ...............................................................................................................................47
Sistemas agrícolas ....................................................................................................................................50
Estudos de caso II ...............................................................................................................59
Localização ..............................................................................................................................................60
Caracterização ..........................................................................................................................................61
Histórico/problema ..................................................................................................................................62
Infrações cometidas .................................................................................................................................63
Proposta de solução .................................................................................................................................63
Possíveis impactos ...................................................................................................................................65
ISO 9000 ..............................................................................................................................67
O que é uma Norma? ...............................................................................................................................67
A ISO 9000 ..............................................................................................................................................68
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ISO 14000 .............................................................................................................................77
O que é uma Norma? ...............................................................................................................................77
A ISO 14000 ............................................................................................................................................77
Implementação .........................................................................................................................................82
Conclusão ................................................................................................................................................84
Agenda 21 ............................................................................................................................85Histórico ..................................................................................................................................................85
Propostas ..................................................................................................................................................85
Sistemas de integração ambiental ............................................................................................................86
Gerenciamento de riscos ..........................................................................................................................90
Conclusão ................................................................................................................................................93
Avaliação de danos ambientais I ..........................................................................................95
Saneamento ambiental e ecologia ............................................................................................................95
Controle ambiental da água .....................................................................................................................101
Controle ambiental do ar .........................................................................................................................105
Conclusão ................................................................................................................................................110
Avaliação de danos ambientais II.........................................................................................111
Controle ambiental de resíduos ...............................................................................................................111
Definição ..................................................................................................................................................112
Classificação ............................................................................................................................................112
Destinação ................................................................................................................................................114
Controle ambiental de áreas verdes .........................................................................................................123
Modificações ambientais .........................................................................................................................123
Conclusão ................................................................................................................................................123
Áreas degradadas .................................................................................................................125
Áreas urbanas degradadas ........................................................................................................................125
Recuperação .............................................................................................................................................128
Passivo ambiental ....................................................................................................................................130
Conclusão ................................................................................................................................................132
Planejamento de projetos em Educação Ambiental ...............................................................135
Conceituando planejamento, projeto e Educação Ambiental ..................................................................135
Como planejar um projeto em Educação Ambiental ...............................................................................137
Planejamento estratégico .....................................................................................................141
Estratégia, tática e operação em Planejamento Ambiental ......................................................................141
Metodologia de planejamento estratégico em Educação Ambiental .......................................................142
Planejamento Participativo (PP) ..........................................................................................149
Participação ..............................................................................................................................................149
Planejamento de projetos de intervenção socioambiental .....................................................159
Definindo intervenção socioambiental ....................................................................................................160
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Ambientalização institucional ..............................................................................................167
Um conceito de ambientalização .............................................................................................................168
Ambientalização e princípios da responsabilidade social .......................................................................168
Enraizamento da Educação Ambiental em diferentes contextos I .......................................177
Projetos da esfera pública – contexto nacional ........................................................................................178
Política Estadual de Educação Ambiental ..............................................................................................180
Enraizamento da Educação Ambiental em diferentes contextos II ......................................185
Conferências, congressos e similares ......................................................................................................185
Redes de Educação Ambiental .................................................................................................................186
A formação de educadores ambientais I ..............................................................................195
Histórico da Educação Ambiental no Brasil ............................................................................................195
A formação de educadores ambientais II .................................................................................205
O educador na estrutura coletiva: nova percepção do mundo .................................................................205
Perspectivas para educadores ambientais ................................................................................................207
Avaliação de projetos em Educação Ambiental I ..................................................................209
Definição e implicações da avaliação ......................................................................................................211
Metodologia de avaliação ........................................................................................................................212
Avaliação de projetos em Educação Ambiental II ...........................................................................217
Desafios da avaliação ...............................................................................................................................217
A questão emancipatória ..........................................................................................................................220
Organização comunitária .........................................................................................................................220
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 Doutor em Ciências, pela 
Universidade de São Paulo 
(USP) – Ribeirão Preto.
11.ª Lei da Termodinâ-mica – num sistema 
isolado a energia inter-
na permanece constante. 
2.ª Leida Termodinâmi-
ca – a entropia do Universo 
aumenta numa transforma-
ção espontânea e se mantém 
constante numa situação de 
equilíbrio.
Impacto Ambiental I
Pedro G. Fernandes da Silva*
Ecologia e análise ambiental
P ara entendermos o que significa Impacto Ambiental (IA) podemos recorrer a vários métodos: dicionário, literatura técnica e, até mesmo, ao senso comum.
De acordo com o dicionário Aurélio (FERREIRA, 1986), impacto pode 
significar “encontro de projétil com o alvo”, “colisão de dois ou vários corpos”, 
“abalo moral” e, inclusive, “impressão muito forte”. Em qualquer dos significados, 
o aspecto ambiental não é referido; quando muito, poderíamos imaginar que de-
terminado indivíduo (ou grupo de indivíduos) ficaria com uma “impressão muito 
forte” ao ver alguma coisa diferente ocorrendo no ambiente.
Na literatura técnica, IA pode significar “mudança induzida pelo homem no 
ambiente natural”. No entanto, ainda na literatura técnica, podemos encontrar al-
gumas pequenas diferenças. Por exemplo, Branco (1998) sugere que impactos am-
bientais podem ser causados pelo homem, mas também por fenômenos naturais.
Em relação ao senso comum, podemos imaginar que quando algo parece 
não estar funcionando bem já pode ser considerado um IA, independente da ori-
gem e/ou causa.
Independente das definições acima, poderíamos inferir que, desde que algo 
esteja em desacordo com uma aparente “harmonia ambiental”, já poderíamos cha-
mar de IA. Em nossa abordagem, utilizaremos a definição de IA como alguma 
modificação danosa ao meio ambiente, no sentido de interromper um aparente 
equilíbrio natural, independente de origem ou causa, por ser uma definição mais 
abrangente.
Para uma adequada compreensão desse “equilíbrio natural”, devemos tentar 
compreender como um ambiente natural funciona, ou seja, como funciona um 
ecossistema. Utilizando a Teoria de Sistemas, utilizada por Odum (1988), temos 
que um ecossistema pode ser definido como uma área qualquer (Sistema – S), 
abastecida de matéria e/ou energia, a partir de um local (ou conjunto de locais) 
denominado Ambiente de Entrada (AE); essa matéria e/ou energia é que irá sus-
tentar (manter vivos) todos os organismos presentes nesse sistema. Todos os orga-
nismos presentes nesse S considerado utilizam a energia e/ou matéria, liberando 
energia (1.ª e 2.ª leis da Termodinâmica1) e/ou matéria.
A energia não é reaproveitada (1.ª e 2.ª leis da Termodinâmica), mas a 
matéria pode ser (processos de reciclagem – na natureza são os ciclos bio-
geoquímicos). A matéria e/ou energia que deve sair desse S, por não poder ser 
reaproveitada, irá para um local (ou conjunto de locais) denominado Ambiente 
de Saída (AS).
7
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Impacto Ambiental I
8
Os conceitos observados anteriormente podem ser visualizados a seguir.
Sistema (S)
Ambiente de Entrada (AE)
(Local de origem da matéria e/
ou energia que entra no sistema 
considerado)
Ambiente de Saída (AS)
(Local de destino da matéria 
e/ou energia que sai do sistema 
considerado)
Aspecto gráfico da definição de ecossistema.
A ação conjunta do AE + S + AS, com suas relações (seres vivos entre si e 
seres vivos com o AE, S e AS), possui características de equilíbrio, em função dos 
seres vivos que compõem o S e das características presentes nos AE, S e AS. Um 
exemplo desse tipo de equilíbrio pode ser considerado ao analisarmos os diversos 
ecossistemas existentes no planeta Terra.
Consideremos a Floresta Amazônica: a floresta em si é o S que passamos 
a analisar, independente de qual porção (ou tamanho) da floresta é analisada. O 
AE da Floresta Amazônica é constituído pelo Sol (que fornece energia luminosa), 
pela atmosfera (que fornece CO2, O2 e água) e pelas áreas ao redor, que fornecem 
material (solo, por exemplo) e indivíduos de algumas populações que conseguem 
entrar e se manter nesse S.
