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FACULDADE MATO GROSSO DO SUL CURSO FISIOTERAPIA FRANCIELLY PARANHOS VIEIRA DIÁRIO DE CAMPO ACBR – Associação Campograndense Beneficente de Reabilitação CAMPO GRANDE – MS 2020 FRANCIELLY PARANHOS VIEIRA DIÁRIO DE CAMPO ACBR – Associação Campograndense Beneficente de Reabilitação Trabalho realizado com o objetivo de obter nota para o Estágio Supervisionado, realizado pela Faculdade Campo Grande - FCG, com supervisão da Profª Adriane Cristina Possari Lemos. CAMPO GRANDE – MS 2020 Este trabalho relata atividades do dia 19/10/2020 ao dia 13/11/2020 e descreve o período de estágio o qual fizemos atendimentos na área ambulatorial, tratando disfunções ortopédicas, traumatológicas, reumatológicas e neurológicas. O meu primeiro dia do estágio foi em 21/10/2020, na ACBR – Associação Campograndense Beneficente de Reabilitação. O local é uma entidade civil sem fins econômicos, localizada na Av. Afonso Pena, 254. Bairro Amambaí, na cidade de Campo Grande/MS. Promove a luta contra a deficiência física, reabilita indivíduos com disfunções musculoesqueléticas e neurológicas e, também, patologias congênitas. Chegando no local, já pude me deparar com uma sala grande (onde ocorre o estágio supervisionado) e cheia de equipamentos de cinesioterapia e eletro-termo-fototerapia. Encontrei faixas “Theraband”, bola suíça, cama elástica, tablado, bola-cravo, halteres, etc. TENS, ultrassom e Infravermelho também se encontravam no local, mas são usado aomente quando é necessário. Com estes equipamentos no local, já pude ver que daria para fazer um bom trabalho com meus pacientes. Neste primeiro dia, o sentimento de ansiedade e nervosismo me consumia. Eu sempre fui bem tranquila em relação aos estágios que já fiz, mas este seria diferente... Este foi o “início do fim”, então fiquei bastante nervosa, com aquela sensação de não saber nada. Ao chegar com minhas colegas, encontramos a nossa supervisora, que coincidentemente foi nossa professora desde o 4º semestre (Graças a Deus!), conversamos um pouco e ela nos deixou muito tranquilas em relação aos pacientes que já haviam feito uma avaliação inicial pelos colegas que foram em outros dias da semana. Depois de uma conversa, chegaram os pacientes. Cada um já correspondia a uma estagiária. Não posso negar que o famoso frio na barriga estava acontecendo. Eu fiquei com a paciente “A”, que teve um entorse no tornozelo direito e estava lá porque recebeu um comentário muito negativo do ortopedista em relação a sua volta a caminhar. Ela subiu as escadas com uso de muleta canadense, estava usando uma bota ortopédica a pedido do médico há 4 meses, não conseguia movimentar nada dos dedos e tornozelo. De primeiro momento, ocorre um receio, um medo de machucar ainda mais. E é ali que pensamos “se eu cheguei até aqui é porque eu sei fazer alguma coisa”. Nossas sessões foram tranquilas, embora a paciente se queixasse bastante de dor e inchaço no tornozelo. Em todas as sessões eu a orientei quanto ao uso de gelo, exercícios para mobilizar os dedos do pé e marcha. A evolução da “A” foi muito boa nesses dias em que a atendemos. Ela não é uma paciente fácil, é insegura, tem medo e já tem uma crença limitante quanto a sua melhora, mas tenho plena certeza que com muito trabalho fisioterapêutico, ela conseguirá voltar a caminhar sem o uso de bota e nem muletas. Também atendi a dona “S”, que a princípio sentia muita dor no punho e mão direitos e tornozelo esquerdo. Quando comecei a fazer algumas mobilizações, dona “S” começou a reclamar muito de dor em praticamente todas as articulações dos membros inferiores e superiores. Eu e as colegas que estávamos atendo, suspeitamos de Artrite Reumatóide e pedimos os exames complementares que ela havia feito, também pedimos o exame do ombro direito, pois ela afirma ter pinos devido a uma fratura. Para atender dona “S”, todo dia era uma surpresa, pois eu nunca sabia qual seria a sua queixa principal. Ela é um doce de senhora, super colaborativa e muito querida. Infelizmente eu não consegui trata-la muito para ver uma evolução grande. Acredito que o atendimento dela precisa ser global e não focado apenas em punho e mão. Toda sessão eu a atendia sem um “foco” específico, pois tenho ânsia pela sua melhora. Depois de passado os dias do estágio e hoje, chegando na reta final, eu consigo ver que absolutamente tudo foi de grande valia. Tanto para meu crescimento profissional, quanto pessoal. Aprendemos a conviver com as diferenças dos pacientes e, não menos importante, aprendemos a nos conhecermos como pessoas, a saber onde vão nossos limites e sabermos que podemos enfrentar as coisas com sabedoria e entendimento. Foi um estágio muito proveitoso, e talvez, um doas mais tensos que já passei. Sei que ainda terei que fazer outro estágio no Hospital Regional, mas o fato de estarmos em uma pandemia, colocando em risco nós mesmos e quem mora conosco, não é fácil. Sei que cada colega tem um potencial enorme e gostaria de deixar isso registrado aqui em meu diário. Cada uma, com suas características, crenças e limitações... mas cada uma sempre disposta a ajudar a outra sem pensar duas vezes. Isso deixou o nosso estágio ainda mais especial. O meu grupo foi maravilhoso e não tenho palavras que agradeçam suficientemente. Termino este diário extremamente feliz e realizada com a profissão que escolhi. Pude ver neste estágio que NÃO TEM RECEITA DE BOLO (isso vou levar para vida!), mas quando se faz com amor e dedicação as coisas se tornam mais fáceis de serem realizadas. Por último, e óbvio, quero deixar aqui o meu agradecimento para uma das melhores professoras que eu tive a HONRA de conhecer. Aquela que, talvez, seja meio “difícil” para quem não a conhece, mas que com certeza só quer o bem de todos. Ela que deu bronca desde o semestre que começou a dar aula para nossa turma, a que não aceita os alunos ficarem acomodados e que nos ensina que “lá fora não é o mundo de Alice”. Professora e supervisora do nosso estágio na ACBR, Adriane. Essa é a mulher de quem eu estava falando. Já peço desculpas à quem estiver lendo este trabalho, mas com toda certeza, minha formação profissional tem uma inspiração e é essa mulher.