O AS da Floresta Amazônica é constituído pela atmosfera (que recebe CO2, 
O2 e água) e pelas áreas ao redor, que recebem material (solo, por exemplo) e indi-
víduos de algumas populações que conseguem sair e se manter fora desse S.
Quando analisamos um S natural (que é um S que existe sem necessitar da 
ação antrópica), a importância dos AE e AS é relativa, uma vez que boa parte da 
matéria consegue ser reciclada dentro do próprio S; é o que se chama de circuito 
de retroalimentação (ou reciclagem).
Modelo sistêmico geral, com entradas (Z) e saídas (Y). O estado do sistema e o seu comportamento 
ao longo do tempo dependem da interação da entrada externa Z com a entrada ZX do circuito inter-
no de retroalimentação. Também ocorre dependência da saída externa Y com a saída interna YX.
ZX YX
YZ
(O
D
U
M
, 1
98
8.
 A
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Impacto Ambiental I
9
Assim, S naturais de grande porte necessitam de pouca coisa do AE (no 
caso da Floresta Amazônica, praticamente só a luz do Sol) e liberam quase nada 
para o AS (relativamente pouco solo é perdido na Amazônia). Os circuitos de 
retroalimentação são realizados através de processos de reciclagem que, na natu-
reza, são denominados ciclos biogeoquímicos.
Esses circuitos são, quando em equilíbrio, tão eficientes que praticamente 
todo o O2 produzido na fotossíntese da Floresta Amazônica é utilizado na respira-
ção pelos organismos presentes na própria floresta.
A situação de equilíbrio encontrada nos ecossistemas naturais pode ser rom-
pida de várias formas, por ações da própria natureza. É o caso do surgimento de 
vulcões, terremotos, tsunamis (ondas gigantes), queimadas (espontâneas, por raios 
ou falta de umidade por tempos longos) etc. Dependendo da magnitude do fenô-
meno natural o S natural pode se recompor em mais ou menos tempo, ou mesmo 
não se recompor, como foi o caso da região de Pompeia, totalmente destruída pelo 
vulcão Vesúvio. 
Evidentemente, o equilíbrio encontrado em ecossistemas naturais também 
pode ser rompido através da ação antrópica; como abordaremos mais adiante nes-
te capítulo. Um exemplo disso é a espuma nos rios causada por produtos não 
biodegradáveis.
Tornado em Union City, Oklahoma – EUA. 
W
ik
ip
éd
ia
.
Vulcão Kanaga no Alaska.
W
ik
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éd
ia
.
Dentro do contexto de equilíbrio dos ecossistemas, observa-se que altera-
ções nesse “equilíbrio” podem gerar os consequentes “desequilíbrios”. A partir 
da possibilidade de ocorrência desses desequilíbrios, ocasionados pela ativida-
de antrópica, procura-se estabelecer procedimentos para que tais desequilíbrios 
não ocorram, ou possam ser mitigados (minimizados). A esse tipo de processo 
damos o nome de análise ambiental que, em poucas palavras, pode ser defini-
da como: avaliação das modificações ambientais, presentes ou futuras, visando 
evitá-las e/ou mitigá-las, através de bases metodológicas, ou seja, procurar, através 
da experiência anterior, evitar e/ou minimizar eventuais efeitos deletérios que as 
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Impacto Ambiental I
10
modificações ambientais possam ocasionar. Para isso, a atuação de diferentes áre-
as é absolutamente necessária, como a Biologia, a Engenharia Civil, a Arquite-
tura, a Agronomia, entre outras, além da área da Educação, particularmente a da 
Educação Ambiental, que privilegia a prevenção da ocorrência de danos ambien-
tais por meio da explicação, prática e sociabilidade de conceitos de preservação 
ambiental, entre outras formas de atuação.
Histórico
Desde o surgimento da Revolução Industrial, a humanidade experimenta 
um contínuo crescimento de sua população. Em função desse crescimento, alia-se 
uma crescente necessidade de bens de consumo, originada pelas facilidades pro-
venientes da Revolução Industrial. Os bens de consumo são originados a partir 
do uso dos recursos naturais, como matérias-primaspara qualquer processo de 
fabricação.
Essa relação aumento da população uso de recursos naturais leva a uma 
terceira componente, que é a “sobra” de resíduos, originada a partir dos processos 
de fabricação e uso dos bens de consumo. Exemplificando: uma indústria gera 
resíduos no processo de fabricação (refugo de material, esgoto etc.) e a população 
produz resíduos a partir da utilização dos bens de consumo (aparelhos estraga-
dos, embalagens etc.). Esses resíduos não podem ficar dentro do sistema em que 
vivem os seres humanos, sob pena de gerar problemas de saúde, contaminação 
de água etc. A terceira componente pode, então, ser denominada de poluição, sob 
os mais variados aspectos. As relações descritas acima compõem um triângulo, 
como pode ser visto a seguir.
Deve-se notar que, em função da atividade humana, um 
vértice do triângulo afeta o outro diretamente e ainda traz efeitos 
sobre si próprio. Por exemplo, se a população usa demais os re-
cursos naturais, corre-se o risco de que os mesmos acabem e/ou 
não tenham mais a mesma qualidade, de forma que a população 
passe a sofrer a escassez de matéria-prima, deixando de usufruir 
dos bens de consumo.
Essas relações não foram notadas durante muito tempo, 
uma vez que se tinha a ideia errônea de que os recursos naturais 
eram “infinitos”; evidentemente, com o crescimento populacional 
essa ideia mudou.
O cerne da questão está em que o crescimento populacional não pode 
ser infinito, qualquer que seja o sistema considerado. A questão de crescimento 
populacional pode ser abordada usando-se o conceito de capacidade de supor-
te, emprestado da Ecologia que, resumidamente, diz: “uma população qual-
quer não pode crescer indefinidamente, sob pena de esgotamento dos recursos 
naturais como abrigo, alimento, problemas de doenças, parasitismo, entre ou-
tros”.
Significa dizer que, na prática, todo e qualquer sistema tem um limite de 
recursos, denominado capacidade de suporte, além do qual uma população passa 
População
Recursos naturais Poluição
Relações entre população – recursos na-
turais – poluição, onde um vértice afeta 
diretamente o outro.
(B
R
A
G
A
 e
t a
l.,
 2
00
2)
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Impacto Ambiental I
11
a experimentar um decréscimo na sua quantidade de indivíduos, ou seja, começa 
a ocorrer a morte dos indivíduos dessa população em função da depleção dos 
recursos naturais.
O conceito de capacidade de suporte pode ser mais bem evidenciado na fi-
gura a seguir, que mostra o comportamento de uma população ao longo do tempo. 
Conforme aumenta o seu número de indivíduos, essa população se aproxima da 
capacidade de suporte do sistema considerado. Ultrapassando esse limite, prin-
cipia o declínio populacional (mortes), até que essa população atinja níveis popu-
lacionais (número de indivíduos) que estejam abaixo da capacidade de suporte. 
Pode (ou não) ocorrer uma estabilização do número de indivíduos, ou uma flutua-
ção, abaixo ou ao redor, respectivamente, da linha de capacidade de suporte.
Gráfico ilustrando o conceito de capacidade de supor-
te de uma população, mostrando a relação do tamanho 
da população ao longo do tempo. 
(O
D
U
M
, 1
98
8)
Faixa de variação
Ótima
Máxima
Capacidade de suporte Ultrapassou
Tempo
Ta
m
an
ho
K
K1
A gradativa mudança da ideia de que os recursos naturais não são infinitos 
passou a ocorrer em função de diversos Impactos Ambientais, que podem ser 
definidos como os efeitos ecológicos, econômicos e sociais que podem advir de 
fenômenos naturais e/ou da implantação de atividades antrópicas.
A origem dos IA pode ser por causas naturais ( tsunamis, furacões, terremo-
tos, entre outros) e/ou por causa antrópicas (assorea mento de mangues por ocu-
pações irregulares, assoreamento de rios, acidentes com navios petroleiros – caso 
do Exxon Valdez, no Alasca – lixões, queimadas, entre outros). Uma diferença é 
que o homem tem a capacidade de produzir os IA em maior quantidade, e por um 
tempo mais longo (IA crônico) em função de algumas de suas atividades, o que é 
raro para os IA de causas naturais.
Uma vez que as modificações antrópicas são mais frequentes, a preocupa-
ção ambiental passou a fazer parte das discussões entre membros da comunidade 
científica, da comunidade jornalística e, por fim, atingiu a esfera política. A se-
guir, apresentamos os principais eventos de IA produzidos pela ação antrópica e 
algumas das principais ações políticas decorrentes desses IA (DIAS, 2001).
 1920 – O pau-brasil é considerado extinto.
 1952 – Smog (junção das palavras em inglês smoke = fumaça e fog = 
neblina, ou seja, uma “neblina de fumaça”) em Londres. Mais de mil 
pessoas morrem.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
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Impacto Ambiental I
12
 1962 – Livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, nos EUA, 
sobre a poluição cumulativa causada por pesticidas. Algumas espécies 
de aves colocavam seus ovos sem uma casca endurecida, devido à 
ação cumulativa do inseticida DDT (diclorodifeniltricloretano), o que 
acabava matando seus filhotes durante o período de incubação.
 1968 – Fundação do Clube de Roma, um grupo financiado por um 
milionário italiano para realizar estudos internacionais sobre a crise 
ambiental prevista.
 1969 – Aprovada a NEPA (National Environment Policy Act) nos EUA 
(equivale à nossa Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA).
 Institui-se a execução da primeira Avaliação de Impacto Ambiental 
(AIA), resultando em um documento denominado Environmental 
Impact Statement (EIS), equivalente ao nosso Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA). Importante ressaltar que a execução do AIA passa 
a ser de caráter interdisciplinar para projetos, planos e programas de 
intervenção no meio ambiente, contando com a participação da so-
ciedade civil (pela primeira vez), por meio de audiências públicas.
 1972 – O Clube de Roma publica o relatório “Limite do crescimento”.
 Conferência de Estocolmo (ONU), na Suécia – primeira discussão 
internacional sobre as questões políticas, sociais e econômicas, ge-
radoras de impacto ambiental, com perspectiva de produzir medidas 
corretivas e de controle.
 “Reintrodução” do pau-brasil.
 Primeira Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) no Brasil: usinas 
hidrelé tricas (UHE) de Sobradinho e Tucuruí necessitam de EIA/
RIMA para serem produzidas. O interessante é que primeiro as usinas 
começaram a ser construídas, e só depois da construção (na realidade, 
perto da conclusão das obras), é que foi necessário produzir os devi-
dos EIA/RIMA.
 1973 – Fundação da Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), 
sob direção do Prof. Dr. Paulo Nogueira-Neto – considerado por muitos 
como o mentor do movimento ambientalista brasileiro.
 1977 – Conferência em Tbilisi (Geórgia, antiga União Soviética); pro-
longamento da conferência de Estocolmo. Definição de conceitos, obje-
tivos, características e princípios para a Educação Ambiental (entendi-
mento do meio ambiente na sua totalidade). Os trabalhos objetivaram a 
análise do Meio Ambiente tanto em seus aspectos “naturais” quanto nos 
criados pela humanidade.
 1980 – Promulgação da Lei 6.803, sobre zoneamento industrial, já pre-
vendo os primeiros EIA/RIMA para indústrias químicas e afins (polos 
petroquímicos, cloroquímicos, carboquímicos e instalações nucleares).
 1981 – Lei 6.938 é sancionada (lei sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente (PNMA), seus fins e mecanismos de formulação e aplicação). 
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Impacto Ambiental I
13
E também a Lei 6.902, que dispõe sobre a criação de estações ecológicas, 
áreas de proteção ambiental e dá outras providências.
 1984 – Estabelecimento do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Cona-
ma).
 Vazamento de gás metil-isocianato (altamente tóxico) na Índia, com 
mais de duas mil mortes. Esse acidente é consideradoo início do pe-
ríodo moderno da política ambiental, para que fatos como esse não 
ocorram mais.
 1986 – Aprovação da Resolução 001 do Conama, que estabelece respon-
sabilidades, critérios básicos e diretrizes gerais para uso e implementa-
ção da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), como parte da PNMA, 
estabelecendo a implantação dos estudos de impacto ambiental (EIA) e 
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
 Acidente nuclear de Chernobyl, na União Soviética.
 1987 – Divulgação do relatório Nosso Futuro Comum, da Comissão 
Brundtland, fruto da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e De-
senvolvimento, criada em 1983, na Suécia. Definição formal (mesmo 
tímida) de desenvolvimento sustentável.
 A comissão Brudtland foi criada com o objetivo de reexaminar os 
principais problemas do ambiente e do desenvolvimento, em termos 
mundiais, de formular propostas realistas para solucioná-los e de as-
segurar um progresso sustentável, através do desenvolvimento, sem 
comprometer os recursos para as futuras gerações. Na verdade, esse 
objetivo acabou se transformando na “primeira” definição de desen-
volvimento sustentável.
 Acidente nuclear com Césio 137, em Goiânia.
 1988 – Nova Constituição Federal do Brasil, considerada, até hoje, a 
mais avançada em questões ambientais.
 1989 – Criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur-
sos Naturais Renováveis – Ibama (fusão dos extintos Instituto Brasilei-
ro de Desenvol vi mento Florestal (IBDF), Secretaria Especial do Meio 
Ambiente (Sema), Superintendência para o Desenvolvimento da Pesca 
(Sudepe) e Superintendência da Borracha (sudhevea) o gênero da serin-
gueira é hevea, na Amazônia).
 Acidente do superpetroleiro Exxon Valdez, no Alasca; 42 mil tonela-
das de óleo cru vazam, e o prejuízo é da ordem de US$ 1 bilhão.
 1990 – Conferência Mundial sobre o Clima, em Genebra. Promulgação 
do Decreto 99.274, que regulamenta as Leis 6.902/81 e 6.938/81, além 
de estabelecer o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama).
 1992 – Conferência Rio/92 (Eco 92). Lançamento da Agenda 21 e defi-
nição formal de desenvolvimento sustentável. É corroborada a Conferên-
cia de Tbilisi.
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Impacto Ambiental I
14
 A Agenda 21 é um conjunto de intenções entre os países, que devem 
ser posteriormente discutidas em maiores detalhes, transformadas em 
leis e realizadas as suas implantações para o “terceiro milênio” (sécu-
lo XXI).
 1994 – Conferência sobre População e Desenvolvimento, no Cairo. Essa 
conferência objetiva melhorar a qualidade de vida dos pobres, por meio 
do controle populacional.
 1997 – Conferência de Kyoto, sobre controle de emissão de poluentes 
atmosféricos, causadores do efeito estufa (CO2, CH4, NOx – óxidos de 
nitrogênio – entre outros). Há uma concordância teórica na necessidade 
de redução desses gases, em aproximadamente 5% (relativos a 1999), até 
2008/2012.
 1998 – Assinatura da Lei 9.605, sobre os crimes ambientais.
 1999 – Regulamentação da Lei 9.605, através do Decreto 3.179.
 2001 – Ratificação do Protocolo de Kyoto, com exceção dos Estados 
Unidos. Os Estados Unidos são responsáveis por cerca de 42% da emis-
são de gases que contribuem com o efeito estufa do planeta, principal-
mente o CO2, originado nas fábricas (queimam carvão e petróleo como 
fonte de energia), nos veículos (utilizam petróleo como combustível), em 
residências (utilizam carvão para aquecimento, durante o inverno rigo-
roso), entre outros. O principal motivo alegado para a não ratificação do 
Protocolo de Kyoto é um provável desaquecimento da economia do país, 
uma vez que as fábricas não teriam como se adequar a outras fontes de 
energia, em um tempo tão curto.
 2002 – Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, em 
Johannesburgo, na África do Sul (Rio + 10), para efetiva implantação da 
Agenda 21. Segundo vários autores, um fracasso.
Áreas afetadas
A ação antrópica, como já discutido, é capaz de alterar as características de 
um sistema, provocando seu desequilíbrio. Esse desequilíbrio pode ser constatado 
na utilização dos recursos naturais, que passa a ser prejudicada, seja pela falta ou 
pela alteração na qualidade desses recursos.
Vários exemplos podem ser tomados, sendo que os principais são a perda 
de solo fértil por processos de erosão, decorrentes de ocupação irregular de uma 
dada área, contaminação de lençol freático, deposição inadequada de resíduos 
sólidos, queimadas etc.
Desenvolvimento sustentável
Como já mencionado anteriormente, a primeira tentativa de definição do 
que seja desenvolvimento sustentável ocorreu em 1987, através da Comissão 
Brundtland. Formalmente, a definição: “Desenvolvimento sustentável é o que 
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Impacto Ambiental I
15
satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade de as gera-
ções futuras satisfazerem as suas” (UNESCO, 1999).
Antes de esse raciocínio ser atingido, a humanidade trabalhava com um 
modelo de desenvolvimento que, para ser sustentado, deveria possuir os seguintes 
pré-requisitos (BRAGA et al., 2002):
 suprimento inesgotável de energia;
 suprimento inesgotável de matéria;
 capacidade infinita do meio ambiente reciclar a matéria e absorver os 
resíduos.
Com relação à energia, o primeiro pré-requisito pode ser considerado cor-
reto, uma vez que a principal fonte de energia de todos os ecossistemas existentes 
no planeta Terra é o Sol, uma estrela que, ao que tudo indica, ainda pode fornecer 
energia luminosa pelos próximos 5 bilhões de anos (BRAGA et al., 2002).
Já para os dois outros pré-requisitos, sabe-se que a matéria é finita e sua 
quantidade é conhecida, assim como se pode perceber que os diversos sistemas 
sofrem profundas modificações com relação ao seu poder de absorver e reciclar 
os tipos de resíduos liberados pelas diversas atividades humanas (BRAGA et al., 
2002).
Dessa forma, como já visto, um contínuo crescimento populacional humano, 
associado também a uma contínua exploração dos recursos naturais, rompe com a 
capacidade de um crescimento contínuo e vigoroso da população humana e de suas 
necessidades. Se não houver uma mudança, os recursos fatalmente irão se esgotar 
e/ou perder a sua qualidade de aproveitamento. Deve-se repensar esse modelo “per-
verso”, sob pena de colapso do planeta, com as inevitáveis consequências para a 
população humana.
De acordo com uma nova forma de pensamento, o desenvolvimento susten-
tável só pode ser atingido a partir do momento em que utilizarmos de forma racio-
nal e objetiva os recursos naturais, bem como, de alguma maneira, seja possível 
haver algum controle do crescimento populacional e as necessidades apresentadas 
pelos seres humanos.
De uma maneira resumida, esse novo modelo de desenvolvimento sustentá-
vel deve seguir os seguintes pré-requisitos (BRAGA et al., 2002):
 dependência de suprimento externo e contínuo de energia (Sol);
 uso racional da energia e da matéria, com ênfase à conservação, em con-
traposição ao desperdício. Esse pré-requisito é particularmente impor-
tante quando se refere ao atual tipo de energia que desenvolve a humani-
dade, do tipo fóssil, ou seja, finita (petróleo e carvão, principalmente);
 promoção da reciclagem e da reutilização dos materiais;
 controle da poluição, gerando menos resíduos para serem absorvidos 
pelo ambiente. Quando não for possível a geração de uma menor quanti-
dade de resíduos, deve haver a implantação de medidas tecnológicas de 
controle e/ou atenuação desses resíduos;
 controle do crescimento populacional em níveis aceitáveis, com perspec-
tivas de estabilização da população.
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Impacto Ambiental I
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De forma sucinta, um dos pilares do desenvolvimento sustentável é a prática 
dos três “R”: reutilizar, reciclar e reduzir (o consumo). A práticados três “R” deve 
ser utilizada em toda a cadeia produtiva, desde a exploração dos recursos naturais, 
passando pelas etapas de processamento e transporte, até o seu consumo final. 
Esses aspectos podem ser visualizados na figura a seguir.
O sistema sustentável para os humanos
Processamento 
Modificação 
Recursos
Transporte ConsumoUso de recursos
Impacto minimizado pela restauração ambiental
Energia
Recuperação
de recursos
Modelo de Desenvolvimento Sustentável.
Como pudemos perceber, as relações dentro de um ecossistema são intrin-
cadas e dependentes umas das outras. Uma alteração provocada em um deter-
minado local pode afetar outro, mesmo que não percebamos isso de uma forma 
direta. Independente desse fato, podemos chamar a essas alterações de impactos 
ambientais.
O uso dos recursos naturais deve ser feito com parcimônia, para evitarmos 
uma degradação ambiental que, de alguma forma, poderá afetar as nossas ativi-
dades. Se alteramos significativamente o ambiente, eliminando alguns de seus 
componentes, devemos atentar para, na medida do possível, recompor e/ou criar 
metodologias que substituam esses componentes, como é o caso das usinas de 
reciclagem.
(B
R
A
G
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l.,
 2
00
2)
 Pesquisar em jornais e na internet sobre as formas de reciclagem existentes em indústrias, 
bairros etc. Analise o envolvimento da sociedade com a prática da reciclagem e compare com a 
prática exercida pelas empresas.
BRANCO, Samuel M. Energia e Meio Ambiente. São Paulo: Moderna, 1990.
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Impacto Ambiental I
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BRAGA, Benedito et al. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
BRANCO, Samuel M. O Meio Ambiente em Debate. São Paulo: Moderna, 1998.
DIAS, Genebaldo F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2001.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 1986.
LOPES, Sônia G. B. C. Bio. São Paulo: Saraiva, 1997. v. 3.
MAURO, Claudio A. (Coord.). Laudos Periciais em Depredações Ambientais. São Paulo: IGCE-
UNESP, 1997.
ODUM, Eugene P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988.
UNESCO. Educação para um Futuro Sustentável: uma visão transdisciplinar para ações compar-
tilhadas. Brasília: IBAMA, 1999.
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Impacto Ambiental I
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Impacto Ambiental II
Pedro G. Fernandes da Silva
Legislação geral e resoluções do Conama 
(Conselho Nacional do Meio Ambiente)
A legislação brasileira, incluindo a Constituição de 1988, é considerada uma das mais avançadas do planeta no que se refere à esfera ambiental. É significativo o fato de que essa legislação não “brotou”, pura e simplesmente, a partir do conhecimento e reconhecimento dos problemas 
ambientais, sobretudo após a Revolução Industrial, que introduziu um novo fator na utilização dos 
recursos naturais: a velocidade de uso desses recursos.
 Desde antes da época do Império, as preocupações ambientais eram motivo de algum tipo de 
legislação, como pode ser exemplificado pela Carta Régia do Brasil, de 1542, que estabelece normas 
disciplinares para o corte de madeira e determina punições para os abusos cometidos. Outro exemplo, 
já no Império, é a Carta de Lei, de outubro de 1827, que delega poderes aos juízes de paz das provín-
cias para a fiscalização das florestas.
 De lá para cá muitas modificações de usos e costumes ocorreram, levando à nossa legislação 
atual. De forma resumida, em uma sequência histórica (com as devidas atualizações), apresentamos 
as principais leis e decretos que, atualmente, são válidos para a área ambiental em nosso país.
 O início de tudo é por volta de 1934, na promulgação do Decreto 24.643, que institui o Có-
digo das Águas, posteriormente regulamentado pela Lei 9.433, de 1997.
 Em 1965 institui-se a Lei 4.771, que determina o Código Florestal. Posteriormente, essa lei 
é alterada pela Lei 7.803/78, e regulamentada pelo Decreto 3.179/99.
 Ocorre um grande hiato em termos de proteção e legislação ambiental até que, na prática, 
em 1980, por meio da Lei 6.803, é instituída a legislação para Zonas Estritamente Industriais 
(ZEIs), o zoneamento industrial em áreas críticas de poluição, criando a necessidade legal de 
estudos de zoneamento – início da avaliação de impacto ambiental.
 Em 1981 foi sancionada a Lei 6.938, que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente 
(PNMA), onde o estudo de impacto ambiental (EIA) passa a figurar como um instrumento 
legal. A Lei 6.938/81 foi regulamentada pelo Decreto 3.179/99.
 Em 1986, o Conama baixa a Resolução 001, que estabelece definições, responsabilidades, 
critérios básicos e diretrizes gerais para a aplicação da AIA, através da elaboração de EIA/
RIMA (estudo de impacto ambiental/relatório de impacto ambiental).
 Em 1989 é criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renová-
veis (Ibama), através da Lei 7.735, constituindo-se em um dos órgãos de fiscalização federal 
mais atuantes.
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Impacto Ambiental II
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 Em 1989 também são editadas as Leis 7.803 e 7.804, que alteram a Lei 
4.771/65 e as leis referentes ao PNMA, Ibama, zoneamento e a criação 
de Estações Ecológicas (EE) e Áreas de Preservação Ambiental (APAs), 
respectivamente. Novas regras são criadas.
 Em 1990, o Decreto 99.274 regulamenta a Lei 6.938/81 e estabelece o 
Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), com função de geren-
ciar, fiscalizar e coordenar todas as ações na área ambiental.
 A famosa Lei de Crime Ambiental (9.605) é sancionada em 1998, e regu-
lamentada pelo Decreto 3.179/99. Na prática, a Lei de Crime Ambiental 
faz um grande cerco a toda e qualquer atividade que não esteja de acordo 
com as resoluções do Conama e com as respectivas leis e decretos.
 Em 2000 é editada a Lei 9.985, que institui o Sistema Nacional de Uni-
dades de Conservação (SNUC), regulamentada pelo Decreto 4.340/2002 
e posteriormente alterada pela Lei 11.132/2005.
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)
É um instrumento da PNMA que objetiva a preservação, a melhoria e a 
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, por meio dos seguintes 
princípios:
 ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando 
o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente 
assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
 racionalização do uso do solo, subsolo, ar e água;
 planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
 proteção dos ecossistemas, com preservação de áreas representativas;
 controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
 incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso 
racional e a proteção dos recursos ambientais;
 acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
 recuperação de áreas degradadas;
 proteção de áreas ameaçadas de degradação;
 Educação Ambiental para todos os níveis de ensino, incluindo a educa-
ção da comunidade, capacitando-a para participação ativa na defesa do 
meio ambiente.
Para a consecução desses princípios, a Lei 6.938/81 prevê a Avaliação de 
Impacto Ambiental e uma série de outros instrumentos complementares e inter- 
-relacionados, como, por exemplo:
 o licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente polui-
doras, que exige a elaboração de EIA/RIMA e/ou outros documentos técni-
cos, os quais constituem instrumentos básicos de implementação da AIA;
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Impacto Ambiental II
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 o zoneamento ambiental, o estabelecimento de padrões de qualidade 
ambiental e a criação de unidades de conservação, que condicionam e 
orientama elaboração de EIA e de outros documentos técnicos necessá-
rios para o licenciamento ambiental;
 os cadastros técnicos, os relatórios de qualidade ambiental, as penalida-
des disciplinares ou compensatórias, os incentivos à produção, à insta-
lação de equipamentos e à criação ou absorção de tecnologia, voltadas 
para a melhoria da qualidade ambiental, que facilitam ou condicionam a 
condução do processo de AIA em suas diferentes fases.
No entanto, existem divergências teóricas no papel da AIA, segundo a ma-
neira de interpretar e o período em que existem essas diversas interpretações. 
Duas das principais divergências são:
 a AIA deve ser abrangente, incluindo instrumentos como o EIA/RIMA;
 a AIA deve ser mais específica, detendo-se em projetos específicos, ten-
tando abordar todas as eventuais possibilidades.
O quadro a seguir dá uma ideia dos períodos e das tendências das AIAs.
Período 
e fase Tendências e inovações
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4)
Antes de 1970
Revisão de projetos baseados em estudos econômicos e de engenharia (pré- 
-EIA), com limitada consideração de consequências ambientais.
1970-1975
Introdução da AIA, enfocando principalmente a identificação, predição e 
mitigação de efeitos biofísicos. Oportunidades para participação pública.
1975-1980
Avaliação ambiental multidimensional, incorporando avaliação dos impactos 
sociais e análise de riscos. Participação pública forma parte integral. Maior 
ênfase na justificativa e nas alternativas do projeto.
1980-1985
Esforços para ampliar o uso das AIAs de projetos em políticas de 
planejamento. Desenvolvimento metodológico de ações de monitoramento.
1985-1990
Marcos científicos e institucionais da AIA começam a ser repensados sob 
o paradigma da sustentabilidade. Ampliam-se preocupações com impactos 
regionais e cumulativos.
1990-
Introduz-se a avaliação de impacto social na elaboração de políticas, planos e 
programas.
EIA/RIMA – elaboração
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) foi introduzido no sistema normativo 
brasileiro via Lei 6.803/80, no seu artigo 10, §3.º, que tornou obrigatória a apre-
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Impacto Ambiental II
22
sentação de “estudos especiais de alternativas e de avaliações de impacto” para a 
localização de polos petroquímicos, cloroquímicos, carboquímicos e instalações 
nucleares.
Posteriormente, a Resolução Conama 001/86 estabeleceu a exigência de 
elaboração de EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para o 
licenciamento de diversas atividades modificadoras do meio ambiente, bem como 
as diretrizes e atividades técnicas para a sua execução.
De acordo com essa resolução, o EIA/RIMA deve ser realizado por equipe 
multidisciplinar habilitada, não dependente direta ou indiretamente do proponente 
do projeto e deve ser responsável tecnicamente pelos resultados apresentados (art. 
7.º). Os custos referentes à realização do EIA/RIMA correrão por conta do propo-
nente (art. 8.º).
O artigo 2.º define que o EIA/RIMA deve ser submetido à aprovação do 
órgão estadual competente e, em caráter supletivo, do Ibama. A este cabe também 
a aprovação do EIA/RIMA para o licenciamento de atividades modificadoras do 
meio ambiente que, por lei, sejam de competência federal.
A diferença básica entre um EIA e um RIMA é a de que o primeiro con-
tém todas as informações técnicas necessárias para o projeto considerado, em 
linguagem compatível com os profissionais especializados de cada área; o RIMA 
contém as mesmas informações apresentadas no EIA, com a diferença de que nem 
todos os detalhes são apresentados e a linguagem deve ser acessível para o público 
em geral, a fim de que a discussão e posterior aprovação possam ser debatidas em 
audiência pública.
Além da necessidade de um EIA/RIMA, qualquer empreendimento que 
seja potencial modificador do meio ambiente deve possuir licença para funcionar. 
Geralmente são analisadas três tipos de licenças: Licença Prévia (LP), Licença 
de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO). Para a obtenção da LO pode ser 
exigido o EIA/RIMA.
A elaboração de um EIA/RIMA deve seguir os seguintes passos:
 Preliminares – descrição do projeto – observações fornecidas pelo em-
preendedor, tais como local detalhado, configuração e concepção física, 
métodos e cronograma de construção, procedimentos de funcionamento, 
requerimentos de energia e água, vias de acesso, entre outros. Também 
ocorrem informações contextuais, como a justificativa da escolha do pro-
jeto, benefícios econômicos, sociais e ambientais, alternativas tecnológi-
cas, entre outros;
 Descrição do meio ambiente na área de influência do projeto – meio físi-
co (clima, ruído, qualidade do ar, geologia, recursos hídricos etc.), meio 
biológico (ecossistemas terrestres, aquáticos, de transição etc.) e meio 
antrópico (uso e ocupação do solo, dinâmica populacional, nível de vida, 
estrutura produtiva etc.);
 Elaboração de um Relatório Ambiental Preliminar (RAP) – exigência 
específica para o estado de São Paulo, sendo adotado em alguns outros. 
O RAP serve como “entrada” para a provável obtenção da LO.
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Impacto Ambiental II
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De maneira esquemática (BRAGA et al., 2002):
RAP TR EIA/RIMA
LP LI LO
sim
É suficiente para o 
licenciamento?
TR = Termo de Referência (sumário do plano de elaboração do EIA/RIMA, 
que pode ou não ser aprovado pelo órgão governamental envolvido: federal, esta-
dual ou municipal). Os itens de A, B e C anteriores devem, basicamente, compre-
ender o TR.
LP = Licença Prévia (pode ser concedida antes mesmo da aprovação final 
do EIA/RIMA. Estabelece condições para o início das atividades, em função do 
que já foi analisado no TR). Na prática, significa que o empreendedor já pode dar 
início à documentação ordinária (registro de terras, tomada de preços etc.) para a 
instalação do empreendimento.
LI = Licença de Instalação (o projeto já está aprovado para instalação, ainda 
dependendo da análise das características de funcionamento). O EIA/RIMA já está 
completo e analisado; falta a “parte prática”, a ser observada para a concessão da LO.
LO = Licença de Operação (o projeto, já instalado, tem o aval de funciona-
mento, sendo periodicamente fiscalizado).
Para a confecção do EIA/RIMA, os tipos de impactos ambientais possíveis 
devem ser classificados. A seguir, temos duas tabelas: a primeira com algumas 
classificações e a segunda com exemplos.
Classificação Tipo
Em relação aos impactos
- Benéficos ou prejudiciais
- Planejados ou acidentais
- Diretos ou indiretos
- Cumulativos ou simples
Em relação ao tempo de duração
- Reversíveis ou irreversíveis
- Curto ou longo prazo
- Temporários ou contínuos
Em relação à área de abrangência
- Local
- Regional
- Nacional
- Internacional 
(regional ou global)
Em relação ao potencial de mitigação - Mitigáveis ou não mitigáveis
Em relação a acidentes
- Gravidade
- Probabilidades
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4)
Classificação de impactos potenciais e suas características.
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D
es
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to Impactos diretos Impactos indiretos
Perda de biodiversidade
- Redução da fauna silvestre
- Aumento de pragas
Aumento da temperatura - Modificação nos regimes de vento e chuvas
Aumento da erosão
- Turbidez da água
- Diminuição da fotossíntese
- Redução da ictiofauna
- Perda de renda
(P
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4)
Exemplos de impactos diretos e indiretos.
É necessário que os impactos de todas as fases sejam descritos especifica-
mente para cada fase do empreendimento, ou seja, desde sua divulgação (para 
cada fase do projeto, deve haver a publicação, em um jornal local e em umoutro 
de grande circulação), passando pela preparação do terreno até sua eventual de-
sativação.
Outros documentos técnicos necessários ao licenciamento ambiental podem 
ser exigidos. Os principais são:
 Plano de Controle Ambiental (PCA) – é exigido pela Resolução Conama 
009/90 para concessão de LI de atividade de extração mineral de todas 
as classes previstas no Decreto-lei 227/67. O PCA é uma exigência adi-
cional ao EIA/RIMA apresentado na fase anterior (LP).
O PCA tem sido exigido por alguns órgãos estaduais de meio ambiente tam-
bém para o licenciamento de outros tipos de atividades.
 Relatório de Controle Ambiental (RCA) – o RCA é exigido pela Re-
solução Conama 010/90, na hipótese de dispensa do EIA/RIMA para 
obtenção da LP de atividade de extração mineral da Classe II, prevista 
no Decreto-lei 227/67. Deve ser elaborado de acordo com as diretrizes 
estabelecidas pelo órgão ambiental competente.
O RCA tem sido exigido por alguns órgãos de meio ambiente também para 
o licenciamento de outros tipos de atividade.
 Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) – o PRAD tem 
sido utilizado para a recomposição de áreas degradadas pela atividade 
de mineração. É elaborado de acordo com as diretrizes fixadas pela NBR 
13.030, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e outras 
normas pertinentes. Não há diretrizes para outros tipos de atividade.
As principais atividades que dependem de EIA/RIMA para licenciamento 
são apresentadas na tabela a seguir. Não são listadas todas; cada órgão oficial 
pode exigir um EIA/RIMA de acordo com a avaliação que fizer do projeto a ser 
implantado, em relação à área de implantação desse projeto.
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Impacto Ambiental II
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Principais atividades que exigem 
a elaboração de um EIA/RIMA
(BRAGA et al.,2002)
Depende da elaboração do EIA/Rima, a ser submetido à aprovação do 
órgão estadual competente e da Secretaria do Meio Ambiente (SMA – órgão 
federal), em caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do 
meio ambiente, tais como:
I. Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento
II. Ferrovias
III. Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos
IV. Aeroportos
V.
Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos 
sanitários
VI. Linhas de transmissão de energia elétrica acima de 230kW
VII.
Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como barragem para 
quaisquer fins hidrelétricos acima de 10MW, obras de saneamento ou de irrigação, 
abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos de 
água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques
VIII. Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão)
IX. Extração de minério
X. Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos
XI.
Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, com 
potência instalada acima de 10MW
XII.
Complexo e unidades industriais e agroindustriais (petroquímicos, siderúrgicos, 
químicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hidróbios)
XIII. Distritos industriais e Zonas Estritamente Industriais (ZEI)
XIV.
Exploração econômica de madeira ou de lenha, em área acima de 100 hectares 
ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de 
importância do ponto de vista ambiental
XV.
Projetos urbanísticos, acima de 100 hectares ou em áreas consideradas de relevante 
interesse ambinetal a critério da SMA e dos órgãos municipais e estaduais 
competentes
XVI.
Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos similares, em 
quantidade superior a dez toneladas por dia
XVII.
Projetos agropecuários que contemplem áreas acima de 1000 hectares ou menores, 
neste caso quando se tratar de áreas significativas em termos percentuais ou de 
importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas de proteção ambiental.
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Impacto Ambiental II
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Para a elaboração final de um EIA/RIMA, que deve fazer parte da política 
de AIA, podem ser usadas várias metodologias, a serem empregadas pela equipe 
responsável:
 método ad hoc – reuniões com participação de técnicos e cientistas es-
pecializados, onde podem ser analisados questionários previamente res-
pondidos por pessoas com interesse no problema. Vantagens: rapidez 
na identificação dos impactos mais prováveis e da melhor alternativa, 
mesmo com escassez de informações. Desvantagens: tendenciosidade na 
coordenação e escolha dos participantes;
 listagens de controle – evolução do método anterior. Especialistas (ad hoc 
ou não) preparam listagens de fatores ambientais potencialmente afetá-
veis. Vantagens: simplicidade de aplicação, reduzida exigência quanto a 
dados e informações. Desvantagens: não permitem projeções e previsões, 
bem como identificação de impactos secundários ou indiretos;
 redes de interação – cadeia de eventos causa-condição-efeito, permitin-
do, a partir de um impacto, retornar ao conjunto de operações que con-
tribuem para sua magnitude direta ou indiretamente. Vantagens: identifi-
cação rápida e segura das ações que contribuem para a magnitude de um 
impacto, facilitando a previsão dos mecanismos de controle ambiental a 
serem implementados para atuar preferencialmente sobre as causas po-
tenciais de sua deterioração. Desvantagens: só abrange os impactos ne-
gativos;
 análise custo-benefício – computa os custos e benefícios do projeto e 
seus impactos, calculando se os resultados são positivos, neutros ou ne-
gativos. Vantagens: simplicidade de aplicação, pela quantificação (geral-
mente monetária) dos valores a serem comparados. Desvantagens: como 
quantificar fatores às vezes não mensuráveis? Exemplo: quanto vale uma 
árvore que se mantém em pé?
A seleção de metodologia a ser empregada é tarefa específica de cada caso. 
Como os ambientes não são nunca rigorosamente iguais (em termos biológicos, 
físicos, químicos, sociais, econômicos, entre outros), cada caso deve ser analisado 
em particular.
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Impacto Ambiental II
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Leia o texto indicado abaixo (capítulo 17) e discuta os aspectos históricos e a aplicação da le-
gislação ambiental.
PEDRO, Antonio F. P.; FRANGETTO, Flávia W. Direito ambiental aplicado. In: PHILIPPI JÚ-
NIOR, Arlindo; ROMÉRO, Marcelo de A.; BRUNA, Gilda C. (Coord.). Curso de Gestão Ambiental. 
São Paulo: Manole, 2004.
CUSTÓDIO, H. B. Legislação brasileira do estudo de impacto ambiental. In: TAUK, Sâmia M. 
Análise Ambiental: uma visão multidisciplinar. São Paulo: UNESP, 1995.
ABSY, Miriam L. et al. Avaliação de Impacto Ambiental: agentes sociais, procedimentos e ferra-
mentas. Brasília: MMA/IBAMA, 1995.
BRAGA, Benedito et al. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
CUNHA, Sandra B.; GUERRA, Antonio J. T. Avaliação e Perícia Ambiental. Rio de Janeiro: Ber-
trand Brasil, 2002.
DIAS, Genebaldo F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 1992.
MMA/IBAMA. Portal de Legislação Ambiental. Disponível em: <www.redegoverno.gov.br>. 
Acesso em: 10 jan. 2006.
PHILIPPI JÚNIOR, Arlindo; ROMÉRO, Marcelo de A.; BRUNA, Gilda C. (Coord.). Curso de Ges-
tão Ambiental. São Paulo: Manole, 2004.
WEITZENFELD, H. Manual básico sobre evaluación del impacto en el ambiente y la salud de ac-
ciones proyectadas. In: PHILIPPI JÚNIOR, Arlindo; ROMÉRO, Marcelo de A.; BRUNA, Gilda C. 
(Coord.). Curso de Gestão Ambiental. São Paulo: Manole, 2004.
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Impacto Ambiental II
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Manual de 
LicenciamentoAmbiental
Pedro G. Fernandes da Silva
O Licenciamento Ambiental (LA) é o procedimento que o poder público, por meio de seus órgãos ambientais (Conama, Ibama, SMA, entre outros), autoriza e acompanha a implan-tação, funcionamento e ampliação de atividades que se utilizam dos recursos naturais e/
ou sejam capazes de, efetiva ou potencialmente, modificar severamente as condições ambientais e/ou 
produzir fenômenos de poluição.
A exigência de LA passou a ser obrigatória a partir da Lei Federal 6.983/81, que exige a ela-
boração da AIA (Avaliação de Impacto Ambiental), por meio de seus múltiplos instrumentos (EIA/
RIMA, PCA, RCA, PRAD).
Atividades relacionadas
As principais atividades que necessitam de LA são listadas na Resolução Conama 237/97. 
Podem haver atividades não relacionadas nessa resolução que, a critério do órgão ambiental compe-
tente, necessitem de licenciamento. As principais atividades estão apresentadas na relação abaixo.
Lista das principais atividades que necessitam de LA
(FEITOSA; LIMA; FAGUNDES, 2004)
Extração e tratamento de minerais:
 pesquisa mineral com guia de utilização;
 lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento;
 lavra subterrânea com ou sem beneficiamento;
 lavra garimpeira;
 perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural.
Indústria de produtos minerais não metálicos:
 beneficiamento de minerais não metálicos, não associados à extração;
 fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos, tais como produção de 
material cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros.
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Manual de Licenciamento Ambiental
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Indústria metalúrgica:
 fabricação de aço e de produtos siderúrgicos;
 produção de fundidos de ferro e aço/forjados/arames/relaminados 
com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia;
 metalurgia dos metais não ferrosos, em formas primárias e secundá-
rias, inclusive ouro;
 produção de laminados/ligas/artefatos de metais não ferrosos com ou 
sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia;
 relaminação de metais não ferrosos, inclusive ligas;
 produção de soldas e anodos;
 metalurgia de metais preciosos;
 metalurgia do pó, inclusive peças moldadas;
 fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de superfí-
cie, inclusive galvanoplastia;
 fabricação de artefatos de ferro/aço e de metais não ferrosos com ou 
sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia;
 têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de 
superfície.
Indústria mecânica:
 fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios com 
e sem tratamento térmico e/ou de superfície.
Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações:
 fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores;
 fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para tele-
comunicação e informática;
 fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos.
Indústria de material de transporte:
 fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças 
e acessórios;
 fabricação e montagem de aeronaves;
 fabricação e reparo de embarcações e estruturas flutuantes.
Indústria de madeira:
 serraria e desdobramento de madeira;
 preservação de madeira;
 fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e com-
pensada;
 fabricação de estruturas de madeira e de móveis.
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Indústria de papel e celulose:
 fabricação de celulose e pasta mecânica;
 fabricação de papel e papelão;
 fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra 
prensada.
Indústria de borracha:
 beneficiamento de borracha natural;
 fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de 
pneumáticos;
 fabricação de laminados e fios de borracha;
 fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de borra-
cha, inclusive látex.
Indústria de couros e peles:
 secagem e salga de couros e peles;
 curtimento de outras preparações de couros e peles;
 fabricação de artefatos diversos de couros e peles;
 fabricação de cola animal.
Indústria química:
 produção de substâncias e fabricação de produtos químicos;
 fabricação de produtos derivados do processamento de petróleo, de 
rochas betuminosas e da madeira;
 fabricação de combustíveis não derivados de petróleo;
 produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais, óleos essenciais 
vegetais e outros produtos da destilação da madeira;
 fabricação de resinas e de fibras e fios arificiais e sintéticos e de bor-
racha e látex sintéticos;
 fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição de caça des-
porto, fósforo de segurança e artigos pirotécnicos;
 recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e animais;
 fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e sintéticos;
 fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, in-
seticidas, germicidas e fungicidas;
 fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, impermeabilizantes, 
solventes e secantes;
 fabricação de fertilizantes e agroquímicos;
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 fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários;
 fabricação de sabões, detergentes e velas;
 fabricação de perfumarias e cosméticos;
 produção de álcool etílico, metanol e similares.
Indústria de produtos de matéria plástica:
 fabricação de laminados plásticos;
 fabricação de artefatos de material plástico.
Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos:
 beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e sintéticos;
 fabricação e acabamento de fios e tecidos;
 tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do vestuário 
e artigos diversos de tecidos;
 fabricação de calçados e componentes para calçados.
Indústria de produtos alimentares e bebidas:
 beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos ali-
mentares;
 matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueadas e derivados de 
origem animal;
 fabricação de conservas;
 preparação de pescados e fabricação de conservas de pescados;
 preparação, beneficiamento e industrialização de leite e derivados;
 fabricação e refino de açúcar;
 refino/preparação de óleo e gorduras vegetais;
 produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para ali-
mentação;
 fabricação de fermentos e leveduras;
 fabricação de rações balanceadas e de alimentos preparados para animais;
 fabricação de vinhos e vinagre;
 fabricação de cervejas, chopes e maltes;
 fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como envasilhamento e 
gaseificação de águas minerais;
 fabricação de bebidas alcoólicas.
Indústria de fumo:
 fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras atividades de be-
neficiamento do fumo.
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Indústrias diversas:
 usinas de produção de concreto;
 usinas de asfalto;
 serviços de galvanoplastia.
Obras civis:
 rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos;
 barragens e diques;
 canais para drenagem;
 retificação de curso de água;
 abertura de barras, embocaduras e canais;
 transposição de bacias hidrográficas;
 outras obras de engenharia.
Serviços de utilidade:
 produção de energia termelétrica;
 transmissão de energia elétrica;
 estações de tratamento de água;
 interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto 
sanitário;
 tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos);
 tratamento/disposição de resíduos especiais, tais como de agroquími-
cos e suas embalagens usadas e de serviço de saúde, entre outros;
 tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive aque-
les provenientesde fossas;
 dragagem e derrocamentos em corpos d’água;
 recuperação de áreas contaminadas ou degradadas.
Transporte, terminais e depósitos:
 transporte de cargas perigosas;
 transporte de dutos;
 marinas, portos e aeroportos;
 terminais de minério, petróleo e derivados e produtos químicos;
 depósitos de produtos químicos e produtos perigosos.
Turismo:
 complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e 
autódromos.
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Atividades diversas:
 parcelamento do solo;
 distrito e polo industrial.
Atividades agropecuárias:
 projeto agrícola;
 criação de animais;
 projetos de assentamentos e de colonização.
Uso de recursos naturais:
 silvicultura;
 exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais;
 atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre;
 utilização do patrimônio genético natural;
 manejo de espécies exóticas e/ou geneticamente modificadas;
 uso da diversidade biológica pela biotecnologia.
Esferas de exigência
A pergunta é óbvia, mas necessária: “se tenho que obter um LA, a quem devo 
me dirigir?” Em primeiro lugar, a Resolução Conama 237/97 determina que o licen-
ciamento seja efetuado em uma única instância, ou seja, deve ser feito o pedido em 
uma das esferas do poder público: federal, estadual ou municipal. Para saber a qual 
esfera do poder público se dirigir, o procedimento genérico é o que segue.
Municipal
Na maioria dos casos, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) 
deve ser consultada. Deve-se verificar a legislação do município, principalmente 
no que se refere às leis de zoneamento municipal. Isso se deve ao fato de que, na 
prática, com raríssimas exceções, todo e qualquer empreendimento pertence a 
algum município.
Estadual
Empreendimentos cujos impactos ambientais não ultrapassem os limites do es-
tado. São os Órgãos Estaduais do Meio Ambiente (Oema) que regulam e licenciam 
essas atividades. Exemplos de Oemas: Fundação Estadual de Engenharia do Meio 
Ambiente (Feema), para o estado do Rio de Janeiro; Companhia Estadual de Tecnolo-
gia e Saneamento Ambiental (Cetesb), para o estado de São Paulo, entre outros.
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Federal
Empreendimentos cujos impactos ambientais ultrapassem os limites do Es-
tado. É o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renová-
veis (Ibama) que regula o licenciamento. Exemplo de atividade que ultrapassa a 
fronteira de Estados: Usina Hidrelétrica (UHE), como a de Itaipu.
Como já foi assinalado anteriormente, qualquer Licenciamento Ambiental 
exige a manifestação do município e, na prática, o pedido de licenciamento passa 
primeiro por uma consulta ao município; em uma próxima fase pode ser cadas-
trado em outra instância.
Tipos de licença
De forma geral, uma LA é o documento, com prazo de validade definido, 
em que um órgão ambiental estabelecerá regras, condições, restrições e outras 
medidas de controle ambiental a serem seguidas por um empreendimento. Entre 
 as principais formas de controle ambiental estão o potencial de geração de efluen-
tes, resíduos sólidos, emissões atmosféricas, entre outros. Uma vez que o em-
preendimento seja licenciado, o empreendedor assume as responsabilidades e 
compromissos com a manutenção da qualidade ambiental da área em que o em-
preendimento está instalado.
Durante o processo de licenciamento, várias fases são observadas e, para 
cada uma delas, deve haver um tipo particular de licença. São três os tipos de 
licenças a serem observadas.
Licença Prévia (LP)
Primeira etapa do processo de licenciamento. Contempla a avaliação da 
localização, concepção e requisitos básicos do empreendimento. É um estudo 
baseado no zoneamento municipal, atestando a viabilidade ambiental do empre-
endimento, e funciona como um alicerce para todas as fases subsequentes do em-
preendimento.
Pode ser requerido o EIA/Rima e o relatório de controle ambiental (RCA). 
O RCA pode substituir o EIA/Rima em alguns casos de baixo impacto ambiental, 
segundo especificado na Resolução Conama 10/90.
Exemplo de atividades modificadoras do meio ambiente, sujeitas à elabora-
ção do EIA/RIMA, de acordo com a Resolução Conama 01/86:
 estradas com duas (ou mais) faixas de rolamento;
 ferrovias;
 portos e terminais;
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 aeroportos;
 oleodutos, gasodutos, emissários de esgoto;
 linhas de transmissão elétrica acima de 230kW;
 barragens com potência acima de 10MW;
 aterros sanitários;
 exploração econômica de madeira ou lenha, em áreas acima de 100 hec-
tares ou menos, quando atinge áreas significativas do ponto de vista am-
biental;
 projetos urbanísticos, acima de 100 hectares ou em áreas de relevante 
interesse ambiental, a critério dos órgãos competentes.
Licença de Instalação (LI)
Definido o projeto e as medidas de proteção ambiental cabíveis, essa licença 
autoriza o início da construção e instalação dos equipamentos do empreendimento. 
Qualquer alteração nos projetos originais e/ou equipamentos, processos etc., deve-
rá ser novamente objeto de avaliação pelo órgão licenciador.
Licença de Operação (LO)
Autoriza o funcionamento do empreendimento. Requerida após o término 
das obras e verificação da eficiência das medidas de controle ambiental, já estabe-
lecidas nas LP e LI.
No caso de um empreendimento já estar em funcionamento desde antes da 
atual legislação (em particular após a promulgação da Lei 6.983/81), o empreen-
dedor deverá procurar o órgão licenciador. O órgão licenciador orientará o em-
preendedor a obter um licenciamento preventivo, no caso de o empreendimento 
estar apto a funcionar, ou um licenciamento corretivo, se o empreendimento já 
estiver funcionando; evidentemente, as LP e LI não são cabíveis. O licenciamento 
preventivo ou o licenciamento corretivo são necessários nos casos em que devem 
ser feitas adaptações que sejam equivalentes aos estudos obtidos nas fases de LP 
e LI, para um empreendimento ainda a ser instalado. Nesses casos, normalmente 
são definidos prazos de adequação para a implantação das medidas de controle 
ambiental.
Obtenção das licenças
Os passos necessários para a obtenção das LP, LI e LO são apresentados a 
seguir, usando-se o estado do Rio de Janeiro como exemplo.
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Tipo de licença
Depende da situação do empreendimento, conforme mostrado a seguir:
Não
Sim
Empresa que tenha sido implantada 
antes do SLAP1 
ou já opera suas atividades 
sem a licença.
Neste caso, para o licenciamento, de-
verão ser apresentados conjuntamente 
documentos, estudos e projetos revistos 
para as fases de LP e LI.
Operação plena da 
atividade.
Início da implantação das 
instalações do empreen-
dimento ou ampliação das 
unidades da empresa.
Planejamento e concepção da 
localização da empresa.
LP LI LO
Empreendimento 
novo?
(F
EI
TO
SA
; L
IM
A
; F
A
G
U
N
D
ES
, 2
00
4)
Esquema de situações em que se encontra o empreendimento e o tipo de licença a ser requerida. 
Qual órgão?
 Impactos que ultrapassam o estado – Ibama.
 Impactos restritos ao estado – Fundação Estadual de Engenharia do Meio 
Ambiente (Feema). É o que ocorre para a maioria dos casos no Brasil, e 
não só para esse exemplo do estado do Rio de Janeiro.
“Burocracia”
Há uma série de documentos a serem preenchidos e encaminhados para 
que o licenciamento ambiental possa ocorrer. Em linhas gerais, deve-se entrar em 
contato (através dos escritórios ou pela internet) com o órgão ambiental corres-
pondente, fazendo-se a solicitação de requerimentos e cadastro da empresa.
Dados e

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